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Mais de um milhão de brasileiros sofrem com queimaduras anualmente

15 de julho de 2019, 09:54

Foto: Divulgação

As festas de São João e brincadeiras sem supervisão aumentam em até 10% o número de queimaduras

Uma triste estatística se repete durante as férias de julho: o aumento da incidência das queimaduras em crianças. Anualmente, cerca de um milhão de brasileiros sofrem com acidentes que provocam queimaduras e durante as férias o índice aumenta em até 10%. As brincadeiras sem supervisão, e até mesmo as comemorações de São João, são alguns dos fatores que contribuem para o crescimento.

Queimaduras por água fervente, por óleo quente ou queimaduras nos bebês enquanto estão no colo são as mais comuns, ocasionando muitas vezes queimaduras graves e profundas que se não tratadas podem deixar cicatrizes.

A mãe Fernanda Padilha enfrentou um acidente doméstico que causou queimaduras quando seu filho tinha apenas um ano. “Eu estava com o bebê no colo e parei para conversar logo ao lado do fogão. Eu não sabia que o fogão ainda estava quente apesar das chamas apagadas e o Lucas encostou nas grades, ocasionando diversas queimaduras”, conta. Lucas sofreu queimaduras de segundo grau, mas devido a agilidade no atendimento não teve consequências mais graves.

Muitas vezes as cicatrizes acontecem pela forma como as queimaduras são tratadas. “No momento em que acontece a queimadura as pessoas precisam passar no local afetado somente água em temperatura ambiente e nenhum outro produto. Muita gente fala em passar margarina, babosa e até mesmo pasta de dente, mas isso só piora o ferimento e aumenta as cicatrizes, já que depois é necessária uma limpeza rigorosa com esponja abrasiva para remover o produto colocado. O recomendado é água e a busca por atendimento médico dependendo da gravidade”, conta Thiago Moreschi, diretor da Vuelo Pharma, empresa que desenvolve produtos para queimaduras.

Além da água, um dos tratamentos mais efetivos é a cobertura do local com uma membrana de celulose, produto que pode ser encontrado em lojas especializadas em materiais médicos. A membrana é um produto tecnológico desenvolvido no Paraná que acelera a cicatrização e diminui a dor, fatores relevantes em casos de queimaduras.

Considerada o tratamento do futuro, a Membracel já é utilizada pelos principais centros médicos do país por aliar eficácia, conforto ao paciente e baixo custo. “A Membracel é um produto inédito no mercado nacional e internacional, com autorização do FDA (Food and Drug Administration dos Estados Unidos) para a comercialização”, destaca Thiago Moreschi.

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Futebol teria provocado uma guerra há 50 anos na América Central?

14 de julho de 2019, 13:56

Foto: Reprodução

Durante meio século o mundo acreditou que a América Central viveu uma guerra causada pelo futebol.

Em 1969, as eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo estavam em sua fase de semifinais e, depois de três partidas disputadas, estava previsto o jogo entre Honduras e El Salvador, países que vinham se desentendendo ao longo da década por questões políticas.

Na época, os jogos ficaram marcados pela hostilidade e violência e, menos de um mês depois, entre 14 e 18 de julho, os hondurenhos e salvadorenhos se enfrentaram novamente, contudo, já em campo de batalha de uma guerra que durou quatro dias. O episódio ficou conhecido como Guerra das 100 horas ou Guerra do Futebol.

Aproximadamente 200 militares foram mortos, 99 hondurenhos e 107 salvadorenhos, enquanto que as vítimas civis chegaram a 5 mil, entre mortos e feridos.

O jornalista Ryszard Kapuscinski definiu o conflito entre Honduras e El Salvador em 1969 como a “guerra do futebol”, contudo, as causas do conflito foram outras.

“O conflito de 1969 tem suas origens verdadeiras na situação de desigualdade destes dois países, tal como nos dias de hoje […]”, explicou Efraín Díaz Arrivillaga, ex-embaixador de Honduras na sede das Nações Unidas em Genebra, à Sputnik Mundo.

