ESPORTES

Torcida que for à final da Liga dos Campeões terá de deixar Portugal em 24 horas

13 de maio de 2021, 18:11

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A Uefa confirmou o estádio do Dragão, na Cidade do Porto, para a decisão da Liga dos Campeões da Europa com a presença de 12 mil torcedores. Serão seis mil fãs de cada um dos finalistas, Manchester City e Chelsea. Mas ninguém poderá “fazer turismo” em Portugal e serão obrigados a retornarem à Inglaterra no mesmo dia, de acordo com a ministra de Gabinete, Mariana Vieira da Silva.

Com as restrições impostas em todo o planeta por causa da pandemia da covid-19, os torcedores ingleses terão de respeitar regras e viver em uma bolha em Portugal. Eles terão duas “fan zones” à disposição, além do palco da decisão do próximo dia 29.

“As pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões terão de regressar no mesmo dia”, informou Mariana Vieira da Silva. “Com testes obrigatórios feitos ainda antes de entrarem no avião e estarão sempre em situação de bolha”, seguiu a ministra do Gabinete de Portugal.

Os torcedores serão conduzidos para as “fan zones” antes de serem direcionados para o estádio do Dragão. Ainda ficarão distribuídos nas arquibancadas com distanciamento social e terão de estar usando máscara de proteção.

Também não poderão comemorar a conquista do título de seu clube nas ruas do país, como habitualmente acontece. Assim que o jogo terminar e a premiação ocorrer, já terão a obrigação de deixar o local e regressar para o aeroporto.

“É do estádio para o aeroporto, ficando em Portugal menos de 24 horas. Quem vier de avião (para estar na Cidade do Porto durante o jogo, mas que não no estádio) terá de cumprir as regras estabelecidas e medidas de segurança em vigor”, concluiu a ministra.

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Jogador é suspenso por 10 jogos por racismo

14 de abril de 2021, 13:43

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A Uefa anunciou nesta quarta-feira, após investigação de seu Comitê Disciplinar, uma punição de 10 partidas de suspensão para o zagueiro checo Ondrej Kudela, do Slavia Praga, da República Checa. O motivo foi o insulto racista dirigido ao meia finlandês Glen Kamara, do Rangers, da Escócia, durante uma partida das oitavas de final da Liga Europa no mês passado.

Por outro lado, a entidade que comanda o futebol europeu também puniu a vítima deste caso. Kamara recebeu uma suspensão de três jogos por causa de uma agressão a outro jogador – no caso Kudela, no túnel dos vestiários após o fim do jogo.

Segundo o meia do Rangers, o zagueiro do Slavia Praga disse a ele: “Você é uma porra de um macaco”. O jogador do time checo negou o ocorrido, mas testemunhas ouvidas pela Uefa após investigação disseram que ele insultou racialmente o rival.

Os jogadores do Rangers e o técnico da equipe, o ex-meia inglês Steven Gerrard, se revoltaram com o zagueiro adversário, que teria sussurrado palavras discriminatórias para Kamara. O Slavia Praga negou as alegações de racismo e afirmaram que o meia finlandês tentou agredir Kudela.

Segundo a imprensa escocesa, o Rangers vai tentar retirar a punição de Kamara, que revelou na semana passada sofrer abusos raciais e de ódio nas redes sociais após ele denunciar Kudela.

Gerrard apoiou o jogador do seu time na ocasião. “Eu acredito 100% no que Kamara disse em termos de acusação. Outros jogadores ao redor dele ouviram isso. Algo precisa acontecer rapidamente. Isso está acima de mim. Tudo o que posso confirmar é que o meu jogador me disse que sofreu abusos raciais”, disse o técnico na entrevista coletiva após a partida.

Naquele jogo, o Slavia Praga venceu por 2 a 0, na Escócia, após empate por 1 a 1 na República Checa. O time checo está enfrentando o Arsenal pelas quartas de final da Liga Europa e entrará em campo nesta quinta-feira, pela rodada de volta, em Praga. Na ida, na semana passada, no Emirates Stadium, em Londres, houve um empate por 1 a 1.

