ARTIGOS

Quem sabe faz bem feito

10 de novembro de 2021, 09:24

Por Por Gervásio Lima –

Insistir em fazer o que ainda não aprendeu é como ‘se meter onde não foi chamado’, ou como diz o bom baiano: ‘querer entrar no jogo sem ficha’. O desejo não se completa quando o sentimento é aventureiro. Aquilo que se pensou e achou que sabia, envolvido apenas na necessidade de realizar egoistamente um intento pessoal, inevitavelmente será frustrante para o ’sonhador’, com resultado desastroso.

Um bom sonho pode virar realidade, desde que se busque uma realização de forma a não prejudicar os que sonham diferente. É bom saber que vontades e objetivos caminham juntos até que uma tal de vaidade aparecer para bagunçar o coreto.

Planejamentos e atitudes fazem parte da vida. Enquanto um tem o papel de formalizar o outro cuida da parte da decisão, uma espécie de teoria e prática essenciais na formação não só profissionais como de conceitos sociais. Uma atitude mal planejada tem a probabilidade de quase cem por cento de que o resultado fatalmente será negativo. Não existirá eficiência naquilo feito por quem não possui experiência. Quem sabe faz bem feito e quem não sabe ‘armenga’, isto é fato.

Tentar fazer algo difícil para chamar atenção de determinado público é como se virar nos trinta, quando o tempo é o principal desafio dos que tentam cumprir alguma tarefa. A protelação é um hábito que pode e deve ser modificado, mas não como regra, vez e quando faz bem deixar para amanhã o que gostaria de fazer ontem. Vários aspectos justificam tal narrativa, sendo uma das principais o fato de se ganhar tempo, ou até mesmo treinar, para evitar que decisões venham a ser tomadas erradas ou de formas precipitadas.

O que não pode e não deve, de jeito maneira, é deixar de fazer o que considera essencial e correto para ‘depois de amanhã’, aí já fica muito tarde e daí, adeus saudade.

Quando se trata de gestão pública, o mínimo conhecimento em planejamento e relações humanas são essencialmente obrigatórios. Não se deve levar na brincadeira aquilo que envolve o coletivo. O comportamento pessoal reflete diretamente na gerência administrativa. O compromisso confiado por uma população não pode destoar com atos que ponham em xeque o sentido real da função. Quando não possui, a principal fantasia a ser usada é a da transparência, integridade e empoderamento, durante o tempo que tiver como timoneiro. Já a humildade e a honestidade, além de qualidades, são preceitos inevitáveis do cidadão, em qualquer posição que esteja.

*Jornalista e historiador

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Devanear é preciso

29 de outubro de 2021, 06:33

*Por Gervásio Lima

Segundo o filósofo Gilles Deleuze a prática é inspiradora da teoria, ‘uma criadora em relação a uma forma futura’. Para um simples vivente, que nunca ouviu falar em filosofia, muito menos ‘quem bexiga’ era Deleuze, a diferença entre a teoria e a prática é didaticamente explicada como o que se ‘aprende vendo e o que se vive vivendo’. Ou seja, o comportamento de um aprendiz desassocia do aprendizado.

O mundo fantasiado pelo teórico é uma espécie de sonho, uma utopia, inevitavelmente traído pelo real. Diz-se que o inicio é tudo aquilo comparado ao ‘sem juízo’, enquanto o que vem depois é a mistura da mentira e a concretização de um mundo onde o saber é aquilo que se vive no presente.

Acreditar que se planeja, enquanto não se tem uma noção do que realmente está se planejando, é como querer ser professor sem ter freqüentado e nem conhecer o papel de uma sala de aula.

Ao contrário do que é sabido, educação não vem de berço. Aprender é uma arte individual, subordinada a interferências externas e construída de acordo com fatores que excedem a própria vontade. Pode-se, assim, não se obter o resultado pré-estabelecido.

