POLÍTICA

Brasil revende frango vetado na Europa por conter salmonela

03 de julho de 2019, 14:32

Foto: Reprodução

O Brasil revende para seu mercado interno frangos contaminados por salmonela que foram vetados no Reino Unido por não atenderem as regras sanitárias da União Europeia.

A informação é de reportagem feita pela Repórter Brasil, o jornal britânico The Guardian e o Bureau of Investigative Journalism.

De acordo com a publicação, mais de 1 milhão de aves congeladas vindas do Brasil, cerca de 1,4 toneladas, foram barradas no Reino Unido porque as regras locais são mais rígidas com a contaminação por salmonela.
Enquanto no Brasil é permitido que até 20% da carne de frango tenha salmonela, na União Europeia este número é de 3,3%.

Existem mais de 2 mil tipos de salmonela, mas nem todas as variações causam infecções em humanos. Todavia, existem duas variações da salmonela que podem matar. 

Após o frango brasileiro ser vetado na Europa, ele retorna para o Brasil. A carne com potencial de fazer mal à saúde humana é cozida e processada em subprodutos como nuggets e salsichas.

A diretora do Departamento de Inspeção dos Produtos de Origem Animal (DIPOA), do Ministério da Agricultura, Ana Lucia Viana, afirmou à públicação conjunta de brasileiros e britânicos que o cozimento garante a segurança do alimento.

Já os outros frangos, que sob as normas nacionais não têm potencial de prejudicar a saúde humana, são colocados à venda. 

Desde a Operação Carne Fraca, as exportações de frango à Europa estão caindo. Em 2018, o então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, chegou a afirmar que a União Europeia praticava uma “guerra comercial” contra os produtos brasileiros.

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‘Não creio que Bolsonaro termine mandato’, diz Ciro

25 de junho de 2019, 15:02

Foto: © Nacho Doce/Reuters

Ciro ponderou que o PDT e ele trabalham contra a ideia de impeachment de Bolsonaro

Ocandidato derrotado à Presidência na eleição de 2018 Ciro Gomes (PDT) disse nesta terça-feira, 25, em entrevista ao programa Morning Show, da rádio Jovem Pan de São Paulo, acreditar que o presidente Jair Bolsonaro não vai terminar o mandato. O pedetista ressaltou, no entanto, que a afirmação é “puro palpite” da parte dele.

Ciro ponderou que o PDT e ele trabalham contra a ideia de impeachment de Bolsonaro. “Quem falar ‘fora Bolsonaro’ não conta comigo”, afirmou.

Para o pedetista, esta eventual queda de Bolsonaro viria por causa da situação econômica do País. “Bolsonaro não foi o responsável pelo descalabro, mas ele tem de consertar. Ele não tem rumo”, disse. “O ano de 2019 está perdido”, opinou.
Segundo Ciro, a saída da crise passaria pela diminuição dos juros e pelo aumento da capacidade de investimento pela retomada de obras de infraestrutura paralisadas.

A participação do pedetista no programa foi bastante comentada nas redes sociais, alavancando a hashtag #CiroNoMorning para a primeira posição entre os dez principais assuntos comentados no Twitter Brasil nesta manhã.

Os internautas comentam, principalmente, a subida no tom do debate ao final da entrevista, quando o apresentador Caio Copolla perguntou ao ex-ministro sobre o processo que o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM) moveu contra ele por tê-lo chamado de “capitão do mato” no ano passado.Ciro manteve a afirmação e criticou ainda o projeto de lei de para que mulheres grávidas sejam encaminhadas à internação psiquiátrica caso seja constatado que elas possuam “propensão ao abortamento ilegal”.

“É um capitão do mato. Capitão do mato nazista. Simples assim. Que venham os processos”, afirmou o pedetista ao fim da entrevista.

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Agência revela que divulgou campanha de Bolsonaro nas eleições por App

18 de junho de 2019, 10:23

Foto: Reprodução

Empresas brasileiras contrataram uma agência de marketing na Espanha para fazer, pelo WhatsApp, disparos em massa de mensagens políticas a favor de Bolsonaro nas eleições

(FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) comentou nesta terça-feira (18) sobre os envios em massa de mensagens a favor de sua campanha eleitoral pelo WhatsApp e afirmou que, assim como houve disparos favoráveis, também houve milhões de mensagens contrárias.

