ARTIGOS

Opinião: O cangaço tem de ser mais estudado!

17 de janeiro de 2021, 11:42

* Josias Gomes – 

Baiana, natural da brava Paulo Afonso

Ela nasceu Maria Gomes de Oliveira, ficou conhecida como Maria de Dea acréscimo que veio do nome de sua mãe, como é costume no nordeste. No entanto, depois de seu assassinato, passou a ser Maria Bonita. É verdade, só depois de sua morte é que ela recebeu esse nome. Incrível, não?

Se estivesse viva, Maria Bonita completaria hoje 111 anos. No mesmo dia do seu nascimento, 55 anos depois nos Estados Unidos, nascia Michelle Obama que veio a ser anos depois a primeira-dama norte-americana.

O cangaço já foi objeto de vários estudos sociológicos, históricos, mas ainda acho que o tema é objeto de interpretações de vários estudos pouco esclarecedores do momento em que ocorreu o fenômeno, onde a lei era o “olho por olho, dente por dente” vigente no nordeste. Não sei, mas ainda cabem estudos que dêem conta de forma mais profunda qual o mundo político nordestino da época e seus atores principais. O tema precisa ser socializado para entendermos, inclusive, os movimentos libertários que se seguiram na região, a exemplo das lutas campesinas.

Desde a adolescência, me interessei pelo tema, o primeiro livro que li sobre o cangaço foi Lampião, Cangaço e Nordeste de Aglae Lima de Oliveira, isso quando ainda estava no Ginásio Agrícola de Escada no início dos anos de 1970. O aprendizado adquirido no livro me valeu o direito de responder sobre Lampião num programa que a direção do Ginásio fazia semanalmente, imitando a rede Tupi, que tinha um programa onde o apresentador Jota Silvestre entrevistava uma pessoa sobre uma personalidade, até o mesmo cometesse um erro de resposta.

Aglae respondeu durante meses sobre Lampião, eu assisti a todos os programas. Depois continuei lendo muito sobre o tema, mas confesso que é necessário mais estudos.

Recentemente, o tema da mulher no cangaço tem sido objeto de estudos que valem a pena serem lidos, a maioria é biografias, mas contextualiza muito bem a presença das mulheres no cangaço.

Para conhecer e compreender a razão e o porquê de mulheres de ingressarem no cangaço, torna-se indispensável a leitura destas novas publicações.

No entanto, hoje é dia de relembrar a mais importante mulher cangaçeira, a rainha do cangaço. Foi casada com Zé de Neném, natural de Santa Brígida, – terra do meu companheiro Gordo de Raimundo- abandonou o marido pra se unir ao rei do cangaço. Alguém naquele mundo de meu Deus brigaria com o “homi” pela posse de Maria de Dea?

A história do Cangaço explica o mundo de opressões que vivia os nordestinos.
Lampião e o seu bando de valentes não foram meros assassinos. Foi um homem do seu tempo que não aceitou o assassinato do seu pai, nem a usurpação da pequena propriedade de terra. Lutou como um Dante, errou como qualquer um erraria naquelas condições opressoras.

É preciso entender as razões políticas e econômicas para se fazer justa análise das inúmeras atrocidades praticadas pelos cangaçeiros e seus perseguidores – as tropas oficiais- já documentadas e do conhecimento geral. É tanta riqueza histórica que precisamos nos debruçarmos pra entender a capacidade que o comandante Lampião exercia no Nordeste e fazia temer o poder Federal. Tanto que foi condecorado pelo estado como Capital Virgulino, o objetivo era jogar o cangaço contra a Coluna Prestes, fato que não ocorreu mas que serviu pra receber armamento moderno.

Também carecemos de mais explicações sobre o fato de Lampião ter uma série de coiteiros, dentre eles, governadores, latifundiários, policiais militares. Talvez essa conjuntura nos alertem para um fato: a revolução de 1930 com suas ambiguidades, mas que tenha vindo pra modernizar o país e em grande parte o fez. Apesar de manter a mesma estrutura social que bem poderia dar fim nesse país que era e continua sendo tão desigual. Getúlio se tornou um ditador que navegou na onda autoria dos anos Hitler/ Mussolini.