O correto é, mesmo que seja ‘aos trancos e barrancos’, não se valorizar o ‘talvez’, o ‘acho’, o ‘será’, e os demais termos que complementam a família da insegurança e da dúvida. Seguir em frente e buscar acertar sempre, sem arrependimentos e encarando as decepções já demonstra que o tempo vivido valeu a pena em toda a sua extensão, com momentos bons e ruins se completando e formando conceitos que contribuem para a compreensão do que é a vida e de como se deve vivê-la.

Seguir regras é o caminho da convivência cidadã, não adianta inventar ou impor modos de existência em desacordo com o aceitável. Esta é a verdade. As relações são guiadas de acordo com o que se aprendeu, com o que se pratica. Uma teoria só é considerada como tal se for provada pela prática, e não existe teoria sem prática.

Voltando a Deleuze, ‘a vida é como uma obra de arte e como tal cria focos de enfrentamento e resistência aos efeitos do saber e do poder’.

*Jornalista e historiador

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A despedida é dolorida

19 de outubro de 2021, 13:53

As pessoas que tiveram a oportunidade de fazer parte de uma das mais importantes dádivas, quiçá a principal, a vida, estarão presentes eternamente no ‘mundo físico’, ao serem lembradas pelos seus feitos e suas contribuições enquanto viventes.

Viver não é apenas usufruir do que é oferecido ou daquilo que seja de fácil acesso; viver é compartilhar sabedorias, conhecimentos, é dividir com o próximo o muito ou o pouco; é criar condições para que o semelhante viva de forma igualitária, com os mesmos deveres, mas principalmente com os mesmos direitos. Viver é saber que de alguma forma se está contribuindo para que ‘as vidas’ tenham propósitos coletivos.

A prática do bem, da empatia, da sensatez, da sensibilidade e da humildade são algumas das qualidades que marcam os seres humanos que já partiram para uma outra dimensão. A dor da partida, qualquer que seja a despedida, corrói, machuca; dói muito… Talvez seja uma das mais desagradáveis e duradouras sensações que existem, algo que nem o tempo consegue apagar, mas essa dor é atenuada pelas boas lembranças e bons exemplos deixados como legados por aqueles que se foram.

O barco segue viagem, a saudade fica… A maré oscila e o mar continua o mesmo. O alento para a forte tempestade é ter a certeza de que ela é passageira e, a depender da forma como foi precavida, poderá até ser contemplada em vez de temida.

As escolhas nortearão rumos e definirão resultados. A regra é clara: toda boa ação é ou será reconhecida, enquanto que o comportamento egoísta e inóspito inevitavelmente conduzirá ao ostracismo. Para o pior não prevalecer é preciso buscar sempre o melhor; a boa convivência, a boa amizade, a imitação do legal e a prevalência do que é certo, que não dói.

Aos familiares do meu amigo Marivaldo Teixeira dos Santos deixo minhas condolências. Perdemos um grande exemplo de ser humano. Que seus ensinamentos sejam seguidos pelos que foram gratificados pela sua bela amizade. Eu próprio sou grato pelas oportunidades profissionais que me proporcionou e por fazer parte da minha família a partir do momento em que aceitou ser meu padrinho de casamento.

Tenha um bom descanso ‘Seu Marivaldo’.

Obrigado por tudo.

Gervásio Lima.

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A solicitude é humana

15 de outubro de 2021, 06:17

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima

A solicitude talvez seja uma das mais agradáveis atitudes da relação humana; comportamento percebido nos que ainda exaltam o bem como parte indispensável entre as relações e o respeito como a principal essência da vida coletiva.

Tratar o outro como gostaria de ser tratado pode até ser considerado um ato de sensatez, mas quando esse tratamento diverge da resposta esperada por alguma das partes o recíproco dará lugar ao inesperado, o que pode provocar resultados desastrosos. Ao contrário do imã, em que os pólos opostos se atraem, uma pessoa negativa não conseguirá conviver com outra positiva, e vice-versa. Portanto, antes de esperar do outro uma forma de tratamento que lhe agrade é mais prudente se antecipar e praticar com ele o que você deseja para si.

