94% dos jornalistas têm problemas para obter dados públicos via Lei de Acesso

16 de dezembro de 2019, 16:05

Sede do TCU, em Brasília: Tribunal recebeu reclamações de jornalistas sobre respostas obtidas via LAI (Foto: Reprodução/TCU)

Apesar de a legislação garantir o acesso a dados públicos, 94% dos jornalistas afirmam ter problemas para obter respostas do Executivo federal –Poder que mais recebe pedidos. Os dados integram pesquisa inédita divulgada pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) nesta 2ª feira (16.dez.2019). Houve aumento da percepção de problemas na transparência do Executivo Federal. Em 2013 e 2017, quando a pesquisa também foi feita, foram 64% e 52% de insatisfeitos, respectivamente. Os dados foram coletados de 4 de abril a 14 de maio por meio de 1 questionário online respondido por 85 profissionais. Vigente desde maio de 2012, a LAI (Lei de Acesso à Informação) estabelece as regras para que qualquer pessoa, física ou jurídica, apresente requerimentos de informações públicas. “É extremamente preocupante o aumento nas dificuldades”, avalia Marina Atoji, gerente-executiva da Abraji e especialista na Lei de Acesso a Informações. “A LAI está em vigor há sete anos, os órgãos públicos -especialmente o Executivo federal- já deveriam estar mais preparados a fornecer respostas a pedidos”. A maior parte dos problemas (68%) é para obter informações de natureza administrativa (referente a contratos, pagamentos e repasses, salário e outros proventos de servidores). Outro problema apontado por 29% profissionais é o descumprimento do prazo permitido pela LAI para respostas (30 dias). A percepção da categoria está em linha com dados da Controladoria Geral da União compilados pelo Poder360. As negativas de pedidos com base na LAI cresceram 8% de janeiro a novembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Neste ano, foram 9.848 recusas (7,8% de todos os pedidos), ante 8.755 (7,2%). A justificativa mais usada pelo governo para negar informações é de que os pedidos envolvem dados sigilosos. Os dados da CGU apontam que 27,3% das solicitações foram negadas com base neste argumento em 2019, ante 22,5% no ano passado. Estados e municípios A predominância do Poder Executivo também foi notada nos Estados.  Dos jornalistas entrevistados, 90% afirmaram terem problemas para obter respostas –maior patamar desde a 1ª edição. Em 2015, o número foi de 88%; e em 2013, de 70%. Já a proporção de relatos para obter respostas de órgãos municipais também apresentou resultado recorde: 89% dos jornalistas tiveram dificuldades para conseguir retorno das prefeituras ou câmaras municipais. Assim como no nível federal, os problemas são relacionados a dados administrativos. Transparência na pauta do TCU A redução de transparência na prestação de dados foi relatada por jornalistas ao presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), José Mucio Monteiro, na última 5ª feira (12.dez.2019). Entre os problemas apontados estão a qualidade das notas técnicas e o aumento de demandas via LAI não respondidas. Diante dos relatos, os técnicos afirmaram que o órgão avaliará a realização de auditoria para apurar a condução dos pedidos com base na Lei de Acesso. Ressaltaram, no entanto, que não houve nenhum impacto nas solicitações de dados do órgão ao governo. Segundo o secretário geral de Controle Externo, Paulo Wiechers, o órgão trabalha na atualização de uma série de normativas internas, incluindo a de transparência de informações. Pela proposta, que será submetida ao plenário, os órgãos públicos teriam que publicar dados exigidos pela LAI em seus sites. Não há, no entanto, uma previsão para análise das novas regras.

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EUA apelam à Coreia do Norte para que retome negociações nucleares

16 de dezembro de 2019, 10:27

Os EUA pediram ao governo de Pyongyang que retome as negociações sobre desnuclearização (Foto: Reprodução)