Igual aos dias atuais, onde somos mais uma vez, um país refém de uma onda antidemocrática patrocinada por um déspota que contou com apoio da direita e de grande parte da mídia.

E a essa altura, na há nordestino cabra da peste que não diga: ah, Lampião que faz falta!

Mesmo que a afirmação acima seja exagerada, é inegável que devemos beber da fonte de coragem de Lampião e Maria Bonita, usando os meios democráticos para subvertermos a opressão do desgoverno que consegue ser mais violenta do que os tempos do Cangaço!

*Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

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“À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, ex-ditador romano Caio Júlio César

08 de janeiro de 2021, 08:53

 

*Por Gervásio Lima – 

Para se referir ao caráter, aos traços morais de personalidade, que envolve principalmente o comportamento e a reputação de determinado sujeito, diz-se que o mesmo é uma pessoa honesta, sem vícios de desvios de índole, correta… 

Como se a honestidade fosse uma virtude, a própria palavra se torna vítima dos que a usam para cobrir, ou encobrir, o seu antônimo. Chega ao cúmulo do cinismo o fato de priorizar falsos discursos em detrimento do bom comportamento e da verdade. Falar e fazer são iguais apenas em números de letras e por iniciar com a letra ‘efe’ de falso e de fascista. 

Muita falação para pouca ação. 

Ser honesto é não fazer coisas que são moralmente erradas. Nos tempos atuais é mais comum ouvir notícias sobre roubos, corrupção e mentiras do que histórias de pessoas que foram honestas. Muitos indivíduos acham que ser honesto é apenas não mentir, mas existem outras definições mais completas para honestidade, como ser íntegro, probo, correto, honrado, digno e outras qualidades que também se somam à lista dos bons sinônimos. 

Todavia, mesmo diante de tantos fatos desprezíveis e deploráveis presenciados diuturnamente no Brasil e no mundo, a honestidade deverá ser sempre uma espécie de guia para a vida, a direção de todas as atitudes que venha a ser tomada. Uma coisa é a obrigação 

“Ser honesto não é obrigação e nem dever, ser honesto é qualidade do SER, despido do ego do poder e não contaminado pelo apego do ter”, Silvia Serpa. 

A quem diga que as frases bíblicas, ‘Amar o próximo como a ti mesmo’ e ‘Não desejar para os outros o que não quer para si’, deveriam servir como parâmetros de vida, quiçá se encontraria figuras mais dignas e exempláveis.

*Jornalista e historiador

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Opinião: Que 2020 sirva de lição

30 de dezembro de 2020, 14:54

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima  –  

Entre os pedidos que estão no topo dos desejos da população mundial, o de esquecer o ano de 2020, como se ele não tivesse existido, aparece como um dos principais. As consequências provenientes da contaminação do novo coronavírus e o desenvolvimento da Covid-19, doença causada por esse agente infeccioso, causaram um verdadeiro rebu mundial. Depois de mais de um século da última pandemia (Gripe Espanhola), a humanidade, que há cerca de 11 meses pregava saber de ‘quase tudo’, descobriu que ‘quem sabe menos das coisas sabe muito mais que ela’.

Pois bem, o ano de 2020 não é para ser excomungado e muito menos esquecido, até porque não seria ele o responsável por todo o mal que aconteceu neste intervalo de tempo que o planeta terra completa (ou) mais uma volta em torno do Sol. 2020 é motivo de se comemorar por ter mostrado a fraqueza para os que se achavam fortes, a dor para os insensíveis, a fé para os incrédulos e o amor para os mal-amados. Um momento de reflexão, compaixão e empatia, recheado de interrogações espirituais, propósitos e provações.

