Todo cuidado é pouco em um processo eleitoral

01 de outubro de 2020, 16:23

*Gervásio Lima – 

A única festa a ser comemorada de fato neste ano de 2020 será a ‘festa da democracia’, quando todos os brasileiros, sem distinção, de cor, raça, gênero ou condições financeiras estarão no mesmo nível e com as mesmas responsabilidades ao escolher as pessoas que lhe representarão no Legislativo e Executivo municipal.

No momento em que o virtual passou a ser uma realidade mundial a disputa política deverá acompanhar esta mudança, ficando todos os envolvidos obrigados a conviver e absolver de maneira inteligente esse novo comportamento que requer não somente o domínio digital, mas também muita atenção no que determina as leis, inclusive a eleitoral, para não cometer irregularidades e crimes.

Sem aglomerações, o tapinha nas costas e o aperto de mãos não serão mais os principais símbolos dos cumprimentos dos candidatos com seus eleitores. Aqueles que se saírem melhor no uso da tecnologia, das redes sociais e, principalmente no discurso e no poder de convencimento levarão vantagens sobre seus concorrentes.

Depois das últimas eleições ocorridas em todo o país, quando a disseminação de notícias falsas beneficiou candidatos e contribuiu para o surgimento de um ambiente hostil, misógino, homofóbico, preconceituoso, raivoso e outras odiosidades, se fez necessário, em regime de urgência, ampliar as discussões em torno do assunto. De maneira ainda tímida a justiça tenta incriminar os principais suspeitos em criar e disparar as mentiras que provocaram e continuam provocando um grande estrago para a democracia brasileira.

Para não ser enganado na eleição deste ano é preciso que o eleitor preste muita atenção não só nos discursos presenciais, mas no que venha a receber através de aplicativos de mensagens e nas redes sociais. Como ‘gato escaldado tem medo de água fria’, todo cuidado é pouco com os criminosos travestidos de políticos e apoiadores. Não se tem conhecimento de nenhum vereador ou prefeito beatificado, por tanto não custa nada ficar com ‘um olho no padre e o outro na missa’.

Querer não é o bastante se este não vier junto com o fazer. Como em tudo na vida, não basta desejar o bem e sim realizá-lo e, neste momento virtual, compartilhá-lo. A festa não se resume nas bebidas a serem, consumidas e nas guloseimas a serem degustadas. Festa é sinônimo de alegria, uma comemoração coletiva onde nem todos os envolvidos dançam ou cantam, mas se divertem por estar no mesmo ambiente.

A condução do processo eleitoral, a maneira como acontece o ato de votar e o papel do eleitor antes e após a festa democrática será o retrato dos mandatos dos escolhidos. Que o atípico 2020 seja referência e exemplo de superação, com a empatia e o amor ao próximo prevalecendo como regra de vida.

*Jornalista e historiador

Boas Festas!

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