POLÍTICA

Óleo nas praias do Nordeste intoxica voluntários e acende alerta de saúde pública

27 de outubro de 2019, 07:33

Foto: LEO Malafaia (AFP)

O óleo que avança pelo litoral nordestino —nesta sexta-feira chegou em Ilhéus, no sul da Bahia — já se tornou um problema de saúde pública. Muitos dos voluntários que estão participando dos mutirões de limpeza nas praias de Pernambuco  apresentam sintomas de intoxicação, tais como ardência na pele (dermatite de contato), irritação nos olhos, náuseas e vômitos. Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Há também aqueles que conseguem trabalhar por dias manejando o óleo sem sentir nada, segundo relatos escutados por este jornal. As prefeituras estão disponibilizando ambulâncias do Samu (Serviço de Antendimento Móvel de Urgências) nas praias para atender os casos mais urgentes, enquanto que hospitais e unidades de atendimento da Grande Recife vêm recebendo aquelas pessoas que sentem os efeitos do contato com o piche dias depois do trabalho de limpeza.

“Fui com luva, mas não estava de galocha. O tênis estava me machucando e acabei tirando. Foi quando pisei no óleo ”, conta Ednally Barbosa, que esteve na praia de Itapuama, em Cabo de Santo Agostinho, na última segunda-feira. Depois de todo um dia de trabalho, que durou de 9h às 18h, começou a sofrer com as dores de cabeça, tonturas, náuseas e diarreia. Na terça-feira à noite buscou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em sua cidade, São Lourenço da Mata, a 19 quilômetro da capital Recife. “Falaram que estavam atendendo apenas os casos graves naquela noite e que eu deveria me prevenir. Não tinham protocolo de atendimento”, conta a mulher, de 25 anos. As dores de cabeça e náuseas vêm e vão. Não tomou nenhum remédio ainda, mas assegura estar tomando muita água.

Sara Cristina da Silva, de 40 anos, também se dispôs ajudar assim que o óleo chegou, no último domingo, à ilha de Tatuoca, na região de Suape, em Cabo de Santo Agostinho. “Começamos a fazer todo o manuseio do óleo sem o equipamento de proteção. Não tínhamos noção da toxicidade do óleo. Depois, com o sol esquentando, percebemos que a mão estava ficando frágil”, recorda. Por volta de 11h da manhã, os voluntários resolveram fazer uma pausa e pedir auxílio para a Defesa Civil. Finalmente conseguiram máscara e luvas, mas não adiantou muito. “Essa substância causa muita queimação na pele, os olhos ficam irritados… Quando retornei para Suape no fim da tarde, comecei a sentir muita náusea”. No dia seguinte buscou o hospital privado Samaritano, onde foi medicada. Desde então vem melhorando, mas não voltou a manusear o piche. Para ajudar, vem recolhendo doações de alimento e água para distribuir entre os voluntários.

Nos últimos dias, as praias de Itapuama (município de Cabo de Santo Agostinho), Janga (Paulista) estavam abarrotadas de voluntários, homens do Exército e da Marinha e funcionários dos serviços de limpeza local. Todos os funcionários desses órgãos públicos contavam com algum tipo de proteção, e a maioria dos voluntários vestiam alguma luva, máscara e até botas – distribuídas pela Defesa Civil ou por NGGs locais por meio de doações.

Contudo, este jornal presenciou muitas pessoas que, mesmo com algum tipo proteção, tiveram contato com o óleo na pele, em maior ou menor grau. Alguns chegaram a mergulhar na água para retirar o óleo do fundo e tiveram boa parte do corpo coberto pela substância. Ao sair, se queixava de ardência na pele e nos olhos, além de náuseas. As prefeituras vêm disponibilizando uma ambulância do Samu para atender esses casos. Em Itapuama, por exemplo, um capitão do Exército ajudou um homem que passava mal a chegar no veículo.

Ao evaporar, o piche libera um cheio forte. “Por exemplo, há pacientes com asma que não deveriam estar na presença desse óleo, porque pode acumular substâncias nos alvéolos”, explicou ao EL PAÍS o médico Ordânio Pereira de Almeida, funcionário da Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho que auxiliava os voluntários na última terça-feira em Itapuama. Por volta de 16h ele afirmou ter atendido mais de uma centena de pessoas. “As pessoas chegam com náuseas, com a pele ardendo, o que é a dermatite de contato… Varia de pessoa para pessoa. Em contato com a pele, com a visão ou com a respiração, esse piche libera substâncias que são tóxicas”, explicou.