As declarações foram feitas após cerimônia de hasteamento da bandeira nacional que contou com a presença de ministros e do novo secretário de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, que substituiu o também general Carlos Alberto dos Santos Cruz. “Teve milhões de mensagens a favor da minha campanha, e talvez alguns milhões contra também”, afirmou, ao ser questionado sobre o assunto.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta terça revelou que empresas brasileiras contrataram uma agência de marketing na Espanha para fazer, pelo WhatsApp, disparos em massa de mensagens políticas a favor de Bolsonaro, então candidato à Presidência.

A publicação teve acesso a gravações obtidas do espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps. Nos áudios, ele diz que “empresas, açougues, lavadoras de carros e fábricas” brasileiros compraram seu software para mandar mensagens em massa a favor de Bolsonaro. 

À reportagem da Folha de S.Paulo, o empresário espanhol disse não saber que seu software estava sendo usado para campanhas políticas no Brasil e que só tomou conhecimento quando o WhatsApp cortou, sob a alegação de mau uso, as linhas telefônicas de sua empresa.
O WhatsApp confirmou à Folha de S.Paulo que cortou linhas da empresa. “Não comentamos especificamente sobre contas que foram banidas, mas enviamos uma notificação judicial (Cease and Desist) para a empresa Enviawhatsapps.”

Não há indicações de que Bolsonaro ou sua equipe de campanha soubessem que estavam sendo contratados disparos de mensagens a favor do então candidato. Procurada pela reportagem da Folha de S.Paulo, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto afirmou que não iria comentar.Doação de empresas para campanha eleitoral é proibida no Brasil. Doações não declaradas de pessoas físicas também são ilegais.

ENTENDA O CASO

Empresários – Em 18 de outubro de 2018, o jornal Folha de S.Paulo revelou que empresários impulsionaram disparos por WhatsApp contra o PT na campanha eleitoral. O serviço foi vendido pelas agências Quickmobile, CrocServices e Yacows. Uma ação foi aberta no TSE para apurar o caso.

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Inteligência russa: Washington está testando novo tipo de guerra híbrida na Venezuela

18 de junho de 2019, 09:52

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O diretor do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia, Sergei Naryshkin, declarou na terça-feira (18) que os EUA estão testando um novo tipo de guerra híbrida, que é especialmente visível na Venezuela.

“Na realidade se trata da criação de um algoritmo universal de realização de ações secretas de influência de maneira permanente a nível mundial”, afirmou ele, acrescentando que este tipo de trabalho se vê de forma “mais evidente” na Venezuela.

Essas ações “nunca cessam e são realizadas não apenas contra inimigos, mas também contra amigos e forças neutrais em condições de paz, crise e guerra”, declarou Sergei Naryshkindurante uma reunião internacional de altos representantes da área de segurança realizada na cidade russa de Ufa sob os auspícios do Conselho da Segurança da Rússia.

Como um vírus

“[Esse] trabalho deve ser comparado com a atividade de um vírus: pode destruir um organismo humano durante décadas sem se saber, mas quando é descoberto, frequentemente é muito tarde para o combater”, afirmou ele.

De acordo com ele, nos países vítimas das ações em questão surgem várias estruturas que não dependem do Estado. Estas formações coletam informação sobre os problemas atuais e conflitos existentes, influindo ao mesmo tempo na situação de um país concreto e, se necessário, iniciam processos destrutivos.

Naryshkin afirmou que “no momento certo” os movimentos de protesto “são sincronizados, o sistema político colapsa sob o peso de numerosos desafios e uma nova força chega ao poder”.

“É introduzido um novo padrão de comportamento na opinião pública e tudo isso é acompanhado de uma ampla campanha de propaganda na mídia mundial, com o objetivo de convencer as pessoas da falta de alternativas àquela evolução da situação, bem como justificar a interferência externa, se necessário”, afirmou. Sputniknews

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Conselho de Comunicação do Senado aprova convite para ouvir Glenn Greenwald sobre ameaças

18 de junho de 2019, 09:20

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O Conselho de Comunicação Social do Senado aprovou nesta segunda-feira (17) um convite para ouvir o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil.