Oenviado especial dos Estados Unidos à Coreia do Norte pediu ao governo de Pyongyang que retome as negociações sobre desnuclearização. "Está na hora de fazermos o nosso trabalho. Vamos tratar disto. Nós estamos aqui e vocês sabem como chegar a nós", afirmou hoje (16) Stephen Biegun durante uma conferência de imprensa na Coreia do Sul.   O enviado especial reuniu-se com o vice-ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Cho Sei-young, e com o presidente Moon Jae-in numa tentativa de salvar as negociações que estão paradas desde fevereiro, quando Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un falharam em alcançar um acordo. Naquele mês, o presidente da Coreia do Norte insistiu que as sanções norte-americanas ao seu país fossem levantadas, algo que Trump recusou. Desde então, a tensão entre os dois países tem aumentado e Kim Jong Un já ameaçou romper definitivamente as negociações. O enviado especial dos EUA disse esperar que a época natalícia “inaugure uma fase de paz”. Por outro lado, no início de dezembro, Pyongyang tinha alertado os Estados Unidos que podiam preparar-se para uma “prenda de Natal” caso não colaborassem em relação ao levantamento das sanções. Stephen Biegun considerou as insinuações da Coreia do Norte “hostis, negativas e totalmente desnecessárias”, acrescentando que os Estados Unidos “possuem um objetivo, não um prazo”. Os Estados Unidos exigem que a Coreia do Norte renuncie a todo o seu arsenal atômico, mas Pyongyang já alertou que, se os Estados Unidos não fizerem uma proposta aceitável, encontrará “uma forma alternativa”, sugerindo um possível recomeço dos testes com mísseis. Com informações da Agência Brasil

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Cresce preocupação com cigarros eletrônicos

16 de dezembro de 2019, 07:42

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) relatou até anteontem 118 casos de hospitalização em 50 Estados (Foto: Reprodução)

OInstituto Nacional de Câncer (Inca) fez na semana passada um alerta sobre o uso de cigarros eletrônicos. A instituição destacou o risco trazido por inúmeras substâncias tóxicas, na maioria aditivos com sabores de nicotina, que causam dependência química. Nos Estados Unidos, essa modalidade - o vaping - está relacionada a pelo menos 52 mortes, 4 recentes. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) relatou até anteontem 118 casos de hospitalização em 50 Estados. O número de pessoas internadas com problemas respiratórios chega a 2.409. Como forma de conter o problema, o Conselho de Saúde Pública do Estado de Nova York baniu na quinta-feira, 12, o uso de sabores nos cigarros eletrônicos por 90 dias. A porta-voz do departamento, Jill Montag, disse que o número de jovens que usa os aparelhos e consome os vapores é "alarmante". Acredita-se que as lesões respiratórias sejam causadas pelo uso excessivo nos produtos de acetato de vitamina E, composto normalmente ligado a misturas com o THC, principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero cannabis (maconha). Na quinta-feira, em um artigo publicado na prestigiosa revista Science, alguns dos principais especialistas americanos na área pediram medidas para redução do consumo - incluindo Amy Fairchild, de Ohio; Ronald Bayer, de Columbia; Cheryl Healton e David Abrams, de Nova York; e James Curran, de Emory. Segundo eles, é preciso criar nesse instante programas de redução de danos para jovens, a exemplo do que ocorreu na Inglaterra. A ideia é impor limites de nicotina e restrições de publicidade. Brasil Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), três casos de doenças pulmonares ligados ao uso de cigarros eletrônicos já foram relatados no País. Mas não há detalhes a respeito. No informe mais recente, o Inca ainda destaca que os dispositivos também são responsáveis por vários acidentes por explosões das baterias. Além disso, estudos científicos demonstram que a chance de um jovem começar a fumar cigarros convencionais quadruplica a partir do uso dos dispositivos eletrônicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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EUA teriam tecnologia para ‘teletransportar’ pessoas a qualquer lugar do mundo

15 de dezembro de 2019, 19:31

Washington tem tecnologia que pode transportar pessoas para qualquer lugar do mundo em menos de uma hora, afirmou ex-militar norte-americano (Foto: Reprodução/Sputinik)

Segundo as declarações do ex-tenente-general da Força Aérea dos EUA Steven L. Kwast, o Exército dos EUA e seus parceiros industriais já desenvolveram tecnologias de última geração com potencial para mudar drasticamente o campo aeroespacial. Esse desenvolvimento "pode ser construído hoje com tecnologias [não experimentais] para trazer uma pessoa de qualquer lugar da Terra para qualquer outro em menos de uma hora", destacou Kwast em uma palestra recente em Washington. O comentário, citado pelo portal The Drive, é apenas uma das curiosas declarações feitas pelo ex-militar, e parece indicar que podemos estar perto de um salto tecnológico em relação a transportes. Tecnologia revolucionária Na opinião de Kwast, essa tecnologia revolucionária tem o potencial de tornar obsoletas as capacidades aeroespaciais existentes. Considerando os avanços de outras nações, como a China, o Exército dos EUA deve impulsionar o investimento em tecnologias espaciais, sugere o militar aposentado. Ele propõe que Washington assuma um papel mais forte fora dos limites da terra, com o objetivo de garantir o domínio econômico americano. "O poder do espaço mudará o poder no mundo para sempre", ressalta.