Cifras modestas e discurso do Governo

As cifras oferecidas pelo Governo pernambucano são modestas até agora. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, ao menos 17 pessoas foram atendidas em um hospital de São José da Coroa Grande, no litoral sul, apresentando os sintomas relatados por Ednally e Sara. A pasta também informou que outros dois casos foram registrados em Ipojuca, município que abriga praias como Muro Alto, Maracaípe (ambas atingidas pelo óleo) e Porto de Galinhas.

Além disso, o Governo estadual orientou que a população e profissionais de saúde busquem o Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco  (Ceatox) para saber que protocolos seguir em caso de intoxicação. “Profissionais estão aptos a tirarem dúvidas sobre exposição ao produto e aparecimento de sintomas, assim como outras orientações, como a procura pelo atendimento médico adequado em cada uma das situações”, explicou a Secretaria de Saúde. Nesta sexta, uma funcionária do centro afirmou ao EL PAÍS que vem recebendo “muitas ligações” de unidades de atendimento que buscam saber como devem proceder, mas não soube precisar um número.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tratou de minimizar a intoxicação dos voluntários, afirmando que o mal estar que sentiam se devia aos produtos tóxicos que supostamente usaram para limpar o piche que grudou na pele. “A gente tem visto as pessoas procurarem unidades de saúde, mas eles informam que retiraram aquele óleo que gruda com benzina, com gasolina, com querosene, colocaram substâncias ainda mais abrasivas, mais tóxicas do que a própria substância”, afirmou na quinta-feira.

A voluntária Sara afirma que, de fato, algumas pessoas estavam distribuindo “um solvente” para retirar o óleo grudado da pele. Ela preferiu óleo de cozinha e gelo, assim como Ednally – que limpava a pele sempre que se sujava um pouco. Nas praias que o EL PAÍS esteve, a ordem geral era para que voluntários também se limpassem com óleo de cozinha, detergente e pano, apesar das orientações da Secretaria Estadual de Saúde: “NUNCA usar solventes (como querosene, gasolina, álcool, acetona) para remoção (esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele); podem ser usados óleo de cozinha e outros produtos contendo glicerina ou lanolina”.

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Governo deve R$ 500 mi para empreiteiras do Minha Casa Minha Vida

25 de outubro de 2019, 13:05

Foto: Reprodução

O programa Minha Casa Minha Vida pode ter obras paralisadas por atraso do pagamento para as empresas que constroem os imóveis.

O governo federal afirma que já são cerca de R$ 500 milhões em atraso. As declarações foram dadas por um representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, em uma audiência na Comissão de Integração Nacional da Câmara.

Segundo ele, em sua maioria são empresas responsáveis pelas construções dos imóveis da chamada “Faixa 1”, que atende famílias com renda de até R$ 1.800 por mês. 

Ferreira afirma, no entanto, que sempre que recursos bloqueados pelo contingenciamento do Orçamento da União são desbloqueados, a prioridade é pagar as obras atrasadas.

O representante da Câmara Brasileira da Indústria da Construção José Carlos Martins também participou da audiência e afirmou que em algumas regiões faltaria R$ 1,5 bilhão de liberação orçamentária para o Minha Casa, Minha Vida este ano. O orçamento total é de R$ 5 bilhões.

Ele diz ainda que os atrasos podem gerar desemprego em massa.

O representante do governo disse que o programa deve mudar em 2020. Segundo ele, uma das ideias em estudo pretende conceder uma espécie de voucher para a compra direta da casa própria pelas famílias de baixa renda.

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Ex-delegado do Dops vira réu por ‘ocultação e destruição de 12 cadáveres’ na repressão

25 de outubro de 2019, 06:55

Foto: Reprodução

A Justiça Federal  recebeu denúncia do Ministério Público Federal no Rio contra o ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Cláudio Antônio Guerra, de 79 anos, pelo crime previsto no artigo 211 do Código Penal, por ‘ocultação e  destruição de 12 cadáveres’ – entre os anos de 1973 e 1975, supostamente por meio de incineração em fornos da antiga usina de açúcar Cambahyba, em Campos , norte fluminense.