Ser do bem não é um dom, uma obrigação ou uma espécie de política da boa vizinhança; ser do bem é estar bem consigo mesmo para poder proporcionar ao semelhante momentos prazerosos a partir de um estado de plenitude com satisfação e equilíbrio físico e psíquico.

O saudoso apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, em uma das suas famosas frases, dizia: “nada se cria, tudo se copia”, referindo-se especificamente ao formato da televisão. Na verdade, esse ditado é incorporado e adotado cotidianamente à vida das pessoas. Não se copia tudo, mas no mínimo se plágia, o que é considerado crime por se apropriar de uma ideia ou invenção. Mas quando se trata de exemplo de vida, o crime é não copiar. Boas referências e inspirações são atos motivacionais que têm como principal objetivo elevar a autoestima e consequentemente melhorar as relações.

Como na boa gíria baiana, ‘o sujeito não precisa ter pegada e sim saber chegar’, pois o segredo da uma boa ‘chegada’ é a tolerância, baseada em atitudes pessoais e também em cuidados na forma de lidar com o outro. Conviver é um exercício diário de cidadania e viver em sociedade é, acima de tudo, uma necessidade humana. A vida torna-se simples quando se depende uns dos outros para viver melhor.

Seja dócil quando quiser ser ríspido, acalme os ânimos e diga o quanto todos são importantes. Dê o primeiro passo na direção certa e veja como vale a pena.

“Sabe o que eu mais quero agora?

Morar no interior do meu interior

Pra entender por que se agridem

Se empurram pro abismo

Se debatem, se combatem sem saber… Onde Deus possa me ouvir – Vander Lee

*Jornalista e historiador

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O circo está armado

01 de outubro de 2021, 09:06

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima

Uma das expressões mais usadas no Brasil, ‘armar o circo’, é na verdade uma característica de situações mal resolvidas, seguidas de inevitáveis constrangimentos, tanto para quem arma quanto para os envolvidos no contexto. Dependendo da região, o ato de provocar barulho e confusão é denominado como um ‘escarcéu’, ‘arruaça’ e ‘barraco’, manifestações que acontecem geralmente quando algo não está de acordo com o ponto de vista daquele, ou daqueles, que, por algum motivo, sentem-se prejudicados ou no dever de defenderem o que consideram certo.

Portanto é correto afirmar que quando se juntam vários fatores que antecedem um desfecho ruim, diz-se que ‘o circo foi armado’. Ao contrário do que muitos pensam, atitudes deselegantes, xenófobas e violentas partem frequentemente do lado considerado mais abastardo, que quase sempre dispensa um tratamento hostil contra os menos favorecidos, os negros e até mesmo contra os que nasceram no norte ou nordeste do país: verdadeiras vítimas de ‘circos’ ou de ‘palhaçadas’.

A classe social do sujeito nunca deveria ser motivo para discriminação e preconceito. As atitudes, em todas as suas formas, são resultados da índole e da compostura do cidadão, independente de cor, raça, naturalidade, gênero ou religião. A qualidade do ser humano está no sentimento de igualdade, de prudência e de respeito ao próximo.

Se não bastasse o ‘armar o circo’, ainda é necessário se lidar com uma outra – e verdadeira – atração do palhaço, que mesmo vendo o seu picadeiro pegando fogo insiste em fazer graça, com piadas de mal gosto para satisfação apenas dos ’amigos’. Triste realidade de um momento trevoso em que vive um povo que outrora era considerado um dos mais felizes do mundo, mas que hoje apenas testemunha o caos envolto em chamas.

Tempos convulsos e confusos, de circos sendo armados para espetáculos monólogos de comédia, drama e farsa, onde apenas um artista faz o papel de vilão para uma plateia opaca que se faz presente por ter ganhado o ingresso como brinde, mesmo sabendo que as lágrimas por arrependimento são dadas como certas.

