ARTIGOS

O Sol nasce e se põe para todos

31 de janeiro de 2020, 13:37

Foto: Gervásio lIma

*Por Gervásio Lima  –  

Na simbologia universal, mitológica e esotérica o Sol é a Luz e relaciona-se diretamente com a ampliação da consciência superior. A luz é o símbolo do conhecimento, a busca pela realização e a capacidade criadora. O Sol é um elemento presente em muitas crenças, rituais e costumes desde a antiguidade, representando a força vital e o poder cósmico; e, por isso está presente em muitos mitos da criação do mundo.

A estrela central do Sistema Solar talvez seja o principal e mais importante astro para a vida na terra, mas, corroborando com o primeiro parágrafo, ele pode ser visto e interpretado de diversas maneiras. Fonte inspiradora de versos, prosas e, inclusive de superstições, o Sol é também usado como ‘sinônimos’ para termos positivos e negativos do cotidiano. Como um alento de resignação ou justificativas de percalços, a luz e o calor emitidos por ele são usados por grande parte da população mundial.

Venerado ou odiado, a verdade é que o sol é, além de uma fonte inesgotável de energia, presença certa e indispensável para a vida e na vida dos terráqueos. Luz, brilho, aquecimento, escuridão e outros substantivos mexem com a imaginação. A forma como são vistos ou até mesmo absorvidos envolvem estado de espírito, crença e até mesmo religião. É possível ver luz em um ambiente escuro e vice-versa. A compreensão de mundo depende muito do olhar de cada indivíduo.

Errar e acertar são antagônicos, mas nem por isso inibem o apostador de apostar, de ousar ou deixar de acreditar que o impossível pode ser possível. Apesar de bonita, a palavra ‘realidade’ pode não ser necessariamente sinônimo de bondade e generosidade, assim como a verdade nua crua, ou a pura verdade, pode ser do bem, mas também do mal.

O comportamento e as decisões tomadas enquanto cidadão contribuem para o desenvolvimento pessoal ou a falência dos princípios do sujeito. As escolhas, seja pensando o individual como no coletivo, podem comprometer irreversivelmente um modo de vida. Como o sol, cuja sua luz tem, entre outras atribuições, a função de clarear e iluminar, as atitudes erradas inevitavelmente tornarão os dias em verdadeiras escuridões.

Neste ano, no início do mês de outubro, acontecerão as eleições para as escolhas dos prefeitos e vereadores das cidades brasileiras. Momento único para decidir o que se deseja para os seus municípios, os eleitores vão precisar de muita luz enquanto estiveram utilizando os dedos nas teclas da urna eletrônica.

O sol nasce para todos; todos aqueles que possuem a capacidade de discernir o que é claro e o que é escuro e o que certo e o que é errado.

Enquanto isso, o crepúsculo da vida continua…

*Jornalista e historiador

Leia mais...

Fazer o bem sem olhar a quem

10 de janeiro de 2020, 15:07

*Por Gervásio Lima – 

O sentimento de gratidão talvez seja um dos mais nobres da natureza humana. Aflorado geralmente em momentos de alegria e empatia, o reconhecimento é digno dos que buscam e pregam o bem, independente de momento e situação. Agradar é dar prazer e contentamento, muitas vezes momentâneo e individual, beneficiando mais o ego, em detrimento da bondade.

Fazer o bem sem olhar a quem e não esperar nada em troca é uma atitude dos fortes, dos que buscam a felicidade plena não apenas para si, mas para o coletivo, mesmo que para isso seja preciso enfrentar a maldade intrínseca dos que pregam a tirania e o desamor.

O olhar não deve ser direcionado apenas para ‘umbigos’. Não basta conhecer, é necessário entender as situações para não incorrer no erro do ‘juízo de valor’, aquele baseado no ponto de vista pessoal, a partir de um conjunto particular de valores. Julgar tem sido mais fácil que compreender, alimentando o ódio e a discórdia entre os semelhantes, independente dos ambientes onde estes estão inseridos.

Infelizmente o respeito está indo para a ‘cucuia’.