O militar se torna réu por crimes cometidos durante a ditadura, informou a Procuradoria.

“Isso é importante, pois, de acordo com dados do Relatório de Crimes da Ditadura (2017), apenas seis de 26 pessoas acusadas por crimes cometidos durante a ditadura se tornaram réus em ação penal”, disse o procurador da República Guilherme Virgílio, autor da denúncia.

 

Uma guerra suja

Sob a forma de confissão espontânea, depoimentos reunidos no livro ‘Uma Guerra Suja’,  Cláudio Antônio Guerra relata que de 1973 a 1975 recolheu no imóvel conhecido como ‘Casa da Morte’, em Petrópolis (RJ), e no Destacamento de Operação de Informação e Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), na Tijuca, os corpos de 12 pessoas, levando-os para o município de Campos dos Goytacazes (RJ), ‘onde foram incinerados, por sua determinação livre e consciente, nos fornos da Usina Cambahyba’.

Além da condenação de Cláudio Guerra, a Procuradoria pede o cancelamento de eventual aposentadoria ou qualquer provento de que disponha o ex-delegados do Dops em razão de sua atuação como agente público, ‘dado que seu comportamento se desviou da legalidade, afastando princípios que devem nortear o exercício da função pública’.

Em seu depoimento, Guerra relatou que havia ‘preocupação nos órgãos de informação, por parte dos coronéis Perdigão e Malhães, de que os corpos daqueles que eram eliminados pelo regime acabassem descobertos, movimentando a imprensa nacional e internacional’.

Ele narrou que uma das estratégias de sumir com os corpos consistia em arrancar parte do abdômen das vítimas, evitando, com isso, a formação de gases que poderia fazer com que o corpo emergisse.

Ainda segundo Guerra, ‘os rios constituíam a preferência para afundamento dos corpos, dado que no mar a onda traz de volta’.

Ele informou que ‘sugeriu o forno da Usina Cambahyba, como forma de eliminação sem deixar rastros, dado que já utilizava a usina e seus canaviais para desova de criminosos comuns, do Espírito Santo, em razão de sua amizade com o proprietário da usina’.

Para retirar os corpos na ‘Casa da Morte’, o ex-delegado relatou. “Que encostava o carro no portão e recebia, em seguida, de dois ou três militares, os corpos ensacados em sacos plásticos.”

“Ao chegar na Usina, passavam os corpos para outro veículo, que ia até próximo dos fornos, sendo então colocados na boca do forno e empurrados com um instrumento que lembrava uma pá, e, ainda, que o cheiro dos corpos não chamava atenção por causa do forte cheiro do vinhoto.”

Em 19 de agosto de 2014 foi feita reconstituição no local, com a presença de Cláudio Antônio Guerra, ‘com a confirmação de que a abertura dos fornos era suficientemente grande para entrada de corpos humanos’.

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Em grupo de Whatsapp, Lúcio Vieira Lima demonstra bom humor depois de condenação e marca almoço: “Antes de começar a cumprir a pena”

23 de outubro de 2019, 11:30

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

O ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB), condenado nesta terça-feira (22) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e seis meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa parece não ter perdido o humor depois da decisão, que também condenou o irmão dele, o ministro Geddel Vieira Lima (MDB), a 14 anos e 10 meses, além de multa.

Em um dos grupos de WhatsApp mais movimentados do estado, o Políticos do Sul da Bahia, Lúcio respondeu à postagem do link de matéria sobre a condenação do ex-deputado e do irmão, feita por jornalista João Matheus Feitosa, criador do grupo e do blog com o mesmo nome. O título da postagem era: STF condena Geddel a 14 anos de prisão e o irmão Lúcio a 10 anos no caso da malas de dinheiro. Um minuto depois, Lúcio respondeu: “Mas o almoço tá de pé , não pense que vai correr não”.

O jornalista disse que dependia apenas do ex-deputado: “Vamos sim. Veja sua disponibilidade”, postou. Lúcio, demonstrando bom humor, apesar da má notícia – pelo menos para a maioria das pessoas – respondeu que a disponibilidade dele é total, mas deu prazo: “Total, só tem de ser, antes de começar a cumprir a pena”. O diálogo gerou algumas reações, sem palavras, com o uso de figurinhas (stickers) de curiosidade e espanto.

