GOSPEL

Justiça de Goiás arquiva denúncia contra Padre Robson de Oliveira

07 de outubro de 2020, 07:40

Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça de Goiás arquivou a denúncia do Ministério Público contra o Padre Robson de Oliveira. A decisão foi tomada pelo desembargador Nicomedes Domingos Borges, sendo acompanhada pela turma da 1ª Câmara Criminal do Tribunal.

Padre Robson era acusado de praticar lavagem de dinheiro por meio da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), instituição fundada pelo sacerdote para gerir obras sociais e atividades de comunicação de cunho católico. A instituição é sustentada através de contribuições de fiéis em todo o Brasil.

Em sua decisão, o desembargador alegou que não havia provas sobre lavagem de dinheiro ou de desvio de finalidade das doações. “A Afipe se trata de uma associação civil evangelizador e, para atender às suas necessidades, poderá criar atividades como instrumento captador de recursos financeiros”, disse.

Em 21 de agosto, o Ministério Público deflagrou a Operação Vendilhões para investigar a suspeita de crimes como lavagem de dinheiro e de crimes de apropriação indébita, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica. O órgão investigou as doações feitas para a construção da nova basílica em Trindade.

Na época das investigações, Padre Robson de Oliveira se afastou da presidência da Afipe e da reitoria da Basílica do Divino Pai Eterno. Além disso, a Arquidioces de Goiânia chegou a suspender as ordens do padre, ou seja, impedindo-o de celebrar missas ou de ministrar outros sacramentos.

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O traficante que deu origem ao culto do Senhor do Bonfim e outras descobertas do ‘mapa da escravidão’ em Salvador

27 de setembro de 2020, 11:18

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Site mapeia homenagens controversas, reparadoras e locais esquecidos de resistência à escravidão na capital baiana.

Anualmente, no mês de janeiro, a cidade de Salvador se reúne diante da Igreja do Senhor do Bonfim para uma celebração sincrética que reúne católicos e adeptos do candomblé. A festa teve início com a lavagem que pessoas escravizadas faziam da Igreja e hoje é considerada Patrimônio Imaterial do Brasil, celebrada por autoridades locais como espaço livre de discriminação.

Mas a praça diante da igreja homenageia um dos principais traficantes de africanos escravizados da Bahia. Seu túmulo, na verdade, está em destaque dentro do templo, já que ele foi o responsável por trazer a imagem que permitiu o culto ao Senhor do Bonfim no Estado.

Em meio ao debate sobre homenagens a traficantes de seres humanos retirados da África — que ganhou nova força com os protestos de movimentos antirracistas nos Estados Unidos e na Europa neste ano — um grupo de historiadores decidiu jogar luz sobre esta e outras ligações esquecidas de homenagens, ruas e locais históricos de Salvador com a escravidão.

Salvador foi o segundo maior porto de desembarque de africanos nas Américas durante a vigência do comércio transatlântico de pessoas escravizadas, atrás apenas do Rio de Janeiro. Estima-se que mais de 1,2 milhão de africanos chegaram à Bahia nos chamados navios negreiros.

A iniciativa dos historiadores deu origem ao site Salvador Escravista, que mapeia homenagens controversas, homenagens reparadoras e também lugares esquecidos, onde ocorreram episódios importantes da história da população negra da cidade.

“O propósito do site não é simplesmente mudar nomes de ruas ou retirar monumentos, mas isso poderia, sim, vir como resultado”, diz à BBC News Brasil Felipe Azevedo e Souza, professor do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e um dos realizadores do projeto.

“O que queremos é um debate maior sobre políticas públicas voltadas para a memória da cidade, que sejam mais democráticas e mais plurais.”

O projeto já inspira historiadores de outros Estados, como Pernambuco, Goiás e Rio Grande do Sul, a fazer iniciativas semelhantes.

Os organizadores também pretendem criar um aplicativo que transforme os verbetes do site em um percurso turístico que possa dar mais informações aos visitantes sobre o lado menos conhecido dos personagens e monumentos da capital baiana — e do país.

A BBC News Brasil reúne aqui algumas dessas histórias:

O traficante de escravos que decorou a Igreja do Senhor do Bonfim

O português Teodósio Rodrigues de Faria foi capitão de um navio mercante da Índia por anos e, já com fama de “grande homem do mar”, na década de 1740, se estabeleceu em Salvador, onde passou a investir no comércio — incluindo o de pessoas.

Ao que tudo indica, ele já era devoto do Senhor do Bonfim, que dava nome a um de seus barcos. Segundo o historiador Cândido Domingues, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), o navegante invocou a proteção do Cristo crucificado durante uma tempestade marítima em viagem a Lisboa. E, em retribuição, levou para Salvador uma imagem do Senhor do Bonfim semelhante à que existia na cidade portuguesa de Setúbal.

“A imagem foi eventualmente colocada na Igreja do Senhor do Bonfim, que estava sendo construída na Colina Sagrada. Segundo registros de outros historiadores, Teodósio também investiu bastante na decoração da Igreja. Na pintura do teto se vê um painel em que um grupo de marinheiros entrega aos santos e anjos um quadro representando o navio durante a tempestade, e a vela do navio”, disse Domingues à BBC News Brasil, em entrevista por telefone.