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Campeonato Brasileiro terá limite de troca de treinadores

25 de março de 2021, 19:37

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Os clubes do Campeonato Brasileiro poderão demitir apenas um treinador ao longo da competição neste ano. O limite de trocas no comando das equipes foi aprovado nesta quarta-feira pelo Conselho Técnico da Série A, após sugestão apresentada pela CBF em reunião com os dirigentes.

A nova regra determina que o clube começará o Brasileirão com um técnico inscrito. Se demitir este treinador, poderá inscrever apenas mais um técnico. Caso ocorra uma segunda demissão, o substituto terá de ser um profissional que já trabalhe registrado na comissão técnica ou nas categorias de base do clube há no mínimo seis meses. Se o pedido de demissão partir do próprio treinador, não haverá limitação ao clube para contratar um novo técnico.

Esse técnico que pedir demissão, no entanto, só poderá ser inscrito por mais uma equipe durante todo o Campeonato Brasileiro. Ou seja, em caso de novo pedido de demissão, ele não poderá mais trabalhar na competição. Mas, se a demissão for feita pelo clube, o técnico não sofrerá nenhum tipo de limitação para arrumar um novo clube.

“É um grande avanço do futebol brasileiro, que fará bem tanto aos clubes quanto aos treinadores. Vai implicar em uma relação mais madura e profissional e permitir trabalhos mais longos e consistentes. É o fim da dança das cadeiras dos técnicos. Significa organização administrativa e planejamento financeiro”, disse o presidente da CBF, Rogério Caboclo.

O Brasileirão começa no dia 29 de maio e terminará em 5 de dezembro. Os clubes terão o direito de inscrever até 50 atletas.

Ficou definido também que, por causa da pandemia da covid-19, os mandos de campo serão remanejados caso o município ou Estado de origem esteja impedido de receber jogos. Essa é uma prática que já vem sendo adotada pela CBF na Copa do Brasil. O Corinthians, por exemplo, enfrentará o Retrô, de Pernambuco, sexta-feira, em Saquarema, no Rio de Janeiro, porque as partidas de futebol estão proibidas no Estado de São Paulo até o dia 30 de março.

A possível paralisação de campeonatos com o avanço do novo coronavírus é um tema delicado dentro da CBF. Na terça-feira, o jornal O Dia divulgou vídeo de reunião de Caboclo com dirigentes no último dia 10 na qual o presidente da CBF diz que os clubes “estão f… se não tiver” jogos. Em determinado momento do encontro, Caboclo afirma: “Eu vou mandar no futebol brasileiro e vou determinar que vai ter competição”.

Nesta quarta-feira, durante o Conselho Técnico da Série A, o assunto voltou a ser debatido e foram aprovadas por unanimidade uma moção de repúdio e solidariedade em relação ao vazamento das imagens e também a abertura de uma sindicância para apurar quem repassou o conteúdo da reunião à imprensa.

ARBITRAGEM – O VAR terá uma central única no Brasileirão, montada pela CBF, no Rio. Assim, os árbitros de vídeo não precisarão mais usar cabines nos estádios onde são realizados os jogos e se comunicarão remotamente com os juízes no gramado. O novo escritório foi inspirado na central que existe atualmente da NBA. A Copa do Mundo da Rússia também adotou esse modelo de VAR centralizado, com sede única em Moscou.

Confira a primeira rodada do Brasileirão:

Flamengo x Palmeiras

Corinthians x Atlético-GO

São Paulo x Fluminense

Atlético-MG x Fortaleza

Internacional x Sport Recife

Ceará x Grêmio

Bahia x Santos

Athletico x América-MG

Chapecoense x Red Bull Bragantino

Cuiabá x Juventude

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Ministro da Colômbia aponta Copa América ‘inviável’ sem público nos estádios

02 de março de 2021, 16:45

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Ernesto Lucena, Ministro de Esportes da Colômbia, disse, nesta terça-feira, que considera inviável a realização da Copa América, competição que organizará juntamente com a Argentina em junho e julho, sem público por causa da pandemia de covid-19.

