Sem categoria

Após reclamação ser ignorada, homem vai à prefeitura e tenta agredir prefeito

04 de novembro de 2019, 11:29

Foto: Reprodução

Na sexta-feira (01), o clima ficou tenso na prefeitura de Santa Luzia, no sul do estado. Um homem foi até ao local e tentou agredir o prefeito Antônio Guilherme (PSD).

Foi apurado que o agressor estava chateado pelo fato da prefeitura ter deixado entulho na porta da sua residência, mesmo sendo comunicada a prefeitura que nada fez.

Ele ficou irritado e foi até a prefeitura para tentar agredir o prefeito, acabou sendo contido e levado até a delegacia. Depois foi encaminhado para o complexo policial de Itabuna. (bahianet) 

Leia mais...

Entenda o que se sabe até agora sobre o óleo no Nordeste

04 de novembro de 2019, 09:58

Foto: Reprodução

Desde o final de agosto de 2019, manchas de óleo são encontradas em praias nordestinas. Ainda não se sabe se o derramamento foi acidental ou proposital. Para a Polícia Federal, a origem do produto seria 1 navio grego, o Bouboulina, que passou próximo ao litoral brasileiro carregado de óleo venezuelano.

As investigações apontam que a embarcação foi a única a passar pela região onde a mancha da substância começou a se espalhar, entre 28 e 29 de julho, período compatível com o vazamento. Depois disso, correntes marítimas ajudaram a espalhar o produto.

Todos os Estados do Nordeste foram atingidos. No fim de semana, a Marinha encontrou vestígios de óleo no Arquipélago d3 Abrolhos, no litoral sul da Bahia. O local é 1 paraíso da biodiversidade e recebe baleias jubartes em época de reprodução. O Parque de Abrolhos teve visitação suspensa no domingo (3.nov).

Poder360 preparou 1 infográfico sobre o que já se sabe sobre as manchas de óleo que atingem as praias nordestinas. Eis abaixo:

© Fornecido por Poder360 Jornalismo e Comunicação S/S LTDA.© Fornecido por Poder360 Jornalismo e Comunicação S/S LTDA.

Delta Tankers nega

A operadora do Bouboulina, navio grego apontado como provável origem do derramamento, reagiu. Segundo a empresa, não há provas de que o óleo tenha saído de sua embarcação. Diz que câmeras e sensores foram checados e que o navio chegou ao destino sem perda de carga detectada.

CPI do Óleo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve decidir no início desta semana sobre a criação de uma comissão para investigar a origem do óleo.

Leia mais...

Estudo aponta mancha gigante e possível origem do óleo que atinge o Nordeste

30 de outubro de 2019, 14:21

Foto: REUTERS/Diego Nigro

(Reuters) – As manchas de petróleo que atingem o litoral do Nordeste brasileiro desde setembro podem ter origem em um grande vazamento abaixo da superfície do mar, afirmou um pesquisador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), após três semanas de processamento de dados.

O pesquisador Humberto Barbosa, do Lapis, identificou um “enorme vazamento de óleo, em formato de meia lua, com 55 quilômetros de extensão e seis quilômetros de largura, a uma distância de 54 quilômetros da costa do Nordeste”, localizado no sul da Bahia, de acordo com comunicado publicado nesta quarta-feira no site da instituição.

As medidas da mancha citadas no estudo compreendem uma área com tamanho semelhante à da cidade de Fortaleza.

Segundo o Lapis, foi identificado um padrão característico de manchas de óleo no oceano que pode explicar a origem da poluição que atingiu o litoral do Nordeste, com base em imagens do satélite Sentinel-1A, da Agência Espacial Europeia (ESA). O laboratório disponibilizou reproduções das imagens em sua página na internet.

“Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos um assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal”, disse Barbosa no comunicado do laboratório.

A Marinha disse que a mancha que estaria avançando pelo mar da Bahia não é de óleo, segundo informação do site de notícias G1. A Reuters procurou um representante da Marinha, mas não foi possível falar imediatamente.