A devoção e o investimento na igreja também lhe renderam lugar de destaque na irmandade do Senhor do Bonfim, que reunia outros comerciantes influentes na sociedade da época.

Quando morreu, em 1757, Teodósio Rodrigues foi enterrado dentro da Igreja, que é um dos principais cartões postais de Salvador e palco de uma de suas maiores festas inter-religiosas, a Lavagem do Bonfim.

O traficante está enterrado dentro da igreja como seu “primeiro benfeitor”. A praça diante do tempo e uma rua lateral também o homenageiam, sem mencionar sua participação no comércio de africanos – Foto: Cândido Domingues | Acervo pessoal / BBC News Brasil

O capitão português também dá nome à praça que fica diante da igreja e a uma rua próxima, tamanha é a sua importância na sua fundação.

“Só que, nos anos 1750, Teodósio Rodrigues de Faria também atuou intensamente no tráfico de africanos, um detalhe que costuma ser omitido ou posto em dúvida nas homenagens e reportagens sobre ele feitas durante a festa do Bonfim”, diz o historiador.

Em sua pesquisa, Cândido Domingues encontrou registros de navios negreiros que Farias possuía em sociedade com outros traficantes da época e até uma prestação de contas em que ele reivindica escravizados que lhe pertenciam em um navio cujo dono morreu ao chegar da África.

“A importância de conhecermos e discutirmos isso é dar a possibilidade a fieis e cidadãos de compreender outras histórias que estão no nosso passado. A ideia não é necessariamente desfazer esses monumentos. Mas, conhecendo as outras partes da nossa história, podemos registrá-las e fazer a crítica necessária”, afirma Domingues.

O Elevador construído com dinheiro do comércio ilegal de africanos

O famoso Elevador Lacerda, que liga as partes alta e baixa da capital baiana e chegou a ser o maior do mundo à época de sua inauguração, em 1873, não foi construído para homenagear um traficante de escravos, como outros monumentos agora polêmicos.

O projeto inicialmente foi chamado de Elevador Hidráulico da Conceição, e era considerado uma ideia um tanto extravagante. Só em 1896 passou a se chamar se chamar Elevador Antonio de Lacerda, em homenagem ao seu idealizador.

O principal cartão portal da capital baiana provavelmente não teria sido construído sem uma fortuna obtida com o tráfico de africanos, mesmo após a lei que o proibia, segundo historiadora Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No entanto, segundo a historiadora Silvana Andrade dos Santos, doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a obra provavelmente não teria sido feita sem a riqueza acumulada pelo pai de Lacerda, o negociante português naturalizado brasileiro Antonio Francisco de Lacerda, no tráfico ilegal de africanos, ou seja, mesmo após a proibição por lei.

“Pela imagem que pude construir a respeito de Antonio Francisco de Lacerda através da minha pesquisa, ele parece um especulador. Sempre que via uma oportunidade de fazer um bom negócio ele fazia e, quando achava que aquilo já não era pra ele, saía”, disse à BBC News Brasil.

“A historiografia tem demonstrado que cinco anos antes da proibição oficial do tráfico de pessoas, quando o Brasil começou a negociar os tratados com a Inglaterra, a demanda pela mão de obra escravizada aumentou muito. Isso fez com que muitos negociantes entrassem no comércio para obter altos lucros. Pelo que eu consegui perceber, esse foi o caso dele.”

A pesquisadora encontrou registros de que Lacerda, o pai, era sócio em ao menos duas embarcações fretadas para fazer viagens negreiras para África no final da década de 1830 — a importação de escravizados africanos para o Brasil já era proibida desde 1831.

As embarcações foram apreendidas e condenadas pela Marinha britânica. Por isso, os registros de seus donos permaneceram arquivados.

“A documentação sobre o tráfico ilegal é justamente para as viagens que não deram certo. Quantas outras deram certo e não sabemos?”, questiona Silvana.

De acordo com ela, era comum que comerciantes da época entrassem no tráfico, realizassem algumas viagens, ganhassem um bom dinheiro e investissem em outros negócios que tinham.

Lucros com viagens negreiras ilegais permitiram a Antonio Francisco de Lacerda enviar os filhos para estudar no exterior e abrir a Companhia de Transportes Urbanos, que faria o Elevador Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No caso de Antonio Francisco de Lacerda, o lucro foi usado em empreitadas como uma estrada de ferro, a maior fábrica de tecidos do país no século 19, o Banco da Bahia e a Companhia de Transportes Públicos. Seus filhos foram enviados para estudar em países como Suíça e Estados Unidos, algo que só estava ao alcance de família abastadas.

Em 1856, o filho, Antonio de Lacerda, volta ao Brasil sem concluir o curso de Engenharia que havia começado nos Estados Unidos e assume os negócios do pai. Alguns anos mais tarde, ele consumiria boa parte da fortuna familiar na construção do Elevador.

Discursos da família reproduzidos em jornais da época, no entanto, dão a entender que o Lacerda filho não acreditava ter recebido o devido reconhecimento por sua obra. Um de seus netos reclamou, inclusive, de seu ressentimento por ter que pagar a própria passagem, que, na época, custava o equivalente a R$ 0,10.