Este é (ou foi – depende do dia em que está lendo este texto) o ano que as pessoas providas de sensatez, coerência, ponderação, equilíbrio e discernimento conseguiram entender, e dentro do possível aceitar, de forma que, o que para muitos foi um dano, na verdade foi um momento de compreensão e de lições, principalmente de vida.

Enxergar a realidade é ter a capacidade não só de encará-la, mas de enfrentar, lutar e vencer. Durante uma batalha o guerreiro não tem tempo para saber o motivo do combate, o importante no momento é se defender e se manter vivo, usando todos os recursos que lhes é oferecido. Procurar culpado neste momento não resolverá o problema em que está envolvido ou foi submetido.

As indefinições, as incompreensões, as incertezas, as angústias e todos os medos serão substituídos pela gratidão, compaixão, generosidade, resiliência, esperança e amor a si próprio e ao próximo. Acreditar que o melhor está por vir não é vaticinar, é ter fé no homem e fé na vida.

Antes de pensar em procrastinar o uso de um determinado medicamento por acreditar em conspirações ou em opiniões irresponsáveis daqueles que deveriam usar a coerência e a importância da função que exerce, é bom lembrar que a erradicação de diversas enfermidades se deu por conta do uso de imunizantes específicos, das vacinas. A vacina é a forma mais eficaz de prevenir doenças em todas as fases da vida. Elas defendem o organismo dos vírus e bactérias que provocam doenças e podem até levar o indivíduo à morte.

Milhares de brasileiros tiveram paralisia irreversível ou morreram por conta da poliomielite, até que uma vacina foi desenvolvida e a doença é considerada atualmente erradicada no país. Pense nisso!

Ano Novo, Viva a Vida!

*Jornalista e historiador

 

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Os sotaques que temos em um país que desejamos

16 de dezembro de 2020, 11:07

*Por Gervásio Lima –  

Por maior que o Brasil seja, a língua portuguesa segue a mesma em qualquer região, sofrendo apenas algumas mudanças no som e no ritmo da prosa. O modo de falar se difere de uma região para outra, pois as origens dos sotaques brasileiros estão na colonização do país feita por vários povos em diferentes momentos históricos. No Sul, por exemplo, tem a influência dos alemães, italianos e outros povos vindos do leste europeu.

Existem os sotaques admirados, os considerados engraçados, os execrados e até mesmo os romantizados. O porreta é que é possível identificar o estado de origem de uma pessoa a partir das expressões vocais utilizadas em sua fala. Talvez, os mais fáceis de serem identificados estão o ‘nordestinês’, o ‘gauchês’ e o ‘mineirês’. Não precisa, por exemplo, dizer que é baiano, basta falar em algum momento as palavras ‘oxente ou mainha’; assim como falar ‘aperreado e avexado’, para se saber que se trata de um pernambucano arretado. “Pense num trem bão sô essa miscelânea linguística brasileira”, disse um mineiro que foi de pronto apoiado pelo gaúcho, “Bah, não é que é verdade tchê”?

De todos, o modo de falar na região Nordeste é o mais diversificado. Em cada estado e suas respectivas regiões há variações no sotaque dos nordestinos. De acordo historiadores o popularmente conhecido “sotaque nordestino” se originou da influência portuguesa, juntamente com uma influência francesa depois de alguns anos. A quem diga que é o sotaque mais gostoso de se falar, assim como a sua culinária regada à buchada de bode, mocotó, ensopado de rabada, galinha caipira e o famoso acarajé da Bahia.

‘Barril’ é como os baianos chamam algo muito bom. Porém, barril também pode ser usado para falar de algo muito feio. Já ‘alma sebosa’ é como os pernambucanos chamam alguém ruim, assaltante, aquele que só faz coisas ruins para os outros e o ‘Tabacudo’ é a pessoa besta, que não é muito esperta.