As manchas de óleo foram identificadas inicialmente no início de setembro, e já atingiram praias ao longo de mais de 2.000 quilômetros desde então.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e a Petrobras, o óleo encontrado nas praias brasileiras é venezuelano, e o governo investiga se navios que passaram pelo litoral brasileiro seriam responsáveis pelo incidente.

“É como a montagem de um quebra-cabeça, com peças muito dispersas, que são as manchas muito espalhadas pelas correntezas no Litoral do Nordeste do Brasil, principalmente nas faixas costeiras. De repente, você encontra uma peça-chave, mais lógica, foi o que ocorreu ontem ao encontrar essa imagem. Foi a primeira vez que observamos, para esse caso, uma imagem de satélite que detectou uma faixa da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e ainda não carregada pelas correntezas”, disse Barbosa.

Leia mais...

Amazônia e indígenas chegam ao cerne da Igreja Católica

28 de outubro de 2019, 08:08

Foto: DW/N. Pontes

Igreja se consolida como aliada de populações indígenas da Região Amazônica. Documento final do Sínodo para a Amazônia defende demarcação de terras e se opõe a projetos extrativistas na área.

 

Antes de o líder da Igreja Católica dar sua mensagem na missa de encerramento do Sínodo para a Amazônia, neste domingo ((27/10), foi Patrícia Gualinga, indígena do Equador, que leu para a multidão reunida na Basílica de São Pedro.

Nos bancos da frente, bispos e representantes de diferentes etnias dos nove países amazônicos ouviam o texto na voz de Gualinga, que destacava os oprimidos, os humildes e a justiça.

Na sequência, a mensagem enviada pelo papa Francisco reforçou a leitura anterior. “Neste Sínodo, tivemos a graça de escutar a voz dos pobres e refletir sobre a precariedade de suas vidas, ameaçadas por modelos de progresso predatórios”, disse, referindo-se aos povos que habitam a Floresta Amazônica.

Segundo Francisco, cristãos na sociedade ainda oprimem, “levantam muros para aumentar as distâncias”, “ocupam territórios e usurpam” bens daqueles que julgam inferiores.

“Os erros do passado não foram suficientes para deixarmos de saquear os outros e causar ferimentos aos nossos irmãos e à nossa terra: é o que vemos no rosto cheio de cicatrizes na Amazônia”, disse.

Nas mãos do papa se encontra agora o destino do documento elaborado ao fim das três semanas do Sínodo para a Amazônia. Dividido em cinco capítulos, o texto propõe diretrizes para a Igreja Católica aumentar sua presença na região e reforçar a chamada conversão ecológica.

Votado por 181 bispos, o documento defende posicionamentos claros, como defesa da demarcação de terras indígenas, oposição a empreendimentos que trazem impactos negativos para os povos e uma maior participação nas discussões políticas.

“Nós sentimos que o papa é o nosso aliado. Ele ouviu o nosso chamado”, disse à DW Yésica Patiachi Tayori, professora indígena do Peru, durante a celebração.

© Getty Images/AFP/A. Solaro Papa celebra missa de encerramento de Sínodo para a Amazônia

Amazônia no coração do mundo

O documento deve ser revisado até o fim do ano e, depois de publicado pelo papa, deve começar a ser aplicado nas igrejas em todo o mundo.

Com bases científicas e informações colhidas diretamente nos territórios, o texto classifica a Amazônia como “coração biológico” ameaçado pela “corrida desenfreada para a morte”.

Entre as diretrizes recomendadas estão o respeito à cultura e espiritualidade indígenas, aos seus direitos, como também um posicionamento contrário a projetos que causam destruição socioambiental. “Pior ainda, muitos desses projetos são realizados em nome do progresso, e são apoiados – ou permitidos – por governos locais, nacionais e estrangeiros.”

“Temos que nos organizar para darmos uma resposta a isso”, comentou David Martínez de Aguirre Guinea, monsenhor de Porto Maldonado, Peru, sobre a crescente disputa no território. “Colocamos a Amazônia no coração da Igreja e queremos colocar no coração do mundo.”

Embora o termo “ecológico” esteja em moda atualmente, o mundo parece ainda não ter uma compressão do que isso significa, afirma Michael Czerny, secretário especial do Vaticano. “A crise ecológica é tão profunda e se não mudarmos não vamos conseguir.”