O grito de liberdade eternizado nas ruas 13 de Maio

Desde o final dos anos 1970, parte do movimento negro brasileiro questiona a importância do dia 13 de maio de 1888, quando foi assinada a Lei Áurea, em contraposição à narrativa de que a abolição da escravidão teria sido uma generosidade da família real para com a população negra.

No entanto, as ruas de Salvador contam outra história. Em seu mapeamento, os historiadores do site Salvador Escravista encontraram sete ruas Treze de Maio na cidade, quase todas elas em bairros periféricos, como Liberdade e Paripe, cuja maioria da população é negra.

Segundo a historiadora Iacy Maia Mota, professora na Ufba e autora de uma tese sobre as reações à abolição na Bahia, a nomeação das ruas dá uma pista sobre a importância real que a data teve na vida das milhares de pessoas cujas vidas foram impactadas pela lei.

“Eu tenho esse debate com ativistas do movimento negro sobre a necessidade que temos de valorizar o 13 de maio. Não podemos esvaziar o significado dessa data. Ela foi um resultado da luta abolicionista que as pessoas celebraram. Elas foram para as ruas, desafiaram os ex-senhores, afirmaram sua liberdade”, disse à BBC News Brasil.

A lei Áurea, segundo Mata, rompeu com a estratégia de abolição gradual da escravidão. Até então, a libertação dos escravizados ocorria através de leis como a do Ventre Livre (1871) e a dos Sexagenários (1875). Mas ambas impunham condições à liberdade, como a indenização dos ex-senhores ou um tempo extra de servidão.

Mas as disputas jurídicas sobre a legitimidade da escravidão começaram a crescer no país, assim como o movimento abolicionista.

“Quando o Brasil se viu internacionalmente isolado em relação à manutenção escravidão – já que foi o último país das Américas a acabar com ela – e o abolicionismo virou um movimento de massa, os legisladores brasileiros se viram forçados a resolver o que eles chamavam de ‘a questão servil'”, diz a historiadora.

O resultado disso é que a lei promulgada em 13 de maio, que tramitou rapidamente no Parlamento e foi sancionada pela princesa Isabel, é a única sobre o tema a ter somente dois parágrafos: um acabando com a escravidão e outro revogando todas as disposições em contrário.

“Os escravocratas baianos sabiam das discussões no Parlamento, mas não imaginavam que seria aprovada a abolição imediata, sem indenização a eles e sem um dispositivo que obrigasse os libertos a continuar trabalhando. Eles foram surpreendidos e reclamaram muito”, conta Iacy Mata.

Muitos dos recém-libertados, por sua vez, passaram a se recusar ao trabalho nos moldes da escravidão. Jornais da época tinham relatos de escravistas que foram abandonados por seus cativos no dia 13 de maio – alguns retornavam apenas para informar que não trabalhariam mais para ninguém.

“Entre 1888 e 1889 explodiram pedidos pelo uso da força policial em várias cidades da Bahia, inclusive Salvador, para conter os libertos porque havia muito samba, festas nas ruas e recusa a voltar às fazendas. Isso era entendido como insubordinação aos ex-senhores”, conta Mata.

Imediatamente após a aprovação da lei, os recém-libertos começaram a abandonar as fazendas e recusar-se a trabalhar para os senhores; eram acusados de insubordinação Foto: Harry Hamilton Johnston | New York Public Library / BBC News Brasil

No momento da abolição, a Bahia abrigava cerca de 10% da população escravizada do Brasil. Os beneficiados pela lei Áurea eram identificados nos registros policiais como “13 de maio 88 recém-libertados”.

“Sabemos que a aprovação da lei não abalou as estruturas fundacionais do Brasil, porque não trouxe inclusão para os ex-escravizados na sociedade”, reconhece a historiadora.

“Mas ela colocou em xeque, em alguma medida, a hierarquia racial. Porque a liberdade, em tese, já não tinha cor. Foi uma mudança importante para aquelas pessoas. E o caráter popular da lei pode ser visto na geografia da cidade.”

Mas, se nas periferias da capital baiana encontram-se algumas ruas Treze de Maio, nos bairros nobres uma única avenida – entre a Graça e a Barra – é dedicada, de certo modo, à abolição da escravidão. Chama-se Princesa Isabel.

O barão que tentou frear a abolição

Também homenageado com uma longa rua no bairro da Calçada, na Cidade Baixa, o barão de Cotegipe foi um dos principais antagonistas da princesa Isabel no tema da abolição — mesmo fazendo parte de seu governo.

O barão, cujo nome era João Maurício Wanderley, foi um dos principais representantes dos interesses escravagistas na política brasileira. Ele também dá nome a ruas em cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraná e até de um município no Rio Grande do Sul.

“Ele foi uma figura relevante em todo o país, mas sua memória pública não dá ênfase ao fato de que ele foi o escravocrata mais poderoso dos últimos anos do Império. E tomou muitas medidas em prol da perpetuação da escravidão”, disse à BBC News Brasil o historiador Felipe Azevedo e Souza, da Ufba.

