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Brasil é o país mais violento do mundo

13 de fevereiro de 2020, 17:36

Foto: Reprodução

Segundo dados do estudo “Prevenção da violência juvenil no Brasil: uma análise do que funciona”, produzido pelo Instituto Igarapé com apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), as taxas de assassinatos de jovens cresceram 17% no Brasil, de 2005 a 2015. Quase metade do total de homicídios do país em 2018 (56 mil) corresponde à morte de homens negros, com idade entre 15 e 29 anos.

Ainda segundo o relatório, o problema de mortes violentas no Brasil tem se agravado na última década, com vítimas cada vez mais jovens. Desde os anos 1980, a idade média das vítimas de homicídios caiu de 25 para 21 anos. Entre 2000 e 2010, a taxa de homicídios entre os jovens aumentou em 2,5%. Já entre 2005 e 2015, o ritmo se acelerou e homicídios de jovens aumentaram mais de 17%.

Para adolescentes, especificamente, o aumento no período foi de 110%. “Embora as taxas nacionais de homicídios tenham caído entre 2017 e 2018, as projeções mais recentes são de que a taxa de homicídios continuará subindo no longo prazo, a menos que haja uma mudança de direção”, diz o estudo elaborado por Robert Muggah e Ana Paula Pellegrino.

Segundo o estudo, os altos níveis de insegurança do Brasil não podem ser atribuídos a uma única causa, mas sim a uma combinação de fatores individuais, familiares, comunitários e ambientais.  “Muitos dos fatores determinantes subjacentes à violência organizada são estruturais. Não obstante ganhos importantes na redução da pobreza (que diminuíram e até foram revertidos nos últimos anos), o país sofre com uma das maiores taxas de desigualdade de renda do mundo. Desigualdades profundas são reforçadas pelo ambiente construído que, fisicamente e socialmente, separa “ricos” de “pobres”, diminuindo a confiança e a coesão social. A desvantagem concentrada e as famílias fragmentadas somam-se ao acesso limitado à educação de qualidade, a emprego e oportunidades: todos esses fatores contribuem”, conclui o relatório.

Na publicação, Muggah e Ana Paula relacionam as dinâmicas raciais à violência e à vitimização envolvendo jovens, uma vez que as vítimas e seus agressores apresentam frequentemente o mesmo perfil demográfico. Os autores alertam que, para reduzir a violência, é necessário ampliar as oportunidades para pessoas jovens por meio de investimentos em educação e empregabilidade equitativos e capazes de desafiar estereótipos de identidade e raça. O foco deve ser dado às regiões menos assistidas pelas políticas públicas. Além disso, é recomendada a redução do acesso às armas de fogo.

Brasil é o país mais violento do mundo

O documento ainda aponta que o Brasil é o país mais homicida do mundo. Segundo ele, uma em cada dez pessoas mortas de maneira violenta a cada ano é brasileira e mais de um milhão de pessoas morreram por causa de violência no Brasil desde 2000. “Em um ano, o Brasil registra mais mortes do que a soma de todos os ataques terroristas de 1997 a 2018 ao redor do mundo. Uma proporção significativa das vítimas de mais de 56.000 mortes no país em 2018 eram homens negros jovens, com baixo nível de escolaridade, entre 15 e 29 anos.

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Fiéis roubam boi de estimação de pastor para fazer churrasco

13 de fevereiro de 2020, 15:03

Foto: Arquivo pessoal

Um boi furtado de dentro da propriedade do Pastor Raimundo de Oliveira deu o que falar nesta quinta-feira (13). O caso foi parar na delegacia de Cruzeiro do Sul, no Acre, após o religioso acionar a polícia e acusar dois vizinhos do furto, conforme apurou o portal G1.

O pastor contou que sentia um carinho especial pelo animal e o tratava como animal de estimação, inclusive o boi era chamado de Laranjinha.

“Toda tarde eu trocava ele de lugar e colocava água. Até que hoje de manhã [quinta,13] fui fazer um serviço e não o vi. Rodei o campo vizinho e não achei. Até que peguei a trilha e vi que tinham arrombado a cerca. Dava uns 200 metros da minha casa até onde o boi foi morto”, conta.