A resposta à crise, segundo o documento final do Sínodo, é defender os povos da Amazônia. “Na floresta, não só a vegetação se entrelaça apoiando uma espécie à outra, mas também os povos se interrelacionam numa rede de alianças que beneficiam a todos.”

Luz e sombra na Amazônia

Para aumentar a presença da Igreja Católica nas comunidades remotas, o Sínodo sugeriu relaxar regras e permitir maior participação de homens casados e mulheres.

Apesar das visitas esporádicas na atualidade, representantes da Igreja Católica tiveram papéis importantes em muitas comunidades na Amazônia brasileira.

Foi o que aconteceu na comunidade ribeirinha do Roque, no município de Carauari, Amazonas, onde, atualmente, o padre da cidade faz raras visitas. As outras três igrejas evangélicas têm cultos regulares e há pastores entre os moradores locais.

Mas veio de um padre, no fim da década de 1980, a proposta que libertou a comunidade do trabalho análogo ao escravo que muitos vivenciavam naquela época. Eles extraíam seringa, matéria-prima da borracha, na floresta onde alguns alegavam ter a propriedade e eram obrigados a fornecer a produção para esses “patrões” que, em troca, vendiam alimentos a preços superfaturados.

“Padre João Derickx ajudou a organizar o povo e trabalhou na conscientização dos seringueiros”, aponta Eulália Silva, que atuou como voluntária ao lado do padre holandês. Derickx, que faleceu em 2013, incentivou os seringueiros a brigar pela criação de uma reserva extrativista no local, que se consolidou em 1997 e acabou com a era dos patrões.

Cinco séculos depois de sua chegada à América do Sul, junto a espanhóis e portugueses, a Igreja Católica reconhece os erros da colonização e as milhares de mortes de indígenas.

“De fato, a Igreja é marcada por luz e sombra; muitas coisas prejudicaram a vida das populações originárias. E ainda hoje não se respeitam as tradições desses povos e, muitas vezes, tentam impor uma cultura”, pontua Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Para Maurício Lopes, da Repam (Rede Eclesial Pan-Amazônica), o papa, ao priorizar a defesa da Amazônia e seus povos, se coloca como uma “voz ética global”.

“A voz do papa representa uma narrativa que defende o futuro, o combate às mudanças climáticas, a proteção do meio ambiente, a defesa da vida”, avalia Lopes.

______________

 

Autor: Nádia Pontes

Leia mais...

Grupo cristão pede orações antes de atracar navio em Salvador, cidade que ‘crê em demônios’

25 de outubro de 2019, 15:34

Foto: Reprodução

Cerca de 30 minutos após a publicação desta matéria, a OM Ships International apagou a publicação nas redes sociais. Veja abaixo uma captura de tela da postagem original:

Dias antes da chegada da livraria flutuante Logos Hope ao Porto de Salvador, a organização cristã OM Ships International, responsável pelo navio, fez uma publicação nas redes sociais na qual afirmou que a embarcação estaria se dirigindo a uma cidade “conhecida pela crença do povo em espíritos e demônios”. A postagem foi feita na terça (22), dois dias antes da previsão inicial de chegada do navio, marcada para ontem (24). A embarcação atraca hoje (25) na capital baiana.

No texto, escrito em língua inglesa, a OM Ships pede que os seguidores rezem pelo sucesso da viagem e “pela proteção, força e sabedoria para os membros da equipe durante a estadia do navio em Salvador – uma cidade conhecida pela crença do povo em espíritos e demônios”.

Na publicação original, brasileiros fizeram comentários de repúdio à atitude, em inglês e português. “Faça um grande favor à cidade do Salvador / Brasil e nem entre na Baía de TODOS os Santos. O mundo não precisa de mais ignorância e desrespeito as religiões e crenças de outras pessoas”, escreveu um internauta. “Que Exu os receba na entrada com toda sua sabedoria. E nos proteja do Satanás que vocês carregam dentro do coração”, disse outra.