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Beber cerveja uma vez por dia faz bem ao intestino, diz estudo

15 de dezembro de 2019, 18:39

Assim como o iogurte, cervejas mais fortes são ricas em probióticos - microrganismos benéficos para o funcionamento intestinal. (Foto: Reprodução)

Beber diariamente uma cerveja de caráter forte pode aumentar o número de bactérias boas que habitam no intestino. A descoberta foi apresentada pelo investigador holandês Eric Claassen, da Universidade de Amesterdam, durante um evento organizado pela fabricante de laticínios Yakult. Segundo Claassen, algumas cervejas fortes, como as que são produzidas na Bélgica, são abundantes em microrganismos benéficos, conhecidos como probióticos. Tal ocorre porque essas bebidas passam duas vezes pelo processo de fermentação, que leva à produção desses bichinhos. Esses micróbios 'bons' também estão presentes em laticínios, como em iogurtes e queijo.  Durante a fabricação da cerveja, a produção de probióticos fica a cargo das leveduras, fungos responsáveis por fermentar a bebida. Estes são capazes de produzir ácidos que destroem as bactérias causadoras de doenças – e estimulam a produção de microrganismos benéficos. Assim, cada vez que uma pessoa consome uma cerveja ela está, de certa forma, a reforçar o exército de micróbios que protegem o organismo contra agentes nocivos. Apesar dos benefícios identificados no estudo, Claassen alerta para a necessidade de beber com moderação. “Não queremos dar às pessoas uma licença para beber mais cerveja”, disse. “Em alta concentração o álcool pode ser detrimental para o intestino, mas se consumir uma dessas cervejas uma vez por dia, pode ser um hábito bastante saudável". 

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Como e quando limpar o celular para evitar contaminação por germes

15 de dezembro de 2019, 18:32

Pessoas que tem por hábito comer enquanto usam o smartphone ou tablet devem limpar os aparelhos pelo menos duas vezes por dia (Foto: Reprodução)

Estamos rodeados de bactérias, é um fato. Ainda assim, felizmente a maioria é benéfica. Porém, os germes capazes de provocar doenças, como intoxicação alimentar, gripe e constipações, podem entrar facilmente em contato com o organismo caso não haja cuidados. Nesse sentido manter uma boa higiene dos celulares e tablets é fundamental.   As bactérias causadoras de doenças entram no organismo de várias formas. “Tendem a fazer isso agarrando-se às mãos e, de seguida, movendo-se para os alimentos que coloca na boca. No entanto, também podem ter acesso ao seu sistema imunitário quando toca as orelhas, narinas ou fraturas na pele, como cortes e arranhões. O telefone é um veículo importante na transmissão de organismos infecciosos”, disse Philip Tierno, professor da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, à revista Time. “E não adianta nada lavar bem as mãos com água e sabão se antes de chegar à mesa a pessoa volta a tocar no celular repleto de germes".  Limpar o celular A frequência com que os smartphones e tablets devem ser limpos depende da forma como os indivíduos lidam com os dispositivos no quotidiano. Pessoas que costumam utilizar o telefone no transporte público ou durante as refeições devem limpá-lo diariamente, ao menos duas vezes. Quem não costuma usar telefones e tablets em lugares com maior incidência de germes ou evita utilizá-los durante as refeições não necessita de ser tão diligente com a higienização, embora isso seja recomendado ao menos uma vez por dia para prevenir a contaminação. Adicionalmente, as capas de borracha, muito populares como ferramenta para proteger o celular contra quedas, acumulam ainda mais bactérias do que as partes de metal, vidro ou plástico. As laterais da capa e do telefone também tendem a reunir mais germes do que as superfícies lisas.

