POLÍTICA

Exame do presidente Bolsonaro dá positivo para coronavírus, diz jornal

13 de março de 2020, 11:49

Foto: Alan Santos/PR

O exame que atesta coronavírus do presidente Jair Bolsonaro teve resultado positivo. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13), mas o presidente ainda aguarda a contraprova, que deve ser divulgada hoje para ter certeza da contaminação. A informação foi divulgada pelo jornal O Dia. 

O presidente passou a ser monitorado após a confirmação da presença do coronavírus no chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten. 

Wajngarten participou da comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na viagem de quatro dias aos Estador Unidos. O chefe da Secom viajou no avião presidencial junto com Bolsonaro, o filho Eduardo, e a primeira-dama, Michelle. Quatro ministros participaram da viagem.

Além de ter contato com o chefe de estado brasileiro, Wajngarten também se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com o vice-presidente americano Mike Pence na Flórida, quatro dias atrás durante viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos. Em suas redes sociais, o chefe da Secom compartilhou uma foto ao lado dos dois líderes. 

O chefe da Secom passa bem, mas está trabalhando em sua casa, em São Paulo.

O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), montou um gabinete de crise no Palácio do Planalto para tratar da questão. Heleno participou da viagem e acompanhou o presidente no voo e em seus compromissos. Os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) também viajaram aos Estados Unidos e voltaram ao país nessa quarta-feira, 11.

Veja a lista completa de quem esteve na comitiva:
Primeira-dama, Michelle Bolsonaro
Ministro de Estado das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
Ministro de Estado da Defesa, Fernando Azevedo e Silva
Ministro de Estado de Minas e Energia, Bento Costa
Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno
Governador do Paraná, Ratinho Júnior
Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Raul Botelho
Senador Jorginho Mello (PL/SC)
Senador Nelsinho Trad (PSD/MS)
Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP)
Deputado Daniel Freitas (PSL/SC)
Embaixador Nestor Forster
Embaixador João Mendes
Assessor internacional, Filipe Martins
Secretário Especial de Comunicação Social, Fábio Wajngarten
Presidente da Embratur, Gilson Machado Guimarães Neto
Presidente da Apex, Ricardo Segovia Barbosa
Chefe de Operações da Apex Brasil para a América do Norte, Juarez Leal
Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo
Secretária Especial do PPI, Martha Seillier
Secretário de Aquicultura e Pesca do MAPA, Jorge Seif

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Paraninfo deixa formatura de jornalismo escoltado após criticar governo

10 de março de 2020, 08:06

Foto: Reprodução

Após fazer um discurso crítico aos ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa, o professor da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) Felipe Boff, 40, deixou escoltado o auditório onde ocorria uma formatura do curso de jornalismo, da qual ele era paraninfo, em São Leopoldo (RS).

A fala de Boff, na última sexta-feira (6), havia sido abafada por vaias e agressões verbais da plateia, composta por cerca de 700 pessoas, convidados dos 34 formandos da área de comunicação, sendo 21 de jornalismo.

Enquanto Boff falava, parte da plateia começou a vaiar e gritavam “chega”. “Professor metendo o pau no presidente, estragando a formatura dos formandos. Que vergonha, olha o que esse cara está fazendo!”, disse um homem.

Quando as vaias ficaram mais fortes, professores e alunos que estavam no palco se levantaram e aplaudiram a fala. Em apoio a Boff, colegas que o acompanhavam na mesa oficial da cerimônia também se posicionaram atrás dele.

Professor de jornalismo na Unisinos, Boff explicou que a escolta por seguranças da instituição foi oferecida pela própria organização do evento, para evitar ataques após o ocorrido durante a fala dele na formatura. Ele afirmou que, apesar da medida, não houve agressões posteriores e que, já na recepção, foi cumprimentado por grande parte de alunos e familiares presentes na cerimônia.