Em entrevista a uma rádio colombiana, o político afirmou que “uma Copa América sem público não teria sentido” e que o governo colombiano estuda a criação de protocolos que possam garantir pelo menos 30% de torcedores nos jogos da competição que deveria ter sido disputada no ano passado.

A Colômbia registra até o momento 2.255.260 de casos de covid, com 59.866 mortes. Apesar dos números, o ministro confia na realização do evento. “A Colômbia está pronta para receber a Copa América. E o mais importante é passar uma mensagem de que estamos trabalhando para termos condições de ter público nos jogos, que é uma preocupação da Conmebol”, afirmou Lucena, referindo-se à Confederação Sul-Americana de Futebol.

“Acreditamos que vamos poder ocupar 30% dos estádios, mas antes vamos falar com todas as autoridades. Evidentemente uma Copa América com zero público seria completamente inviável e, desta forma, seguimos trabalhando”, disse o ministro.

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Band irá transmitir a F-1 com exclusividade no Brasil até 2022

09 de fevereiro de 2021, 17:36

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O Grupo Bandeirantes anunciou nesta terça-feira (9), que irá transmitir com exclusividade no Brasil a F-1 até a temporada 2022. Também serão exibidas as etapas da Fórmula 3 e Fórmula 2, divisões de acesso do campeonato de automobilismo.

“O Brasil representa um dos cinco maiores mercados do mundo em audiência e faturamento da Fórmula 1. Voltar a ser a casa da categoria depois de 41 anos é motivo de muito orgulho para nós”, explicou o presidente da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, João Saad.

A Band já confirmou que terá na equipe de transmissões das etapas da F-1 o comentarista Reginaldo Leme e a repórter Mariana Becker, ambos com diversas temporadas de experiência na cobertura da categoria.

“A Band, junto com todo o time da F1, vai trabalhar muito e com toda a motivação para que o amante do automobilismo vibre com o jeito Band de fazer esporte. Será uma jornada espetacular e não vemos a hora de ser dada a largada”, pontuou o diretor de esportes, Denis Gavazzi,

Vale lembrar que a Band também irá transmitir a Stock Car – principal categoria brasileira de automobilismo, até a temporada de 2026.

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Vacilos do Flamengo podem custar caro e Internacional ser campeão neste domingo

08 de fevereiro de 2021, 16:04

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Aedição mais equilibrada do Campeonato Brasileiro pode conhecer o seu campeão neste domingo, com duas rodadas de antecedência. O Internacional tem a chance de desencantar após 41 anos graças aos vacilos do vice-líder Flamengo e dando uma “secada” em Atlético-MG e São Paulo, com chances mínimas de conquistar o título.

Curiosamente, os gaúchos podiam entrar em campo diante do Sport, nesta quarta-feira, pela 35.ª rodada, pressionados a vencerem para retomar a primeira colocação. O cenário, porém, não se confirmou após mais um tropeço do Flamengo na hora de assumir a liderança. Os cariocas, pela quinta vez no Brasileirão, falharam na hora de, enfim, chegar ao topo. Deste vez, com desperdício de inúmeras chances de gol e empate por 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, no domingo.

Não ultrapassaram o Internacional e podem voltar a ficar quatro pontos atrás. O Flamengo, que festejou tanto depender apenas de si na rodada passada, poucos dias depois vê apenas os gaúchos com tal chancela, mesmo com confronto direto, no Rio de Janeiro, na 37.ª e penúltima rodada.

O técnico Rogério Ceni garante que a sua equipe jamais deixará de “lutar pelo título”, mas é o rival Abel Braga quem mais se aproxima da façanha. Para “antecipar” a conquista para este domingo, entretanto, é necessário uma combinação grande de resultados.