PRESENÇA MARCANTE

Lúcio Vieira Lima é um membro frequente no grupo Políticos do Sul da Bahia, que é um dos mais visualizado do interior e tem participação de vários deputados estaduais e federais baianos e de prefeitos, ex-prefeitos e vereadores de municípios do sul da Bahia.

No início de outubro, quando o relator do processo contra ele no STF, Edson Fachin, divulgou o primeiro voto pela condenação, o ex-deputado debatia a política de Itabuna, explicando a posição do MDB, partido que ele lidera no estado, sobre as eleições do próximo ano, quando foi questionando sobre o julgamento do STF. Lúcio respondeu a todas as perguntas. “Respondo com maior tranquilidade, primeiro só teve um voto de cinco, ou seja os que torcem a favor [quis dizer contra] tem de segurar um pouco as comemorações e os que torcem a favor também de aguardar, para vê a decisão final!”, comentou.

A certa altura da conversa, Lúcio escreveu: “O bom da política é que os que acusam alguém de erro, com certeza cometeram os mesmos erros tempos atrás ou cometerão no futuro, ou sofreram injustiças como muitos, por isso com tranquilidade debato sobre qualquer tema e em qualquer lugar, sempre com a docilidade necessária a quem assim se comporta.

Em resposta a um dos membros do grupo, Lúcio Vieira Lima afirmou que debatia e dava entrevistas, mesmo estando em julgamento no STF, porque é inocente: ” Uma coisa xxx [nome preservado] vcs tem que reconhecer, não é todo político que tendo um julgamento à tarde, dá entrevista ao vivo pela manhã, isso é característico de quem tem certeza da sua inocência”.

Com informações do Blog do Giorlando Lima : https://blogdegiorlandolima.com

 

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Pagamento do auxílio-doença pode passar do INSS para as empresas

21 de outubro de 2019, 13:50

Foto: Reprodução

O pagamento de auxílio-doença a trabalhadores feito pelo INSS pode virar responsabilidade das empresas. A mudança na regra será discutida pelo Congresso Nacional e, segundo apurou o Estadão/Broadcast, tem o apoio do governo federal. A justificativa é que a medida elimina o risco de o empregado ficar sem salário à espera de uma perícia, como ocorre atualmente, e abre espaço no orçamento da União para novos gastos.

Hoje, o funcionário que fica mais de 15 dias sem trabalhar por motivo de doença passa a receber o benefício pelo INSS. O pagamento, contudo, só ocorre após a realização de uma perícia, o que costuma demorar, em média, 40 dias. Nesse período, o trabalhador fica sem salário.

A proposta de alteração na regra foi incluída pelo deputado Fernando Rodolfo (PL-PE) em seu relatório na Medida Provisória 891, que trata da antecipação da primeira parcela do 13.º o a aposentados e pensionistas do INSS. Ele incluiu a proposta após ter o aval de outros parlamentares. Segundo o deputado, a medida beneficia o trabalhador porque a perícia passaria a ser feita pelas empresas, o que tornará o procedimento mais rápido.

As empresas não terão prejuízo, já que poderão abater todo o valor desembolsado em auxílio-doença dos tributos devidos à União. O processo é semelhante ao que ocorre com o salário-maternidade, benefício pago pelas empresas às mães que tem o valor descontado dos impostos posteriormente. “A medida vai facilitar a vida de todo mundo”, diz o relator.

A estimativa do governo é que ao transferir o pagamento do auxílio-doença para as empresas haverá uma redução de R$ 7 bilhões nos gastos da União. Com isso, abre-se uma folga no limite do teto de gastos, mecanismo que impede que as despesas subam acima da inflação. O Executivo tenta encontrar espaços para aumentar os investimentos que estão no patamar mínimo por conta dessa trava.

Proposta

Quando um trabalhador é afastado por mais de 15 dias, é necessária a realização de uma perícia médica pelo INSS para verificar o tempo da licença e garantir o pagamento do benefício previdenciário. O problema é que a espera por essa perícia chega a 40 dias, e o empregado fica sem receber um centavo durante esse período.

A proposta do deputado Rodolfo é que as empresas assumam o pagamento do auxílio-doença quando o afastamento durar de 16 a 120 dias, com o valor, assim como hoje, limitado ao teto do INSS (R$ 5.839,45). Caberia aos empregadores também a avaliação preliminar sobre a necessidade de conceder o auxílio-doença.

