ARTIGOS

O mal nunca vencerá o bem

08 de novembro de 2017, 17:17

Iminência de um confronto nuclear, guerra no Rio de Janeiro, enxurradas de denúncias de corrupção na política e no esporte, terremotos no México e no Brasil (isso mesmo, no Brasil), furacões no Continente Americano, Bahia e Vitória na zona crítica da tabela do Campeonato Brasileiro de Futebol… Ops! Que tanta notícia desagradável, sendo esta última considerada a mais grave. Misericórdia.

“Eu quero ver o mar pegar fogo para eu comer peixe frito com azeite de ouricuri, pois peixe assado tem o trabalho de espetar”. Quem nunca ouviu algo similar em algum momento?

Infelizmente o povo brasileiro prefere apostar na resiliência do que fazer o papel do cidadão que contribui dentro das suas possibilidades e limitações para a construção de transformações que resultarão inevitavelmente na qualidade de, e da, vida da sociedade, a partir de um mundo mais justo e igualitário. A participação popular nas discussões de interesses coletivos tem sido sucumbida por conta dos descréditos com as instituições, a falência do Estado.

A desconstrução de tudo o que a didática apresentou, ou tentou apresentar, ao longo dos anos nas escolas, mas precisamente no jovem período pós Ditadura Militar, tem baratinado a cabeça do mais dedicado e estudioso aluno ao menos comprometido com a história do Brasil. O golpe institucional orquestrado por uma trupe composta com o que existe, comprovadamente, de mais sujo na política brasileira, tem trazido consequências desastrosas ao Estado de direito. Recessão, desemprego, injustiça social e a violência desenfreada são algumas situações vividas pela população; entre outras tantas geradas em consequências dessas.

Forte é o povo. Somente a mobilização popular poderá intimidar as malvadezas que retornam para infernizar a vida daqueles que querem apenas dignidade e garantias dos seus direitos preservados; dos que querem ter o direito de ir vir sem ser assaltado ou vítima de bala perdida, dos que precisam do acesso à educação e à saúde pública, dos que precisam de uma alimentação de qualidade…

Não é permitido que aqueles que foram confiados os preciosos votos utilizem do momento eletivo para ir de encontro ao que os inócuos eleitores do bem esperam: uma representação voltada para o coletivo, sem intolerâncias e divisões de classe. Existe mal que vem para o bem, pois na luta para sair de uma situação ruim sempre se aprende e descobre outras oportunidades de melhoras. Os erros servem para mostrar os caminhos dos acertos. O mal nunca vencerá o bem.

Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

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Coragem e lealdade para uma boa comunicação pública

08 de novembro de 2017, 17:12

O bom gestor não é identificado como tal apenas pelo conhecimento administrativo e senso de liderança. Possuir outras qualidades é essencial para o desempenho aceitável da função a que se submeteu ou que venha a submeter-se. Coragem e lealdade talvez sejam as principais e mais importantes das propriedades de um administrador que em diversos momentos necessita de firmeza de espírito para enfrentar situações emocionais ou moralmente difíceis.
Muitos administradores municipais confundem o real com o irreal e em consequência disto comprometem serviços e o desenvolvimento de ações em benefício de toda a população. Agradar a gregos e troianos é uma prática a não se aplicar na administração pública. Coerência sim, seria, no mínimo, uma qualidade a ser observada e seguida no momento das decisões. Ao vender o almoço para comprar a janta o gestor está fadado ao fracasso. Chega a ser imoral ter atitudes contrárias à razão. O supérfluo não pode e não deve proceder às prioridades. Nada melhor do que uma conversa franca e participativa com os munícipes para identificar, corrigir ou construir ações que venham a ser reconhecidas pelos benefícios oferecidos ao coletivo.
Um prefeito deve, obrigatoriamente, ‘ouvir e dar ouvidos’ aos que clamam e realmente precisam. A política do pão e circo serve apenas como paliativo imediato, não resolve problemas, apenas contribui para maquiar e literalmente calar àqueles que olham apenas e exclusivamente para seus umbigos, além de ser uma maneira muito perigosa e inevitavelmente ímproba. Resumindo, é tapar o sol com a peneira.
Comer o bolo no dia do aniversário e passar o restante do ano apenas com o que restou da farinha de trigo não é uma opção sensata e inteligente. A teoria do cobertor curto (se cobre a cabeça, descobre os pés) tem sido defendida e utilizada por muitos chefes do executivo dos municípios; um ato irresponsável que chega a ser desumano. Enquanto uns pulam, dançam e riem, outros choram por lhe terem negado o acesso aos direitos garantidos pela Constituição.
Toda ação pública é uma forma de comunicação com a sociedade e para que a transmissão da mensagem tenha sucesso é preciso alguns cuidados, evitando que a informação seja interpretada de maneira incorreta; ou seja, a comunicação em todas as suas formas permite uma interação nos indivíduos que a fazem, gerando consequências que podem gerar aspectos positivos e aspectos negativos. Por tanto, as promoções, aquisições e outras diversas ações realizadas por um timoneiro municipal precisam ser socializadas, avaliadas e debatidas antes de serem executadas. Ao enviar uma mensagem indireta (com construção de alguma obra ou realização de algum tipo de festejo, por exemplo) é necessário ter a consciência de que a mensagem poderá não ser entendida da forma devida e gerar, consequentemente, uma série de confusões e uma resposta que não agrade o remetente.