O Internacional teria de ganhar de Sport, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, nesta quarta-feira, e do Vasco, no domingo, no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, para chegar aos 72 pontos, além de torcer contra os perseguidores.

Com 65 somados e nove em disputa, o Flamengo não alcançaria mais os gaúchos se perder do Corinthians como mandante. Os gaúchos teriam de torcer, também, por uma derrapada do Atlético-MG, diante de Fluminense ou Bahia, e que o São Paulo, com 58 pontos e ainda cinco jogos por fazer, não tenha desempenho perfeito nos confrontos contra Ceará e Grêmio.

Depois de emplacar nove vitórias seguidas, o Internacional pode muito bem vencer seus próximos dois jogos no Brasileirão, contra rivais lutando contra a queda. E, como todos os concorrentes têm jogos duros, a esperança cresce em Porto Alegre para uma festa já neste domingo.

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Bahia reintegra Ramírez, reforça combate ao racismo e anuncia cláusula antirracista em contratos

24 de dezembro de 2020, 16:36

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Bahia divulgou uma carta aberta no início da tarde desta quinta-feira para informar que os laudos das perícias contratadas pelo clube não comprovaram a denúncia de injúria racial feita contra o atleta Índio Ramírez e que, portanto, o jogador será reintegrado ao elenco. Além disso, o texto menciona diversas medidas estruturais adotadas para evitar e combater o racismo na instituição e no futebol, de maneira geral.

Índio Ramírez estava afastado de todas as atividades do Bahia desde o último domingo, quando o clube decidiu que abriria uma investigação interna para apurar se o meia-atacante realmente disse a frase cala a boca, seu negro” para Gerson, do Flamengo, no duelo do último domingo, vencido pelo time rubro-negro por 4 a 3, no Maracanã. No dia seguinte à partida, o atleta colombianose defendeu das acusações e afirmou que foi mal compreendido por Gerson.

“O clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Indio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes”, disse o clube. “O papel do Bahia é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa. O atleta deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado”, acrescentou o comunicado.

“O futebol é reflexo de uma sociedade que, quando não nega o racismo, adere a um populismo punitivista que finge resolver o problema apenas punindo o agressor. Atos de discriminação racial não são “casos isolados”, avaliou o clube baiano, que elencou sete medidas tomadas para combater a discriminação racial, incluindo uma cláusula antirracista nos contratos dos jogadores, por “entender seu papel de entidade de interesse público”.

Na carta, o Bahia também afirmou que “seguirá acompanhando os desdobramentos que ocorrerem fora das instâncias do clube, seja na Polícia Civil ou no Superior Tribunal de Justiça Desportiva”. Vale ressaltar que Gerson já prestou depoimento na Delegacia de Crime Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro (Decradi), e que Ramírez, o técnico Mano Menezes e o árbitro da partida, Flávio Rodrigues de Souza, também foram intimados a depor.

Confira abaixo as medidas adotadas pelo Bahia:

 

Inclusão de cláusula antitracista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.

Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.

Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.

Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.

Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.

Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol

Na última quarta, o Bahia já tinha comunicado que um dos cinco especialistas consultados pelo clube negou que Ramírez tenha chamado Bruno Henrique de “negro” na partida, em outro bate-boca posterior à discussão com Gerson. O chileno Eduardo Llanos, que tem o espanhol como língua materna, considerou que Ramírez perguntou “tá quanto?” a Bruno Henrique. Já o Flamengo alega que três especialistas em leitura labial ouvidos pelo clube apontaram que o atleta do bahia teria chamado Bruno Henrique de “negroe que entregaria a prova à polícia e ao STJD.

Outro profissional contratado pelo Bahia, o perito argentino Roberto Niella, também emitiu laudo em que descarta que Ramírez tenha proferido a palavra “negro” durante bate-boca com Bruno Henrique. Essa também foi a avaliação do Instituto Brasileiro de Peritos (IBPTECH), do perito baiano Antonio César Morant Braid e do paulista Mauricio Raymundo de Cunto, todos procurados pelo time baiano.

Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também deve analisar o caso. Ramírez está sujeito a duas punições. Ele pode ser obrigado a pagar multa de até R$ 100 mil e ficar afastado dos gramados por até dez jogos. Isso se for condenado por ato discriminatório, que está previsto no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

PARTE 1 – O RACISMO E A SOCIEDADE

O racismo faz nosso país sangrar. Pela morte, pela dor, pelas portas fechadas, pela discriminação no mercado de trabalho, pela violência diária de todas as formas. O racismo entra pela fresta das casas, está nas ruas, nos supermercados, nas empresas e também no futebol. Segue impregnado por todos os lados. Combater o racismo é dever de todos: das organizações, dos governos e sobretudo das pessoas que historicamente se beneficiaram de uma estrutura social e econômica sustentada na branquitude e no racismo. O racismo é um fenômeno concreto e opera para além das estatísticas de expectativa de vida, acesso à saúde e garantias dos direitos fundamentais e dignidade humana. O racismo é persistente, gritante, barulhento e, por muitas vezes, silenciosamente cruel.

PARTE 2 – O BAHIA NO DEBATE RACIAL

Há três anos, através do Núcleo de Ações Afirmativas, o Bahia se tornou referência internacional na luta antirracista. As campanhas educativas do clube viraram tema de vestibular em universidades e de redação em escolas. Além das campanhas, o Bahia foi o primeiro time de futebol no mundo a lançar um programa de imersão para debater os aspectos estruturais do racismo. O “Dedo na Ferida” capacitou 484 pessoas em 15 organizações de 3 capitais brasileiras. Funcionários, diretores, conselheiros, torcidas organizadas, profissionais de imprensa, além de empresas de fora do esporte, participaram gratuitamente. Antes disso, homenageou personalidades negras do passado e do presente em suas camisas. Na divisão de base, o Bahia possui amplo programa de desenvolvimento humano tendo o combate ao racismo como tema principal. Há apenas 33 dias, abriu programa de trainee exclusivo para pessoas autodeclaradas pretas, ao todo com 305 candidatos, em outra inovação no futebol.

PARTE 3 – ACONTECEU COM O BAHIA? QUAL O SENTIDO DISSO?

O episódio do último domingo (20), com toda a sua repercussão e simbologia, nos revela que o combate ao racismo deve ser ainda mais aprofundado no nosso clube e no Brasil. O Bahia é um reflexo de uma sociedade que carrega o racismo em suas estruturas. A questão racial não pode servir de pano de fundo para uma disputa entre clubes e torcidas rivais. O racismo não veste uma só camisa. A postura antirracista deve ser constante e não apenas quando convém ao time que torcemos. No caso do Bahia, embora já venha perseguindo a luta antirracista, seria ingênuo acreditar que estaríamos imunizados a um fenômeno tão complexo e particularmente enraizado na sociedade brasileira. Ninguém está! Ser antirracista no Bahia não é apenas uma opção da presente gestão, mas uma obrigação institucional.

PARTE 4 – O QUE FAZER?

Os laudos das perícias em língua estrangeira contratadas pelo Bahia não comprovam a injúria racial e o clube entende que, mesmo dando relevância à narrativa da vítima, não deve manter o afastamento do atleta Indio Ramírez ante a inexistência de provas e possíveis diferenças de comunicação entre interlocutores de idiomas diferentes. O papel do Bahia é de formação e transformação, sempre preservando os direitos fundamentais e a ampla defesa. O atleta deverá ser reincorporado ao elenco tão logo os profissionais da comissão técnica e psicólogos entendam adequado.

O Futebol é reflexo de uma sociedade que, quando não nega o racismo, adere a um populismo punitivista que finge resolver o problema apenas punindo o agressor. Atos de discriminação racial não são “casos isolados”.