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Racismo: Deputado entra com representação contra Silvio Santos

15 de dezembro de 2019, 11:12

Em uma competição de calouros, o apresentador ignorou a votação popular do auditório, que escolheu Oliver como melhor intérprete da música "Caneta Azul" (Foto: Reprodução)

O deputado estadual Jesus dos Santos, 35, (PSOL), integrante da bancada ativista -formada por nove militantes políticos de diversas áreas que dividem o mandato em São Paulo- fez uma representação contra Silvio Santos, 89, nesta sexta-feira (13). A causa foi o tratamento dado pelo apresentador a Jennyfer Oliver no quadro Quem Você Tira?, no Programa Silvio Santos (SBT), exibido dia 8 de dezembro. Em uma competição de calouros, o apresentador ignorou a votação popular do auditório, que escolheu Oliver como melhor intérprete da música "Caneta Azul", e premiou outra concorrente, Juliani, por tê-la considerado "muito bonita".  O que chamou a atenção dos espectadores é que a cantora preterida pelo apresentador era a única negra no grupo de quatro calouras. Isso levou o público a cogitar racismo por parte de Silvio, hipótese tomada como certa por Jesus.  "Quando um apresentador, dono de um canal que é uma concessão pública, ratifica e continua perpetuando piadinhas racistas, isso passa a ser um problema no qual encontramos aparato constitucional para enquadrá-lo. O crime de racismo é bem nítido quando informa que atos racistas de qualquer forma e grau precisam ser contidos", afirma o deputado. A iniciativa aconteceu após uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), da qual também participaram os deputados Leci Brandão, 75, (PCdoB) e Luiz Fernando Teixeira, 57, (PT). Cabe ao Ministério Público apurar os fatos e, se entender que houve racismo, processar Silvio.  Para Jesus, é inadmissível que uma emissora e seu apresentador tenham esse tipo de comportamento. "Partimos do princípio de não tolerar mais que nossas crianças que assistem a esse programa, pessoas em processo de formação, tenham [acesso a] conteúdos que não estão coerentes com os passos que a sociedade deve dar". O deputado diz ainda que, embora venha tentando falar com Oliver, ainda não conseguiu contatar a cantora. "Ela está em um lugar desprivilegiado para tentar contrapor a narrativa de um cara que é mega milionário no nosso país. Ela é o elo fraco dessa corrente. Como papel do parlamento nos cabe zelar pela nossa Constituição".  É importante destacar que a medida foi possível sem a necessidade da presença da participante que teria sofrido discriminação, porque a representação está fundamentada no crime de racismo, e não de injúria racial. Procurada pela reportagem, a assessoria do SBT não se manifestou sobre o caso até a conclusão deste texto. 

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As fotografias dos iPhones podem vir a ser ainda melhores

15 de dezembro de 2019, 11:02

A mais recente aquisição da Apple poderá ajudar a melhorar a qualidade das imagens (Foto: Reprodução)

Diz a Bloomberg que a Apple adquiriu a startup britânica Spectral Edge, um negócio que foi concluído por uma soma ainda por revelar mas que pode apresentar uma evolução assinalável para a câmera dos iPhones. A tecnologia desenvolvida pela Spectral é capaz de tirar fotografias em infravermelhos e misturá-las com fotografias standard, o que ajuda a produzir fotografias mais definidas e com cores mais precisas. De notar que esta tecnologia pode ser implementada por software, pelo que é possível que a Apple lance uma atualização de forma a melhorar fotografias captadas com luminosidade mais reduzida. Resta esperar que a Apple desvende alguma novidade neste sentido.

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Por que, apesar do desconforto, gostamos tanto de comidas com pimenta?

15 de dezembro de 2019, 10:53

As pessoas comem pimenta há mais de 2 mil anos, mas nas últimas duas décadas o consumo disparou e os agricultores começaram a competir entre si para cultivar variedades mais fortes. (Foto: Getty Images / BBC News Brasil)