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Os ímpios também vivem

08 de novembro de 2017, 13:59

Os ímpios também vivem

Na Bíblia ímpio significa uma pessoa cruel, que rejeitou o caminho do Senhor. O ímpio não tem respeito por Deus nem pelo bem. Ele faz o mal ao seu próximo sem sentir remorsos. Tais indivíduos, ‘por natureza’, são cruéis, arrogantes, egoístas, imorais, perniciosos, injustos e outras tantas más qualidades. Para a Igreja são pessoas que rejeitam a Deus e não creem em nada. Já os que tentam fazer o bem não são ímpios.

Qualquer que seja o assunto, discutir sem o mínimo de embasamento e de conhecimento é uma acinte; uma demonstração de ignorância e petulância, comportamento peculiar dos arrogantes e dos desprovidos de bons modos e de educação. Querer convencer o próximo a acreditar no que se acredita é egoísmo.

Mesmo que se insista em dizer que não se discute futebol, política e religião, estes três temas estão frequentemente nas conversas cotidianas, seja no trabalho, no encontro com os amigos, em reunião de família e em outros momentos, gerando normalmente muitas polêmicas e discórdias. Cada indivíduo, ao externar seus palpites, suas ideias e convicções, tenta arguir e passar adiante sua percepção com relação ao que está discutindo; o que inevitavelmente levará os envolvidos a debates muitas vezes acalorados. Existem pessoas que se inflamam quando defendem suas ideias e colocam tanta paixão em seus discursos que há a impressão de que elas querem, de fato, entrar em ‘vias de fato’. Convencer o interlocutor de que sua opinião é a mais acertada não é uma ação racional.

Fazer a política da boa vizinhança é compreender e respeitar as opiniões do próximo, a partir do bom senso e a capacidade de observar seus próprios limites. Não há nenhum sentido em tomar certas atitudes sabendo que irá prejudicar alguém com intenção de se auto-beneficiar. O que sempre deve imperar é o respeito ao direito de ir e vir de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa. O problema é que nos dias atuais as pessoas saem e não sabem se voltam.

Trazer para si um problema que não lhe pertence ao defender às vezes o indefensável poderá o desavisado fiel escudeiro, disposto a qualquer missão proposta, a acometer contra aquele (s) ou aquilo que pode vir ser o seu potencial e verdadeiro protetor. Tal, se não fosse ignorante, teria conhecimentos e habilidades morais e naturalmente forçariam o desenvolvimento de padrões de comportamentos eticamente aceitos por uma sociedade justa, igualitária e humana.

Acreditar em Deus não é uma prerrogativa apenas dos bons ou dos que possuem uma religião. Muitos que se dizem ser do bem possuem pouca fé para ser ateu.

Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

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Arrependimento é para os fracos

31 de outubro de 2017, 12:18

Quando se faz algo na vontade de acertar e sem más intenções, não existe arrependimento e sim decepção. O ser humano é suscetível ao erro, com alta potencialidade para reincidência, seja por inocência quando se trata dos bons ou até mesmo por malícia dos maus intencionados. É possível afirmar que o preço pela falta do acerto é sempre alto e, o pior, a vítima não é apenas aquela que transgrediu a regra, como também as testemunhas, mesmo estas não sendo cúmplices.
Um misto de vergonha, sentimento de tristeza, descontentamento, frustração e outras emoções de insatisfação permeiam entre muitos brasileiros que preferiram acreditar no medo ao se deixar ser manipulados por uma rede de tendenciosos e egoístas que insiste em acreditar que pode conquistar desde a consciência à dignidade dos incautos mortais. Muita gente dando bom dia a cavalo.
Além de angustiante, desprezível e deplorável, o que se apresenta ao Brasil neste momento destrói mais que um tsunami e fere como um punhal. Os representantes já não representam e a população não tem alento. Enquanto o dinheiro falar mais alto do que o caráter do homem haverá falsidade e mentira. É inconcebível que o ser humano, com boa sanidade mental, realize ou aceite atrocidades contra si e seus pares.
Como exercício de cidadania, uma visita ao passado faz bem, para lembrar dos erros que não pode cometer novamente. Refletir também faz bem. Não havendo um levante popular, a destruição e o cerceamento de conquistas históricas irão derreter mais rápido que o sorvete exposto ao sol do verão. Gritar, como sinônimo de luta, é uma ação convalescente capaz de mudar e consertar os erros conscientes e os inconscientes. É inaceitável e ininteligível persistir no erro.
Os falidos não os serão para sempre, quiçá queiram aceitar o ruim como permanente e a inércia como regra de vida. Como disse o cantor de reggae baiano, Edson Gomes, “as ruas estão cheias de hipócritas”, mas também estão cheias de lutadores que acreditam e possuem o poder de fazer acontecer.

Por Gervásio Lima

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