Desde o início deste mês, o site tem divulgado supostas mensagens trocadas por meio de aplicativo pelo atual ministro da Segurança Pública e ex-juiz Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato entre os anos de 2015 a 2018. A audiência está marcada para o dia 1º de julho, data da próxima reunião do conselho.

O autor do pedido é o advogado Miguel Matos, representante da sociedade civil no colegiado. O objetivo da audiência é ouvir Glenn Greenwald sobre ameaças que ele estaria sofrendo após a divulgação das supostas conversas entre Moro e os procuradores pelo site.

“O jornalista Gleen Greenwald narrou recentemente que está sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. Isso, claro, nos toca profundamente. Por isso, eu queria sugerir que fizéssemos um convite e que ele venha na nossa próxima reunião do dia 1º de julho e esclareça exclusivamente essas situações”, disse. “A liberdade de imprensa é a garantidora do Estado Democrático de Direito, não podemos fechar os olhos e sobretudo as portas para essa situação”, disse Matos.

Também nesta segunda-feira, o deputado David Miranda (PSOL-RJ), marido do jornalista Glenn Grenwald, afirmou que pediu reforço para segurança de sua família após serem ameaçados por mensages enviadas por e-mails.

Segundo o parlamentar, as primeiras ameaças foram registradas antes das divulgações do site The Intercept, mas cresceram após as publicações. O deputado informou que, no dia 11 de junho, encaminhou os relatos à Polícia Federal.

“Ressalto que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tomou providências a partir do ofício que encaminhei à presidência da Casa, oferecendo-me apoio do Departamento da Polícia Legislativa”, acrescentou o parlamentar.

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Presidente argentino é convocado a depor por corrupção

11 de dezembro de 2018, 16:56

Franco e Gianfranco Macri teriam pago propinas em licitações .

Ojuiz Claudio Bonadio, vai convocar Franco e Gianfranco Macri, respectivamente pai e irmão do presidente argentino, Mauricio Macri, para depor na próxima quinta-feira (13), em um tribunal de Buenos Aires.

Os familiares do mandatário, que controlam o grupo de construtoras Socma, são investigados por supostos pagamentos de propinas para vencer licitações do governo com a empresa “Autopistas de Sol”, vendida pela família em 2015. A transação foi realizada após a eleição de Macri, no valor de US$ 20 milhões, o que fez com que a ex-deputada Margarita Stolbizer denunciasse a presidência sob suspeita de que Macri pudesse ter beneficiado sua família ao autorizar o aumento dos preços dos pedágios nas estradas controladas pelo grupo. Angelo Calcaterra, ex-chefe da empresa IECSA que é primo do presidente, também será ouvido por Bonadio. Ele confessou ter feito doações às campanhas eleitorais kirchneristas de 2013 e 2015 e passou a ser um colaborador da Justiça.

Bonadio convocou outros dirigentes de empresas concessionárias de estradas, como o presidente da holding Corporación America, Eduardo Arnekian, além de funcionários dos governos Kirchner, como o ex-ministro de Obras Públicas e Planejamento, Julio De Vido, para depor. O ex-secretário de Transportes, Ricardo Jaime, e o ex-chefe de Controle de Concessões Viárias, Claudio Uberti, também serão ouvidos. Uberti já se declarou culpado e colabora com a Justiça. Ele assumiu ter recebido semanalmente dinheiro de empresas, que era entregue ao então presidente (Néstor Kirhcner) e ao ex-secretário de Transportes De Vido.

Cristina Kirchner é acusada de ser a chefe do esquema. O tribunal já pediu o impeachment da atual senadora para que ela cumpra prisão preventiva, mas o Senado não aprovou a medida. (ANSA)

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Ataque em igreja ocorre em meio a debate da liberação de armas no país

11 de dezembro de 2018, 16:30

.No ataque, ao menos quatro pessoas foram mortas a tiros, segundo o Corpo de Bombeiros

O ataque a tiros desta terça-feira (11) na Catedral Metropolitana de Campinas (SP) ocorre no momento em que o país debate a ampliação do porte e da posse de armas, uma das principais bandeiras do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

No ataque, ao menos quatro pessoas foram mortas a tiros, segundo o Corpo de Bombeiros. A principal suspeita é de que um grupo de pessoas foi atacado por um homem, ainda não identificado, que entrou na igreja e atirou contra os fiéis. Segundo a PM, o suspeito se matou após o ataque -ele portava uma pistola 9 mm e mais um revólver.