No discurso, o professor afirmou que “a imprensa brasileira vive seus dias mais difíceis desde a ditadura militar”. Ele elencou alguns dos ataques de Bolsonaro contra profissionais, como à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, contra a qual dirigiu ofensas de cunho sexual. Ela apresentou à Justiça uma ação com pedido de indenização por danos morais contra o presidente.

Boff também citou o levantamento da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que apontou que quase dez ataques por mês foram desferidos pelo presidente a jornalistas, veículos de comunicação e à imprensa, em geral em suas redes sociais, no primeiro ano de governo.

“Esta é a mensagem a ser destacada nesta noite: quando tenta calar e desacreditar a imprensa, o atual presidente da República ameaça não só o jornalismo e os jornalistas. Ameaça a democracia, a arte, a ciência, a educação, a natureza, a liberdade, o pensamento. Ameaça a todos, até aqueles que hoje apenas o aplaudem -estes que experimentem deixar de bater palma para ver o que acontece”, completou o professor aos presentes.

A repercussão negativa de parte da plateia sobre o discurso, para Boff, mostra a dimensão do ataque à liberdade de imprensa no Brasil. “Principalmente porque o presidente incita esse tipo de atitude, de censurar, de tentar calar jornalistas na marra. Se a maior autoridade da nação se sente à vontade para xingar jornalistas, por que o seu apoiador não se sentiria?”, disse à reportagem.

Para o professor, o episódio, apesar de lamentável, ajudou a propagar a mensagem que gostaria de passar com o discurso de formatura. “É para despertar as pessoas a também defenderem a imprensa, já que amanhã podem ser as novas vítimas”, afirmou.

Em nota, a Unisinos afirmou que respeita as diversas posições e que preserva e estimula a pluralidade de ideias e, por isso, os professores escolhidos pelos alunos como paraninfos “têm o direito de fazer uso da palavra e liberdade para se expressarem conforme suas convicções pessoais”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e a Federação Nacional dos Jornalistas manifestaram solidariedade ao professor, afirmando que “repudiam toda e qualquer forma de ataque à liberdade de expressão e de pensamento”.

As entidades afirmam que a ação contra o discurso “representa uma intimidação à atividade profissional e é condenável”.

 

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Prefeitura homenageia as mulheres jacobinenses

08 de março de 2020, 16:34

Foto: Divulgação

(Da assessoria) – Desde as primeiras horas deste domingo (08), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Prefeitura de Jacobina tem realizado ações que homenageiam as mulheres jacobinenses.

“Uma lembrancinha, que remota uma bolsa e batom, acessórios que toda mulher usa, e realizamos esta ação na missa da Igreja da Matriz, na UPA, no Hospital Regional, no Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, no campeonato de boleado, e daremos continuidade nesta segunda-feira. O Dia da Mulher são todos os dias, afinal nossas mães, esposas, filhas, sobrinhas, sogras, tias, primas, todas as mulheres são mais que especiais”, ressalta o prefeito Luciano da Locar.

Direção do Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho prestou grande homenagem às funcionárias no dia Internacional da mulher 

Na manhã deste domingo a direção do Hospital Municipal Antonio Teixeira Sobrinho (HMATS), representada pelo médico Heverson Matt esteve presenteando as funcionárias da unidade hospitalar pela passagem do seu dia. Todas as colaboradoras receberam uma rosa, demonstrando todo carinho e reconhecimento por essas profissionais.

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Jacobina: DM do PT ratifica pré-candidatura de Amauri Teixeira para prefeito

08 de março de 2020, 11:54

Foto: Notícia Limpa

O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Jacobina esteve reunido na manhã deste sábado (7), no Sindicato dos Bancários de Jacobina para discutir candidaturas e conjunturas para a eleição deste ano.

No encontro os petistas ratificaram a pré-candidatura do ex-deputado Amauri Teixeira para prefeito de Jacobina, mas não descartaram a possibilidade de compor com outra chapa eleitoral.

Com relação à pré-candidatura do vereador Tiago Dias (PC do B), um membro do DM do PT informou que o tema não fez parte da pauta das discussões, no entanto não deixa de ser um fato que merece atenção, pois a divisão da esquerda poderá comprometer negativamente o resultado da eleição.