Em seu site oficial, a OM Ships afirma que a ação da livraria flutuante faz parte de um “movimento global de treinamento e evangelismo” cristão. “A feira do livro flutuante oferece mais de 5.000 títulos, proporcionando a muitos visitantes sua primeira oportunidade de comprar literatura educacional e cristã de qualidade”, diz o texto de apresentação da iniciativa. A previsão é que o Logos Hope fique em Salvador até 6 de novembro.

Informações do site Metro1: https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/82108,grupo-cristao-pede-oracoes-antes-de-atracar-navio-em-salvador-cidade-que-cre-em-demonios

Leia mais...

Menino coberto de óleo traduz em imagem a tragédia do litoral nordestino

25 de outubro de 2019, 12:01

Foto: Leo Malafaia

A imagem deu a volta ao mundo: um menino sai da água do mar com os olhos fechados e os braços abertos, em um gesto de impotência, com o corpo coberto por um saco de lixo, empapado do óleo que há quase dois meses se espalha pelo litoral nordestino.

Foi registrada por um fotógrafo colaborador da AFP em 21 de outubro por volta das 11h da manhã, na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco).

Naquele dia, Everton Miguel dos Anjos, de 13 anos, junto com os quatro irmãos e vários primos se somaram às centenas de voluntários que retiravam os resíduos de petróleo cru espalhados na areia ou incrustados nas pedras.

Entrou no mar com uma camiseta, mas a tirou quando viu o corpo enegrecido. Improvisou uma túnica com um saco de lixo e voltou para a água.

O jovem contou ao fotógrafo que sua mãe, que administra um bar na praia, brigou com ele quando viu as fotos, publicadas por muitos dos principais veículos de comunicação ao redor do mundo.

“Eu tinha pedido permissão para ajudar a limpar a praia e ela me deu, mas com a condição de que eu não me sujasse!”, disse Everton.

O ministério da Saúde lembrou na semana passada que a inalação de vapores de petróleo ou o contato físico com suas substâncias tóxicas é perigoso.

Nesta quinta-feira, 25 de outubro, quatro dias depois da foto, apenas alguns fragmentos de petróleo eram vistos na praia. O Exército tinha se encarregado da operação de limpeza, proibindo a participação de crianças. Desde o início da catástrofe, foram recolhidas mil toneladas de petróleo, segundo dados da Marinha.

O vazamento foi avistado pela primeira vez na Paraíba em 30 de agosto e desde então foi detectado ao longo de 2.250 quilômetros, chegando a praias paradisíacas em uma região pobre e fortemente dependente do turismo.

Cerca de 200 localidades foram afetadas.

Várias ONGs têm denunciado a lentidão das autoridades em reagir e a falta de recursos para combater o que muitos especialistas consideram a pior catástrofe ambiental do nordeste brasileiro.

Leia mais...

Treinar em jejum é bom ou não?

25 de outubro de 2019, 08:02

Foto: Reprodução

O jejum pode ser benéfico para quem pratica atividade física. Estes são os resultados de um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, no qual investigadores das universidades de Bath e Birmingham, Inglaterra, acompanharam, durante seis semanas, trinta homens considerados obesos ou com excesso de peso.

A amostra foi dividida em três grupos: aqueles que tomaram o café da manhã antes de fazer exercício físico, os que só comeram depois do treino e um grupo que não alterou o estilo de vida. No final do período de análise, verificou-se que aqueles que treinavam sem comer,  queimavam o dobro da quantidade de gordura em comparação com o grupo que se exercitava após o desjejum.

De acordo com a investigação, a razão remete para os níveis de insulina, que regula  a quantidade de glicose no sangue. Esses níveis encontram-se mais baixos após uma noite inteira sem comer. Como alternativa, o organismo usa gordura e músculos como combustível. 

Isto não significa necessariamente perda de peso. Mas a prática pode ser benéfica para a saúde em outros aspectos – os voluntários que treinavam em jejum respondiam melhor à insulina, mantendo os níveis de açúcar no sangue sob controle. A longo prazo, é importante para prevenir diabetes e doenças cardiovasculares, por exemplo.  

Leia mais...