No dialeto sulista as palavras são consideradas incomuns e muitas vezes apenas seus moradores sabem os verdadeiros significados. Por lá, ‘guapecada’ é um tipo de cachorro sem raça definida; cão desobediente, vadio; pessoa que não gosta de trabalhar; pessoa sem-vergonha; quem não cumpre a palavra empenhada. No nordeste seria um ‘vira-lata’, ‘pra nada’, um ‘cara lisa’. O ‘xucro’ na Bahia é o mesmo que ‘um bicho do mato’, enquanto o ‘surungo’ no Rio Grande do Sul é ‘baile de gente simples’, por aqui é conhecido como ‘forrobodó’, ‘arrasta-pé’, ‘risca faca’, ‘brincadeira’ e ‘rala-bucho’.

Que os piás, os buguelos, os carinhas, os guris, os pivetes e demais crianças de todas as regiões brasileiras recebam as bênçãos do Menino Jesus neste Natal. Que as diferenças fiquem apenas nos sotaques, e as ações para o bem, o respeito e a empatia prevaleçam, independente da naturalidade.

Que o coroa da barba de algodão e o chapéu do Saci Pererê envie o presente que os pequenos e os grandes seres humanos aguardam o mais rápido possível, a vacina contra o novo coronavírus.

*Jornalista e historiador.

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07 de dezembro de 2020, 12:31

Foto: Montiez Rodrigues

Há exatamente dois anos que não piso numa igreja. Foi quando escrevi este texto:

Saindo do Bar do Tonho, na Praça Rio Branco,  entrei por um beco onde dei de frente com a Igreja da Conceição toda remodelada, de pintura nova e toda enfeitada para a festa do feriado da Santa que será amanhã. Há décadas que não ponho os pés numa igreja, mas lembrei-me da velha piada do cachorro que entra na igreja só porque vê a porta aberta. Ali, vadio como um cão e fascinado pela arquitetura recauchutada, curioso, adentrei-me além do umbral, e fui por onde os mistérios da fé se espalham pelas paredes e colunas carregadas de ícones.

Achei lindo o altar! Barroco de se mergulhar no tempo de quando o templo foi inaugurado no século XVIII. De dentro, o céu do fim da tarde parecia tão bege quantos os tons claros que se refletiam por toda a Igreja, riscados por colunas de um outro bege beirando a marrom. Sentei-me num banco para apreciar os vitrais e só não me ajoelhei porque me faltou reza. Minha alma silenciosa, pensamentos anulados e, feito um cão que invadiu o portal, fiquei contrito. Sem nada pedir, uma paz baixou sobre mim deixando-me tão pequeno que, saindo de mim mesmo, mal pude enxergar meu estado, meu físico, minha existência, meu nada.

De rabo entre as pernas, saí imaginando que a religião e a fé não estão ao alcance das mentes complexas e furiosas que em tudo vêem manipulação ou teoria da conspiração. A mente quanto mais irracional, mais intensa. A fé, o pensamento científico não a interpenetra, a lógica fria não a descreve. Só o amor, a confiança, a crença num ser superior, estes baluartes da crença, podem dar conforto à alma aflita.

Existe um mundo simples de pessoas simples que não se arvoram a ser Deus, que possuem o amor e a simplicidade de Jesus a pautar suas vidas.
Quisera eu ter a simplicidade da mente de um cachorro que vê apenas o que vê sem se perder pelos meandros do espírito vadio de uma ovelha desgarrada. Jiddu Krisnhamurti escreveu em Viagem Por Um Mar Desconhecido que deveríamos aprender a ver. Ver através do véu das representações cerebrais, sem idéias preconcebidas. Somente levantando o Véu de Isis é que realmente poderemos vê-la em toda sua plenitude. Nossa Senhora!

