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PF busca incendiários que combinam por aplicativos ataques à floresta

23 de outubro de 2019, 07:40

Foto: Reprodução

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos ligados aos suspeitos.

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, 22, em Novo Progresso, no Pará, a Operação Pacto de Fogo que visa colher novas provas em investigação sobre associação criminosa suspeita de praticar crimes ambientais em reservas e Unidades de Conservação Federais na Amazônia.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos ligados aos suspeitos. O objetivo é alcançar “novos elementos de informação sobre os crimes em apuração”.

As investigações tiveram início a partir da divulgação, pela imprensa, de que fazendeiros e produtores rurais da região de Novo Progresso teriam combinado a execução do chamado “Dia do Fogo”. Em 10 de agosto seriam iniciados incêndios em diversas localidades, inclusive Unidades de Conservação Federais na região.

De acordo com a Comunicação Social da PF, a operação recebeu o nome “Pacto de Fogo” ante a divulgação pela imprensa local e nacional de que diversas pessoas teriam combinado, em grupos de aplicativos de mensagem, a data para as ações criminosas.

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Polícia fecha fábrica clandestina que fazia linguiça com carne de cães e gatos

23 de outubro de 2019, 07:13

Foto: Reprodução

 A polícia descobriu no Espírito Santo uma casa em que cachorros e gatos eram abatidos e a carne deles usada para a fabricação de linguiça, que posteriormente era vendida a consumidores, sem que lhes fosse informada o ingrediente verdadeiro dos embutidos. O flagrante ocorreu na última sexta-feira (18) na cidade de Guarapari. 

Segundo a Polícia Civil, cerca de 50 cachorros, dez gatos e até um papagaio, em condições de maus tratos, eram mantidos dentro da casa, onde um idoso de 66 anos, a mulher dele, 62, e a filha, 27, residem. 

Durante 15 dias policiais investigaram o local, após receberem uma denúncia anônima. “Durante o cumprimento das diligências, encontramos a residência dos suspeitos em estado totalmente insalubre, com fezes e urinas no chão”, afirmou na ocasião do flagrante o delegado Marcelo Santiago. Ele acrescentou que todos animais foram resgatados. O local para onde eles foram encaminhados não foi informado. 

Santiago acrescentou que o trio de presos abatia os animais e comercializava a carne deles. Na residência não foi encontrado nenhum recipiente com água ou alimento para os bichos que, ainda segundo a polícia, eram pegos nas ruas pelos acusados. “Todos os animais estavam desnutridos e, inclusive, restos mortais de cachorros foram encontrados dentro da residência”, disse ainda o delegado. 

O trio foi preso por crime de maus-tratos aos animais, crime de manter um animal silvestre em casa sem autorização, por conta do papagaio, e crime contra relação de consumo, devido à venda de mercadoria inapropriada. 

As investigações continuam para identificar pessoas que compraram as linguiças feitas com a carne de cães e gatos, além de eventuais cúmplices do comércio ilegal. 

As duas mulheres presas foram encaminhadas ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Vila Velha e o homem para o CDP de Guarapari.

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REVOLTA: População cobra punição ao casal que agrediu idoso em Conquista

22 de outubro de 2019, 16:42

Foto: Reprodução

As redes sociais foram invadidas por postagens denunciando a agressão a um idoso de 69 anos praticada pelo empresário Lucas Maltez no último final de semana.

O ato que provocou repulsa geral foi flagrado por câmeras e monitoramento, o que possibilitou a identificação do agressor e da esposa dele, Hanah Marielly, envolvida num acidente de transito que culminou com o crime de lesão corporal.

Nas redes sociais, além de prints com as imagens do casal, internautas relatam o ocorrido. “Um idoso foi brutalmente espancado depois de um acidente de trânsito. Tudo aconteceu depois que um HB20 de cor branca, dirigido pela arquiteta Hanah Marielly, teve uma colisão com um veículo Hilux dirigido por Rodinei, de 69 anos de idade”, conta uma das postagens.