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Ex-prefeito de Jacobina, Leopoldo Passos comemora nova idade ao lado de Luciano da Locar

07 de março de 2020, 15:02

Foto: Divulgação

Hoje, 7 de março,  é dia de cantar parabéns para o médico e ex-prefeito Leopoldo Passos. As comemorações tiveram início logo pela manhã ao lado do prefeito de Jacobina, Luciano da Locar.

“Leopoldo é nosso grande exemplo de gestor e de cidadão jacobinense, mas hoje é um dia mais que especial, dia de agradecermos a Deus por conceder a ele mais um ano de vida, e que venham mais 69 anos”, parabenizou Luciano da Locar.

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Jacobina: Luciano da Locar reúne grupo político com pré-candidatos a vereador

07 de março de 2020, 09:12

Foto: Divulgação

(Da Assessoria) – Na noite da última sexta-feira (6), o pré-candidato à prefeito de Jacobina, Luciano da Locar, reuniu amigos e correligionários para discutir as estratégias para a eleição com seu grupo de pré-candidatos à vereador.

Inicialmente com três blocos montados por Democratas, Cidadania e PTC, o atual gestor do município já reuniu 60 nomes que deverão disputar a eleição para vereador este ano.

“Iniciamos hoje nosso processo político reunindo lideranças, amigos, correligionários e os pré-candidatos a vereador, mostrando mais uma vez a força do nosso grupo político, onde já temos 60 nomes que deverão participar do pleito de outubro deste ano concorrendo as vagas no Legislativo. Em breve juntamente com Leopoldo Passos, ele como importante liderança neste processo de arrumação dos partidos, e que será o responsável pela indicação do nome de vice em nossa chapa, seguiremos fortes”, disse Luciano da Locar.

Segundo o vice prefeito Clériston Alves (coordenador das pré-candidaturas de vereadores), o grupo terá mais candidatos do que em 2016, seguindo cada vez mais forte e unido. “Nosso grupo continuará marchando por uma Jacobina cada vez melhor, está comprovado que as gestões de Leopoldo, Valdice e Luciano transformaram para melhor nosso município. Teremos cerca de 78 candidatos a vereador com a possibilidade de ultrapassarmos a marca de 100. A noite de hoje demonstrou para Jacobina a força do nosso grupo e a convicção de quem vencerá as eleições de outubro”, enfatzou Clériston Alves.

Os pré-candidatos à vereador, prefeito e vice-prefeito tem até o dia 4 de abril para realizar desfiliação, nova filiação, desincompatibilização de cargos comissionados, bem como afastamento de associações e afins.

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É preciso ver para crer

04 de março de 2020, 16:36

*Por Gervásio Lima – 

 

São Tomé foi um dos 12 apóstolos de Cristo, o abusado que disse que só acreditaria na ressurreição de Jesus se pudesse ver e tocar as chagas da crucificação. A partir daí nasceu a expressão “ver para crer”.

Assim como o apóstolo Tomé, que duvidou da ressurreição de Jesus e exigiu tocar suas chagas para que se convencesse, o mais precavido dos mortais também evita fazer juízo de valor para não incorrer no grave e perigoso erro de julgar algo que não conhece ou que não viu. O apóstolo que no primeiro momento se comportou como um homem de pouca fé, um descrente, teve de certa forma uma atitude digna dos que abominam pré-conceitos e, principalmente julgamentos feitos a partir de percepções individuais e ‘do que ouviu dizer’.

A decepção ou desilusão é o sentimento de insatisfação que surge quando as expectativas sobre algo ou alguém não se concretizam. Apesar de ser semelhante ao arrependimento, difere deste na medida em que o arrependimento está focado nas escolhas pessoais que levaram a um resultado negativo, enquanto que a decepção está focada no próprio resultado. No caso de São Tomé nenhuma das opções sentimentais se aplicam, ao contrário do que acontece com freqüência na política eleitoral, cuja maior dificuldade é encontrar um impenitente.