O mundo está vivendo momentos sombrios e de incertezas baseados em comportamentos falsos e moralistas, com objetivos claros de disputa de poder para proveitos próprios e de grupos que buscam implantar o que acreditam ser a verdade absoluta, desrespeitando opiniões contrárias ao que pregam.

Nunca a blasfêmia e a mentira estiveram tão próximas. A religião e os valores morais têm sido utilizados irresponsavelmente como ‘panos de fundo’ por pseudo-paladinos da ética e da moralidade. O mundo vive uma onda de fake news (notícias falsas), com distribuição deliberada de desinformação e boatos via jornal impresso, televisão, rádio e online, através das mídias sociais.

A mentira é aquilo que engana e não corresponde à verdade e entre seus sinônimos estão: engano, falsidade, fraude, embuste, embustice, impostura, farsa, trapaça, lorota, balela, invencionice, invenção, inverdade, novela, calúnia, pretexto, embromação e outros. 

Se intimidar com os que vociferam é demonstração de fraqueza. Acreditar no vociferador, idem.

Forte é o povo!

*Jornalista e historiador

Leia mais...

Contra informação hackeada, jornalismo de qualidade

04 de janeiro de 2020, 07:36

Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Priscila Cruz* – 

A quase onipresença das informações via redes sociais vem modificando a forma como decidimos agir e coloca em jogo o que entendemos como realidade. Cada vez mais, as narrativas alternativas das redes nos conduzem por caminhos perigosos, como provou o caso da consultoria inglesa Cambridge Analytica, que, ao acionar dados dos usuários de redes sociais e direcionar conteúdos, influenciou as eleições norte-americanas e mundo afora. Deixou de ser, portanto, assunto para profissional de comunicação entender os bichos exóticos que circulam nas redes – fake news que já evoluiu para deepfake, “bolhas” e timeline.

Esses conteúdos virais, muitos com aparência de verdade, alimentam disputas políticas e culturais que giram em falso. São distorções em debates essenciais para o bem-estar e o progresso da vida humana, como as notícias falsas anti-vacinas que ligam a imunização a quadros de autismo.

Nesse tabuleiro complicado de desinformação, um jornalismo livre e de qualidade – como pilar democrático – é fundamental. Felizmente, ferramentas que aprimoram a cobertura da imprensa e respondem aos desafios atuais têm surgido. É o caso dos mecanismos de “checagem de fatos” e o jornalismo de dados, que contrapõem dados oficiais e especialistas ao senso comum e às falsas declarações.

 

Na Educação, por exemplo, tema que o Todos Pela Educação acompanha há 13 anos, a qualidade da cobertura amadureceu e foi aprofundada nos últimos anos. Esse fortalecimento do trabalho de qualidade da imprensa tem sido especialmente relevante frente ao sensacionalismo que domina o compartilhamento de notícias falsas sobre o tema. Na corrida presidencial, por exemplo, circularam nas redes histórias absurdas em que iniciativas para a Educação Infantil incluíam abordagens sexuais inapropriadas; ações que nunca foram propostas e foram desmascaradas por uma série de trabalhos de checagem.

São as boas reportagens que colocam a Educação na pauta do dia pelos motivos certos, monitorando o poder público e disparando debates ligados aos desafios reais das escolas públicas – a aprendizagem que avança muito lentamente e a necessidade de mudanças na formação dos nossos professores.

Assim, mais do que nunca, pesa sobre os jornais o exercício da vigilância do poder, agora investido de mentiras difusas. A apuração criteriosa deve estar contra o hackeamento da informação e ser instrumento para a cidadania crítica dos brasileiros – isso só será possível reforçando os pilares da ética, responsabilidade e inovação.

*É COFUNDADORA E PRESIDENTE EXECUTIVA DO TODOS PELA EDUCAÇÃO

 

Leia mais...