O circo pegou fogo, o palhaço deu sinal. Acode, acode a bandeira nacional…

Only Jesus in the cause

*Jornalista e historiador

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Tem mal que vem para o mal

24 de setembro de 2021, 16:07

*Por Gervásio Lima

O mundo passa constantemente por períodos nebulosos. Os registros de conflitos são desde os primórdios, fazendo parte inclusive do primeiro livro da bíblia, com o relato da morte de Abel – um dos filhos de Adão e Eva -, praticada pelo seu próprio irmão, Caim, depois de ‘uma crise de ciúmes’.

As disputas, principalmente pelo poder, fazem parte da nossa cultura, nós tidos como animais racionais, e até mesmo dos irracionais, com o agravante de nos considerarmos  possuidores da capacidade de discernimento para distinguir o certo do errado.

É sabido que o ciclo de vida humana é voltado para as necessidades de sobrevivência, de acordo com o meio em que se vive, mas, como diversas outras normas de relacionamento, não basta apenas saber viver, mas também saber conviver em sociedade, facilitando as interações e a cooperação entre os semelhantes.

As regras sociais impõem determinadas posturas de comportamentos, estando ligadas diretamente à moral e ao respeito, partes do processo da integração do indivíduo com um determinado grupo cultural. Tensionar as relações com o intento de impor vontades próprias é uma das atitudes mais egoístas e  bizarras possíveis, podendo causar prejuízos não só morais como também caracterizar desvios de conduta. Um  procedimento característico da busca do poder, pelo poder.

Talvez um dos mais simples – mas também sábio e profundo – é o ditado popular ‘o certo não dói’, que deve ser lembrado por aqueles que insistem em incorrer em erros. Se conseguirem compreendê-lo e, quiçá, adicioná-lo ao seu modo de vida, inevitavelmente a cidadania passa a ser um dos sinônimos de ‘não conflito, de harmonia e de paz social’.

Quando não se respeita as regras, em qualquer situação, não adianta procurar culpado. É preciso reconhecer a incapacidade de identificar suas próprias falhas. A provação como demonstração de obediência nada mais é do que uma desculpa do pecador, que, agindo como um delinquente, aposta na absolvição dos seus erros ao justificar o injustificável.

A Bonança e a fartura são frutos do comprometimento com o real e o aceitável. Tem mal que vem para o mal, isso é fato, enquanto o bem sempre vem para o bem. Ledo engano acreditar que eventos ruins podem trazer bons resultados ou levar a consequências favoráveis.

O destino é uma construção, a soma de atitudes praticadas entre o passado e o presente. As consequências pelas atitudes e escolhas, sejam elas positivas ou negativas, nortearão modos de vida e servirá em determinados momentos como teste de sobrevivência. Enquanto isso, dar tempo ao tempo.

É preciso saber viver…

*Jornalista e historiador

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Sensos ridículos

26 de agosto de 2021, 15:06

Foto: Opinião

*Por Gervásio Lima

O senso de ridículo, acompanhado dos seus parceiros, conhecidos pela alcunha de ‘Seu Insignificante’, ‘Ignorante Mor’ e ‘Dona Anta’, está assombrosamente ocupando espaços que antes eram dominados pelas senhoras ‘sensatez’, ‘empatia’ e ‘harmonia’, tornando assim habitual a tal da futilidade e da banalidade.

Valores estão propositadamente tendo seus reais significados deturpados, enquanto as inversões seguem a todo vapor e sem pudores, exalando nos quatro cantos tupiniquins os odores do ódio, do rancor e da violência exacerbados.

Metonímias têm destruído a moralidade, enfraquecendo os princípios e normas de comportamentos, prejudicando incessantemente a relação social dos indivíduos, estes, muitas vezes passando de vítimas para corresponsáveis, numa espécie de envenenamento coletivo da relação humana.