A fidelidade política é o pré-conceito eleitoral e as defesas e as garantias postas antes de se atingir um determinado objetivo, geralmente a vitória nas urnas, não são mantidas pela maioria. O voto de união é um dos momentos mais marcantes numa aliança política. Como em uma cerimônia de casamento religioso, onde é prometido ‘estar junto na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, amando, respeitando e sendo fiel em todos os dias da vida’, o anúncio de pactos políticos durante uma eleição quando não é motivo de festa, simboliza ao menos alegria. Quando a união é com um noivo ou uma noiva rica, vixe, aí que a zuada é grande.

Para a tristeza de muitos o matrimônio não é eterno e, o pior, tem durado menos que se espera. Neste caso a decepção e o arrependimento se resumem em uma única palavra, ‘frustração’. Às vezes mais do que os desquitados; pais, padrinhos, amigos e familiares sofrem a dor da separação, principalmente se o motivo foi o adultério, tanto quanto.

Todo excesso é prejudicial. Tudo que ultrapassa o limite da razão tende a não dar certo. Para os que acreditam no ‘já ganhou’, é bom lembrar que a autoconfiança requer humildade. Os seres humanos estão acostumados à prática exagerada da vaidade e do orgulho e por conseqüência têm sido surpreendidos pro resultados nada agradáveis. Resultado de eleição é feito São Tomé: ”precisa ver o resultado das urnas para crer” pois até então tudo é ignoto, ou seja, desconhecido.

O problema das pessoas, inclusive dos políticos, talvez não seja a falta de confiança, mas o excesso dela.

*Jornalista e historiador

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Jacobina: Prefeito Luciano visita o Junco e anuncia reforma do Mercado Municipal

04 de março de 2020, 08:30

Foto: Divulgação

Nesta última terça-feira (03), o prefeito de Jacobina, Luciano da Locar, participou de uma reunião com comerciantes no Mercado Municipal do distrito do Junco, onde ouviu as demandas e anunciou as obras de reforma e requalificação do local.


“Esse encontro com os comerciantes é importante, juntos podemos encontrar a melhor maneira para a reforma e requalificação deste espaço, absorvendo ideias e diminuindo assim os possíveis transtornos durante a obra. Esse será o novo centro comercial do Junco, vamos revitalizar totalmente este espaço, atendendo os anseios da comunidade e a solicitações do vereador Batista , do suplente de vereador Baka e do amigo e advogado Luciano”, disse o prefeito.

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Milícia e tráfico ameaçam eleição fluminense

02 de março de 2020, 14:10

Foto: REUTERS / Bruno Kelly

(FOLHAPRESS) – Faltava apenas um mês para as eleições municipais de 2008 quando 3.500 militares ocuparam as favelas do Rio de Janeiro, na chamada Operação Guanabara. O objetivo era coibir a influência do tráfico e das milícias sobre a corrida eleitoral e permitir que qualquer candidato fizesse propaganda nas áreas dominadas pelos grupos.

A ação não foi suficiente para garantir a isonomia. Mesmo com a interferência do Exército, candidatos vinculados a organizações criminosas acabaram se elegendo.

Foi o caso de Carminha Jerominho, filha e sobrinha de, respectivamente, Jerônimo Guimarães Filho e Natalino Guimarães, condenados por chefiar a milícia Liga da Justiça, uma das principais do Rio.

“Não se entendeu que houve sucesso, porque a metodologia era de entrar na comunidade, ficar três dias e sair. Pessoas ligadas a esses movimentos conseguiram se eleger”, afirma o juiz Luiz Márcio Pereira, coordenador da fiscalização da propaganda eleitoral.

Doze anos depois, o tráfico e a milícia ainda representam uma grave ameaça às eleições. Segundo juízes, pesquisadores e políticos, o poder e a influência dessas organizações criminosas vêm crescendo, desde então, a cada ano.

