*Por Gervásio Lima –
A banalização da violência está intimamente ligada à extinção
de pudores e à falta de respeito com os semelhantes. Conceitos pregados como
verdadeiros, no intuito de fortalecer determinados discursos, têm contribuído
para o aumento de casos de antipatias e consequentemente à intolerâncias
fúteis. A sociedade tem sido vítima da má interpretação daquilo que lhe é
oferecido como informação.
Os valores estão a cada dia perdendo espaços para o
‘politicamente incorreto’. A ausência da família, as más amizades, a falta de
diálogo nas salas de aula, a ociosidade e o uso indiscriminado e exacerbado de
certas tecnologias (jogos eletrônicos, internet, televisão…), continuam sendo
um dos principais fatores para o aumento de desavenças das mais diversas
espécies.
Os vários tipos de intolerância, inversões de valores e
tantas outras ignorâncias morais não deixarão de existir por conta da
complexidade de atitudes e pensamentos intrínsecos do ser humano,
principalmente os desprovidos de amor e compaixão; mas com um esforço mútuo e
responsável é possível afirmar que o bem continuará vencendo o mal.
Educação de qualidade, atendimento médico humanizado e a prática
de esportes são elementos primordiais para uma boa formação moral de crianças,
jovens e adultos, isso é fato, mas infelizmente não são prioridades para os
governos, principalmente os municipais. Preocupação em tirar proveito pessoal à
custa do erário público é maior que trabalhar para melhorar a vida das pessoas.
Em muitos municípios investimentos em festas e decorações chegam a ser maiores
que em áreas essenciais. Talvez isso explique o parágrafo.
O desenvolvimento de uma cidade passa pelo bem estar de seus
habitantes. Nenhum lugar do mundo conseguiu unir desenvolvimento e qualidade de
vida sem investir em seus cidadãos. A alegria proporcionada por eventos
esporádicos não substitui a felicidade duradoura de uma obra física que
beneficie o coletivo.
A violência não diminui exclusivamente com a aplicação de
recursos em segurança pública, também. Como já foram citados, diversos fatores
contribuem para o aumento de ocorrências negativas, e quando o cuidado não
existe mais facilmente acontece o indesejado. Por tanto, para uma boa
convivência e uma vida saudável, em todos os seus aspectos, é preciso gostar de
si e aprender a gostar do outro.
Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor
Oração pela Família – Padre Zezinho
*Jornalista
e historiador