Nem mesmo o atual momento – em que a humanidade enfrenta uma pandemia responsável pela eliminação de quase cinco milhões de pessoas, além de ter deixado sérias sequelas em outras milhões que foram infectadas – tem sido suficiente para despertar a compaixão e o amor ao próximo.

Os bons exemplos se sucumbem diante da enorme quantidade dos maus, estes alimentados por elementos que têm se demonstrado cada vez piores. Contrariando o cantor e compositor baiano Gilberto Gil, infelizmente a ‘fé tem falhado’ na mesma proporção das outras duas virtudes teologais: a esperança e amor.

Mas, como o bom sertanejo descrito no livro ‘Os Sertões’ de Euclides da Cunha, aquele que prega o bem, simbolizado pela pureza do sertanejo, é, antes de tudo, um forte. Embora não demonstre da forma que muitos gostariam, tem como estilo de vida a propagação da generosidade, da piedade, da esperança e da resiliência.

Até onde tudo isso vai, “quem souber morre”, como preconiza o ditado popular.

*Jornalista e historiador

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Quando um não quer dois não brigam

12 de agosto de 2021, 15:25

*Por Gervásio Lima

O termo “quando um não quer dois não brigam” é um ditado popular bastante utilizado para mostrar que uma briga depende da ação de pelo menos duas pessoas. Uma discussão, por exemplo, só ocorre se houver disposição dos dois lados e caso um deles decida não participar dificilmente o debate seguirá em frente.

No momento em que a intolerância tem alcançado níveis alarmantes, com ataques comumente às opções individuais e violações constantes de leis que protegem o cidadão, é mais que propícia a aplicabilidade desta sugestão da sabedoria popular. Ultimamente muitas pessoas estão sendo invocadas em favor de discursos de ódio por estímulos provocados a partir de argumentos irreais e carregados de maldades. Percebe-se, em muitos casos, que as prerrogativas de enxergar, falar, ouvir e até mesmo pensar de determinado sujeito estão sendo transferidas para aquilo que se acredita ser a verdade absoluta.

Comportamentos irracionais não são mais exceções e, assim como muitos animais, a disputa por espaço tem fugido do campo da capacidade racional, dando lugar às mais bizarras atitudes. O contraditório tem superado a coerência e a sensatez, abrindo caminhos para a estupidez.

É preciso trabalhar a capacidade de aprender a respeitar calçado com o ‘chinelo da humildade’ e se identificar com o sentimento da empatia e da solidariedade, olhando para o semelhante como gostaria de ser olhado. A recíproca deve ser sempre verdadeira desde quando o objeto da ação não seja de animosidade.

Ao viver sabendo usar o coração, controlando o que sai da boca e o que entra no ouvido, aproveitando a pureza do ar que rodeia o ambiente onde se encontra e positivando os pensamentos, entende-se o significado da longevidade.

As atitudes servem como forma de reconhecimento. De acordo com o comportamento é possível identificar as intenções e o modo como certos indivíduos vivem e veem o mundo. Felicidade é um estado de espírito constante, construído por atitudes, portanto abuse das atitudes positivas, criando condições para que o bem permeie até mesmo os caminhos não virtuosos.

*Jornalista e historiador

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É agora ou nunca mais

05 de agosto de 2021, 15:20

*Por Gervásio Lima –

O nestante é o ontem, enquanto o agora é o amanhã. O passado é uma certeza mais presente e o futuro a Deus pertence, portanto não deixe para depois o que pode fazer neste momento. Procrastinar não pode e nem deve ser uma regra ou um modo de vida, pois o ‘adiar’ pode caracterizar covardia, medo de encarar o que está por vir, uma inação.

Saber viver é encarar a vida como ela é, seguindo as regras da boa convivência, com o respeito e a aceitação como palavras chaves no conjunto das ações necessárias para se habitar no mesmo espaço dos afins. O comportamento pessoal norteia para a qualidade de sua relação interpessoal e uma pessoa não se define apenas por suas palavras, mas também por seus atos, o que pode contribuir positiva e negativamente em sua interação com a sociedade.