Após o dono do animal chamar a polícia e registrar o furto, dois vizinhos de Oliveira foram levados à delegacia. Os policiais conseguiram identificar os autores do furto e recuperar parte da carne.

“A PM foi acionada na BR-364 para atender o furto de um boi, conseguiu colher informações e identificar os autores. Foram presos dois indivíduos e recuperada parte da carne. O furto seria para fazer um churrasco”, conta o tenente Robson Belo, da PM.

Mesmo depois do caso resolvido pela polícia, o pastor disse que pretende retirar a queixa, desde que ele seja ressarcido no valor de R$ 3 mil.

“Não tenho nada contra a família, pedi para retirar queixa contra a família e disse que eles seguissem e me pagassem, sempre prego para eles, vão ao culto, sempre vão à igreja. A carne está na delegacia, mas eu prefiro que me devolvam o valor do boi, porque nem tenho como levar toda essa carne”, finaliza.

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62% dos brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa

13 de fevereiro de 2020, 14:57

Foto: Reprodução

É possível resumir que há dois tipos de propagadores de fake news na internet: militantes políticos empenhados em atacar a reputação dos adversários de seus candidatos e empresas ou indivíduos que fabricam notícias falsas com o intuito de ganhar dinheiro por meio de anúncios ou de soluções para problemas embusteiros (sobretudo vindos do Google AdSense, ferramente de publicidade do Google). No meio disso há o público deste tipo de conteúdo, vítima da desinformação e que, em muitas das vezes, é incapaz de reconhecer a falácia. É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pela empresa de cibersegurança Kaspersky, que se aprofundou em entender como a America Latina lida com as fake news.

Em média, 70% dos latino-americanos não sabem identificar ou não têm certeza se conseguem diferenciar se uma notícia na internet é falsa ou verdadeira. Por nacionalidade, os cidadãos que menos conseguem reconhecer notícias falsas são os peruanos (79%), seguidos pelos colombianos (73%) e chilenos (70%). Mais atrás estão os argentinos e mexicanos, com 66%, e então os brasileiros (62%).

A pesquisa também mostrou que 16% dos entrevistados desconhecem completamente o termo “fake news”, um aspecto em que os peruanos também se destacam, com 47% dos indivíduos alegando que não sabem o que a palavra significa. Por outro lado, os brasileiros são os mais familiarizados com o termo, visto que apenas 2% desconhecem a expressão.

Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 2% dos latino-americanos consideram as notícias falsas inofensivas, enquanto a grande maioria as classifica como perigosas e eventualmente danosas. E ainda: 72% dos entrevistados acreditam que as fake news viralizam para que alguém receba algo em troca ou para causar dano a algo/alguém. Mesmo tendo essa percepção negativa, o ponto positivo é que quase metade dos brasileiros (42%) ocasionalmente questiona o que lê na web.

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‘Em que Brasil você vive?’: empregadas domésticas e parentes que nunca saíram do Brasil reagem a fala de Guedes

13 de fevereiro de 2020, 11:45

Foto: Twitter

A cotação do dólar bateu novo recorde na quarta-feira e chegou a R$ 4,35. Para ilustrar como a alta poderia ser positiva para o Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, citou um suposto fluxo de empregadas domésticas indo à Disney em tempos de dólar baixo, o que classificou como “uma festa danada”.

“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que está cheio de coisa bonita para ver”, disse Guedes em um seminário em Brasília.

Ao antecipar as críticas que receberia pelo comentário, o ministro tentou se corrigir, afirmando que quis dizer “que o câmbio estava tão barato que todo mundo estava indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais baixas”. Ele continuou a emenda, dizendo que “todo mundo quer ir para a Disneylândia”, mas não “três, quatro vezes ao ano”.

Não foi suficiente. Nas redes sociais, empregadas domésticas— e principalmente seus filhos e filhas, mais jovens — criticaram o tom da fala apontando para um viés classista e questionando o quão realista seria a constatação do ministro.