No ano passado, médicos do pronto-socorro de um hospital dos EUA se apressaram para descobrir o que havia de errado com um homem que chegou ao local com náusea, fortes dores na cabeça e no pescoço. Após realizar uma bateria de exames — incluindo uma tomografia computadorizada —, eles chegaram à conclusão de que o paciente, de 34 anos, não havia sido envenenado ou contaminado por uma doença misteriosa. Na verdade, ele tinha consumido uma das pimentas mais ardidas do mundo: a notória Carolina Reaper, 275 vezes mais forte que a jalapeño. A ingestão da pimenta, durante uma competição, provocou o estreitamento de várias artérias em seu cérebro. Mas, para sua sorte, a condição era reversível — e ele se recuperou completamente. A pimenta Carolina Reaper, cultivada na Carolina do Sul, detém o recorde de 'mais ardida' do mundo - Foto: PuckerButt Pepper Company / BBC News Brasil Esse pode ser um exemplo extremo, mas milhões — ou talvez bilhões — de pessoas ao redor do mundo consomem regularmente comida apimentada, o que pode causar uma sensação de queimação na língua, nos deixar morrendo de sede ou com dor de estômago. Mas por quê? É um caso de amor que existe há milhares de anos e se mantém forte até hoje. Não é à toa que a produção global de pimenta malagueta verde saltou de 27 milhões para 37 milhões de toneladas entre 2007 e 2018. Instinto evolutivo Esses dados, da empresa de análise de mercado IndexBox, indicam que, em média, cada um de nós consumiu quase 5 kg de pimenta no ano passado. Como uma pimenta vermelha típica pesa cerca de 20 g, isso significa ter devorado 250 delas. Alguns países têm mais apetite por comidas picantes do que outros. Na Turquia , as pessoas consomem em média 86,5 gramas por dia — é a média mais alta do mundo, bem à frente do segundo colocado, o México (com 51,0 gramas), famoso pela gastronomia apimentada. Mas por que gostamos tanto de comida picante? É uma história complicada que envolve nossa busca psicológica por fortes emoções e uma batalha contra os instintos evolutivos. A produção global de pimenta malagueta verde atingiu 37 milhões de toneladas em 2018 Segredo da natureza Até o processo evolutivo pelo qual as pimentas desenvolveram a capsaicina, o componente responsável pela ardência, gera debate. Os cientistas sabem que as espécies se tornaram ardidas ao longo do tempo e criaram esse sabor picante para tentar impedir que fossem devoradas por mamíferos e insetos. Mas os pássaros parecem não ter problema com isso. Diferentemente de mamíferos e insetos, os pássaros não têm problema em comer pimenta Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, descobriram o por quê dessa estratégia. Os sistemas digestivos dos mamíferos quebram suas sementes e impedem que germinem. Mas esse não é o caso dos pássaros: as sementes passam ilesas pelo sistema digestivo deles e são evacuadas prontas para germinar novas plantas. Mas, se as pimentas desenvolveram sua ardência para impedir os mamíferos de comerem os frutos da planta, por que isso não funciona com os seres humanos? Competições de ingestão de pimenta, como esta na cidade chinesa de Hanghzou, são cada vez mais populares É especialmente surpreendente, dado que os seres humanos também costumam associar gostos amargos a venenos — e isso faz parte do nosso mecanismo evolutivo de sobrevivência. Mas o comportamento dos nossos ancestrais pode dar pistas de por que consumimos deliberadamente comida apimentada. Os únicos outros mamíferos além de nós a fazê-lo são os musaranhos chineses. Conservação Uma das teorias é que os seres humanos gostam de alimentos apimentados por causa de suas propriedades antifúngicas e antibacterianas. A tese é a de que as pessoas começaram a perceber que alimentos com sabor apimentado eram menos propensos a apodrecer — a ardência era um sinal de que a comida não tinha estragado. Essa hipótese foi apresentada em 1998 pelos biólogos Jennifer Billing e Paul W. Sherman, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Eles analisaram milhares de receitas tradicionais de 36 países com dietas à base de carne e descobriram que as especiarias eram usadas com mais frequência em regiões com clima mais quente, onde havia um risco maior de os alimentos apodrecerem. Será que nosso amor pela pimenta começou como uma medida de segurança contra a intoxicação alimentar? "Nos países quentes, quase todas as receitas à base de carne exigem pelo menos um tempero, e a maioria inclui muitas especiarias, especialmente temperos fortes, enquanto nos países mais frios, quantidades substanciais de pratos são preparados com pouco ou nada de tempero", concluíram. Países como Tailândia, Filipinas, Índia e Malásia estão no topo do ranking de uso de especiarias, enquanto Suécia, Finlândia e Noruega estão no pé da lista. "Acredito que as receitas são um registro da história da corrida coevolutiva entre nós e nossos parasitas. Os micróbios estão competindo conosco pelo mesmo alimento", diz Sherman. "Tudo o que fazemos com os alimentos — secar, cozinhar, defumar, salgar ou adicionar temperos — é uma tentativa de impedir que sejamos envenenados por nossos concorrentes microscópicos." Um antídoto para comida sem graça? Kaori O'Connor, antropóloga da alimentação, acrescenta outra pista. Ela explica que, assim como a cana-de-açúcar e as batatas, as pimentas permaneceram desconhecidas na Europa por séculos. Mas depois que os exploradores europeus chegaram às Américas e começaram a abrir rotas comerciais, elas se espalharam pelo mundo. "Elas (as pimentas) se espalharam por causa dos exploradores europeus", diz O'Connor. Seu sabor surpreendente foi rapidamente adotado na culinária de todo o mundo, incluindo na Índia, China e Tailândia. "Temos de imaginar que a comida na Europa era muito sem graça na época. Mas as pimentas logo aprimorariam seu sabor, em um processo semelhante à chegada do açúcar." Será que comemos pimenta em busca de fortes emoções? — Foto: Getty Images/BBC Emoções e frio na barriga No entanto, existe uma teoria concorrente para explicar nosso amor pela pimenta: o relacionamento do homem com a comida picante seria resultado do chamado "risco restrito". Os cientistas acreditam que as pimentas desenvolveram sua 'ardência' para afastar mamíferos e insetos Ela sugere que começamos a comer pimenta por causa do mesmo impulso de buscar fortes emoções que atualmente nos faz andar de montanha-russa ou saltar de paraquedas. Teste de ardência Esse conceito foi desenvolvido por Paul Rozin, professor de psicologia da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, que se viu instigado pelo fato de que a grande maioria dos mamíferos não come pimenta. Em um experimento, ele ofereceu aos participantes pimentas cada vez mais fortes até eles não conseguirem suportar mais a ardência. As pessoas foram questionadas, em entrevistas, sobre o tipo de pimenta que mais gostavam. E escolheram o grau mais alto que poderiam suportar. "Os homens são os únicos animais que desfrutam de eventos que são negativos por natureza", explica Rozin. "Nossas mentes aprenderam a ter consciência de que não estamos em perigo, mesmo que nossos corpos reajam da maneira oposta." Tudo indica que gostamos de comer pimenta ardida pela mesma razão que gostamos de assistir a filmes de terror assustadores. Imagem e gênero A ciência também está interessada em entender por que algumas pessoas gostam mais de pimenta do que outras. Nadia Byrnes, cientista de alimentos, decidiu analisar a possibilidade de o gênero também desempenhar um papel no consumo de comida picante. Ela descobriu que os homens tendem a ser mais motivados por fatores externos, como mostrar a outras pessoas que são capazes de suportar pimentas fortes; enquanto as mulheres se interessam mais pela sensação de ardência em si. "No México, por exemplo, o consumo de pimenta está associado à força, ousadia e características da personalidade masculina", observa Byrnes. Independentemente de você comer pimenta porque gosta de fortes emoções, detesta pratos insossos ou está seguindo algum instinto ancestral para evitar alimentos estragados, uma coisa parece certa: com variedades de pimenta cada vez mais fortes sendo cultivadas, nunca vai faltar uma refeição apimentada.