Conforme relato da ocorrência feita pelo Simtrans, foi exatamente isso que ocorreu. De acordo com as postagens, “como a motorista do HB20 não é habilitada, ligou para o esposo, o engenheiro Lucas Andrade Maltez (empregado do Shopping Boulevard e proprietário da Comercial Andrade, na Av. Presidente Vargas) para resolver o problema”.

Testemunhas asseguram que o esposo já chegou em tom alterado, “e sem querer fazer a ocorrência como a lei determina, ele ordenou para que a esposa entrasse no carro e se evadisse do local, e munido de tamanha covardia o engenheiro agrediu severamente o idoso de forma cruel e desumana, o desferindo chutes,murros e empurrões”.

A reportagem do Sudoeste Digital tenta contato com o casal. Em contato com a imprensa, o advogado do casal não informou se a mulher possui habilitação para conduzir veículo automotor, mas antecipou que os clientes irão ser apresentados na Delegacia de Polícia Civil, que apura os fatos. A família do idoso não informou sobre seu estado de saúde.

Com informações do site: http://www.tvsudoestedigital.com.br/2019/10/revolta-populacao-cobra-punicao-ao.html?m=1

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Óleo chega a Morro de São Paulo, 3º maior destino turístico da Bahia

22 de outubro de 2019, 14:01

Foto: Reprodução

As manchas, parte delas com cerca de 50 centímetros de extensão, começaram a chegar à faixa de areia por volta de 2h, atingindo principalmente a segunda e a terceira praias do Morro de São Paulo.

Um dos principais destinos turísticos da Bahia, a praia de Morro de São Paulo,  município de Cairu (176 km de Salvador) foi atingida por grandes mannhas de óleo na madrugada desta terça-feira (22).

As manchas, parte delas com cerca de 50 centímetros de extensão, começaram a chegar à faixa de areia por volta de 2h, atingindo principalmente a segunda e a terceira praias.

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Fecularia em Vitória da Conquista viabiliza escoamento da produção de mandioca de agricultores familiares do Sudoeste Baiano

22 de outubro de 2019, 07:52

Foto: Reprodução/Ascom - SDR

Com uma média diária de processamento de 100 toneladas de mandioca, para a produção de fécula, a Fecularia Conquista, localizada no município de Vitória da Conquista, volta a funcionar, no início do mês de outubro de 2019, depois de cerca de seis anos parada.

Para conhecer as instalações da Fecularia Conquista, que está adquirindo 9a produção de mandioca de aproximadamente mil agricultores familiares da região, dirigentes e técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) visitaram, na última semana, o complexo agroindustrial, administrado pela Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia (Coopasub), em parceria com um grupo de empresários que atua na agregação de valor da fécula, a exemplo da fabricação de derivados.

A unidade está produzindo diariamente de 25 a 27 toneladas de fécula, comercializada, atualmente, na região de Vitória da Conquista, estratégica na oferta da matéria-prima, a mandioca.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, os agricultores familiares produtores de mandioca têm na fecularia uma garantia para escoarem sua produção, a um valor que poderá aumentar de acordo com o nível de amido presente na mandioca. Outro diferencial é a agregação de valor possibilitada pelo grupo de empresários, que viabiliza a comercialização de diversos produtos derivados: “Ao invés de vender a fécula, o grupo compra parte da produção e fabrica diversos tipos de biscoitos, comercializados para consumidores das classes D e E, um mercado considerado potencial e com possibilidade de expansão”.

O titular da SDR ressaltou ainda a importância da relação entre cooperativa e grupo de empresários, que possibilita, a partir de um acordo, que os cooperados direcionem maior atenção à base produtiva, enquanto os empresários gerenciam a indústria.

“A retomada da fecularia no Sudoeste Baiano é uma oportunidade para milhares de agricultores familiares terem uma garantia de entrega da sua produção, além de ser um estímulo à ampliação da produção e da produtividade, para a obtenção de renda com a cultura da mandioca, que se destaca nesse cenário regional”, destacou o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), Wilson Dias.