A primeira década do século 21 foi marcada por uma expansão da classe média no Brasil. Segundo o Ipea, o número de mulheres empregadas no comércio se aproximou pela primeira vez na história do número de empregadas domésticas no Brasil em 2007. Este fluxo de trabalhadores domésticos para outros ofícios ilustra o crescimento da classe C – que, segundo dados levantados pelo grupo BNP Paribas em conjunto com a Ipsos Public Affairs, cresceu de 62,7 para 103 milhões de pessoas, entre 2005 e 2011.

Mas os profissionais que continuaram ganhando até um salário mínimo, caso dos trabalhadores domésticos, ficaram de fora.

Este grupo, segundo economistas, não foi beneficiado pelo “boom” da nova Classe C no mercado turístico brasileiro, quando milhares de pessoas viajaram de avião pela primeira vez — principalmente para destinos dentro do Brasil.

Pelo Twitter, brasileiros lembraram que, por um lado, qualquer categoria profissional deveria ter o direito de viajar para onde for e, por outro, o quão difícil é para um empregado ou empregada doméstica conseguir juntar dinheiro para uma viagem internacional.

“Em que Brasil você vive?”, perguntou a filha de uma empregada doméstica.

“Quero saber que época era essa que ele está falando”, questionou outra.

Críticas ‘à direita’

O piso salarial federal para empregados domésticos é R$ 1.045, mas o valor pode variar de acordo com as leis locais de cada Estado.

As críticas não se limitaram a brasileiros próximos a profissionais domésticos e incluíram pessoas que se apresentam como liberais, de direita, e apoiadores das políticas do ministro — tido como o principal nome, junto a Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), do gabinete ministerial de Bolsonaro.

“Sou 100% de direita, mas só tenho uma coisa a dizer. Cala a Boca, Guedes. Todos deveriam poder viajar, seja para Natal, Disney, Europa (…) Todos têm o mesmo direito, seja o empresário ou a empregada, que diga-se de passagem é uma profissão digníssima”, afirmou um usuário do Twitter.

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Não deixe de fazer agora o que não sabe se vai ter a oportunidade de fazer depois

12 de fevereiro de 2020, 17:37

*Por Gervásio Lima  –  

A estupidez, a insensatez e a arrogância destroem não apenas a capacidade intelectual e social dos impensantes e irracionais interlocutores, como também, e com efeito dominó, todos aqueles que seguem suas tortas e falhadas linhas construídas a partir das mais absurdas conclusões à respeito do que é e como se comporta o ser, humano.

Conceitos antecipados são tão cruéis e nocivos quanto os tardios. Julgar pela aparência física, profissional e de classe social é imoral. A satisfação precisa ser estendida para além do ego pessoal numa demonstração de que a alegria é um sentimento que depende de provocações externas, independente de cor, raça, clero e gênero. A felicidade vem de fora para dentro, e como outros ciclos e momentos da vida só é completa quando envolve outros atores e coadjuvantes.

Não se é feliz sozinho. A felicidade é um sentimento que precisa de um ou mais motivos para acontecer. Algo de bom é preciso ser vivido para se ter a sensação de bem estar, contentamento e partilha. O indivíduo não é feliz e realizado por está desfrutando egoisticamente algo que o único beneficiado é ele próprio. Estar bem é olhar em todas as direções e perceber que os semelhantes buscam seguir o mesmo caminho, livres de curvas e barreiras negativas.

Muitos sofrimentos podem ser evitados. As escolhas erradas são como andar em uma estrada desconhecida, até que se perceba que está no caminho errado a decisão de seguir em frente ficará por conta e risco daquele que até então era um ‘desorientado’ e passou a ser um ‘aventureiro’.

O ‘achismo’ é algo perigoso. A teoria é indispensável para se chegar à prática, mas quando confundida com a verdade absoluta se torna traiçoeira, pois nem tudo aquilo que não foi praticado ou testado será o que realmente se apresentou como sendo. Para ‘achar’ é preciso procurar, lógico, mas quando se trata da relação humana não se tem o cuidado de averiguar antes de acusar, fato.