Biografia de Raul Seixas levanta polêmica com Paulo Coelho

24 de outubro de 2019, 07:54

Foto: Reprodução

Quando conheceu Raul Seixas, Paulo Coelho via com desconfiança o aspirante a roqueiro interessado em ETs. Juntos, eles desenvolveram o interesse pela magia, criaram uma sociedade famosa e compuseram músicas até hoje eternas no rock brasileiro.

Também enfrentaram a ditadura. Uma história dos dois com a polícia política, aliás, estava oculta até agora – a de que Raul pode ter entregado Coelho aos militares.

A sugestão aparece no livro “Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida”, do jornalista Jotabê Medeiros, com lançamento previsto para o próximo dia 1º. O caso, segundo a obra, aconteceu em maio de 1974, quando Raul e Coelho desfrutavam do sucesso de “Krig-ha, Bandolo!”, disco lançado no ano anterior e que já tinha mais de 100 mil cópias vendidas.

Paulo Coelho não quis participar da reportagem e elucidar o episódio. “Não sou o tipo de pessoa que gosta de ficar olhando para chagas que já cicatrizaram”, diz por email.

Segundo Medeiros, Raul havia sido chamado para dar um depoimento no Dops, o Departamento de Ordem Política e Social da ditadura militar, e ligou para o amigo para acompanhá-lo e ajudá-lo a dar os esclarecimentos sobre as músicas que haviam feito em parceria. Paulo Coelho não sabia, mas essa não era primeira vez naqueles dias que Raul ia ao prédio.

“Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo”, diz Medeiros.

De acordo com o que o jornalista conta no livro, Raul entrou na sede do órgão, ficou lá por meia hora e retornou tentando dar algum recado cifrado ao amigo, que o esperava. Coelho não entendeu e foi chamado para o interrogatório, que incluiu perguntas sobre o livreto que acompanha o disco “Krig-ha, Bandolo!” e a Sociedade Alternativa cantada por Raul.

A polícia foi até o apartamento do escritor e prendeu sua namorada, Adalgisa Rios. No dia seguinte, quando liberado, Coelho pegou um táxi com Raul, mas foi capturado novamente e levado para um lugar desconhecido, onde sofreu torturas por duas semanas. “Raul evitou Paulo durante um ano depois do acontecido”, conta Medeiros. “Paulo não tinha convicção das coisas, não pensava nisso, estava amedrontado, como talvez esteja até hoje.”

A relação entre os fatos vem a partir de um documento obtido pelo jornalista no Arquivo Público do Rio de Janeiro. “Acredito que, na maioria das vezes, as pessoas foram atrás da questão da censura às letras e não prestaram atenção aos motivos das audiências.”

Fernando Morais, autor de “O Mago”, biografia de Paulo Coelho, também teve acesso ao mesmo documento. “Vi pela primeira vez alguns dias atrás”, diz. “O que me chamou a atenção foi saber que o temido e superinformado Doi-Codi [Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna] imaginava que o Paulo fosse militante do PCBR [Partido Comunista Brasileiro”Revolucionário], sendo que ele nunca foi filiado a nenhum grupo armado que lutava contra a ditadura. É possível que ele nem sequer soubesse o que era o PCBR.”

O próprio Paulo Coelho teve acesso ao documento recentemente, por meio de Medeiros. Mas mesmo os papéis oficiais não são conclusivos. O texto diz que, “por intermédio do referido cantor”, no caso, Raul, seria possível chegar até Paulo e Adalgisa.

Morais acredita que alguém delatou os artistas à polícia, mas não tem certeza de que o informante foi Raul.

“Entre a data da produção do documento e a prisão de Paulo e Gisa, decorrem 36 dias”, diz. “Por que o Doi-Codi, com todo o poder de que dispunha, levaria tanto tempo para localizar e prender um ‘militante do PCBR’ e ‘uma militante do PC do B’ [Partido Comunista do Brasil] – duas organizações armadas – que não estavam na clandestinidade, tinham endereço certo, trabalhavam e frequentavam a universidade normalmente?”

Medeiros, por sua vez, crê que Coelho “não tem a menor dúvida, hoje, após ver o documento, de que Raul o entregou”.