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Médicos identificam tratamento que pode ajudar a curar a ansiedade

15 de dezembro de 2019, 10:31

(Foto: Reprodução)

Terapia que recorre a 'sinais de segurança' contribuiria para a melhoria dos sintomas de pacientes que não respondem bem a tratamentos convencionais ou à toma de medicação. Ser acompanhado por um psicólogo ou psiquiatra ou tomar fármacos não significa que o estado patológico de um indivíduo desapareça, pois há quem ainda assim possa continuar a sentir os sintomas do transtorno, como a aceleração dos batimentos cardíacos e a sensação de 'nó' na garganta.  Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, afirmam que identificaram uma resposta para ajudar esses pacientes: 'sinais de segurança', como uma música, uma fotografia de um ente querido ou amigo ou até um bichinho de pelúcia.  Para chegar a essa conclusão, foi realizada uma experiência, na qual foi solicitado aos pacientes que associassem ilustrações a sensações de medo e que descrevessem os items que não remetessem a esse sentimento. Um grupo de pessoas visualizou somente as imagens que tinham o intuito de provocar aflição. Ao mesmo tempo, outra parte observou as fotografias intimidadoras e objetos agradáveis. Os especialistas notaram que observar as formas assustadoras juntamente com as agradáveis suprimia o sentimento mau. Analisando diversos estudos, identificaram que os 'sinais de segurança' (representados pelas imagens 'boas') afetam uma rede de neurônios numa região diferente da que é afetada durante os tratamentos convencionais.  Tal ocorre porque as terapias, geralmente, são baseadas no extermínio de um medo específico. “Mesmo que uma memória segura seja formada durante a terapia, estará sempre em competição com outras memórias ameaçadoras que surgiram antes”, disse em comunicado Dylan Gee, líder da pesquisa.  Segundo a especialista, o uso dos 'sinais de segurança' pode ajudar sobretudo aqueles que não são acompanhados por um psicólogo. “Tanto a terapia cognitiva comportamental, quanto o uso de antidepressivos podem ser muito eficientes, mas há uma parte substancial da população que não responde positivamente a esses métodos, ou os benefícios não duram a longo prazo”, comentou. 