Segundo Rodolfo, “muitas companhias já precisam, pela lei, manter médicos do trabalho – sobretudo aquelas com mais de 100 funcionários, de acordo com o risco da atividade”. Esses profissionais poderiam analisar os casos de afastamento e decidir pelo pagamento ou não do benefício. Companhias menores poderão recorrer a clínicas conveniadas.

A perícia da Previdência continua obrigatória, mas ela só vai validar ou não o veredicto e garantir à empresa o direito de abater o valor do auxílio-doença de seus impostos. Até que ela ocorra, o empregado não ficará mais de bolso vazio como costuma ocorrer hoje.

Por outro lado, se a perícia oficial negar a concessão do auxílio, os valores serão posteriormente descontados, de forma gradual, do salário do empregado.

A demora nas perícias muitas vezes leva os segurados à Justiça para antecipar o benefício, e os valores precisam ser atualizados pela inflação. Quando o trabalhador se recupera e volta às suas atividades, há também um atraso até que o INSS consiga cessar o pagamento do benefício.

Além disso, a empresa passa a ser a responsável por requerer o benefício ao INSS em até 15 dias e encaminhar o trabalhador à perícia oficial da Previdência. Hoje é o próprio segurado que precisa fazer todo o processo de solicitação do benefício e agendamento da avaliação médica. A proposta diz que esse pedido direto ao órgão passará a ser feito em casos específicos a serem regulamentados.

Para o deputado, não há conflito de interesse no fato de um médico da própria empresa ou conveniado ser o responsável por avaliar a necessidade de afastamento do trabalhador. Segundo ele, se o empregado não concordar com o resultado da perícia inicial, ele mantém o direito de recorrer à Justiça – como muitas vezes é feito nos casos em que o INSS recusa o benefício.

Há preocupação apenas em não inviabilizar a atividade de empresas menores, como microempreendedores individuais, ou de pessoas físicas que assinam a carteira de empregados domésticos. Nesses casos, a proposta prevê que o auxílio-doença continuará a ser pago diretamente pelo INSS.

 

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ACM Neto nega fusão do DEM com o PSL: ‘Não tem sentido’

21 de outubro de 2019, 08:32

Foto: Reprodução

Opresidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, afirmou neste domingo, 20, que nunca houve qualquer cogitação sobre a ida do presidente Jair Bolsonaro para o DEM. ACM Neto também negou uma possível fusão do DEM com o PSL. A declaração foi dada durante celebração dedicada à Santa Dulce dos Pobres, na Arena Fonte Nova, na capital baiana.

“Nós temos um partido coeso e bem posicionado no Brasil. Não tem sentido se envolver nesta confusão que se estabeleceu dentro do PSL e do grupo do presidente da República”, disse, ao fazer referência às polêmicas que envolveram a sigla de Bolsonaro na última semana.

De acordo com o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, falta maturidade política por parte dos membros do PSL uma vez que o momento não é propício para brigas: “O País vive ainda uma crise muito séria. Tem tanta coisa importante para ser aprovada no Congresso Nacional. É muito feio o que está acontecendo.”

No entanto, ACM Neto não foi taxativo em relação ao impedimento de possíveis acordos futuros. “O que pode acontecer ou não no futuro é outra história. Mas, por enquanto, essa confusão é deles”, afirmou.

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Procuradoria entra com ação contra a União por omissão em desastre

19 de outubro de 2019, 07:14

Foto: Reprodução

Segundo o MPF, a União está sendo omissa por protelar medidas protetivas e não atuar de forma articulada na região atingida pelos vazamentos.

O MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação contra a União por conta da omissão desta, segundo a procuradoria, no desastre das manchas de óleo no Nordeste. A procuradoria pede que, em 24h, seja colocado em ação o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água. 

Segundo o MPF, a União está sendo omissa por protelar medidas protetivas e não atuar de forma articulada na região atingida pelos vazamentos. Caso descumprida a implementação do plano, a ação pede multa diária de R$ 1 milhão.

A ação foi ajuizada ontem (17). “Afinal, tudo que se apurou é que a União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2.100 quilômetros dos nove estados da região e é considerado o maior da história no litoral brasileiro em termos de extensão”, diz a ação.

O MPF afirma ainda que, apesar da extrema gravidade do desastre ambiental, a União se encontra inerte, ineficiente e ineficaz. 