O presidente da Coopasub, Jean Carlos Batista, contou que, atualmente, a cooperativa possui com 2.232 filiados, de 18 municípios do Território Sudoeste Baiano, comsendo cerca de mil cooperados dos municípios de Vitória da Conquista, Belo Campo e Tremedal, fornecendo a mandioca para a fecularia: “A expectativa tanto para a cooperativa, quanto para o setor empresarial é que aumente a produção a cada dia. E estamos readequando a fecularia para que ela possa processar até 200 toneladas por dia, enquanto os agricultores estão se adaptando a plantar variedades de mandioca com maior teor de amido”.

Mandiocultura no Sudoeste

O Sudoeste baiano é considerado uma das regiões do estado com maior volume de produção de mandioca. No Brasil, cerca de 89% da produção de farinha vem de agricultores familiares. A fécula, produzida a partir do amido presente na composição da mandioca, é base para a produção de diversos outros subprodutos, que dão origem a diversos tipos de bolos, beijus e biscoitos.

O agricultor familiar Jocimar Silva, da comunidade de Cercadinho, em Vitória da Conquista, explica que na sua propriedade estão plantados cerca de 20 hectares de mandioca, sua principal atividade. Ele conta que a colheita, que necessita da mão de obra de terceiros, acontece entre um e meio e dois anos do plantio, com comercialização certa na fecularia: “Está todo mundo contente. Se não fosse a fecularia, poderíamos perder parte da produção”.

Investimentos do Governo do Estado

No Território de Identidade Sudoeste Baiano estão sendo executados 11 projetos voltados para a mandiocultura, com intervenções na base produtiva, assistência técnica e extensão rural (Ater) e aquisição de insumos, e na implantação de agroindústrias de beneficiamento da mandioca, de pequeno porte, que irão agregar valor à produção com o processamento da raíz.

De acordo com André Lordelo, engenheiro agrônomo e gestor responsável pelos projetos de apoio à cadeia produtiva da mandioca, do Bahia Produtiva, projeto executado pela CAR/SDR, a fecularia já está ajustada, mas ainda existem alguns desafios: “Ainda há um trabalho a fazer no apoio à gestão da base de produção dos cooperados, a exemplo de ajustes no manejo do solo e na produção de mandioca; introdução de variedades de mandioca específicas para o processamento industrial, com alto teor de amido; e mecanização nos processos de produção, objetivando redução de custos e aumento de produtividade por área plantada, o que irá gerar um incremento na receita do produtor”.

O complexo industrial foi inaugurado em 2011, com financiamento da Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, e contou, inicialmente, com o apoio de instituições como Sebrae, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (UESB), e Governo do Estado. Entre os objetivos estavam o de assegurar que o fomento da cadeia produtiva fosse por completo, desde a pesquisa para o melhoramento de manivas até o descarte e reaproveitamento da manipueira (resíduo produzido a partir da fabricação da fécula).

Com informações da Ascom/SDR – BA

 

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Com que frequência deve trocar a escova de dentes?

22 de outubro de 2019, 07:30

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Muitos profissionais de odontologia recomendam trocar a escova de dentes a cada três meses caso se trate de uma utilização de pressão média. Quando a escova não é trocada com essa frequência, existe uma acumulação de bactérias, fungos e vírus que se pode tornar prejudicial para a saúde.

No entanto, o tempo de vida da escova de dentes não é o único indicador a ter em conta. A deformação das cerdas é um sinal de que está na hora de trocar a escova porque uma uma escova deformada origina uma higiene deficiente e consequentemente problemas de inflamações da gengivas e cáries.

Prolongar a vida da escova de dentes:

1) Desinfete a escova semanalmente colocando-a durante 30 minutos em um copo de água com uma colher de bicarbonato e duas de vinagre para libertar todos os resíduos e odores acumulados.

2) Se estiver gripado, coloque a escova durante 10 minutos em um antisséptico oral após a utilização. 

3) Guarde a escova com a parte das cerdas protegida por uma tampa.

 

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Petrobras vai aumentar preço do gás de cozinha e para a indústria

22 de outubro de 2019, 06:59

Foto: Reprodução

A Petrobras irá reajustar o valor do GLP (gás liquefeito de petróleo), tanto industrial quanto residencial (gás de cozinha), a partir desta terça-feira (22).