Pedir desculpa é um ato nobre e de humildade. Esta demonstração de arrependimento pode ser evitada quando a mesma nobreza e humildade antecedem uma ação negativa. O disse que, o parece, talvez, provavelmente e, principalmente, eu acho, são termos usados geralmente pelos adeptos do fuxico, da fofoca e da futrica.

Viver é enxergar o outro como sua semelhança.

 

*Jornalista e historiador

 

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Se coronavírus se espalhar, não há sistema de saúde que dê conta

12 de fevereiro de 2020, 16:32

Foto: Reprodução

(FOLHAPRESS) – Única infectologista na equipe médica que estava na operação de resgate de brasileiros em Wuhan, epicentro do novo coronavírus na China, coube à Ho Yeh Li orientar sobre medidas de proteção dentro do voo e explicar a oficiais chineses, em mandarim, que o embarque só ocorreria após avaliação médica. 

“Vamos fazer exames nem que seja no pé da escada do avião”, disse ao oficial, que, após resistência, concordou com o pedido. 

Coordenadora da UTI de infectologia do Hospital das Clínicas da USP, Ho afirma que a medida de quarentena em Anápolis (GO) é suficiente para descartar o risco de uma infecção desse grupo.

Nascida em Taiwan, veio ao Brasil com 10 anos e se naturalizou brasileira. É formada em medicina pela USP em 1997, com doutorado em doenças infecciosas e parasitárias pela mesma universidade. Segundo ela, embora a taxa de mortalidade até o momento seja de 2%, a rede de saúde não pode negligenciar o risco do novo coronavírus, uma vez que, por se tratar de vírus novo, pessoas estão suscetíveis. 

“Se o vírus se espalhar como na época do H1N1, não há sistema de saúde que atenda tantos doentes”, afirma. 

PERGUNTA – A sra. era uma das pessoas à frente da equipe de saúde que embarcou no voo para trazer os brasileiros que estavam em Wuhan. Que medidas tiveram de ser adotadas?

HO YEH LI – Meu papel foi orientar a equipe de saúde sobre o que é a doença, particularidades em relação a outros vírus e ajudar na organização da área de trânsito. Sabíamos que tínhamos de equipar as pessoas em relação ao risco biológico e fazer o preparo para evitar contaminar outros passageiros. Isso foi importante, porque não havia outros infectologistas, e era a única da equipe. Usamos tudo o que tínhamos para separar as áreas para evitar a contaminação. Classificamos a aeronave em área quente, de maior risco de contágio, que é onde os repatriados ficaram; fria, que era só a tripulação sem nenhum contato; e morna, que era onde a equipe de saúde ficava, porque, além da avaliação antes de embarcar, era preciso fazer uma periódica no voo.

P. – Como foi ao chegar na China?

HL – Tivemos alguns contratempos. Quando a primeira aeronave chegou, os chineses disseram que já tinham feito a avaliação e a equipe não conseguiu atuar. Eu estava na segunda aeronave. Quando abrimos a porta, o oficial chinês disse que todos já iriam embarcar. Acho que peguei ele no susto quando disse em mandarim que não, que era só depois que a gente avaliasse. ‘Mas a senhora vai fazer a avaliação onde?’, ele disse. E eu: ‘Onde você quiser, nem que seja aqui no pé da escada.’ [ri] E fomos para a área de desembarque.

P. – O que incluía essa avaliação?

HL – Fizemos aferição de temperatura com o termômetro digital, que não precisa encostar na pessoa. Depois foi feita avaliação da cavidade oral e nasal, para ver se havia secreção. Em terceiro lugar, uma ausculta pulmonar de cada repatriado, para ver se alguém tinha sinais de chiado ou de alguma infecção no pulmão, caso tomou alguma medicação para mascarar sintomas. Não encontramos alteração. Já no voo, ficamos atentos. Se alguém tossisse ou espirrasse, conseguiríamos ouvir. Mas ninguém teve sintomas. 