BENDITA SEJAS, MÃE IMACULADA DA CONCEIÇÃO! EU TE SAÚDO!
🎼🎶🎵
Nossa Senhora, me dê a mão!
Cuida do meu coração!
Da minha vida
Do meu destino…🎵🎶🎼🎼🎶🎵

 

Por Montiez Rodrigues 

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O DIA DE SANTA BÁRBARA

04 de dezembro de 2020, 12:29

Hoje, 4 de dezembro, é o dia dedicado àquela que é considerada pela hagiografia católica(a história dos santos) como protetora contra tempestades com raios e trovões Parece contraditório que uma Santa, que em vida foi uma mulher belíssima, esteja associada há algo tão brutal como raios, trovões e a procela em todo seu furor. Em outras mitologias este poder sempre foi atribuído a entidades masculinas como Zeus(grego), Thor, filho de Odin(nórdico), Seth(egípcio), Raijin(japonês) e Lei Gong(chinês). A exceção fica por conta da bela e poderosa Iansã no candomblé baiano que, como Orixá dos fenômenos climáticos, também é conhecida na umbanda como Oyá.

Bárbara de Nicomédia (280 – 317) d.c. começou sofrer o martírio, provavelmente no Egito ou na Antioquia, por volta de 313d.c. Sua vida foi escrita em diversos idiomas: grego, siríaco, armênio e latim. Conforme a lenda, Santa Bárbara era uma jovem belíssima. Padeceu toda sorte de suplícios: foi queimada com grandes tochas e teve os seios cortados. Foi executada pelo próprio pai, que lhe cortou a cabeça com uma espada. Logo após sua morte, um raio fulminou seu assassino. Em função disso, Santa Bárbara passou a ser invocada contra tempestades, temporais e tormentas e como protetora contra os raios.
Isso teria se passado no dia 4 de Dezembro de 317, hoje dia dedicado à Santa. O seu culto espalhou-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, inclusive no Brasil. Aqui, Santa Bárbara é a Padroeira dos Mineiros.

Que as velas amarelas e vermelhas se acendam por toda a Bahia no dia de hoje em homenagem a Iansã. E que as velas brancas iluminem os altares dos templos anglicanos, ortodoxos e os da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana espalhados pelo mundo.

VIVA SANTA BÁRBARA!

Montiez Rodrigues

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O perigoso subestimo a um vírus que mata

03 de dezembro de 2020, 09:30

*Por Gervásio Lima –  

O mundo todo aguarda com ansiedade a produção e aprovação de uma vacina que consiga prevenir a transmissão do novo Coronavírus e curar os infectados da Covid-19. Cientistas, médicos e autoridades sanitárias correm contra o tempo para frear uma das piores pandemias que a humanidade já enfrentou. Já são mais de 1,5 mi de mortos e mais de 65 milhões de infectados em todo o planeta. No Brasil cerca de 175 mil mortes e 6 milhões e 500 mil infectados. Os números só crescem, mas inacreditavelmente é possível encontrar quem subestime a gravidade da situação.

O sofrimento dos que foram acometidos pela infecção e as conseqüências provocadas pela doença geralmente são compartilhados por familiares, amigos e por pessoas sensíveis à dor alheia. Apenas estes possuem a capacidade racional de perceber que a vida é mais importante, não importa de quem seja. Satirizar um mega problema é reconhecer a incapacidade de agir como um ser humano. Tal comportamento é típico de sujeitos nocivos, de abutres.

Infelizmente o Coronavírus é uma realidade maléfica que não escolhe raça, gênero, religião ou classe social. Todos estão sujeitos a ser a próxima vítima. Não tem reza, oração ou dinheiro que livre da contaminação. Enquanto não for disponibilizado um antídoto, o melhor remédio para evitar a contaminação e a disseminação do vírus é respeitar os protocolos de saúde, seguindo algumas recomendações básicas como evitar aglomerações, manter o distanciamento social, lavar sempre as mãos com água e sabão ou usar o álcool em gel.

Não se pode vacilar. O Coronavírus mata!

Com o fim do processo eleitoral, quando foram eleitos prefeitos e vereadores de todo o país, a quantidade de casos confirmados da Covid-19 cresceu absurdamente em várias cidades, fruto das manifestações políticas irresponsáveis que ocorreram nos quatro cantos. Verdadeiros carnavais fora de época juntaram centenas e milhares de pessoas sem o uso de proteção facial.