Portanto, por entender seu papel de entidade de interesse público, o Bahia se compromete publicamente a adotar um conjunto imediato de medidas estruturais:

1. Inclusão de cláusula anti-racista, xenofóbica e homofóbica no contrato dos atletas.

2. Proposta de criação de protocolo antidiscriminatório para jogos de futebol no Brasil.

3. Implantação do projeto “Dedo na Ferida” para o elenco na pré-temporada. Não haverá jogador ou jogadora que vista a camisa do Bahia sem que tenha antes a oportunidade de obter acesso a uma imersão sobre racismo estrutural.

4. Encaminhamento junto à mesa do Conselho Deliberativo do clube para incorporação de cotas raciais nas próximas eleições.

5. Inclusão de espaço no Museu do Bahia dedicado ao combate e debate do racismo, xenofobia, sexismo e LGBTfobia e demais formas de intolerância.

6. Apoio ao projeto de lei que Cria o Dia Nacional Da Luta Contra o Racismo no Futebol

Adicionalmente, o Bahia seguirá acompanhando os desdobramentos que ocorrerem fora das instâncias do clube, seja na Polícia Civil ou no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Além de negros, somos nordestinos e conhecemos bem o poder do preconceito e da exclusão pela xenofobia. Diante disso e das provas constituídas, caberá ao atleta Ramírez decidir pela denúncia ou não quanto ao tema – e ao Bahia apoiar a decisão.

Desde o domingo à noite o Bahia procurou uma rede de apoio formada por lideranças ligadas a movimentos sociais de enfrentamento ao racismo como o Observatório de Discriminação Racial e instituições como a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado, com quem está construindo um Termo de compromisso antirracista. Entendemos que nesse momento é necessário incorporar o compromisso com a implantação real e perene da agenda antirracista. Desta forma, respaldo institucional e a experiência de tais atores deste processo consolida e qualifica as nossas decisões.

Muitas das ações propostas neste documento, dentre outras, estarão sendo instrumentalizadas, nos próximos dias em convênios, parcerias e termos de compromissos com a agenda de enfrentamento ao racismo. As decisões e propostas durante esse processo tiveram a colaboração dos voluntários do nosso Núcleo de Ações Afirmativas, professores e ativistas atuantes no debate racial nas universidades e nos movimentos sociais.

O Bahia segue como um clube atento ao seu papel de transformação e bem-estar social. O futebol não é um fim em si mesmo. É um agente que deve promover união, preservação do patrimônio cultural, lutas por igualdade e diversidade dentro e fora das quatro linhas”.

Fonte: Estadão

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Anderson Silva volta atrás de aposentadoria: ‘Capaz de seguir competindo no MMA’

22 de novembro de 2020, 17:50

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“Olá meu povo. Não queria falar sobre este assunto, até porque estou de férias (…) Vou deixar claro, para todos os meus fãs, que o momento e de alegria e de muita gratidão!!! Sinto-me livre, depois de tentarem forçar a minha aposentadoria!”, afirmou Anderson Silva em seu Instagram

Anderson Silva, o “Spider”, não vai mais se aposentar das lutas profissionais. Dois dias após rescindir contrato com o UFC, o brasileiro publicou na noite de sábado uma declaração em suas redes sociais indicando que pode voltar a competir. No último dia 31 ele fez o que seria o combate de despedida, contra o jamaicano Uriah Hall, que venceu o combate. Mas logo depois da derrota já disse que “era difícil dizer” se aquela era realmente a última vez que entrou em um octógono.

“Olá meu povo. Não queria falar sobre este assunto, até porque estou de férias (…) Vou deixar claro, para todos os meus fãs, que o momento e de alegria e de muita gratidão!!! Sinto-me livre, depois de tentarem forçar a minha aposentadoria!”, afirmou Anderson Silva em seu Instagram.

“Eu amo e sempre amei o que faço, ganhar ou perder faz parte, não tem absolutamente nada a ver com idade, cometi falhas técnicas e perdi, mas não perdi o principal, a vontade e o desejo de continuar fazendo o que amo, ainda tenho o espírito guerreiro e além dessa chama no meu coração que me motiva, tenho total convicção de que sou capaz de continuar competindo no MMA. Aproveito esse momento para refletir sobre a minha carreira e traçar os meus próximos passos”, completou.