P. – O que justifica a adoção de uma quarentena?

HL – Nossa cultura não está acostumada. Mas, para uma doença que não tem tratamento específico nem medida de profilaxia, a quarentena é fundamental para evitar a disseminação. Os repatriados estavam dentro do epicentro da doença. A necessidade de vigilância de pessoas que voltaram da região é fundamental. Em quarentena domiciliar, perde-se um pouco o controle. Você pode ficar com medo de alguém saber que você está com sintomas, e não contar a verdade. Isso preocupa não só pelo risco de disseminação, mas também por aumentar a gravidade. A quarentena permite assistência precoce.

P. – E por que 18 dias?

HL – Porque esse vírus, diferente de outros, como a influenza, tem período de incubação [tempo entre infecção e aparecimento de sintomas] maior. Já se sabe que é em torno de 14 dias. Pelo protocolo, colheram exames na chegada e devem colher no 14º dia. Quando o resultado der negativo, o que leva até quatro dias, aí sim serão liberados.

P. – O resultado do exame do 1º dia não poderia já confirmar ou afastar a probabilidade de uma infecção?

HL – A grande questão é que esse primeiro exame pode atestar negativo, mas a pessoa estar incubada ainda em uma quantidade de vírus não suficiente para ser detectada nesse primeiro exame. Entre o período da infecção e o vírus se propagar no organismo e vir a ser liberado, existe um intervalo. Por isso esse primeiro exame não é suficiente.

P. – Deve ficar em quarentena também?

HL – Estou neste momento [segunda-feira]. Mas não estávamos na área de risco, fomos resgatar as pessoas e ficamos no máximo duas horas no território chinês. Todo mundo que saiu do avião também estava com equipamentos de proteção individual superior ao que usamos no hospital, com óculos, máscara e roupa impermeável que cobre até a cabeça, como se estivesse em uma roupa de astronauta. Nosso risco de ter adquirido a doença na China é praticamente zero. Mas como estivemos 48 horas com eles, considerou-se ficar e fazer exames também. Com resultado negativo [o que ocorreu nesta terça, 11], saímos da quarentena aqui e vamos para domiciliar. 

P. – Muitas pessoas demonstram preocupação em relação à quarentena. Há risco?

HL – Não. Esse vírus morre fácil no meio ambiente. E o período de quarentena já é mais do que suficiente para, caso alguém vier a manifestar a doença, tratar por aqui. É preciso entender que essas pessoas não são ameaças à sociedade. 

P. – Como especialista, como avalia o risco de o novo coronavírus entrar no Brasil? Ele deve chegar?

HL – A globalização tem o lado bom e o lado ruim. O risco existe. Mas estamos em uma época de verão, o que diminui a circulação do vírus. Se eventualmente ele perpetuar até o inverno, quando aumenta a aglomeração de pessoas, aí, sim, passa a ser um problema. Caso contrário, o risco é baixo.

P. – É possível conter esse vírus quando chegar ao Brasil?

HL – É possível se todo mundo adotar medidas de higiene. Brinquei para as pessoas aqui: ‘O seu melhor amigo é o álcool gel’. Se a mão está suja, limpa. As pessoas doentes também devem evitar sair de casa. Na Ásia é muito comum pessoas doentes saírem de máscara na rua. Eles se preocupam com a saúde do próximo. Precisamos ter esse tipo de atitude também: se estiver doente, evitar sair e ter contato com outras pessoas. 

P. – A descoberta do novo coronavírus colocou países em alerta. Mas dados atuais apontam para uma mortalidade de 2%. Como vê esses dados?

HL – Se comparar com outras doenças, não é tão maior. Mas temos de entender que, sendo um vírus novo, todo mundo está suscetível. Vou dar o exemplo do H1N1 em 2009. É um vírus da gripe que sofreu várias mutações, e boa parte das pessoas abaixo de 45 anos não tinha tido contato, e por isso tomou aquela dimensão. Fazendo a comparação com esse coronavírus, sendo novo, apesar da letalidade não ser tão grande, temos um número de suscetíveis enorme se a doença realmente espalhar para o mundo. Se atinge a mesma dimensão do H1N1, a quantidade de pessoas que pode adoecer é enorme. O mundo tem 8 bilhões de pessoas. Se pegar só um décimo, por exemplo, são 800 milhões. Se pensar que 2% pode morrer, é um número gigantesco.É como dizer que o sistema de saúde não se pode negligenciar nenhuma doença. Exatamente. Se chegar a essa dimensão, não há sistema de saúde que consiga atender tantos doentes.