Todo dia é dia novo

31 de dezembro de 2019, 12:11

*Por Gervásio Lima –

Os dias que antecedem a virada de um ano para outro servem como uma espécie de ‘arranque’, de provocações e regressos. Nem sempre partindo da vontade própria, mas quase sempre do que se é norteado, seja pelas enxurradas de mensagens recebidas nas redes sociais ou encontradas em publicidades muitas vezes apelativas nas mídias escritas, faladas e televisionadas.

Saber que fumar, não controlar o peso corporal, não praticar exercícios físicos e não se preocupar com uma alimentação saudável e equilibrada podem prejudicar a saúde, e mesmo assim são ações corriqueiras (entra ano, sai ano), isto todo mundo, ou quase todo mundo, já sabe. Fazer o bem sem olhar a quem, idem. Mas, para muita gente é preciso que se aproxime um novo ano (do calendário cristão) para a consciência doer, as ações acontecerem e as inúmeras promessas surgirem.

Vou amar mais, brincar mais, me cuidar mais, estar mais presente, passear mais, malhar mais, viver mais …

Muito mais do que os ‘mais’ encontrados nas mensagens automáticas, copiadas, e repassadas é ter e praticar o espírito fraterno durante todos os minutos, as horas e os dias da vida.

Confraternizar todos os momentos, independente de datas estipuladas com objetivos geralmente comerciais.

Seguindo a Declaração dos Direitos Humanos, onde diz “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência e que devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”, seria correto afirmar que com simples comportamentos e acompanhando preceitos morais e religiosos as pessoas não precisarão somente das datas de um calendário para amar o próximo.

Que ososentimentos evocados neste período que compreende o Natal e a chegada do Ano Novo sejam expandidos pelos demais 365 dias que se iniciam a partir do dia 1º de Janeiro.

Feliz anos novos, pois como diz o ditado popular: “Quem vive de passado é museu”.

*Jornalista e historiador

Leia mais...

Já é Natal, e Ano Novo também…

18 de dezembro de 2019, 16:37

*Por Gervásio Lima –

O mês mais iluminado (literalmente) é também o mês que o assalariado mais ganha e mais gasta. Os tradicionais festejos de final de ano que envolve as comemorações natalinas e a chegada de um novo ano são os principais responsáveis pelo aumento das vendas no comércio de todo o país no mês de dezembro.

O clima natalino leva milhares de pessoas para as lojas físicas e virtuais. Esta é a data mais esperada pelos comerciantes, afinal são muitas pessoas para se presentear, tais como os familiares, namorados, amigos mais próximos, entre tantos outros. Do ponto de vista do capital é correto afirmar que o mês em que os trabalhadores, aposentados e pensionistas recebem um salário extra é de pura alegria para quem compra e para quem vende.

Presépios rodeados de Papais Noéis, trenós, hienas e outras esculturas de anjos e de animais enfeitam lojas, enquanto vendedores de gorros vermelhos tentam atrair os clientes. O colorido especial que marca o período natalino pode ser visto em vários locais da cidade que já se encontra pronta para a grande festa. A iluminação comemorativa enfeita o centro comercial, anunciando a celebração.

Esse é o mês de dezembro de várias cidades brasileiras, onde o espírito natalino incorpora no dia-a-dia da população que, talvez pelo momento ser diferenciado, não questiona e não interroga sobre determinados gastos para que a sua cidade fique tão bem decorada e iluminada. Não importa quem é o sanfoneiro, o importante é forrozear.

O período natalino geralmente é o momento de reflexão, de prestação de contas com a consciência e de balanço espiritual. É o momento daquele que foi mau durante todo o ano ficar bom por um dia; dos muitos que negaram um prato de comida tentar se redimir com a doação de uma cesta básica. É a hipocrisia querendo ser melhor que a demagogia.

O Natal é sinônimo de união, estar rodeado de pessoas que ama, sabendo que isso é recíproco, no lugar que se sente feliz, de alegria, felicidade e de esperança. Natal é amar a vida e amar o próximo, sem preconceitos e sem discriminações. Esses são os sentimentos que precisam ser alimentados, no meio de uma situação sombria da Terra e da humanidade.

É preciso lutar e acreditar que ainda existirá futuro e que povos poderão se salvar.

Feliz Natal e próspero Ano Novo!