A facilidade em ser bem recebido e acolhido passa pelas ações e condutas demonstradas em uma trajetória, não podendo se esquecer que a recíproca precisa ser sempre verdadeira.

Com uma boa quantidade de comedimento e sapiência, acrescentados de uma pitada de empatia e cortesia a gosto, é possível preparar a receita da boa convivência e, sem susto, ‘degustar’ um prazeroso resultado.

Daqui a pouco pode até não acontecer nada, apenas uma reminiscência, mas ter pressa para que aconteça o apenas desejado, sem ter a certeza que este seja de fato uma realidade, é se martirizar. Como a ‘síndrome do peru do Natal’, aquele que se antecipa a ponto de ficar ansioso ou nervoso está sofrendo antes da hora.

Apenas nas lembranças, o passado é o que aconteceu e o futuro é o que se acredita que vai acontecer. Porque se preocupar com o 21 se o 22 será diferente?

O que está escrito mesmo no primeiro parágrafo? Ah, deixa pra lá, já passou mesmo.

Vida que segue…

*Jornalista e historiador

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A humanidade está em parafuso

23 de julho de 2021, 11:31

*Por Gervásio Lima

“Minha vó já me dizia: meu filho, meu filho, tu vai ver coisa, tu vai ver coisa, e eu pensava que nada, isso é mentira de Dindinha… Mentira uma p*. Era tudo verdade”. Esta, talvez, seja a frase mais lembrada entre tantas outras proferidas pelo saudoso Jotinha. O humorista baiano de Elísio Medrado se tornou um ícone após fazer sucesso com postagens de vídeos e áudios com sua voz esganiçada e quase infantil em aplicativos de mensagens e redes sociais.

José Luiz Almeida da Silva, o Jotinha (52), que faleceu no dia 5 de novembro do ano passado, vítima de complicações da Covid-19, praticamente vaticinou o que estava por vir em todo o mundo e infelizmente foi uma prova viva, ou morta, do que sua avó já lhe dizia.

A humanidade está em ‘parafuso’ e situações inimagináveis têm se tornado corriqueiras, com desfaçatez. O politicamente correto passou a ser uma ‘política incorreta’, sem respeito aos valores mínimos para uma convivência harmônica entre os indivíduos. Ser diferente tem deixado de ser uma opção para se tornar sinônimo de demonização por sujeitos que buscam culpados para esconder pecados.

O bom senso se encontra em desvantagem em um jogo onde o seu adversário não possui qualidade técnica para suportar a pressão da lógica, apelando quando se encontra na iminência de sofrer uma derrota. O bem, se treinado corretamente, jamais será abatido pelo mal, mesmo que o árbitro conspire a favor do último, não ‘dá zebra’.

A sabedoria é a qualidade de ter experiência, conhecimento e capacidade de fazer bons julgamentos. Daí se origina os bons conselhos e lições de vida que as pessoas mais velhas, geralmente avós e avôs, passam para os mais novos. Quanto mais se percorre uma estrada se conhece seus trechos e conforme se delineia o percurso do caminho, conhece-se a verdadeira personalidade do viajante. Desejar ao outro o que não quer para si é um comportamento típico dos que possuem alterações patológicas das faculdades mentais.

Os conhecimentos tradicionais, também chamados de sabedoria popular, são de extrema importância para o desenvolvimento da sociedade. É o saber que permite discernir qual é o melhor caminho a seguir e qual é a melhor atitude a se adotar nos diferentes contextos que a vida apresenta. Portanto ouvir os que realmente desejam o bem e têm a empatia já é ‘meio caminho’ andado para quem busca e contribui com a vitória do bem contra o mal no jogo da vida.

Descanse em paz Jotinha.

*Jornalista e historiador

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Boas Festas!

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