A conta está chegando, e em diversos municípios o sistema de saúde já beira o colapso com o aumento do número de internamentos, principalmente nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Quem é o culpado por esta situação, o influenciador ou o influenciado? O votado ou o votante? Na verdade o momento não é para acusar e sim se cuidar. Em qualquer ambiente, mantenha o distanciamento social e evite aglomerações. Quando você se cuida, ajuda também todos ao seu redor.

> Se puder, fique em casa.
> Se sair, use máscara.
> Lave sempre as mãos.
> Evite aglomerações.
> Mantenha o distanciamento social

×Jornalista e historiador

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Nem toda pergunta é esclarecida e nem toda resposta convence

20 de novembro de 2020, 09:49

Foto: Reprodução

*Por Gervásio Lima –  

Existem momentos na vida que nem toda pergunta será esclarecida e nem toda resposta convencerá. A interrogação não se completa quando não é respondida, assim como não existe resposta sem uma provocação. Na política a interrogação é o político e o eleitor seria a resposta, daí quando um não concordar com o outro o resultado fatalmente será negativo para o primeiro.

Uma pergunta mal elaborada está no mesmo nível de uma resposta ‘mal dada’. Quando as duas partes não necessariamente se completam, em algum momento o indesejável pode acontecer. O correto é valorizar a sensatez e o equilíbrio, com a razão sobressaindo, sempre, à emoção, em qualquer situação.

A eleição que escolheu os prefeitos e vereadores de municípios brasileiros aconteceu em uma das datas consideradas mais importantes para o Brasil, 15 de novembro, no dia em que se comemora a Proclamação da República, um regime inicial marcado pelo autoritarismo, mas que abriu as portas para o regime democrático. Seu significado foi caracterizado pela liberdade de expressão e o direito da população ao voto para decidir quem governaria o país, fatores que antes não eram executados pelo regime monárquico (sendo o imperador o chefe de estado).

Prevalecendo o livre-arbítrio, a democracia novamente saiu vitoriosa, mesmo não agradando a todos. Tristeza para uns, alegria para outros.

A partir de agora a disputa passa a dar lugar à esperança e o desejo de dias cada vez melhores. Neste momento o papel do eleitor será tão importante quanto os mandatos daqueles escolhidos pela maioria. Sai o apoiador político e entra o cidadão, aquele que cuida, que luta e principalmente fiscaliza as ações do Executivo e Legislativo de suas cidades.

A vida continua e importante é viver coletivamente, dividindo o que for positivo e ajudando a combater o que for negativo.

Viva a democracia!

*Jornalista e historiador

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Vá, vote e vença!

11 de novembro de 2020, 15:10

*Por Gervásio Lima –  

Chegou a hora em que todos os brasileiros, sem distinção, estarão tendo o mesmo direito e a mesma responsabilidade na escolha dos representantes para o Executivo e o Legislativo dos seus municípios. Neste domingo, 15 de novembro, milhões de eleitores vão as urnas cumprir um dos mais importantes papéis do cidadão, o voto, considerado um direito universal no Brasil.

O voto é a grande arma do povo para mudar a política. Desperdiçá-la, não votando, piora a situação. Quando o eleitor opta por não votar, independentemente de quem seja ou de qual bandeira empunhe o candidato, estará dando aos outros a oportunidade de tomarem as decisões sem a sua participação.

No momento de votar na urna existe a privacidade para escolher o candidato e o registro do voto será anônimo. Serão poucos segundos que poderão determinar o que acontecerá em 4 anos nos municípios brasileiros. É preciso ter a consciência que o voto é o responsável com o que acontecerá de bom ou ruim para uma população. Por isso se faz necessário eleger políticos de ficha limpa e conduta aceitável.