*Jornalista e historiador

Leia mais...

O árduo papel da comunicação nos pequenos centros urbanos

10 de dezembro de 2019, 17:29

Foto: Reprodução

*Por Gervásio Lima – 

Fazer imprensa não é tarefa fácil, e fazer imprensa séria, responsável e profissional nos pequenos centros urbanos é muito mais difícil. A comunicação exerce um papel de destaque e faz parte do dia a dia da população, seja através do rádio, da televisão, do jornal escrito e, de uns tempos pra cá, da internet, principalmente das redes sociais. Como dizem os mais vividos, é a mão e os pés em muitas situações do cidadão.

A imprensa tem se tornado como o principal canal de interação da sociedade, se comportando como um forte elo emissor e receptor dos mais diversos assuntos, nas mais diversas áreas. É a segunda, a terceira e a quinta voz de uma ou mais pessoas.

Nas pequenas cidades, onde aquele que não conhece é conhecido, as relações humanas são mais próximas por geralmente existir um grau de parentesco, por ter estudado numa mesma escola, por ser padrinho ou afilhado ou frequentar a mesma igreja e o mesmo clube social. Partindo deste princípio, em determinadas situações, alguns profissionais não se sentem à vontade para externar suas posições em relação à política, a cultura, a religião e a opção sexual. Conseguir debater, opinar, sugerir e até mesmo reclamar chega a ser algo melindroso.

Fazer imprensa no interior é um ato de amor e coragem. Amor por nem sempre ter o trabalho valorizado e respeitado, mas nem por isso desiste, e coragem por enfrentar os que não alcançaram ainda um determinado nível de compreensão do que é formação de opinião, do que é jornalismo de verdade. As disputas de poder reforçadas geralmente com os que buscam obter vantagens ou benefícios são os maiores empecilhos daqueles que lutam e dão importância ao bem coletivo da comunidade que pertence.

Não bastassem todos os percalços que vivem no seu cotidiano, a dificuldade para manter um órgão de comunicação funcionando é outro grande e recorrente problema. Tratando de jornal escrito, por exemplo, os custos com profissionais da redação (repórteres, fotógrafos, diagramadores), da oficina (impressores), jornaleiros e com materiais gráficos (tinta, papel, chapa de impressão – no caso do Off-set), sempre foram as consequências para o fechamento dos periódicos. Manter a periodicidade com custos limitados é inviável.

O jornal Tribuna Regional, com sede no município de Jacobina e circulação em toda a sua macrorregião, tem conseguido a proeza que muitos não conseguiram: permanecer em funcionamento, regularmente, com edições semanais ininterruptas há mais de 14 anos.  Um verdadeiro guerreiro.

*Jornalista e historiador

Leia mais...

Reconhecer o erro é uma virtude dos fortes

28 de novembro de 2019, 17:31

Foto: Reprodução

Por Gervásio Lima –

Ser parecido não é ser a mesma coisa e a imitação pode ser sinônimo de falsificação. Tais afirmativas são realidades no cotidiano, onde a todo o momento alguém é vítima de algum tipo de enganação. Como verdadeiros estelionatários, lobos travestidos de cordeiros utilizam da mentira para trair a confiança daquele ou daqueles que os apoiaram. Isso acontece em diversas áreas, mas, com mais freqüência na política onde os políticos são os protagonistas.

Em uma de suas mensagens semanais para um veículo de comunicação, intitulada “O problema e a culpa”, o escritor e jornalista Paulo Coelho diz que é preciso “admitir alguns erros, para evitar a perniciosa sensação de superioridade. E acerte em tudo que puder acertar”. Esta percepção de um dos brasileiros mais conhecidos no mundo por conta de suas obras literárias, serve como auto-ajuda para quem precisa pensar ou repensar sobre seus próprios problemas e não conseguem encontrar uma maneira de se redimir.