Como presidente do Conselho de Ministros, uma espécie de primeiro-ministro durante a regência da princesa Isabel, ele propôs a lei dos Sexagenários, que libertava os escravos com 60 anos ou mais, mas os obrigava a pagar indenização ao senhor e a trabalhar por mais três anos para compensá-lo.

“Cotegipe acreditava piamente que a escravidão não era, por si só, um problema. O problema eram os maus senhores, porque os bons senhores iriam cuidar bem dos escravizados. Ele usava isso como argumento para adiar a abolição”, conta Souza.

“Em 1887, quando se debate o fim da pena de açoite aos escravizados, ele se posiciona contra, dizendo que é uma maneira de o senhor educar o escravizado como um pai educa um filho ‘dando-lhe uma palmada’.”

Segundo o historiador, o barão havia sido alçado ao posto, em 1885, justamente para refrear as tendências abolicionistas da princesa. O resultado disso foi que um aumento da repressão violenta às manifestações pela abolição, que ganhavam força. Líderes foram presos e caçadas humanas a escravizados que fugiam de fazendas, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, foram promovidas.

“O Exército foi convocado para atuar na repressão, e isso também gerou uma crise para o regime. De um lado, boa parte dos jovens oficiais, prendados em filosofia e imbuídos de um certo idealismo, eram abolicionistas. De outro, os oficiais mais velhos queriam o reconhecimento de heróis nacionais pela vitória na Guerra do Paraguai e sentiam que estava sendo reduzidos a capitães do mato”, diz Souza.

Sob pressão, o movimento pela abolição recorria cada vez mais a métodos radicais, como articular fugas coletivas de escravizados e criar quilombos urbanos para abrigá-los. E aumentava a tensão entre o barão e a princesa, que acabou conseguindo sua renúncia da presidência do Conselho dos Ministros.

Cotegipe ainda voltou ao Senado para votar contra a lei Áurea em 1888. E disse à princesa Isabel que ela libertou os escravos, mas perdeu o Império.

“O interessante é perceber que boa parte da crise que acabou por derrubar o Império foi ele mesmo que causou, justamente por ser um escravista inflexível. Foi ele que provocou uma crise com os militares e demorou para negociar com os abolicionistas e com os setores progressistas da sociedade”, conclui o historiador.

A revolta de escravizados que fez tremer o império — e foi apagada da cidade

O maior e mais importante levante urbano de africanos escravizados já registrado no Brasil ocorreu durante algumas horas entre os dias 24 e 25 de janeiro de 1835 em Salvador.

Em um sobrado na ladeira da Praça, no centro da cidade, cerca de 50 africanos de diversas etnias, muitos deles muçulmanos (conhecidos como imales, na língua iorubá, da África Ocidental), se reuniam quando foram cercados por forças de segurança.

Eles atacaram os soldados e dali saíram para libertar um de seus líderes, Pacífico Licutan, na cadeia pública. Enfrentaram mais soldados na praça Municipal e angariaram o apoio de outros grupos de africanos, libertos e escravizados, em um percurso por todo o centro até o Terreiro de Jesus, local onde hoje é o bairro do Pelourinho. A batalha sangrenta continuou até Água de Meninos, na Cidade Baixa, onde os africanos foram derrotados.

O Largo Terreiro de Jesus, no Pelourinho, foi palco de uma das batalhas entre os malês e os policiais durante a revolta, cujo objetivo final nunca foi conhecido Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em nenhum desses pontos, no entanto, há qualquer placa, monumento ou marco sobre a Revolta dos Malês.

“Mais de 20 anos atrás, eu e alguns colegas colocamos uma placa modesta de madeira marcando o lugar onde provavelmente a revolta começou. Não sabemos se a placa caiu ou foi retirada, mas ela não existe mais. Talvez essa tenha sido a primeira ação de demarcação da revolta na cidade”, disse à BBC News Brasil o historiador João José Reis, da Ufba, autor do livro Rebelião Escrava no Brasil – A História do Levante dos Malês em 1835.

Após a derrota, muitos dos revoltosos foram açoitados em praça pública, presos ou deportados à África. Quatro deles foram fuzilados no Campo da Pólvora, na Cidade Baixa, em local também mapeado pelo site Salvador Escravista como um dos “Locais esquecidos”.

Mesmo africanos que não participaram do levante passaram a ser perseguidos pela polícia, e senhores também passaram a impor a religião católica a escravizados muçulmanos.

O medo de outro episódio como aquele também tomou o Império. No Rio de Janeiro, africanos escravizados que chegavam da Bahia esperavam muitas vezes por meses dentro de navios sem poder desembarcar, até que tivessem uma ficha corrida aprovada pela polícia baiana que provasse que não participaram da revolta.

Por que, então, um momento tão importante da resistência à escravidão nunca foi marcado no espaço urbano?

“Isso faz parte de um pacote de apagamento da história do negro em todo o Brasil, e aqui em Salvador especificamente. É obviamente resultado de uma celebração da nossa história que privilegia temas não negros na monumentalização ou da nomeação de logradouros públicos. Por outro lado, vejo uma certa tendência de melhora”, diz Reis.