Na última quinta-feira, Anderson Silva havia rescindido o seu contrato com o UFC, que ainda previa mais uma luta para o atleta. Apesar do duelo que restava, Dana White, o presidente da organização, não queria mais ver o ex-campeão em ação pelo Ultimate.

O brasileiro foi campeão da categoria peso-médios do UFC entre 2006 e 2013, período durante no qual bateu recordes de defesas de cinturão (10 vezes) e vitórias (16) consecutivas. Ele tem 34 triunfos, 11 derrotas e um “no contest” na carreira, sendo 17 vitórias, sete derrotas e um “no contest” somente no Ultimate.

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Santos de Pelé diz que parou guerra na Nigéria, mas historiador rebate versão

22 de outubro de 2020, 08:51

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Um dos grandes feitos contados na história de Pelé, que completa 80 anos na sexta-feira, aconteceu na excursão do Santos para a África em 1969. Na ocasião, ficou o registro de que o time comandado pelo Rei do Futebol teria parado uma guerra civil na cidade de Benin, na Nigéria. O Estadão conversou com um historiador que diverge desse fato e diz que o time da Vila Belmiro foi usado para promoção do governo local.

A versão do Santos diz que “havia um conflito em Benin entre duas facções, de ideologias diferentes. O prefeito então anunciou que o Santos jogaria na cidade para ajudar na arrecadação de dinheiro para reconstrução do entorno e pediu o cessar fogo. No período de dois a três dias, os conflitos pararam”, conta o historiador Gabriel Santana, do Centro de Memória do clube alvinegro.

O historiador José Paulo Florenzano realizou pesquisa de pós-doutorado na USP sobre as viagens à África feitas pelo Santos. Sua intenção foi mostrar a importância do clube no cenário internacional, mas ao confrontar a passagem histórica do Rei do Futebol na Nigéria, recebeu muitas críticas.

A guerra civil na Nigéria começou em 1967, em um conflito étnico, político e econômico. A região de Biafra, no sudeste do país, possuía grandes reservas de petróleo e tentou a independência, dando início a uma batalha que resultou na morte de 2 milhões de nigerianos. Imagens de crianças desnutridas e de uma terra arrasada ganharam repercussão mundial. Houve comoção de artistas como John Lennon e Jimi Hendrix, shows beneficentes e também pedido do Papa Paulo VI para o fim do conflito.

Florenzano comparou a cronologia da guerra com a viagem do Santos de 1969, a terceira excursão para a África do time brasileiro. “Havia esse contexto comercial estabelecido. Pelé era o grande nome do esporte e existia uma identidade negra com o clube, por isso houve a primeira viagem em 1966, depois em 1967, e em 1969. Haveria ainda mais uma em 1973. Era interessante para os governantes locais vincularem seus nomes ao de Pelé”, diz o historiador.

Em 1969, o Santos embarcou para a África e havia no cronograma apenas um jogo marcado para acontecer na Nigéria, na capital Lagos, que ficava no lado aposto de onde acontecia a guerra civil. O Estadão de 9 de janeiro de 1969 informou: “o primeiro jogo seria dia 16, em Brazaville, no Congo. Depois haveria duas partidas, dias 21 e 23, em Kinshasa, na República Democrática do Congo. Na sequência, atuaria em Lagos, dia 26, e depois havia a previsão de dois jogos dias 29 e primeiro de fevereiro, em Lourenço Marques, em Moçambique.”

O Estadão de 18 de janeiro de 1969, data em que o time já estava na África, noticiou que o “Conselho Esportivo de Benin designou um comitê especial para tratar de tal amistoso contra a equipe do Centro-Oeste, no dia 27 deste mês. Os nigerianos vão tentar convencer diretores brasileiros a reduzir a taxa de exibição por não poderem pagar as 11 mil libras argelinas exigidas inicialmente…” “O governador militar do Estado do Centro-Oeste prometeu que deixará livre a passagem pela ponte de Sapele a todos aqueles que quiserem ver o amistoso.” E Pelé, claro.