P. – Quais as principais dificuldades que podemos vir a enfrentar na rede de saúde?

HL – A rede de saúde aqui já iniciou um preparo. Mas temos de lembrar que, se chegar o coronavírus, as outras doenças não vão parar. Vamos continuar com infartados, AVC, acidentes de trânsito, e não temos como parar todo o resto do sistema de saúde só para atender isso. 

P. – A sra. participou recentemente da identificação de outro vírus no Brasil, o da febre hemorrágica brasileira. Novos vírus ainda podem surgir?

HL – São novos vírus, ou estamos identificando agora? Essa febre hemorrágica, por exemplo, que é um arenavírus, e só identificamos porque temos uma parceria com o laboratório de métodos avançados do Einstein. Será que esse vírus estava por aí, ou foi a gente que identificou agora? É mais um motivo para as pessoas não entrarem em pânico. Com o avanço da tecnologia, ainda vamos identificar muitos novos vírus e bactérias, o que não significa que é uma nova ameaça. Talvez seja só uma ameaça que damos nome e sobrenome.

P. – Já este coronavírus era de fato novo…

HL – Sim. Era de uma nova cepa. Mas, se não tivéssemos essa tecnologia atual, não saberíamos.

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Mulheres jornalistas divulgam apoio a repórter atacada no Congresso

12 de fevereiro de 2020, 16:21

Foto: Patrícia Campos Mello/ Reprodução

Mulheres jornalistas organizaram e divulgaram nesta quarta-feira (12) um manifesto de apoio a Patrícia Campos Mello, após a repórter da Folha de S.Paulo ter sido alvo de acusações e mentiras um dia antes na CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito) das fake news do Congresso.

O manifesto, que pode ser acessado em http://bit.ly/defendaojornalismo, repudia os ataques à Patrícia. “Sem apresentar qualquer prova ou mesmo evidência, o depoente acusou a repórter, uma das mais sérias e premiadas do Brasil, de se valer de tentativas de seduzi-lo para obter informações e forjar publicações”, diz o texto.

“É inaceitável que essas mentiras ganhem espaço em uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tem justamente como escopo investigar o uso das redes sociais e dos serviços de mensagens como Whatsapp para disseminar fake news”, completa.

Em depoimento concedido na condição de testemunha aos membros da CPMI, Hans River do Rio Nascimento, ex- funcionário da Yacows, agência de disparos em massa pelo WhatsApp, acusou Patrícia de ter usado falsas alegações para obter informações sobre a atuação da empresa, além de ter feito outros ataques à jornalista.

Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha de S.Paulo, baseada em documentos da Justiça do Trabalho e em relatos de Hans, mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

Na ocasião, a Folha de S.Paulo falou diversas vezes com Hans, que também era autor da ação trabalhista. Nas primeiras conversas, ocorridas a partir de 19 de novembro e gravadas, ele disse que não sabia quais campanhas se valeram da fraude, mas reafirmou o conteúdo dos autos e respondeu a perguntas feitas pela reportagem.

No dia 25, ele mudou de ideia após fazer acordo com a antiga empregadora, o que foi registrado no processo no dia 27. “Pensei melhor, estou pedindo pra você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo”, disse, em mensagem de texto à reportagem. Dias antes, a Folha havia procurado a Yacows para solicitar esclarecimentos sobre o caso.

Hans foi convocado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) a prestar depoimento na comissão parlamentar mista de inquérito do Congresso, formada por deputados e senadores, que investiga a disseminação de notícias falsas na eleição.