Para o sociólogo e professor José Luiz Cláudio Alves, que estuda as milícias há mais de duas décadas, 2020 será o ano da “apoteose” desses grupos.

Ele diz que um discurso de extrema direita, que prega a eliminação de bandidos e o armamento da população, obteve vitória nacional em 2018. Essa narrativa linha-dura, no entendimento do sociólogo, favorece a eleição de personagens ligados às milícias.

“Policiais militares, civis, federais, Forças Armadas, que estão se projetando politicamente, eles próprios ou apoiando pessoas vinculadas a eles, têm nesse momento a apoteose. É o momento de se projetarem, ganharem esse poder, perpetuar essa estrutura da extrema direita”, diz.

Os grupos paramilitares são geralmente formados por quadros das polícias Militar e Civil e dos Bombeiros. No estado do Rio, concentram-se principalmente na zona oeste da capital e na Baixada Fluminense. Historicamente, as milícias obtiveram lucros em cima da extorsão dos moradores de comunidades, por meio da venda de segurança, de gás e do acesso à TV a cabo.

Nos últimos anos, esses grupos estenderam seus tentáculos e hoje cobram por consultas em hospitais públicos e até para enterrar o lixo em aterros construídos por eles.

A venda de imóveis irregulares, como os dois prédios que caíram em abril de 2019 na comunidade da Muzema, na zona oeste da capital, representa outra perna da sustentação financeira.

Para influenciar a corrida eleitoral, as milícias agem tanto sobre eleitores quanto sobre candidatos. Por um lado, tentam conquistar o eleitor ao vender para a comunidade a imagem de benfeitoras. Vangloriam-se, por exemplo, de terem reduzido roubos.

Por outro, lançam mão do controle sobre os moradores. Os milicianos têm acesso aos títulos de eleitor, sabem onde cada um vota e exigem apoio a candidatos específicos.

Ao mesmo tempo, as milícias impedem os demais postulantes de entrar nos territórios que dominam, fazem uso de ameaças e com frequência assassinam os adversários.

“Em 2016, nas últimas eleições municipais, ocorreram 13 assassinatos de candidatos a vereador na Baixada Fluminense. Seis ou sete eram milicianos, então na verdade era um acerto de contas entre eles. Mas matam quando não concordam com um candidato crescendo na área que dominam”, diz José Cláudio Alves.

É comum que o tráfico também só permita a propaganda eleitoral em seus territórios de candidatos apoiados pela própria facção.

Os traficantes exercem influência sobre a população na forma de benefícios ou do controle ostensivo. Especialistas avaliam, contudo, que eles não têm o mesmo poder dos milicianos. “O tráfico não tem a mesma proteção. O traficante não é candidato, é um criminoso, vai ser preso ou morto. Não tem a mesma expressão, o mesmo poder de projeção política”, diz o sociólogo.

O presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Cláudio Brandão de Oliveira, assume que existe o risco de que a milícia e o tráfico gerem impacto na eleição. Ele afirma que o tribunal está realizando um mapeamento das zonas eleitorais para listar as ocorrências dos últimos pleitos.

“Vamos conversar com os juízes eleitorais e com as pessoas dos cartórios. Elas têm a memória do que houve, das dificuldades ali”, diz. “Se você me perguntar: vamos ter muito problema com milícia? Espero que não. Mas há uma possibilidade de que os caminhos da milícia e da Justiça Eleitoral se cruzem.”

Esses caminhos já se cruzam há décadas. Desde os anos 1990 é comum observar, especialmente na Baixada, a eleição de diversos policiais e bombeiros, muitos citados por políticos e pesquisadores como matadores de aluguel.

Com o passar do tempo, apesar das prisões de diversos milicianos, a entrada desses grupos nas casas legislativas e prefeituras não cessou.