Reconhecer o erro é uma virtude dos fortes, principalmente de espírito. Admitir os erros pode ser difícil, mas pior ainda é enganar-se para justificá-los. Não adianta torcer pelo mau dos que estão no mesmo barco se a embarcação não dispõe de coletes salva-vidas. Procurar acertar não deve ser um ato egoísta. Acreditar e confiar, por maiores que tenham sido as decepções, precisa prevalecer como estilo de vida, até porque não depende apenas da vontade própria querer e ter o que se almeja, mas do comportamento daquele ou daqueles onde foram depositadas as esperanças.

Por a política está relacionada diretamente com a vida em sociedade, não apenas do ponto de vista partidário, os conflitos são inevitáveis, pois envolve diferentes formas de comportamentos e formações morais. Os indivíduos não são iguais, assim como suas culturas e seus pensamentos; o que necessariamente pode comprometer as relações humanas.

O debate não significa uma boa discussão. A política da boa vizinhança se faz com a ‘troca de ideias’ e respeito a estas, no sentido de fazer com que cada indivíduo expresse suas diferenças e conflitos sem que isso seja transformado em um problema.

O chinelo da humildade precisa ser calçado por perdedores e ganhadores. Como disse a cantora e compositora Cláudia Barroso: “A vida é mesmo assim, alguém tem que perder, pra outro entrar no jogo”.

Eleições partidárias obedecem a um calendário eleitoral que geralmente possui um espaço de dois anos de uma para a outra. Os políticos brigam hoje e amanhã estão juntos, defendendo o que antes criticavam e vice-versa. A amizade e a família são para sempre, todo dia, o ano todo.


*Jornalista e historiador

Leia mais...

Justiça poética seja feita. Globo x Bozo são adversários que se merecem! Mas esta luta é nossa!

30 de outubro de 2019, 19:15

Foto: Reprodução

*Por Josias Gomes – O surto de Bolsonaro após a reportagem do Jornal Nacional que sinaliza indícios do envolvimento do “Presidente” na morte da companheira Marielle é digno de quem tem culpa no cartório, pelo fato de utilizar a tática de que a melhor defesa é o ataque.

Se não bastasse a destruição da Amazônia, o óleo no litoral do Nordeste, os cortes na educação e ciência, o extermínio dos programas sociais e a destrutiva deformação da previdência, temos ainda um presidente citado no envolvimento de cometer um dos crimes políticos mais bárbaros do Brasil. Além de o seu clã estar envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro.

Bozo esperneia que “querem ver algum filho dele preso”. Por que será?!

No entanto, continuamos sendo derrotados na correlação de forças. Diferentemente dos demais povos latino-americanos que ocupam as ruas, votam na esquerda, nós brasileiros assistimos passivamente os desmontes citadas acima, e, apenas lamentamos o solapamento das instituições. Este quadro letárgico acontece desde o impeachment da Presidenta Dilma.

A baixa mobilização das centrais sindicais, dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda de um modo geral, tem provocado sérias consequências a curto, médio e longos prazos nas conquistas sociais dos trabalhadores. É preciso mobilizar as bases, se é que ainda temos. Precisamos reconhecer que fora as guerrilhas das redes sociais, não construímos nenhuma resistência digna de elogio.

A estratégia de manifestação pontual se mostrou derrotada! Precisamos ocupar às ruas e exigir que revoguem os retrocessos que vêm sendo praticado contra o povo e o estado brasileiro. A justiça precisa de fato ser para todos e solucionar os casos Marielle, Bozo/Queiroz e quem mais estiver envolvido. Caso contrário o que nos resta é ficarmos torcendo pelo sucesso dos outros países latino-americanos.

Temos o exemplo vencedor do Chile, Equador e Honduras. As ocupações nas ruas fizeram os governos recuarem em suas medidas anti-povo. Na Bolívia e Argentina e com certeza no Uruguai, o povo já deu as respostas nas urnas.

O que falta para fazermos o mesmo?

O neoliberalismo atual me lembra do “terrível conto de fadas” do então ministro Fazenda dos milicos Delfim Neto, quando dizia ser necessário “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”. Afinal, quando o capitalismo selvagem vai estar pronto para dividir o conforto que o capitalismo promete? Na verdade, os tais “avanços” desta atroz política econômica serviram e servem a mesma elite de sempre! Na prática, aumentou-se o fosso entre pobres e ricos. Segundo dados da ONU, o Brasil está no lastimável grupo das cinco nações com a pior distribuição de renda do planeta.