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Bahia lança camisas desenhadas por torcedor com inspiração nos anos 80

14 de dezembro de 2019, 07:23

(Foto: Divulgação)

Clube vestido por marca própria, a Esquadrão, o Bahia lançou suas camisas 1 e 2 para a temporada 2020. Os desenhos foram criados por um torcedor e captados durante a ação "Manto do Esquadrão 2.0", iniciada em julho. Os dois projetos são assinados pelo torcedor Michel Neuhaus. Michel se inspirou nos anos 80 para criar os modelos. Seus desenhos levaram a melhor em votação aberta no site oficial do Bahia. Uma camisa 3 vinda da ação ainda será lançada. O modelo vencedor em votação será revelado apenas em 2020. VEJA AS NOVAS CAMISAS

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Ricardo Galvão é eleito uma das personalidades da ciência pela ‘Nature’

13 de dezembro de 2019, 14:54

Ricardo Galvão é ex-diretor do Inpe e protagonizou o principal embate entre a ciência e o governo Jair Bolsonaro neste ano (Foto: Reprodução)

Ofísico Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que protagonizou o principal embate entre a ciência e o governo Jair Bolsonaro neste ano, foi escolhido pela revista Nature, uma das mais prestigiosas do mundo, uma das dez pessoas que foram mais importantes para a ciência neste ano.   A informação estava embargada até terça-feira, 17, quando será distribuída a revista, mas vazou mais cedo. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Galvão confirmou a homenagem e se disse "surpreso". "Fui procurado pela Nature há mais de três semanas para uma longa entrevista e fiquei surpreso com a escolha", afirmou. "Essa lista geralmente é feita com personalidades que possuem publicações com resultados científicos importantes. Eu não tenho uma publicação, mas eles consideraram importante a minha posição de defesa da ciência perante a comunidade internacional em um momento de obscurantismo", disse. Galvão chamou a atenção de todo o mundo depois de responder às acusações sem prova do presidente Jair Bolsonaro, que disse que dados do Inpe que apontavam para um pico de desmatamento em julho eram mentirosos e acusou o cientista de estar "a serviço de alguma ONG" em um café da manhã com a imprensa estrangeira. Galvão decidiu no dia seguinte se manifestar. Deu sua primeira entrevista ao Estado, quando afirmou a atitude do presidente tinha sido "pusilânime e covarde". Ricardo Galvão foi exonerado do cargo no começo de agosto. Em novembro, o sistema Prodes, que aponta a taxa oficial de desmatamento da Amazônia, confirmou que houve um aumento de quase 30% na perda da floresta entre agosto do ano passado e julho deste ano, na comparação com os 12 meses anteriores. Ricardo Galvão estava no Inpe desde 1970. Ele, que dirigiu o órgão por três anos, desde 2016, teria um mandato à frente do órgão até 2020. Galvão fez doutorado em Física de Plasmas Aplicada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e é livre-docente em Física Experimental na USP desde 1983. Depois de sair da direção do Inpe, voltou pra USP, para o Instituto de Estudos Avançados. Após a exoneração, Galvão começou a dar palestras e participar de eventos no Brasil e no exterior. Em meados de agosto, ao voltar para a USP, Galvão deu um depoimento emocionado. "Sempre que a ciência for atacada temos de nos levantar. As autoridades sempre se incomodam quando escutam o que não querem", disse. "Mas será que esse seria um momento de volta às trevas?", questionou em referência à ditadura. Ele mesmo sentenciou: "Não. Porque a comunidade acadêmica e científica e o povo brasileiro não se calarão." Galvão, porém, rejeitou a ideia de ser herói. "Não usem a palavra herói ou mito. Não existe salvador da pátria", disse. Em setembro, foi homenageado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC).

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