Um projeto aprovado pela Câmara dos Vereadores da capital baiana quer nomear a estação de metrô no Campo da Pólvora em homenagem aos malês, e colocar um monumento na praça onde fica a estação.

O grupo de pesquisadores chefiado por Reis, que reúne historiadores e museólogos de diversas universidades do Estado, também planeja um Museu da Escravidão e Invenção da Liberdade, que contemple não só o período da escravidão, mas toda a presença organização da população negra na política e na cultura brasileiras.

Apenas uma pequena rua no bairro da Liberdade homenageira o episódio, que foi o levante urbano de escravizados mais importante registrado no Brasil Foto: Google / BBC News Brasil

“É fundamental mostrar para as pessoas que os negros escravizados não se acomodaram, não aceitaram a situação de vítimas. Eles reagiram de muitas maneiras silenciosas, invisíveis, no cotidiano, mas também de maneiras barulhentas, espetaculares e espantosas, como foi a Revolta dos Malês”, afirma o historiador.

“E isso tem que ser inscrito na memória da cidade, particularmente na memória dos negros. Mas na dos brancos também, serve para todo mundo.”

Como contribuição ao site Salvador Escravista, João José Reis enviou uma pequena rua encontrada no bairro da Liberdade, conhecido por abrigar a sede de grupos culturais e políticos como o bloco afro Ilê Ayê e o Movimento Negro Unificado (MNU).

A homenagem torna o levante dos africanos de 1835 vitorioso, mesmo que não se saiba, até hoje, qual era o seu objetivo final — a rua foi nomeada Revolução, e não revolta, dos Malês.

Fonte:

Camilla Costa – @_camillacosta – Da BBC News Brasil em Londres
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‘É preciso proteger indígenas contra empresas’, diz Papa

01 de setembro de 2020, 08:57

Foto: Reprodução

O papa Francisco fez nesta terça-feira (1º) mais um apelo em defesa do meio ambiente e afirmou que é preciso proteger as comunidades indígenas das empresas, “particularmente as multinacionais”.

A declaração está em uma mensagem do líder católico pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado pela Igreja no dia 1º de setembro.

“É preciso proteger as comunidades indígenas de empresas, particularmente multinacionais, que, com a extração perniciosa de combustíveis fósseis, minerais, madeira e produtos agroindustriais, fazem nos países menos desenvolvidos aquilo que não podem fazer nos países que lhes dão o capital”, escreveu Francisco.

De acordo com o Papa, essa “má conduta” das companhias representa um “novo tipo de colonialismo, que explora vergonhosamente comunidades e países mais pobres a braços com uma busca desesperada de desenvolvimento econômico”.

“É necessário consolidar as legislações nacionais e internacionais, para que regulamentem as atividades das empresas extrativas e garantam o acesso à justiça aos prejudicados”, disse.

Na mensagem, o Pontífice também cobrou respeito ao Acordo de Paris sobre o clima, que busca limitar o crescimento da temperatura média global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. De acordo com o líder católico, ir além disso se revelaria “catastrófico, sobretudo para as comunidades mais pobres em todo o mundo”.

“Convido cada país a adotar metas nacionais mais ambiciosas para reduzir as emissões [de poluentes]”, afirmou. Além disso, o Papa ressaltou que a “desintegração da biodiversidade, o aumento vertiginoso de catástrofes climáticas e o impacto desproporcionado que tem a pandemia atual sobre os mais pobres e frágeis são sinais de alarme perante a avidez desenfreada do consumo”.

“Nossos estilos de vida forçam o planeta para além dos seus limites. A procura contínua de crescimento e o ciclo incessante da produção e do consumo estão a extenuar o ambiente”, disse. (ANSA)

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Padre pede desculpas após desejar morte de fiéis em isolamento: “Sou fraco”

26 de agosto de 2020, 11:55

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Uma declaração polêmica do padre Antônio Firmino, da paróquia São João Batista, em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira, causou polêmica nas redes sociais. Ao final da missa, o sacerdote disse que a Covid-19 não pode servir de ‘desculpa’ para quem não é do grupo de risco faltar às missas presenciais. O padre foi além e desejou que essas pessoas morram antes da vacina estiver disponível. Com as críticas, o pároco divulgou vídeo pedindo desculpas (assista ao final da matéria).

“Então, a gente vai vendo quem realmente ama a eucaristia. Porque tem alguns católicos, engraçado, que tem saúde tem tudo e dizem: ‘Eu só vou na igreja quando tiver a vacina’. Tomara que não apareça vacina para essas pessoas. Ou que morram antes da vacina chegar. Porque existem pessoas que não têm problema nenhum, que não estão no grupo de risco. Mas isso significa que a pessoa não tem fé nenhuma”, disse.

As palavras do pe. Antônio Firmino vão contra às determinações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o combate à pandemia do novo coronavírus.  Autoridades eclesiásticas entendem que assistir à missa pelas redes sociais é perfeitamente consoante com as orientações da igreja, além de evitar aglomerações e a transmissão da doença. Vários estados e cidades têm flexibilizado as medidas de isolamento, mas mantendo cuidados.