Segundo dados do Exército obtidos via lei de acesso à informação pelo Instituto Sou da Paz, cerca de seis armas são vendidas por hora no mercado civil nacional. Neste ano, até 22 de agosto, haviam sido vendidas 34.731 armas no total.

“Nesse ritmo, teremos mais vendas em 2018 do que em 2016 e 2017, quando houve entre 40 e 47 mil. O brasileiro está buscando mais armas”, diz o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques.

Apesar do aumento nas vendas, o estatuto do desarmamento, lei federal aprovada em 2003 e afrouxada nos últimos anos por meio de decretos e portarias, corre o risco de ser desmantelado a partir de 2019, no que depender do novo presidente.

O estatuto regula o acesso a armas e restringiu o porte e a posse em todo o país.

Pelo estatuto, hoje, para obter a posse é preciso ser maior de 25 anos, ter ocupação lícita e residência certa, não ter sido condenado ou responder a inquérito ou processo criminal, comprovar capacidade técnica e psicológica e declarar a efetiva necessidade da arma. Já o porte é proibido, exceto para forças de segurança, guardas, entre outros.

Entenda aqui as regras de posse e porte de armas no país.

Além das vendas recentes, o número de novas licenças para pessoas físicas, concedidas pela Polícia Federal, tem crescido consistentemente nos últimos anos, bem como os registros para colecionadores, caçadores e atiradores desportivos, dados pelo Exército. No total, hoje, são mais de meio milhão de armas nas mãos de civis: 619.604.

“No debate eleitoral, se falava que é impossível comprar arma no Brasil. Mas os dados mostram que isso é falso”, diz o diretor do Sou da Paz.

Para o pesquisador em segurança pública Fabrício Rebelo, favorável à liberação do porte, os números são baixos em relação à população do país. “É ínfimo. No Uruguai, há uma arma para cada seis pessoas.”

Em discursos, Bolsonaro defendeu mais de uma vez a mudança do estatuto do desarmamento. “No que depender de mim, com a ajuda de vocês, todos terão porte de arma de fogo”, disse ele, em 2017, em Belém.

A proposta constava no plano de governo: “Reformular o Estatuto do Desarmamento para garantir o direito do cidadão à LEGÍTIMA DEFESA”.

Nos últimos anos, algumas medidas flexibilizaram a lei, como um decreto presidencial de 2016, que ampliou a validade do registro de armas de três para cinco anos. Uma portaria do Exército, de 2017, também significou um afrouxamento do estatuto. A medida permite que atiradores desportivos levem suas armas, carregadas com munição, até o local de tiro.

+Dois anos após assassinato, ossada de mulher é encontrada no DF

Atualmente, 55% dos brasileiros acham que as armas devem ser proibidas por representarem ameaça à vida dos outros, e 41% avaliam que possuir uma arma legalizada deve ser direito do cidadão que queira se defender.

Os dados são de pesquisa Datafolha de outubro deste ano. Em novembro de 2013, 68% achavam que as armas deveriam ser proibidas, e só 30% queriam armas liberadas.

ESTUDOS CIENTÍFICOS

Segundo estudos científicos, ampliar o acesso a armas não reduz conflitos com mortes.

De acordo com o professor de saúde pública da Universidade Harvard (EUA) e diretor do Centro de Pesquisa em Controle de Ferimentos da mesma instituição, Dave Hemenway, todas as evidências apontam na direção de menos segurança com armas.

“Uma arma dentro de uma casa aumenta o risco de que seus moradores cometam suicídio ou se envolvam em um acidente fatal. Aumenta ainda o risco de mulheres e crianças serem assassinadas com a arma doméstica”, explica ele.

Segundo Hemenway, as pesquisas sugerem que os riscos e prejuízos de se ter uma arma em casa superam qualquer potencial benefício.

Centenas de estudos realizados pelo mundo, alguns poucos no Brasil, partiram de diferentes evidências e modelos de cálculo para chegarem a uma mesma conclusão: onde há mais armas, há mais mortes.