-Isto não é tudo-

O pior Bolsonaro está sendo chocado na serpente do ódio e revanchismo. Ele vem disposto a causar um maremoto. Precisamos ser o vento que age em todas as partes!

*Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Leia mais...

Jacobina: Um clube de e para ‘artistas’

17 de outubro de 2019, 09:55

Foto: Notícia Limpa

*Por Gervásio Lima –

Fundado em 1933, por um grupo de ‘artistas’, como eram chamados os profissionais liberais como os alfaiates, sapateiros, pedreiros, carpinteiros e outros, a agremiação Sociedade União dos Artistas Jacobinenses, tinha como objetivo não somente servir como um local para a realização de festas e bailes de micareta, mas de ser um local de inclusão para os associados e suas famílias. Em seu primeiro estatuto e, acredita-se, que tenha sido o único, entre outras atribuições, funcionaria integralmente no local uma escola de ensino primário e uma biblioteca com acesso para toda a comunidade.

Os considerados ‘excluídos’ da época não podiam frequentar os dois clubes existentes naquele momento na cidade que eram o Clube 2 de Janeiro, fundado em 1878 e a Sociedade Filarmônica Aurora Jacobinense, fundada em 1879. Apenas os integrantes das famílias mais abastadas e as elites econômicas tinham acesso a esses espaços. Daí se deu a necessidade de se fundar um clube organizado por trabalhadores, uma espécie de ‘sociedade popular recreativa dançante’.

Estatuto – O artigo 1º do Estatuto da União dos Artistas Jacobinenses, aprovado em 1933, diz: “Sob a denominação de Sociedade União dos Artistas Jacobinenses, com sede nesta cidade de Jacobina do Estado da Bahia, fica constituída pelos presentes estatutos, por tempo indeterminado, uma Sociedade Operária, cuja finalidade é socorrer aos seus associados que por moléstia ou outras circunstâncias, se acharem impossibilitados de promover os meios de melhorar a sua situação”.

Após passar um período inativo, o octogenário e histórico Clube dos Artistas, local onde no passado se realizavam reuniões de caráter recreativo, cultural, artístico, político e social, passa a abrigar atualmente a sede de uma associação de lojistas.

Semelhança histórica – Em um dos trechos do livro “A invenção do cotidiano na metrópole”, a professora doutora em História da Unicamp/SP, Luzia Margareth Rago, fala da vida social e do lazer na cidade de São Paulo entre os anos de 1900 e 1950: “A vida boêmia passava a exercer enorme fascínio como lugar da evasão, do diletantismo, dos prazeres, da possibilidade de escapar à normatividade da vida cotidiana que progressivamente se instaurava. Vida boêmia, espaço da imaginação e da criatividade, pensavam os intelectuais; espaço da promiscuidade e do desregramento, denunciavam os médicos”.

Não muito diferente, conforme diversos depoimentos de remanescentes, a visão que a sociedade jacobinense tinha sobre os ‘clubes’ da cidade, seu papel social e seus frequentadores era praticamente a mesma. A vida boêmia era bastante concorrida. Jacobina naquele momento era um dos principais municípios da Bahia, com uma economia pujante. Além da agropecuária e garimpagem, era um grande entreposto de diversos produtos fornecidos para inúmeras cidades através da rede ferroviária. Na própria estação do trem, desativada em 1976, havia um bar, o Bar da Leste, que funcionava anexo ao prédio, onde regularmente acontecia música ao vivo. Quem partia ou quem chegava de viagem era recepcionado com ‘festa’.

Saudade – Um dos frequentadores ‘Dos Artistas’, como o clube era chamado, Cosme Pereira Nascimento, o ‘Cosminho da Dires’, relembra das inesquecíveis micaretas e dos bate-papos nos inícios das noites entre amigos. “Peço que não deixem este clube morrer, mudar de nome. Esta história de 1933 não pode se acabar, ninguém é dono desse salão, ele pertence a todos os cidadãos jacobinense”, apela Cosminho.