Na época, aviões de combate da Nigéria decolavam de Benin para atacar zonas em Biafra. A ponte citada estava fechada em 1969. Isso porque dois anos antes, no início do conflito, guerrilheiros de Biafra ocuparam Benin durante um mês. O governo da Nigéria recuperou a região em seguida, fechou a ponte, mas ficou esse trauma. A iniciativa de reabertura para o jogo era parte da estratégia de conquistar a população Ibo, a etnia que havia proclamada a República de Biafra e que também estava presente no Estado do Centro-Oeste.

Na ocasião da partida, a região de Biafra estava cercada por terra, mar e ar, reduzida a um quarto do que tinha sido no começo do conflito. A Cruz Vermelha tinha dificuldade para levar mantimentos e socorrer a população local. Foi nesse período que houve a comoção internacional. “Você imagina que nessas condições a guerra seria interrompida para que o Santos jogasse? Ninguém conseguia parar a guerra”, opinou Florenzano.

Para o historiador, o governo nigeriano tinha absoluto controle da guerra e do território e trouxe o Santos para demonstrar soberania. “A questão é lógica. Por que o governo, a Federação de futebol do País, gastaria para trazer o Santos, de Pelé, em uma área que ele não teria controle (Benin)? Qual o interesse de negociar um cessar fogo com o inimigo, mandando uma mensagem negativa para a sociedade nigeriana que não se tem controle pleno da situação?”, questiona o estudioso. “A única coisa que faz sentido é imaginar que o governo nigeriano levou o Santos para Benin como peça para propaganda da guerra. Levar o Santos na cidade era uma maneira de cicatrizar o trauma e mostrar que estava tudo sob controle.”

O jogo acabou acontecendo em 4 de fevereiro, no fim da excursão. O Santos venceu a equipe local por 2 a 1, com gols de Toninho Guerreiro e Edu. No dia seguinte, o time foi embora do país. A guerra durou até janeiro de 1970. “Claro, era uma guerra. Havia possibilidade de um ataque guerrilheiro. Mas não era uma cidade que estava em disputa e parou para o Santos jogar. Esse é o dado central.”

O Estadão do dia seguinte à data da partida informou o relato do jogo em dois parágrafos, com título: “O Santos ganha por 2 a 1.” A nota dizia que haviam 10 mil torcedores no estádio e que o governo militar da região decretou feriado na cidade. “O clube santista recebeu pela exibição 6 mil libras nigerianas e voltou a Lagos logo que a partida terminou.” Não há informação de que tenha havido cessar fogo.

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Correr regularmente é o melhor exercício para emagrecer e combater obesidade

20 de outubro de 2020, 11:11

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Uma equipe de cientistas procurou determinar qual seria o melhor tipo de exercício físico para combater a obesidade.

Para tal, de acordo com um artigo publicado no portal Nueva Mujer, os cientistas analisaram uma amostra composta por mais de 18 mil pessoas entre os 30 e 70 anos. Especificamente, o estudo incluiu pessoas com uma genética que as tornava mais propensas a sofrer de obesidade.

Durante a pesquisa, os investigadores notaram, que correr regularmente é a melhor atividade física para prevenir e atenuar a obesidade, contribuindo para a perda de peso.

A corrida provou ser o exercício mais eficaz porque coloca todos os músculos do corpo a trabalhar e em movimento. Melhorando o funcionamento do sistema cardiovascular e dessa forma acelerando a queima de gordura. Adicionalmente, exercícios como escalada, caminhar, dança ou yoga também revelaram ter um efeito positivo na diminuição do índice de massa gorda.

A pesquisa foi conduzida pela Universidade Nacional de Taiwan, e os resultados foram publicados na revista científica Plos Genetics.

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