Com as críticas recebidas, o sacerdote postou na manhã desta terça (25) um vídeo em que reconhece os excessos de sua fala e pede que o perdoem e orem por ele. “Dado a celeuma que causou o comentário infeliz que fiz ao final da missa deste domingo, venho até pedir desculpas e retratar e trouxe alguns transtornos . Quem me conhece, sabe o quanto tenho me empanhando para preservar a vida nesses tempos e pandemia. Tenho que pedir desculpas àquelas pessoas que se ofendidas com minhas palavras”, diz.

https://www.facebook.com/paroquiasaojoaovrb/

 

 

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‘Tomara que morram antes da vacina chegar’, deseja padre a quem não está indo à missa por medo da COVID-19

25 de agosto de 2020, 07:59

Foto: Reprodução

O padre Antônio Firmino, da paróquia São João Batista, em Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata Mineira, desejou a morte de católicos que não estão indo à missa por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Segundo o pároco, os fiéis que não estão no grupo de risco e optaram por sair só quando houvesse a vacina deviam “morrer antes” que ela fosse entregue à população.

A celebração em que a fala foi dita ocorreu neste último domingo (24/8).

No vídeo, que está circulando pelas redes sociais, o padre diz que a igreja está respeitando as normas de distanciamento, mas repreendeu os fiéis que não estão frequentando as reuniões. “Então, a gente vai vendo quem realmente ama a eucaristia”, disse ele.

“Porque tem alguns católicos, engraçado, que tem saúde tem tudo e dizem: ‘Eu só vou na igreja quando tiver a vacina’. Tomara que não apareça vacina para essas pessoas. Ou que morram antes da vacina chegar. Porque existem pessoas que não têm problema nenhum, que não estão no grupo de risco. Mas isso significa que a pessoa não tem fé nenhuma”, concluiu o padre.

A reportagem entrou em contato com a Arquidiocese de Belo Horizonte que ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

 

Correio Braziliense 

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Pastor em SP é preso em flagrante por estupro de criança de 9 anos

21 de agosto de 2020, 17:25

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A polícia prendeu na tarde de ontem, 20, um pastor em flagrante por sequestro e estupro de uma criança de 9 anos em Taboão da Serra, na Grande SP.

De acordo com a PM (Polícia Militar), o pastor Sérgio Gomes, 43 anos, da Igreja Assembleia de Deus, sequestrou a menina com a justificativa de que a levaria para almoçar. As informações são da Band TV.

Após o sumiço do pastor, a mãe da criança e a mulher do homem foram à delegacia fazer a denúncia.

Segundo a polícia, a menina contou que havia sido abusada sexualmente dentro da igreja e essa não teria sido a primeira vez. O acusado foi preso em flagrante, mas negou o crime. Também à polícia, a esposa do suspeito, que está grávida de 7 meses, disse que desconfiava do marido e do excesso de carinho pela menina.

De acordo com a reportagem da Band TV, a criança passou por exames no Hospital Pérola Byington. No carro do acusado foram encontrados objetos como brinquedos, brilho labial e doces. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de Taboão da Serra.

Como denunciar casos de abuso infantil e como orientar a criança

Casos como o desta menina de 10 anos, abusada pelo próprio tio, infelizmente não são raros no Brasil. O Disque 100 recebe milhares de denúncias por ano, mas sabemos que esses dados não estão nem perto da realidade, uma vez que ainda é difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real.

Isso se dá por inúmeros fatores como, por exemplo, pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas (que às vezes não entendem o que está acontecendo com elas) e pela “vergonha” e falta de informação sobre o assunto de familiares.

Reconhecer os tipos de abusos e saber orientar as crianças é fundamental.

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Padre diz que criança de 10 anos ‘compactuou com o estupro’, exclui conta em rede social e depois pede desculpas

21 de agosto de 2020, 09:20

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Um padre de Cuiabá escreveu em suas redes sociais que a menina de 10 anos, estuprada pelo tio e que recentemente teve uma gravidez interrompida, teria “compactuado com o estupro”. Ramiro José Perotto parece ter se arrependido e apagou suas contas nas redes sociais.

Com a repercussão do comentário, o padre divulgou nesta quinta-feira (20) em seu perfil no Facebook uma nota na qual escreveu: “Àqueles que se sentiram ofendidos, só resta meu pedido de perdão”.

Diversas pessoas comentaram o post do religioso. “Obrigar uma criança vítima de estupro a seguir com a gravidez era repugnante”, disse um seguidor.

Em resposta, o padre disse que duvidava que uma criança abusada por vários anos deixaria de comentar o caso. “Aposto, minha cara. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocente. Gosta de dar então assuma as consequências”, escreveu.

Na nota divulgada nesta quinta-feira (20), Perotto assumiu a responsabilidade pelas postagens e que não quer julgar ninguém.

“Assumo a responsabilidade de ter proferido palavras desagradáveis, e justifico que compartilho da defesa da vida, nunca condenar e tirar julgamentos. Não foi minha intenção proferir palavras de baixo calão, as quais não comungam com minha fé e minha crença na pessoa humana. Àqueles que se sentiram ofendidos, só resta meu pedido de perdão”, escreveu no comunicado.