A resistência do campo pró-armas está em questionar essa relação de causalidade (em que um fator leva a outro) -sem que se apresentem dados e evidências do contrário.

Este campo defende a hipótese do uso defensivo de armas, segundo a qual a proliferação de armamentos diminuiria a incidência de crimes ao mudar o cálculo de risco de criminosos. Eles seriam desencorajados do enfrentamento diante da maior probabilidade de encontrarem resistência inesperada por parte da vítima.

Para Rebelo, favorável à liberação do porte, “a grande questão neste debate é democrática”.

“Tivemos um referendo sobre comércio de armas em 2005, e a população fez a opção por manter a comercialização de armas. É preciso alinhar a legislação à vontade da população”, argumenta.

“Argumentos teóricos abstratos vão existir dos dois lados”, pondera o economista Rodrigo Soares, professor da Universidade Columbia (EUA). “O que fica muito claro neste debate é que a posição do grupo que defende as armas é inteiramente ideológica, porque não tem ligação com fatos ou compromissos.”

Para ele, “para continuar no debate, esse campo tem que produzir evidência científica mais robusta para o Brasil”.

De acordo com o canadense Robert Muggah, diretor de pesquisa do Instituto Igarapé e especialista em segurança pública, apesar de todo o peso das evidências que apontam que mais armas geram mais mortes, muita gente acredita que armas podem deixar as pessoas mais seguras.

“É um debate semelhante ao do aquecimento global, em que 95% dos estudos indicam indução humana das mudanças climáticas e muita gente ainda duvida disso”, afirma.

SEGURANÇA PÚBLICA

Há um ponto, no entanto, em que os dois lados do debate parecem concordar: proliferação de armas não é estratégia de segurança pública.

Para Rebelo, “a liberação de armas não pode transferir para o cidadão a contenção da criminalidade”.

Segundo ele, o reforço na atuação policial e investigativa é imprescindível para baixar os altos índices brasileiros de criminalidade. “O que eu defendo é dar ao cidadão a chance de ele mesmo exercer sua defesa tendo falhado o aparato do Estado.”

+‘As pessoas estavam rezando’, diz guarda de Campinas

Já o economista do Ipea Daniel Cerqueira, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta outras razões para a mesma negativa. “Não tenho dúvidas de que será uma tragédia no país se houver um ‘liberou geral’ das armas de fogo”, diz.

“Primeiro porque arma em casa conspira contra a segurança do próprio lar. E segundo porque a arma legal conspira contra a segurança pública, uma vez que várias delas serão extraviadas ou roubadas, aumentando a oferta de armas no mercado ilegal, o que facilita o acesso a elas pelo criminoso mais desorganizado, que vai para esquina e comece um latrocínio.”

REVOGAR ESTATUTO

Para revogar o estatuto do desarmamento é preciso aprovar uma nova lei no Congresso. Um projeto do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB), de 2012, tem a tramitação mais avançada: está pronto para votação no plenário.

Para se tornar lei, precisa ser aprovado por maioria simples na Câmara e, se passar sem alteração no Senado, segue para sanção presidencial. Esse texto, aprovado por uma comissão especial em 2015, tem mais de 40 projetos anexados.

Dentre as mudanças, o projeto reduz a idade mínima da posse, de 25 para 21 anos, e permite que pessoas respondendo a inquérito ou processo criminal comprem armas, contanto que não tenham sido condenadas por crime doloso.

O projeto de lei também retira a obrigatoriedade de apresentar uma efetiva necessidade para ter uma arma, ponto avaliado hoje pela PF. O porte seria liberado para maiores de 25 anos que cumprirem os requisitos para a posse.

Caso não seja votado até o final desta legislatura, o projeto é arquivado, mas pode ser reaberto pelo autor em 2019.

“A nova composição da Câmara demonstra simpatia ao projeto e eu acredito que isso seja um ponto forte para a aprovação”, diz Peninha.

Segundo levantamento do Sou da Paz, há mais de 160 propostas em tramitação no Congresso para alterar o estatuto. Muitas pedem o porte de armas para categorias profissionais, como advogados, caminhoneiros e taxistas.

No Senado, tramita um projeto para convocar um plebiscito de revogação do estatuto.