O Sindigás (sindicato das distribuidoras) informou que suas associadas foram comunicadas pela Petrobras sobre o aumento.

No caso do GLP, os botijões de até 13 kg terão aumento de 4,8% a 5,3%. O GLP industrial (embalagens acima de 13 kg) deverá subir entre 2,9% e 3,2%, de acordo com a região.

Ainda de acordo com o Sindigás, o preço do GLP empresarial e do GLP residencial estão praticamente iguais. O sindicato afirma que isso “é um bom sinal para o mercado”.

O governo do presidente Jair Bolsonaro acabou, em agosto, com a política de subsídio na venda do gás de cozinha que vinha sendo praticada pela Petrobras. O término se deu por meio de uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que se tornará permanente a partir de março de 2020.

Com o fim da vantagem competitiva da estatal, o governo considera que concorrentes vão se mobilizar para importar o GLP, a exemplo do que fez a Copagas, que passou a importar diretamente da Bolívia para atender o Mato Grosso.

Com a resolução, o governo pretende manobrar 37% da composição do preço, incluindo tributos e margens de lucro na cadeia de produção e distribuição. Isso deve levar a uma redução de preço para o consumidor, na avaliação do governo.

Estimativas iniciais indicam que, com a entrada de novos competidores, o preço do gás de cozinha deve cair de R$ 23 na refinaria para cerca de R$ 16.

A política de redução de preço para os botijões de 13 kg pela Petrobras vigorava desde 2005 e foi instituída no governo do ex-presidente Lula para ajudar as famílias de baixa renda.

No entanto, o ministro considera que essa política distorceu preços sob o pretexto de ajudar a baixa renda que hoje paga cerca de R$ 90 por um botijão de gás.

Dados do ministério mostram que cerca de 70% do gás de cozinha é vendido em botijões de 13 kg, volume  muito acima do que seria consumido se somente a baixa renda utilizasse esse insumo.

Para o governo, no passado, essa política se justificava porque a diferença entre o preço do gás produzido internamente e o importado era grande. Hoje, essa diferença seria de cerca de 5%.

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Um incêndio de grandes proporções atinge um trecho de vegetação na Chapada Diamantina

21 de outubro de 2019, 18:03

Foto: Reprodução/TV Sudoeste

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo começou no sábado. Uma equipe de 30 homens da corporação atua no combate às chamas.

Um incêndio de grandes proporções atinge um trecho de vegetação na Chapada da Diamantina, na Bahia. O fogo abrange parte do território das cidades de Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, além de uma região limítrofe entre os municípios de Lençóis, Palmeiras e Iraquara.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo começou no sábado, 19. Uma equipe de 30 homens da corporação atua no combate às chamas na região. Em Livramento, o incêndio acontece próximo à Cachoeira do Véu de Noiva, ponto turístico do local. Junto com Rio de Contas, os municípios formam, ao sul da Chapada, o chamado Circuito do Ouro, em referência à descoberta de jazidas do mineral, no fim do século 17.

O Corpo de Bombeiros informou que aeronaves têm sido usadas na operação para debelar o fogo, pois o acesso aos focos de incêndio é difícil por causa da densidade da vegetação. Carros para transporte dos bombeiros, além de instrumentos como enxadas, foices e facões são usados por quem faz o trabalho em terra.

Ainda não é possível saber o tamanho da área consumida pelo incêndio e se regiões de proteção ambiental foram afetadas. As causas do fogo não foram divulgadas, mas a Chapada vive um período chamado de temporada do fogo, que começa em agosto e vai até o fim do ano. A época é marcada pelo clima quente e seco, além das queimadas feitas por produtores rurais locais como forma de “limpar” os terrenos para cultivo. Aliados, os fatores potencializam a ocorrência de incêndios.

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Pirarucu: o peixe da Amazônia que desenvolveu ‘armadura’ antipiranha

21 de outubro de 2019, 14:19

Foto: Reprodução

Uma equipe de cientistas dos EUA descobriu que o peixe pirarucu (Arapaima gigas), que habita as águas da Amazônia, possui escamas que funcionam como uma armadura capaz de resistir aos implacáveis ataques de piranhas.