No trecho seguinte, ele justificou a exclusão da conta na rede social: “Excluí meu Facebook por não querer mais ofender e ser ofendido. Precisamos ser fraternos. Sempre preguei isso. As vezes que não fui, que Deus me perdoe. Lutemos pela vida, ela é dom de Deus”.

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Angola manda fechar templos da Igreja Universal no país

16 de agosto de 2020, 08:51

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Ao menos sete templos já foram interditados. Igreja de Edir Macedo é alvo de processo na nação africana, sob acusação de fraude fiscal e outros crimes. Centenas de bispos angolanos romperam com liderança brasileira.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola ordenou o fechamento dos templos da Igreja Universal do Reino de Deus no país africano. A instituição brasileira é acusada de praticar uma série de crimes e virou alvo de um processo penal na Justiça angolana.

Ao menos sete templos foram fechados pelas autoridades desde sexta-feira (14/08), todos em Luanda, capital do país. Eles ficarão sob responsabilidade do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (Inar), ligado ao Ministério da Cultura, até que seja tomada uma decisão judicial.

A Igreja Universal afirma ter 8 milhões de fiéis no Brasil e está presente em mais de cem países ao redor do mundo, com templos em pelo menos 12 nações africanas.

Funcionando em Angola desde 1992, a Universal vive uma disputa de poder no país africano entre dois grupos. De um lado estão brasileiros e angolanos ligados ao bispo Edir Macedo, fundador da instituição, e ao líder da Universal em Angola, bispo Honorilton Gonçalves; do outro lado, pastores angolanos dissidentes comandados pelo bispo Valente Bezerra Luís.

A tensão se arrasta desde novembro do ano passado, quando cerca de 300 bispos angolanos romperam com a liderança brasileira, denunciando práticas contrárias à “realidade de Angola e da África” e acusando a Igreja de sonegação fiscal. As queixas levaram a PGR angolana a abrir um processo penal contra a Universal em dezembro.

A disputa se agravou em junho deste ano, quando os dissidentes assumiram o comando de mais de 80 templos na capital, Luanda, e nas províncias vizinhas. Em julho, uma ata foi publicada pelo grupo angolano no Diário Oficial do país, “formalizando” a destituição da liderança brasileira.

A turma pró-Macedo reagiu à publicação da ata, tachando-a de ilícita. Em meio ao processo na Justiça, a disputa entre os dois grupos segue no país.

O caso se elevou à esfera diplomática também em julho, quando o presidente Jair Bolsonaro – que tem Macedo como um de seus maiores aliados – pediu ao líder angolano, João Lourenço, garantias de proteção aos pastores brasileiros e ao patrimônio da Universal. Lourenço respondeu prometendo um “tratamento adequado” do caso na Justiça.

Em nota na sexta-feira, o procurador-geral do país, Álvaro da Silva João, disse que decidiu interditar os templos pois “há indícios suficientes da prática de crimes como associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais, quebra de confiança e outros atos ilegais”.

Até o momento, líderes da Igreja Universal não comentaram a apreensão dos templos. Anteriormente, eles negaram as acusações dos bispos angolanos, classificando-as de “difamatórias”.

Fundada pelo bispo evangélico brasileiro Edir Macedo em 1977, a Universal tem gerado polêmica por seu suposto envolvimento em atividades criminosas em todo o mundo, incluindo redes de adoção ilegal em Portugal e outros países de língua portuguesa.

Macedo, que fez grande fortuna graças à organização, foi preso em 1992 acusado de charlatanismo, estelionato e curandeirismo. Ele foi solto pouco tempo depois, e as acusações foram arquivadas por falta de provas.

Fonte: dw.com

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COVID-19: sinos de igrejas católicas tocam em todo Brasil para homenagear os 100 mil mortos no país

15 de agosto de 2020, 13:25

Foto: Ricardo Luizz

Os sinos das igrejas católicas de todo o país tocaram ao meio-dia deste sábado (15) em reverência à memória dos mais de 100 mil mortos pela COVID-19 no país, e também para homenagear os profissionais de saúde e as famílias das vítimas. Dessa forma, não foi um toque fúnebre, mas badaladas de respeito e solidariedade. Desde 6h, com previsão de ir até 21h, a iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está sendo realizado dentro do Dia de Oração pela vida e pelo Brasil. A entidade é presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, que vai celebrar missa às 15h no Santuário Basilica Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de BH (veja programação). Os momentos de oração poderão ser acompanhados pelas redes sociais da CNBB e pelos canais de televisão de inspiração católica.

Em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, o toque de sinos foi na Catedral Metropolitana de Santo Antônio da Sé, no Centro Histórico da cidade reconhecida como Patrimônio da Humanidade. O arcebispo metropolitano dom Darci José Nicioli enviou um comunicado a todos os padres para que seguissem as recomendações da CNBB. Já em Ouro Preto, na Região Central do estado, o meio-dia foi dedicado a homenagear a padroeira da cidade, Nossa Senhora do Pilar. Às 15h, haverá a homenagem às vítimas do novo coronavírus.