A relação de Raul Seixas e Paulo Coelho começou a azedar a partir daquele ano. Depois de um tempo sem se falar, voltaram a colaborar no período que foi o auge da carreira do cantor. Nos anos seguintes, Raul lançou “Gita” (1975), “Novo Aeon” (1976) e “Há 10 Mil Anos Atrás” (1978), alguns de seus discos mais importantes.

As colaborações entre os dois foram rareando, e Paulo começou a trabalhar com diferentes cantores, como Rita Lee. Mas o que os afastou de vez foi a entrada de ambos para a seita do sacerdote Marcelo Motta, inspirada nas ideias do ocultista britânico Aleister Crowley. Juntos, compuseram, por exemplo, a muito conhecida “Tente Outra Vez”.

“O conflito começou quando Paulo abandonou a seita à qual aderiram juntos”, diz Medeiros. “Paulo crê que Raul mergulhou fundo demais naquele ideário e passaram a se estranhar. Paulo não tinha mais paciência para os jogos de doutrinação da seita. Raul, como era mais hábil e maleável, adequava-se a ela.” 

O último encontro deles, após um pedido feito pelo produtor e amigo Roberto Menescal a Paulo Coelho, teria acontecido num hotel na divisa de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Coelho não queria encontrar Raul em São Paulo, e Raul não queria ir ao Rio. A ideia é que eles fariam novas músicas juntos, mas depois de cinco dias esperando o cantor – que estava trancado dentro de um quarto do hotel –, Coelho acabou desistindo da ideia.

“Convivi cerca de quatro anos com Paulo Coelho para escrever sua biografia”, diz Fernando Morais. “Em nenhum momento percebi que ele alimentasse a mais remota suspeita de que Raul tenha sido o responsável por sua prisão.”

Para Jotabê Medeiros, Paulo Coelho tentou falar do caso em diversas ocasiões. “No filme sobre a vida dele, ele se ressente de Raul não tê-lo procurado no tempo em que ficou cativo e mesmo depois de ser solto.”

O jornalista também cita um artigo do escritor sobre o abuso que sofreu na ditadura, publicado neste ano pelo jornal The Washington Post. Ele lembra um trecho em que Coelho diz que “procura o cantor”, falando de quando foi liberado pela polícia.

No ano em que se completam três décadas da morte de Raul Seixas, a obra de Medeiros é uma entre muitas que se propõem a celebrar a memória do roqueiro. O livro “Raul Seixas: Por Trás das Canções”, do jornalista Carlos Minuano, acaba de ser lançado, e se concentra mais nas histórias das músicas do baiano.

Ainda que o legado de Raulzito seja inquestionável, a relação tão celebrada dele com Paulo Coelho ganha novas nuances. O escritor diz que as chagas já foram cicatrizadas, sinal de que pode já ter perdoado o antigo parceiro. De certa forma, as revelações também deixam dúvida sobre os caminhos que a dupla poderia ter seguido, caso a relação com a ditadura tivesse sido outra.

“Paulo e Raul produziram algumas das canções mais poderosas, do ponto de vista da ressonância cultural, do nosso tempo”, afirma Medeiros. “Separados, somente Raul mantinha a fleuma. Paulo não tinha a credibilidade do cantor, a voz, a autoridade. Foi ganhando outro tipo de autoridade ao longo da vida. Juntos, eram uma força da natureza.” (Folhapress)

 

Leia mais...

JMC e Defesa Civil instalam placas informativas nas comunidades próximas a empresa, conforme estabelece a lei

23 de outubro de 2019, 17:42

Foto: Ascom/Yamana Gold

Iniciativa reforça cultura de prevenção da empresa, que em dezembro realizará teste inédito com sirenes de emergência

Depois da realização bem-sucedida do Primeiro Simulado de Barragens, a Jacobina Mineração e Comércio (JMC) e a Defesa Civil de Jacobina continuam implementando medidas de combate a emergências em Jacobina. A etapa atual é a reinstalação de placas de sinalização em bairros da cidade e promoverão, ainda este ano, um teste inédito na região Nordeste para simular o uso das novas sirenes. O teste, será realizado com os quatro alarmes dispostos no entorno da barragem da JMC, alcançando o perímetro que se estende de Canavieiras até o bairro do Nazaré. O investimento nos equipamentos chegou a R$ 1,5 milhões.