Pirarucu é um dos maiores peixes de habitam água doce e que podem crescer até 3 metros de comprimento, de acordo com um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, e da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicado no jornal Matter.

O peixe desenvolveu escamas que são deformáveis, mas não se furam nem se quebram perante os ataques das piranhas que têm uma das mordeduras mais fortes no reino animal.

As escamas de pirarucu possuem uma camada interna resistente e flexível, aderida firmemente por colágeno à outra lâmina exterior mineralizada.

Da mesma maneira, são feitos coletes à prova de bala, são várias camadas de tecido instaladas entre lâminas rígidas. No entanto, estes componentes se juntam através de outro material adesivo, enquanto as escamas do peixe se unem a nível de átomos e crescem juntas se transformando em uma peça única e sólida.

O segredo do pirarucu

“Uma janela pode parecer forte e sólida, mas carece de elasticidade. Se alguém bater, o vidro irá se quebrar”, disse Robert Ritchie, autor principal do estudo.

“Quando a natureza une um material duro com um elemento mole o faz gradativamente, evitando o efeito devastador. Neste caso, a estrutura de união é o colágeno mineralizado”, adicionou.

Outras espécies de peixeis também têm colágeno em suas escamas, mas as camadas desta proteína no pirarucu são mais espessas, por essa razão os pesquisadores consideram que o segredo do Arapaima gigas para prosperar nas águas infestadas por piranhas está na espessura das escamas.

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Conheça a ave brasileira que tem o canto mais alto de um animal já registrado

21 de outubro de 2019, 13:57

Foto: Divulgação/Anselmo d'Affonseca

Uma pequena ave, com cerca de 30 cm da ponta do bico à da cauda, pesando em torno de 220 g (mais ou menos do tamanho de um pombo urbano) surpreendeu os pesquisadores que a estudaram recentemente: é o animal que emite o som mais alto entre todos os que vivem no planeta — pelo menos dos que se tem registro.

Trata-se da araponga-da-amazônia (Procnias albus), espécie comum em Roraima e no Pará, cujo canto pode atingir 125 decibéis (dB), um pouco menos que uma turbina de avião a jato, que chega a 140 dB, mas mais do que um show de rock (até 120 dB), serra elétrica (110 dB), furadeira (100 dB) e rua com tráfego intenso (85 dB).

A descoberta foi feita pelos pesquisadores Mario Cohn-Haft, do Departamento de Biodiversidade (COBIO) e Coleções Zoológicas – Aves, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e Jeff Podos, professor de biologia da Universidade de Massachusetts e autor principal do artigo, publicado hoje (21/10), na revista científica Current Biology.

O trabalho que levou ao achado começou em 2017, quando Cohn-Haft coletou, na Serra do Apiaú, de 1.500 metros de altitude, no município de Mucajaí, em Roraima, um exemplar da araponga-da-amazônia para estudos.

A captura do pássaro fazia parte de um estudo da fauna de serras e montanhas isoladas da Amazônia, que nunca havia sido pesquisada antes.

“Queríamos ter um exemplar dessa araponga, para estudar as características especiais da espécie”, explica Cohn-Haft. “Desde aquela pelanca que ela tem pendurada no bico, que é muito doido, até as estruturas internas, algumas delas relacionadas à produção de sons. Eu esperava encontrar uma siringe, que é a caixa vocal e parte do aparelho respiratório, excepcional, bem desenvolvida, mas não imaginava que ela teria uma musculatura abdominal tão extraordinária.”

Músculos ‘de quem malha’

Ele conta que, enquanto dissecava o espécime coletado, notou que os músculos abdominais, que em aves são geralmente muito finos, da espessura de uma folha de papel e que só servem para segurar os intestinos, eram muito espessos.

“O bicho é ‘tanquinho'”, brinca Cohn-Haft. “A araponga-da-amazônia tem abdominais de quem malha, ondulados, bem visíveis, com quase um centímetro de espessura. Isso me impressionou. Ficou evidente que, junto com a siringe, também diferenciada nessa espécie, é uma adaptação para produzir um som muito alto e forte, sem explodir a barriga.”