A ação fala ainda que servidores municipais, estaduais e federais trabalham por toda a região Nordeste, sem contudo, haver um comando organizado e com “uma omissão sem precedentes”. “Apesar de planos de ação inúmeros, nada é acionado, como se o Brasil não estivesse preparado para lidar com situações dessa gravidade”, diz a ação.

O Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água foi instituído durante o governo Dilma Rousseff, em 2013. A ideia do plano é organizar a atuação coordenada de órgãos para casos de incidentes com óleo, minimizando possíveis danos ambientais. 

A ação do MPF pede, seguindo o plano, que sejam utilizados os recursos já previstos no plano, como dados das áreas atingidas pelo óleo e centros estruturados para resgate de fauna atingida.  Assinam a ação procuradores da república de todos os estados atingidos pelo óleo. 

 

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Às vésperas do afastamento de Dilma, Lava Jato rejeitou delação que prenderia Temer em 2019

18 de outubro de 2019, 06:59

Foto: FABIO POZZEBOMAG. BRASIL

Conversas no Telegram mostram que procuradoria não viu interesse público nas acusações contra então vice em 2016. “Você acha que o Supremo ia me autorizar?”, se defende Janot.

Duas semanas antes de Michel Temer assumir a presidência interinamente devido ao afastamento de Dilma Rousseff pelo processo de impeachment na Câmara em 17 de abril de 2016, a Operação Lava Jato recebeu um “anexo-bomba” de uma delação premiada que, se aceito, poderia ter mudado os rumos da história recente do país. Cobversas entre procuradores  da Lava Jato no Telegram, obtidas pelo The Intercept e analisada em conjunto com o El País, permitem rastrear o momento exato em que a procuradoria teve em mãos informações que poderiam levar a uma investigação do então vice-presidente por suspeita de corrupção. Na época, porém, os procuradores consideraram que as declarações não atendiam ao “interesse público” e não aceitaram a proposta de delação. Mas, três anos depois, essa mesma delação foi utilizada pela Lava Jato para uma ação penal contra Temer e para pedir a prisão preventiva dele, já na condição de ex-presidente.

A delação, rejeitada em abril 2016 com anuência do Procuradoria Geral, mas que deu suporte à prisão de Temer em março de 2019, foi feita pelo empresário José Antunes Sobrinho, sócio da construtora Engevix, que relatou um pagamento de propina para Temer. As conversas no chat “Acordos Engevix” no Telegram mostram que os procuradores de Curitiba, Rio e Brasília receberam a proposta de Antunes em 4 de abril de 2016. O menção a Temer, que viria a ser batizada de “anexo-bomba” mais tarde, dizia que Antunes fez um pagamento de 1 milhão de reais para atender a interesses de Temer, como compensação por um contrato na usina nuclear Angra 3, da estatal de energia Eletronuclear.

O pagamento, segundo Antunes, foi entregue a um amigo do ex-presidente, o coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima. O dinheiro não saiu direto dos cofres da Engevix para Temer, mas de uma companhia prestadora de serviço do Aeroporto de Brasília, que era controlado pela Engevix. A empresa em questão era a Alúmi. O relato não convenceu os procuradores.

O pagamento, segundo Antunes, foi entregue a um amigo do ex-presidente, o coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima. O dinheiro não saiu direto dos cofres da Engevix para Temer, mas de uma companhia prestadora de serviço do Aeroporto de Brasília, que era controlado pela Engevix. A empresa em questão era a Alúmi. O relato não convenceu os procuradores.

No dia seguinte, 5 de abril de 2016,  eles comunicaram aos advogados de Antunes que as negociações da delação estavam encerradas. “Pessoal de BSB e Lauro, o Antunes apresentou, neste momento, mais 2 anexos. Eles estão forçando a barra aqui. Informo que a opinião de CWB é contrária ao acordo”, afirmou o procurador Athayde Ribeiro, da força-tarefa de Curitiba no dia 5 de abril de 2016. Em resposta, o procurador Lauro Coelho, da então incipiente força-tarefa do Rio de Janeiro, respondeu apenas: “Ciente do teor”.

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Brasil pode perder vaga em conselho de direitos humanos da ONU

17 de outubro de 2019, 07:00

País ganha a concorrência direta da Costa Rica em órgão de direitos humanos depois de confrontos diplomáticos de Bolsonaro.