Sem o Congresso, Bolsonaro pode tentar alterar a regulamentação da lei para ampliar o acesso a certos tipos de armas ou flexibilizar a posse por decreto.

Em entrevista, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu que seu pai, Jair Bolsonaro, faça um decreto definindo de forma clara o que é “efetiva necessidade”, cuja declaração é exigida atualmente pela Polícia Federal.

A possibilidade de mudança do estatuto pelo presidente, contudo, não é consenso entre especialistas. Alguns alertam que isso seria “legislar por decreto”, o que poderia ser questionado juridicamente.

Com informações da Folhapress.

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Câmara aprova aumento de pena para maus-tratos a animais

11 de dezembro de 2018, 16:19

Foto: © Reuters

Hoje, há punição de três meses a um ano de prisão para quem praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Pela proposta, essa pena será ampliada para um a quatro anos de detenção

A Câmara aprovou nesta terça-feira (11) um projeto de lei que amplia punições para casos de maus-tratos a animais. O texto segue para análise do Senado.

Hoje, há punição de três meses a um ano de prisão para quem praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais. Pela proposta, essa pena será ampliada para um a quatro anos de detenção.

O texto ainda traz agravantes de pena, com ampliação do prazo de prisão de um sexto a um terço para casos de zoofilia ou se o animal morrer.

Nos últimos dias, um caso de maus-tratos envolvendo uma cadela que acabou morrendo após agressão em um supermercado em Osasco (SP) gerou reação e protestos.

O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil para apurar responsabilidades na morte da cadela Manchinha, resgatada ferida de uma unidade do Carrefour em Osasco.

Apontado como responsável por ferimentos no animal, o segurança da loja foi afastado preventivamente durante as investigações e foi ouvido pela Polícia Civil.

Segundo a Secretaria de Segurança, ele disse que acertou a cadela com a barra de alumínio de forma não intencional, no estacionamento do mercado.

O Carrefour reconheceu o “grave problema” e informou que está colaborando com as autoridades e que não se eximirá das responsabilidades. Com informações da Folhapress.

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Crivella nega apoio a Barco de Iemanjá e revolta umbandistas

04 de dezembro de 2018, 14:22

Foto: © Alexandre Macieira/ Riotur

‘Sinto-me profundamente decepcionada com o trato desrespeitoso’, diz presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Mãe Fátima Damas

Assim como no ano passado, a Prefeitura do Rio, comandada por Marcelo Crivella, decidiu não apoiar o Barco de Iemanjá. A procissão que vai do Estácio, no Centro da cidade, à Praia de Copacabana, na Zona Sul, já virou tradição, chegando à sua 14ª edição em 2018.

Conforme apurado pelo jornalista Ancelmo Gois, do ‘Globo’, o evento será realizado no dia 29 de dezembro. A Congregação Espírita Umbandista do Brasil está fazendo uma vaquinha para custeá-lo.

“Sinto-me profundamente decepcionada com o trato desrespeitoso, por mais um ano, com o patrimônio imaterial de nossa cidade”, disse a presidente da congregação, Mãe Fátima Damas.

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Sem cubanos e violentas, favelas do Rio sofrem para atrair médicos

25 de novembro de 2018, 08:31

Sete dias foi quanto uma médica pernambucana aguentou na favela antes de desistir do emprego em 2017

Nas paredes e vidraças, 12 marcas de bala. Na entrada, uma sala de espera vazia, transferida para um auditório escondido da linha de tiro. Nos fundos, uma porta de emergência, construída para facilitar a fuga em caso de confrontos armados.

Pode parecer um bunker de guerra, mas é a clínica da família Ministro Adib Jatene. Ela fica no meio do complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, de frente para uma rua com conflitos recorrentes entre policiais e traficantes de drogas.

Sete dias foi quanto uma médica pernambucana aguentou ali antes de desistir do emprego em 2017. Desde o início do ano, há três vagas para brasileiros no programa Mais Médicos, de um total de 12, sem reposição por falta de interesse.

O risco de ser atingido por disparos que afugenta os médicos brasileiros das unidades de saúde em favelas do Rio é mais um desafio do governo federal desde a semana passada -quando os médicos cubanos começaram a deixar o Brasil após o fim do convênio entre os dois países.