Depois de constatar isso, ele procurou seu colega e amigo Podos, que é especialista em bioacústica e dedica sua carreira a estudar as adaptações das aves para produzir sons diferentes e como a estrutura influencia o canto que o animal pode fazer.

“Eu sabia que ele iria se interessar”, conta Cohn-Haft. “Mandei para ele fotos da musculatura da araponga-da-amazônia, dizendo que esse pássaro era incrível. Ele se empolgou e então elaboramos um projeto em conjunto, financiado pelo Inpa e Fulbright Foundation, que tornou possível a vinda dele ao Brasil e que subíssemos a serra de novo agora no início deste ano, especificamente para entender melhor o som da espécie.”

A araponga-da-amazônia (Procnias albus) é comum em Roraima e no Pará

Podos conta que recebeu uma mensagem do colega brasileiro perguntando se a musculatura abdominal da araponga-da-amazônia seria uma adaptação para cantar mais alto.

“Respondi que deveria ter algo já conhecido e publicado a respeito”, diz o pesquisador americano. “Pesquisamos então na literatura e descobrimos que não havia nenhum estudo sobre o volume do canto da espécie. É difícil de acreditar, porque muita gente sabia que essa ave poderia ter o som mais alto do mundo. Mas antes de nós, ninguém havia conseguimos chegar ao lugar onde ela habita e gravá-lo e fazer uma boa medida dele. Falamos na hora: nós temos que fazer isso.”

Assim, na expedição do início deste ano, equipados com um decibelímetro, equipamento usados para medir o volume (ou amplitude) de sons, eles registraram o quão alto a araponga-da-amazônia canta. “Descobrimos que o volume médio emitido pela espécie é de 117 dB, com um pico de 125 dB”, conta Podos.

Segundo ele, é muito difícil fazer comparações entre volumes de sons de diferentes emissores, porque a medida depende de vários fatores, como a distância da fonte, por exemplo.

“Só é possível comparar com o berro de alguns animais, que foram medidos por outros biólogos usando a mesma metodologia e calibração que empregamos”, explica. “É o caso do bisão-americano (Bison bison), que chega a 107 dB, e do bugio (Alouatta guariba), que atinge 104 dB. Portanto, o canto da araponga-da-amazônia é mais alto do que o desses mamíferos, o que é incrível, porque ela é muito menor. Ele também é musical, então, se eu tivesse que fazer uma comparação, diria que tem mais ou menos o volume dos sons mais altos de um trombone ou de um trompete.”

Além do volume do canto e da musculatura avantajado, os pesquisadores fizeram outra descoberta inusitada.

Uma araponga-da-Amazônia fêmea; quando elas estão por perto, eles cantam mais alto

“Os machos cantam mais alto quanto mais perto estão das fêmeas”, explica Podos.

“Isso é muito esquisito, porque normalmente, em outras espécies de animais, os sons de alto volume são usados para transmitir um sinal a longas distâncias. Isso mostra que temos de pesquisar mais sobre os sistemas de comunicação que existem entre os animais na natureza. Ainda não sabemos por que machos da araponga-da-amazônia fazem isso. Esta é a pergunta de um milhão de dólares. Um colega nosso levantou a hipótese de que é para incapacitar a fêmea de avaliar outros machos. É uma ideia muito interessante, mas ainda não temos nenhum pingo de dados a respeito.”

Por isso, os dois pesquisadores vão continuar os estudos.

“Vamos nos aprofundar, tentando entender o que diferencia um macho do outro do ponto da vista da fêmea”, explica Cohn-Haft.

“Além disso, queremos saber como é mesmo a produção desse som, quais as adaptações, as estruturas, que tornam possível sua emissão e, talvez, mais interessante ainda, descobrir como o volume não danifica a audição nem do macho que canta e nem da fêmea que ouve bem de perto. Também pode ter alguma aplicação prática no futuro, como o desenvolvimento de equipamentos para proteção da nossa audição.”

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