Nesta terça, ele deu informações falsas à CPI e insultou Patrícia Campos Mello, uma das autoras da reportagem sobre o uso fraudulento de nomes e CPFs para permitir o disparo de mensagens.

“Quando eu cheguei na Folha de S.Paulo, quando ela [repórter] escutou a negativa, o distrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu?”, disse Hans no Congresso.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, aproveitou a fala de Hans para difundir ofensas e fazer insinuações contra a repórter da Folha de S.Paulo, tanto no Congresso como em suas redes sociais.

“Eu não duvido que a senhora Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha de S.Paulo, possa ter se insinuado sexualmente, como disse o senhor Hans, em troca de informações para tentar prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, é o que a Dilma Rousseff falava: fazer o diabo pelo poder”, afirmou Eduardo.

O Código Penal estipula que fazer afirmação falsa como testemunha em processo judicial ou inquérito é crime, com pena prevista de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. Na condição de testemunha, Hans se comprometeu em falar a verdade à comissão. O regimento do Senado diz que a inquirição de testemunhas em CPIs segue o estabelecido na legislação processual penal.

“Acusar alguém quando esse alguém não está presente não é um ato de coragem, é um ato de covardia”, afirmou o senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPMI das Fake News, após as declarações de Hans.

“Comprovando que houve mentira, nós podemos indicar o seu indiciamento, uma abertura de inquérito, porque mentira numa CPMI é crime. Ele teve diversas incoerências”, disse Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI das Fake News.

Em nota, a Folha de S.Paulo rebateu os ataques a seu jornalismo na CPMI das Fake News.

“A Folha repudia as mentiras e os insultos direcionados à jornalista Patrícia Campos Mello na chamada CPMI das Fake News. O jornal está publicando documentos que mais uma vez comprovam a correção das reportagens sobre o uso ilegal de disparos de redes sociais na campanha de 2018. Causam estupefação, ainda, o Congresso Nacional servir de palco ao baixo nível e as insinuações ultrajantes do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).”

“A ilação de que a jornalista teria sugerido a troca de matéria por sexo causa danos a ela, não apenas porque se trataria de um desvio de natureza ética da profissão como também por atingir sua condição feminina”, disse Taís Gasparian, advogada da Folha. “Na medida em que provoca danos, cabe a reparação.”

Em nota, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) criticou Eduardo Bolsonaro. “É assustador que um agente público use seu canal de comunicação para atacar jornalistas cujas reportagens trazem informações que o desagradam, sobretudo apelando ao machismo e à misoginia.”

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Cruzeiro recusado por 5 países com receio de coronavírus atracará no Camboja

12 de fevereiro de 2020, 11:50

Foto: AP Photo / Jae C. Hong

As autoridades do Camboja aceitaram receber um cruzeiro recusado por cinco países do Sudeste Asiático em meio a temores de que alguns de seus passageiros possam estar infectados pelo coronavírus.

O MS Westerdam, com 1.455 passageiros e 802 tripulantes a bordo, chegará ao porto cambojano de Sihanoukville nesta quinta-feira (13), comunicou a companhia operadora Holland America Line, segundo a agência Reuters.

O barco saiu em 1º de fevereiro do porto de Hong Kong, onde já foram confirmados mais de 49 casos do coronavírus, e em duas semanas deveria visitar vários portos de Taiwan e Japão. Seu ponto final deveria ser o porto japonês de Yokohama, onde deveria atracar neste sábado (15).

Contudo, dias após o início da viagem, o governo japonês anunciou que não deixará a embarcação atracar em seus portos. As autoridades de Taiwan, Guam (território insular dos EUA), Filipinas e Tailândia fizeram o mesmo.

A operadora divulgou que o navio “não está em quarentena”, e salientou que “não há motivos” para acreditar que alguém a bordo esteja infectado com o 2019-nCoV, que já levou a vida de mais de mil pessoas.

Desde 3 de fevereiro, outro cruzeiro, o Diamond Princess, se encontra em quarentena no porto japonês de Yokohama, perto de Tóquio, assim que foi descoberto um caso positivo de infecção de um passageiro. O número total de infectados no mundo a bordo supera 170.