O Clube dos Artistas fica localizado entre as ruas da Conceição e São Salvador, ao lado da Igreja da Conceição.

*Jornalista e historiador

Leia mais...

Traição virtual: O perigo do mau uso das redes sociais

16 de outubro de 2019, 13:55

*Por Gervásio Lima – É fato que, atualmente uma das melhores maneiras de conversar com amigos, fazer novos, e até mesmo reencontrar amigos perdidos no tempo, são as redes sociais, mas, o uso inadequado destas redes pode trazer muita dor de cabeça e muitos problemas.

Relações conjugais em crise e até mesmo fim de relacionamentos amorosos, novos e antigos, são alguns dos vários pontos negativos do acesso inadequado da rede mundial de computadores, a internet. Existem muitos perigos na rede e a culpa não é do Facebook, Orkut ou qualquer outro site, e sim de quem está à frente do computador, smartphone, tablets e outros meios que dão condições de acesso. À medida que as pessoas (internautas) se expõem fornecem informações importantes sobre suas vidas ou acabam fazendo o que não deveriam.

A exposição pessoal e familiar é um dos maiores perigos. Existem muitos predadores que usam a internet para caçar sua presa. Se você posta fotos de sua família e associa a elas informações como “meu marido está fora da cidade este final de semana” ou “o pequeno Gabriel está grande o suficiente para ficar em casa sozinho”, são exemplos de riscos. Informações deste tipo podem colocar a segurança dos filhos vulnerável.

Uma história real, digna de roteiro de uma trama novelesca, contada por um taxista da cidade de Salvador, chama atenção para a capacidade que a rede social tem em construir e destruir relacionamentos. O motorista Cornélio (nome fictício para não expor, digamos, o personagem, ou melhor, a vítima), pessoa visivelmente de bem, falante e extrovertido, se gabava dos seus dotes culinários: “temperei um feijão com carne hoje pela manhã e até agora estou na expectativa de sentir o gosto, mas estou preocupado, pois os meus filhos podem mexer e azedar”. Indagado se a sua esposa não estava em casa, Cornélio disse que não tinha mais esposa, que criava os filhos de 14 e 17 anos de idade sozinho. Você é viúvo? O taxista responde: “não, eu e meus filhos fomos abandonados por minha ex-esposa”. Ué, abandonado como? O taxista explica: “minha esposa conheceu uma pessoa pela internet e resolveu deixar tudo para trás e ir embora para a Costa Rica, país localizado na América Central, bem longe daqui”. Que pena, sinto muito por você. “Pois é, o pior é que durante os vinte anos que passamos juntos, ela nunca demonstrou nada que eu pudesse desconfiar da sua fidelidade. Sempre foi uma mãe e uma esposa maravilhosa, mas o diabo da internet virou a cabeça dela”, disse Cornélio, com ‘voz de choro’.

Infelizmente, o que aconteceu com o taxista tem sido uma praxe. Muitas pessoas, desavergonhadas, perderam a noção de honra e pudor, uma verdadeira degenerescência do caráter. Navegar em redes sociais é algo cada vez mais comum e um vício para milhares de pessoas. Por meio delas se consegue fazer coisas que antigamente só era possível pessoalmente.

Segunda a psicóloga clínica Marisa de Abreu, a pessoa que trai virtualmente tem os mesmo motivos que a que trai pessoalmente. A única diferença é que a internet tem meios mais práticos, que podem ser trilhados dentro de sua própria casa, no cômodo ao lado de quem está sendo traído.

O objetivo não é desmotivar o uso dessas redes. Não é isso! A intenção é motivar o uso consciente e seguro. Até porque não se pode ignorar os inúmeros benefícios dessas ferramentas: aproximação das pessoas, publicidade, oportunidades de negócio, divertimento, entre outros.

*Jornalista e historiador

 

Leia mais...

Boas Festas!

VÍDEOS