Em julho do ano passado, um vereador de Queimados, Davi Brasil Caetano (Avante), foi preso suspeito de liderar uma das milícias mais perigosas do estado. Três meses depois, Marcinho Bombeiro (PSL), ex-presidente da Câmara de Belford Roxo, foi detido suspeito de cometer dois homicídios. Ele também é acusado de chefiar uma milícia.

No ano passado, pelo menos 14 pessoas ligadas à atividade política sofreram atentados no estado. Em dezembro de 2018, a polícia interceptou um plano para matar o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). Ele foi relator da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio, em 2008.

As investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018, também indicam possível envolvimento da milícia.

Em janeiro deste ano, um carro blindado onde estava a deputada estadual Martha Rocha (PDT) foi alvo de tiros. Ex-chefe da Polícia Civil do Rio, a parlamentar afirmou que já havia recebido ameaças de morte de milicianos.

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Congelamento de concursos públicos fecha cursinhos

02 de março de 2020, 10:26

Foto: Reprodução

Há três anos, quando conversou com o jornal O Estado de S.Paulo, pela primeira vez, Caroline Santos tinha acabado de deixar o emprego em um escritório de advocacia para mudar de vida: o dinheiro que juntou, com sacrifício, iria permitir a dedicação exclusiva à preparação para o concurso para uma vaga de procuradora pública. Com recursos suficientes para se manter por dois anos, ela abraçou uma rotina de até 12 horas diárias de estudo.

Com a queda no número de concursos desde a crise, no entanto, ela teve de voltar há quatro meses para o setor privado. Hoje, ganha o mesmo salário de quatro anos atrás. “Comecei a fazer uma pós-graduação, para me destacar. Não me arrependo de ter largado tudo para prestar concursos, é um sonho que não abandonei, mas que ficou guardado em um cantinho.”

As medidas de austeridade dos últimos quatro anos colocaram a folha de pagamento dos servidores na mira do governo e fizeram minguar o número de concurso, adiando os planos de muitos brasileiros que buscavam uma carreira no Estado.

Em menos de uma década, o número de contratações de servidores federais caiu para quase um sexto do que era. Se em 2010, foram admitidos 296 mil servidores, em 2018 (o dado mais recente), foram 50,7 mil, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), da Secretaria do Trabalho, compilados pela consultoria LCA.

O economista Cosmo Donato, da LCA, lembra que em 2010 a conjuntura fiscal permitia a maior reposição do funcionalismo. “A orientação era de expansão da máquina pública, não por acaso, foi ano recorde de contratações. De lá para cá, não só o espaço fiscal continua restritivo, como estruturalmente o quadro exige uma reformulação do funcionalismo.”

Sem concursos novos, o funcionalismo deixou de ser reposto e, por enquanto, não há autorização para que sejam feitos concursos federais este ano de carreiras civis, apenas militares. Segundo o Ministério da Economia, 22 mil servidores federais devem se aposentar este ano. Até 2022, a previsão é de que cerca de 60 mil deixem o serviço público.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo apontou que a equipe econômica decidiu travar seleções de servidores até que a proposta do governo de reforma administrativa passe no Congresso. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Executivo não poderia ser “irresponsável” e abrir concursos “desnecessários”.

Retrato

Capital informal dos concurseiros, Brasília é um retrato das mudanças recentes no mercado de seleção para novos servidores. “Há pouco mais de cinco anos, dava para esbarrar em um cursinho preparatório a cada meia hora de caminhada. Só que muitos alunos se cansaram de esperar pelo edital que nunca vinha e metade das escolas fechou”, conta o professor aposentado de matemática André Santos.

Para João Adilberto Xavier, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Cursos Livres do Distrito Federal, que também representa os cursinhos, não há dúvida de que empresários do setor estão sentindo a falta de novos concursos. Ele, no entanto, avalia que o setor sabe que, mais cedo ou mais tarde, as seleções voltarão.

“Faz parte do jogo. O empresário entende que o País está em um processo muito complicado de recuperação econômica e é preciso arrumar a casa. O Estado precisa voltar a ter musculatura para repor as suas peças”, avalia Xavier.

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