Conforme recomendações do Ministério Público e da Defesa Civil do Estado, as placas instaladas para o primeiro simulado, que ocorreu em fevereiro, foram substituídas por um modelo mais moderno e com informações mais claras para a população. “As placas estão sendo substituídas, algumas realocadas e outras estão sendo afixadas em comunidades que não tinham sido envolvidas na primeira etapa do simulado, sempre seguindo orientações da legislação e buscando garantir o acesso adequado dos moradores”, afirma o Gerente de Serviços Técnicos, Edvaldo Amaral. As sinalizações indicam rotas de fuga e pontos de encontro. “Esses locais foram definidos conforme a Portaria nº 70.389/2017 da Agência Nacional de Mineração (ANM) que orienta a instalação de placas e a realização de treinamento com as comunidades no perímetro de 10 km do empreendimento. São locais seguros e de fácil acesso a pé”, complementa o Engenheiro de Barragem, Lucas Vidal.

Em um ano, a empresa promoveu mais de dez reuniões comunitárias nos bairros do Pontilhão, Pontilhão de Canavieiras, Canavieiras, Novo Amanhecer, Jacobina IV, Morada do Sol, Jacobina III, Lagoa Dourada I e II, Cidade do Ouro, Anadissor e Nazaré, no intuito de informar a população sobre o comportamento seguro em situações de emergência , planejamento do simulado e a instalação das placas de sinalização.

A JMC reforça que suas duas barragens estão completamente seguras, com pleno atendimento aos requisitos técnicos e legais. O simulado, a instalação dos equipamentos e placas de sinalização fazem parte da cultura de prevenção da JMC e do compromisso em atender as exigências legais, que inclui ainda o monitoramento constante da segurança da barragem e os controles ambientais necessários para uma atuação responsável e transparente. “Estamos sempre abertos para ouvir, esclarecer dúvidas e apresentar as medidas de segurança de nossas operações através do programa Portas Abertas”, comenta a analista de comunicação da JMC, Elisangela Lopes. As instituições e/ou grupos que tenham interesse em agendar uma visita podem entrar em contato com a equipe de comunidades e comunicação por meio do telefone (74) 3621- 8110.

Leia mais...

Jacobina ganha a sua mais nova médica veterinária

18 de outubro de 2019, 10:53

Foto: Álbum da família

Jacobina acaba de ganhar mais uma médica, desta vez na área da Medicina Veterinária. Trata-se de Pamela Raieli Pinheiro Moreira, filha do casal Maria Edinaide e Raimundo Jorge Moreira (Raimundo da Lojita), que colou grau pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), no último dia 11. A tradicional cerimônia para a entrega do diploma certificando oficialmente as competências e os conhecimentos adquiridos no curso foi marcada de felicidade e muita emoção. O sentimento de dever cumprindo era facilmente visível no rosto angelical de Pamela, a primeira médica da família dos seus pais.

“Um curso pouco comum, mas sempre tive afinidade com animais. Não foi fácil, mas graças a Deus, ao apoio de minha família e dos meus amigos e amigas, conseguimos conquistar mais esta importante etapa de vida. Uma luta gratificante que no final das contas valeu muito apena, pelos conhecimentos adquiridos, pelas pessoas que conhecemos e por saber que estou apta a cuidar de vidas, mesmo sendo de animais”, comemorou a nova veterinária jacobinense, que ressalta ainda que é necessário muito mais do que apenas o cuidado com os bichos para obter sucesso na área, é preciso bastante empenho e dedicação na profissão, o que para ela não será problema por ter concluído o curso que realmente gostava.

Pamela compartilha a alegria com suas irmãs Leidiane e Geisiane Moreira

O curso de Medicina Veterinária é uma graduação voltada para atuar no segmento do cuidado, prevenção e tratamento clínico e cirúrgico de patologias em animais domésticos e silvestres.

Os professores Durval Baraúnas e Ana Catarina fizeram questão de prestigiar o momento

Leia mais...

Boas Festas!

VÍDEOS