Conforme boletim sísmico gerado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), no mês de dezembro de 2022, Jacobina foi a cidade com maior número de tremores na região nordeste do país, registrando 9 das 16 ocorrências.
Outro dado preocupante são as magnitudes dos eventos. O município aparece em terceiro lugar em intensidade de tremores. No final do mês de janeiro do ano e no último dia 30 de dezembro, os abalos chegaram a 2.4 na escala Richter (mR). O último registro foi no último dia do ano de 2022, com 1.5 mr.
O Notícia Limpa entrou em contato com o geofísico do do LabSis/UFRN, Eduardo Menezes, responsável pelas instalações de cinco sismógrafos em Jacobina. Indagado sobre as consequências dos abalos para a população, Eduardo disse ser imprevisível, pois os riscos dependem da magnitude do tremor.
Com relação ao funcionamento dos sismógrafos instalados em algumas áreas próximas onde os registros de ocorrências são mais frequentes, o geofísico disse que os sismógrafos têm condições de acusar toda atividade sísmica, sendo ela natural como artificial (proveniente de algum tipo de detonação), sendo possível inclusive identificar as localizações e calcular as magnitudes), e é justamente o que vem acontecendo a partir dos funcionamentos dos equipamentos. “O estudo de acompanhamento, monitoramento, está sedo feito pra identificado se tem ou nao relação uma atividade com a outra, ou seja se as causas são naturais ou humanas, porém essas informações demoram pois temos de ter bastante dados em um determinado período pra certificar essas informações, não podemos de forma alguma afinar ou negar nada se não temos um período confiável de dados”, relatou Eduardo.
O geofísico garantiu que as causas das atividades sismológicas em Jacobina serão descobertas e reveladas. “Como na região de Jacobina existe uma atividade humana (detonações), as recorrências de sismo podem ocorrer com maior frequência, mais não podemos de imediato associar os mesmos, por isso a necessidade de monitoramento contínuo. O estudo vai mostra ao longo do tempo isso. Se já tivéssemos esses dados com cinco ou dez anos de monitoramento ininterrupto já daria para fazer uma estatística confiável, mais tenham certeza que chegaremos muito em breve a uma resposta”, disse.
Tremores foram registrados antes de rompimento de barragens em Mariana (MG)
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) e Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registraram quatro abalos sísmicos na região do município mineiro de Mariana, onde duas barragens da mineradora Samarco se romperam no dia 5 de novembro de 2015. O primeiro teve magnitude de 2,4 na escala Richter. Segundo os sismólogos, não é possível estabelecer uma relação com a tragédia de Minas Gerais, no entanto o acontecido intrigou na época os estudiosos.
A barragem da Samarco rompeu causando 19 mortes e destruição ambiental. O rompimento destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetou outras localidades, além Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram o leito do Rio Doce e mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. O desastre ambiental é considerado o maior e sem precedentes no Brasil.
Entenda o que significa magnitude
A magnitude mede a potência de um terremoto pela energia que ele libera em seu epicentro e é determinada pelas leituras dos sismógrafos. Muitos sismólogos utilizam atualmente o termo “magnitude do momento” para terremotos de média e alta potência. A escala é calculada de maneira diferente da antiga escala Richter, mas os valores são comparáveis.
Escala
A Escala Richter, também conhecida como escala de magnitude local Ml, é uma escala logarítmica arbitrária, de base 10, foi utilizada para quantificar a magnitude de um sismo, desenvolvida nos anos 1930, a maioria das autoridades sismológicas agora usa outras escalas semelhantes, como a escala de magnitude do momento para relatar magnitudes de terremotos, mas grande parte da mídia ainda se refere a elas como magnitudes “Richter”. A escala Richter foi construída calculando o logaritmo da amplitude horizontal combinada (amplitude sísmica) do maior deslocamento a partir do zero num tipo particular de sismógrafo de torção, o sismógrafo de Wood-Anderson.
Dicas de segurança importantes de como agir durante um terremoto:
1) Proteja-se primeiro! Quando sentir um terremoto, proteja-se sob uma mesa ou mesa resistente e use uma almofada para proteger a cabeça de objetos que caiam.
2) Uma vez que a agitação pare, verifique se há fontes de fogo e apague-as ou desligue-as (incluindo fornos a gás).
3) Procure manter a calma e evitar objetos caídos ou quebrados. Além disso, fique dentro de casa para evitar a queda de objetos, como placas na frente dos prédios, se possível.
4) Abra uma porta ou janela para poder escapar, se necessário. (As portas e janelas podem ficar empenadas e emperradas se a fundação do edifício se deslocar muito.)
5) Se estiver do lado de fora, tente ficar longe de paredes, portões ou qualquer objeto que possa tombar.
6) Em caso de perigo de incêndio ou tsunami, dirija-se a uma área de evacuação designada. Parta para terrenos mais altos se estiver na costa.
7) Obtenha informações precisas e oficiais e siga as instruções. (Em 2011, houve uma enxurrada de informações imprecisas que se espalharam online após o terremoto.)
8) Certifique-se de que sua família e vizinhos estão bem. Obviamente, você vai querer ter cuidado ao sair ao ar livre.
9) Trabalhe com os vizinhos para ajudar outras pessoas que precisam de primeiros socorros ou resgate dentro do razoável.
10) Em caso de evacuação, certifique-se de desligar o disjuntor e a rede de gás em seu escritório ou casa antes de sair, se o tempo permitir.
Telefones importantes de emergência no caso da ocorrência de um terremoto:
Defesa Civil – 199
Ambulância (SAMU) – 192
Bombeiros – 193
Polícia Militar – 190
Polícia Rodoviária Federal – 191
Polícia Federal – 194
Polícia Civil – 197
Guarda Municipal – 153