No jogo democrático, todas as partes possuem seus direitos e seus deveres. Não se pode minimizar a importância da participação do eleitor pois cada voto conta, e muito; por tanto é necessário cumprir este importante compromisso, obedecendo, é claro, as normas de segurança para evitar o contágio pelo novo coronavírus.

Vale salientar que o trabalho do eleitor não acaba depois das eleições. Afinal de contas, as eleições são apenas uma primeira etapa de um longo ciclo, que se repete a cada quatro anos. Após as eleições o eleitor deve assumir de fato o papel de cidadão e acompanhar e fiscalizar o trabalho de seus representantes, especialmente aqueles que ajudou a eleger.

O futuro é construído a partir do presente. A vida é de escolhas, cada pessoa tem o livre-arbítrio de decidir e tentar acertar não tem custo, enquanto procurar o erro gera consequências que podem marcar toda uma vida. É bom sempre lembrar que a qualidade do fruto dependerá de como a árvore foi plantada e tratada.
A seriedade é uma qualidade do bom caráter. Neste domingo (15), não brinque de votar. VÁ, VOTE E VENÇA!

*Jornalista e historiador

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Trágico ou cômico? A escolha é sua

04 de novembro de 2020, 14:38

* Por Gervásio Lima  –  
Seria trágico se não fosse cômico, ou seria cômico se não fosse trágico? Para o momento que vive o mundo, em especial o Brasil, essas celebres frases se encaixam de trás para frente e de frente para trás; tão confusa e bagunçada a vida de boa parte da população. A forma da pronuncia não seria o fato relevante neste instante. Como na matemática, ‘a ordem dos fatores não altera o produto’, ou seja, na soma de dois diferentes números, não importa a ordem em que estejam, o resultado é sempre o mesmo.

Incerteza, atribulação, intolerância, medo e outros sentimentos ruins estão permeando cotidianamente as sociedades. A ansiedade e a angústia convivem lado a lado, provocando apreensões e sofrimentos coletivos. Incitação ao ódio, disputa de poder, perda de direitos, desemprego, fundamentalismo, intolerâncias religiosas, de raça e de gênero, violência desenfreada e a pandemia são os principais temas da atualidade, onde a falta de empatia é uma realidade e já está causando prejuízos nas relações humanas.

O cômico se transformou em sátiro e ao invés de engraçado e fazer rir (expressando alegria) passou a ser maledicente e sarcástico. Piadas de mau gosto, com significados dúbios são contadas irresponsavelmente até mesmo por aqueles que deveriam ser e dar exemplos, mas preferem pregar o conflito embasado em mentiras descabidas.

Como uma espécie de ‘tsunami cívico’, comportamentos indecorosos têm levado o Brasil a um desastre moral nunca visto na história, com perdas de credibilidade, identidade e de protagonismo em diversas áreas. De lugar de destaque no mundo, a ‘nação canarinho’ sucumbe ao fracasso.

Errar sem saber que está errando é inocência, enquanto que saber quer irá cometer um erro é um ato criminoso e desumano. Criar condições para que o semelhante sofra é ir de encontro a todos os princípios sociais e bíblicos, para os cristãos. Viver em comunidade é dividir o espaço de forma igualitária, agindo de forma que todos sejam beneficiados com os mesmos direitos. O individualismo tem tornado as pessoas cada vez mais egoístas e instaurando um inédito desequilíbrio social.

Está aí o tamanho da responsabilidade da escolha consciente daqueles que serão os representantes nas câmaras e prefeituras dos municípios brasileiros. Ao se encontrar com a urna eleitoral, na cabine de votação, é bom lembrar que a soberba é um dos piores defeitos do ser humano. Na Escritura Sagrada “a soberba precede a queda, comanda as intenções do mentiroso e dirige a vida do ladrão”, por tanto é sempre bom atentar para o que está escrito: ‘o orgulho leva à destruição, e o espírito arrogante, à ruína’.


* Jornalista e historiador

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Boas Festas!

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