A entrada da Costa Rica na disputa por uma vaga no Conselho dos Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) coloca em risco a cadeira do Brasil no órgão. Criado em 2006, o CDH escolhe seus 47 membros por meio de uma votação secreta feita pelos 193 países que compõem a Assembleia-Geral da ONU. Os candidatos são divididos por região e, para o mandato de 2020 a 2022, o Brasil disputa com Venezuela e Costa Rica duas vagas disponíveis para os países da América Latina e do Caribe. A eleição ocorre nesta quinta-feira.

Para ocupar o posto para o qual foi eleito em 2006, 2008, 2012 e 2016 – o País é recordista de participação, ao lado de Argentina, México e Cuba –, o Brasil precisa conquistar pelo menos 97 votos. A vaga pleiteada estava praticamente certa até o último dia 3, quando Carlos Alvarado Quesada, presidente da Costa Rica, colocou sua candidatura, como forma de impedir que a Venezuela assumisse um posto no conselho. Apesar da intenção oficial de barrar o governo de Nicolás Maduro, o movimento foi encarado como uma ameaça também à vaga brasileira, cuja relação com outros países-membros da organização tem se desgastado nos últimos meses. 

Desconforto. Além da candidatura repentina da Costa Rica, há ainda os desconfortos diplomáticos protagonizados por Jair Bolsonaro. Não bastasse o ataque a Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e comissária para Direitos Humanos da ONU, a relação do presidente com o próprio órgão já começou conturbada. Ainda na campanha, Bolsonaro afirmou que pretendia retirar o Brasil da ONU caso fosse eleito. Mais tarde, ele se retratou, esclarecendo que se referia apenas ao Conselho de Direitos Humanos, para o qual concorrerá hoje.

Elaini Silva, doutora em Direito pela USP e professora de Relações Internacionais da PUC-SP, afirma que a premissa do órgão é combater a violação de direitos humanos, o que pode ser um problema tanto para a Venezuela quanto para o Brasil. “O CDH é novo na história da ONU. Espera-se que os Estados envolvidos com grandes violações não sejam eleitos ou, caso já estejam lá, possam ser suspensos, como previsto na resolução que criou o conselho.”

“É uma situação inédita, com uma nova dinâmica. Esse elemento competitivo não costumava acontecer no contexto latino-americano, e gerou uma repercussão interessante. É o fim de uma espécie de cordialidade latino-americana que pautava as relações até agora”, diz Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais na FGV. 

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, condenou a candidatura do governo de Nicolás Maduro para o órgão: “A Venezuela está mostrando violações de direitos humanos para o mundo. Não consigo imaginar como consegue ter a coragem de se candidatar para esse cargo”, declarou.

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Secretaria da Educação abre mais de 2 mil vagas em processo seletivo para professor

16 de outubro de 2019, 17:28

A Secretaria de Educação da Bahia divulgou, no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (16), a abertura do processo seletivo com 2.491 vagas para professores, sob o Regime de Direito Administrativo da Bahia (Reda), na função temporária de Professor Padrão P – Grau III, com carga horária 20 horas semanais.

As vagas são direcionadas para todo o estado e englobam os municípios componentes dos 27 Núcleos Territoriais de Educação (NTEs). Os candidatos devem ter formação de nível superior em Licenciatura Plena. As inscrições serão realizadas no período de 18 de outubro a 4 de novembro, exclusivamente neste site.

“O processo seletivo consiste em vagas reais para atender os locais onde estão vencendo o Reda vigente e ou não houve aprovados no último concurso”, explica a superintendente de Recursos Humanos da Educação, Maria do Rosário Muricy. O edital está disponível no Portal da Educação.

O processo seletivo será realizado em uma única etapa, no dia 8 de dezembro, com aplicação de provas objetivas, de caráter eliminatória e classificatória. Os locais e horários das aplicações das provas serão divulgados no Cartão de Identificação do Candidato, que será disponibilizado no site até 4 de dezembro.

O prazo de validade do processo seletivo simplificado será de um ano, a contar da data da publicação da homologação, podendo, antes de esgotado este prazo, ser prorrogado uma vez, por igual período, a critério da administração, por ato expresso do secretário da Educação do Estado da Bahia.

Fonte: Ascom/Secretaria da Educação do Estado.

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