Só eles que ocupavam de forma duradoura esses postos, que sofrem com a alta rotatividade de profissionais brasileiros assustados com os episódios de violência. Havia 224 cubanos do programa no estado e 41 na capital, a grande maioria em áreas periféricas.

Era o caso de Liliet Karin Cruz, que passou dois anos na unidade da Maré. Antes atuava na clínica da família Palmeiras, no alto do Complexo do Alemão (zona norte).

O motivo da transferência foi o fechamento definitivo da clínica do Alemão, que atendia quase 10 mil pessoas por mês, depois que policiais invadiram e usaram o local como base para disparar tiros durante um confronto com traficantes, em dezembro 2016.

Ela socorreu uma enfermeira que desmaiou e um colega que teve convulsões. Orientou equipe e pacientes a se deitarem no chão, onde se arrastou para checar se todos estavam bem. No dia seguinte, funcionários enchiam as mãos com cápsulas de balas recolhidas.

Na unidade em que atuou até a semana passada, na Maré, funcionários já sabem que o risco é iminente quando o caveirão blindado da polícia surge na via expressa mais próxima da clínica -que foi alvejada nove vezes nos últimos dois anos.

O procedimento padrão é fechar o portão, correr para as salas mais protegidas e esperar o tiroteio passar. A decisão de retomar o atendimento ou ir embora depende de uma consulta a uma rede de contatos locais, incluindo moradores, agentes comunitários e até traficantes.

No último ano, os tiroteios levaram a fechamentos temporários de clínicas no Alemão, Maré, Jacarezinho (zona norte) e Vila Kennedy (zona oeste). Para além dos conflitos armados, a violência impacta no dia a dia desses profissionais de outras formas.

Em uma cidade violenta da Baixada Fluminense, por exemplo, o medo de represálias de milicianos impediu uma equipe de médicos de denunciar uma adulteração de exames de sífilis pela prefeitura, segundo conta um supervisor do Mais Médicos que pede para não ser identificado.

A reportagem conversou com seis gerentes, colegas e supervisores de médicos cubanos em áreas de conflito no Rio, além de pacientes, que defenderam a sua atuação. A principal diferença, dizem, é que eles se aproximam mais dos pacientes e estão sempre presentes.

Segundo os relatos, os estrangeiros cumprem à risca as 40 horas semanais de trabalho, enquanto brasileiros às vezes faltam ou descumprem a carga horária -muitos veem o emprego como temporário e atuam em outros locais.

“Os médicos brasileiros não param no posto. Antes da cubana chegar, cada hora a gente era atendido por um”, conta a dona de casa Charla Muniz, 45, moradora da comunidade Manguariba (extremo oeste).

“Na relação interpessoal, os cubanos também têm mais facilidade”, diz Carlos Vasconcelos, médico de família na Maré. “O brasileiro vem de classe mais alta, então tem dificuldade de dialogar com aquela população, num lugar sem saneamento, com fuzil na porta.”

Se a língua é uma barreira transponível (às vezes com a ajuda de enfermeiros), as diferenças na formação e na estrutura do sistema de saúde dos dois países podem causar dificuldades para os cubanos.

“Às vezes eles usam uma medicação ou técnica diferente pelo fato de o sistema deles ser mais simples, mas não compromete”, diz um supervisor da região da Baixada. “Os que eu supervisionei não eram tecnicamente excelentes, mas oscilavam num nível aceitável.”

Garcia Vergara, também supervisor de médicos do programa e coordenador do curso de medicina da família na Universidade do Estado do Rio, avalia que “o cubano é mais focado na doença, e o brasileiro, no paciente”. “Não quer dizer que são ruins, a formação é boa, mas diferente.”

Além das 32 horas de trabalho e 8 horas de especialização e estudos semanais obrigatórias no programa, os estrangeiros recebem um mês de aulas de português e treinamentos com protocolos brasileiros. Eles não precisam revalidar seu diploma no Brasil.

Para a empregada doméstica Helena A., 56, porém, que sofre com problemas renais, a única preocupação é a falta de médicos. “Deus queira que consigam repor essas vagas. Não importa ser cubano ou brasileiro, desde que tragam mais gente para a Maré”, diz. Com informações da Folhapress.

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