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Cosméticos na gravidez aumenta risco de excesso de peso em filhos

12 de fevereiro de 2020, 11:35

Foto: Reprodução

A exposição de grávidas a parabenos, químicos usados em cosméticos, aumenta o risco de os seus filhos terem excesso de peso na infância inicial e média, de acordo com um estudo publicado hoje pela revista Nature.O trabalho, liderado por Tobias Polte, investigador do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental em Lepizig, Alemanha, também conclui que a correlação entre os parabenos (conservantes usados para evitar o crescimento de bactérias e fundos nos cosméticos) e o excesso de peso ocorre com mais frequência entre as mulheres.

Os parabenos entram no organismo quer através da ingestão quer da absorção pela pele.

Em experiências com ratos, a equipa de investigadores liderada por Polte demonstrou que a exposição da mãe a parabenos durante a gravidez resultou num aumento de peso e no consumo de alimentos por parte de sua prole.

Segundo os investigadores, esse efeito pode ser causado por uma modificação genética que reduz os níveis no cérebro de “pró-opiomelanocortina”, um gene associado à regulação da ingestão de alimentos.

Para o estudo, Polte e seus colegas também recolheram informações sobre 629 casos de mães e de filhos entre 2006 e 2008.

Durante a 34.ª semana de gestação, avaliaram a exposição das mães aos parabenos e, após o parto, iniciaram uma monitorização anual do peso e altura dos filhos.

Os investigadores identificaram uma relação positiva entre a concentração de parabenos nas amostras de urina das mães e o risco de os seus filhos terem excesso de peso.

Num relatório sobre obesidade infantil referente a 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que este era um dos problemas de saúde pública “mais sérios” do mundo e adiantou que 4% dos adolescentes na Europa são obesos.

A OMS também enfatizou que mais de 50% da população europeia está atualmente com sobrepeso ou obesidade.

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João Clarindo: 30 anos dedicados ao futebol amador

12 de fevereiro de 2020, 11:12

Foto: Arquivo Pessoal

2014 ficará marcado por toda a vida de João Clarindo dos Santos. Neste ano, após 30 anos em atividade, o ‘mestre da arbitragem jacobinense’ como é chamado por amigos e admiradores encerrou sua brilhante carreira como árbitro amador de futebol. Rígido no cumprimento das regras do jogo, responsável e respeitado, essas eram algumas das qualidades do comprometido e atuante ‘Juiz Clarindo’.

A quantidade de jogos que atuou como árbitro principal ou assistente (bandeirinha) é incontável, mas as lembranças de vários jogos que marcaram sua trajetória não se apagam; entre os momentos marcantes, conforme relata João Clarindo, está a sua participação como assistente no amistoso entre a seleção de Jacobina e o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, em 1987, quando a equipe carioca venceu por 1×0 o time local. Outro momento marcante, segundo o desportista, foi sua presença na reinauguração do Estádio José Rocha (1986), quando foi um dos convidados de honra do então prefeito Carlito Daltro, responsável pela obra.

Dedicado, foi aluno destaque no Curso de Árbitro Amador realizado em 1992, pela Federação Baiana de Futebol (FBF), quando conquistou o primeiro lugar entre os participantes.

Com mais de 50 finais de campeonatos em diversas cidades em seu currículo, João Clarindo passou boa parte dos seus finais de semana apitando algua partida de futebol em Jacobina ou na macrorregião. A sua fama de excelente árbitro passou a ser conhecida em toda a Bahia, ao ponto do jacobinense ser convidado pór municípios de outras regiões para atuar em partidas de importantes de campeonatos amadores, como a final do municipal de Jequié, em 1993, quando apitou o jogo onde o Atlético venceu o Flamengo por 3×0.

No último dia 8 de fevereiro, João Clarindo completou 68 anos de vida. Jacobina e os admiradores do futebol amador parabenizam esta figura que contribuiu intensivamente com o esporte do interior da Bahia por mais da metade da sua vida.

Parabéns João Clarindo!

Assinado: Futebol amador baiano.

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