Dom Walmor assinou o Pacto pela Vida e pelo Brasil e declarou, conforme nota da CNBB, que “a missão evangelizadora da Igreja, no rico e interpelante horizonte de sua doutrina social, não se exime na tarefa de, em cooperação com segmentos da sociedade civil, no que lhe é próprio e devido, ajudar a superar injustiças e discriminações para com os pobres e vulneráveis, defesa dos direitos e promoção da justiça, apoio à democracia e contribuição na conquista do bem comum”.

ORAÇÃO Segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portela Amado, a conferência organizou este dia para unir toda a Igreja no Brasil em torno da  oração, como forma de contribuir para a superação do quadro tão triste da pandemia e do avanço do coronavírus no Brasil e também para reforçar sua atuação em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil, construído em parceria com um conjunto de organizações da sociedade brasileira.

Dom Joel destaca que o Pacto pela vida e e pelo Brasil não se trata apenas de um documento a mais em meio a tantos, mas um processo, um conjunto de atitudes que não podem ser adiadas. “Em razão disso, o Conselho Permanente, órgão deliberativo mais importante da CNBB, abaixo apenas da Assembleia Geral da Conferência, aprovou por unanimidade que se faça uma consulta ampla a todos os bispos e, por meio desses, às demais instâncias da ação evangelizadora no país, de modo que, por meio da colaboração de todos, em clima de fraternidade e comunhão, se possa contribuir para a superação de um quadro tão triste como o atual.”

Com o dia de oração e reflexão, informa o secretário-geral da CNBB, tem início um processo que deve seguir enquanto durar a pandemia. O ideal, disse dom Joel, seria não precisarmos fazer isso. “Se é necessário fazer, nós o faremos, dialogando continuamente com as demais entidades que assinaram o Pacto e com todas as outras que desejarem unir forças”

O QUE ÉPacto pela Vida e pelo Brasil

O Pacto foi assinado em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, por seis entidades representativas de diversos setores da sociedade brasileira. O documento foi lançado num período em que o Brasil se deparava com o agravamento da pandemia. O Pacto começou a ser elaborado cerca de um mês antes, por meio de reuniões entre representantes das entidades signatárias, todas bastante preocupadas com o quadro que se agravava no país. A CNBB, seguindo a trajetória de seis décadas de compromisso evangélico com a realidade nacional, fez parte, desde o primeiro momento, das reflexões e da formulação do texto.

Programação da tarde deste sábado (15) no Dia de Oração pela Vida e pelo Brasil

15h – Missa no Santuário da Piedade, em Caeté, na Grande BH, com o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, transmitida pela TV Horizonte15h – Live com o tema: Pacto pela Vida e pelo Brasil, nas redes sociais da CNBB16h – Live com o tema: O Pacto pela Vida e pelo Brasil e as Igrejas Cristãs, nas redes sociais da CNBB18h – Missa no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré (PA), transmitido pelas TV Nazaré21h – Oração da Noite com dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, pelas redes sociais da CNBB

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Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, é lembrada no dia 13 de agosto

13 de agosto de 2020, 15:02

Foto: Reprodução

Irmã Dulce tornou-se um exemplo de dedicação e amor à palavra de Deus e principalmente com o seu trabalho de amparo à pessoas mais vulneráveis. Ela foi consagrada a primeira santa brasileira, e o dia 13 de agosto passou a ser a data oficial das celebrações.

Apesar de ter sofrido com enfisema pulmonar que resultou na sua morte em março de 1992, Irmã Dulce sempre deu o seu melhor para ajudar o próximo. Sua conexão com a espiritualidade ia muito além do âmbito religioso. A prova disso foi o seu afastamento da congregação Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus por 10 anos, pois se recusava a seguir as rígidas regras das freiras.

Em 1935, em Salvador, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, um conjunto de palafitas que cresceu no bairro de Itapagipe. Porém, seus feitos nem sempre eram bem vistos, e um fato importante foi mal visto pelas pessoas da época. Em 1939, Dulce invadiu cerca de 5 casas vazias para abrigar doentes. Sendo expulsa das respectivas casas, ela conduziu os enfermos para os arredores da igreja do Bonfim, em Salvador. Por ser alvo de repressão, o prefeito ordenou a expulsão de todos que ali estavam.

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Irmã Dulce foi indicada ao Nobel da Paz, e mesmo não sendo premiada, foi conhecida mundialmente por suas ações. Ela tinha uma forte ligação com o número 13, que tem o significado de mudança e transformação profunda – Ela foi batizada no dia 13 de setembro de 1914. Começou a ajudar as pessoas aos 13 anos idade, e faleceu no dia 13 de março de 1992. O santo ao qual era devota, é Santo Antônio, cuja homenagens acontecem no dia 13 de junho.

Oração para Irmã Dulce

“Para que os pobres tenham sua proteção e mais esperança. Querida Santinha, me faz protegido e protetor contra toda violência e rancor. A senhora que vê a dor e sofrimentos dos pobres e desamparados. A senhora que em vida foi a salvação de muitos desesperados. Que Deus ajude e ilumine sua missão, Irmã Dulce. Amém”. Em seguida, reze três Ave-Marias.

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