Por sua vez, o atual embaixador de El Salvador na Venezuela, Domingo Santacruz, alegou que a “principal causa foi referente à crise estrutural Em Salvador e na América Central”.

As relações entre os dois países vinham se deteriorando ao longo de toda a década de 1960 e três fatores contribuíram para causar o conflito, sendo eles os problemas econômico e fronteiriço e a crise migratória.

O problema econômico, que com a organização de um Mercado Comum Centro Americano elevou o número de produtos industrializados em Honduras, causando um grande prejuízo. Já o problema fronteiriço precisava de uma demarcação mais rigorosa e eram frequentemente cenários de pequenos conflitos na região. A crise migratória foi causada depois que o governo hondurenho sancionou uma lei de reforma agrária, que excluía da equação os mais de 300 mil imigrantes salvadorenhos que viviam no país, explicou Santacruz.

Outro problema era a necessidade de um espaço vital com saída ao Atlântico, pois os salvadorenhos deviam cruzar o território hondurenho para obter acesso marítimo ao outro lado do mundo.

“Esta ideia de expansão territorial prevalecia muito em El Salvador e também foi um fator para a aventura bélica que afetou a população de ambos os países e interrompeu um esforço que as nações centro-americanas vinham fazendo desde 1960, com a constituição do Mercado Comum Centro Americano”, afirmou Díaz.

Díaz, entretanto, mencionou que a sucessão de uma série de disputas fronteiriças entre os dois países na zona do golfo de Fonseca, ocorreu em uma pequena parte da costa pacífica que partilham Nicarágua, Honduras e El Salvador.

“Aqui o principal problema era a saída de Honduras do Pacífico, o que complementou os desentendimentos”, concluiu.

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Indonésia: Terremoto de magnitude 7,3 atinge país

14 de julho de 2019, 13:06

Foto: © Reuters

Um terremoto atingiu Maluku Norte, na Indonésia, neste domingo (14)

Um forte terremoto atingiu a província de Maluku Norte, na Indonésia, neste domingo, causando pânico em várias cidades e aldeias. Não há relatos imediatos de vítimas ou danos. O Serviço Geológico dos EUA disse que o terremoto de magnitude 7,3 foi centrado a 166 quilômetros a sudeste de Ternate, a capital da província, a uma profundidade de 10 km (6 milhas).

A agência nacional de desastres da Indonésia disse que o terremoto terrestre não tem nenhum potencial para causar um tsunami. Ainda assim, muitas pessoas correram para lugares mais altos, e imagens de TV mostraram pessoas em pânico gritando enquanto saíam de um shopping em Ternate.

A Ikhsan Subur, uma agência local de desastres em Labuha, a cidade mais próxima do epicentro, disse que centenas de pessoas que tinham medo de tremores secundários fugiram para abrigos temporários perto de escritórios e mesquitas do governo, e algumas correram para lugares mais altos. Fonte: Associated Press.

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Medina e mais 5 brasileiros vão às oitavas na África do Sul

14 de julho de 2019, 12:53

Foto: Divulgação

Filipe Toledo, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Deivid Silva, Willian Cardoso e Peterson Crisanto avançaram às oitavas de final

Depois de dois dias de pausa, a etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, do Circuito Mundial de Surfe foi retomada com a realização da terceira fase neste sábado. E dos dez brasileiros presentes, seis avançaram às oitavas de final: Filipe Toledo, que busca o tricampeonato do evento, o bicampeão mundial Gabriel Medina, Italo Ferreira, Deivid Silva, Willian Cardoso e Peterson Crisanto. Já Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima perderam no sábado e deixaram a disputa feminina.

No terceiro duelo do dia, Medina somou 15,00 pontos contra 10,00 do norte-americano Griffin Colapinto. Seu rival nas oitavas de final vai ser o australiano Ryan Callinan, que bateu Yago Dora na quarta bateria por 13,10 a 11,33 pontos.

Logo na sequência, Adriano de Souza perdeu para o norte-americano Kolohe Andino, o vice-líder do ranking e que assumirá a ponta, que está com lesionado havaiano John John Florence, se conquistar mais um triunfo na África do Sul. E ele vai ser o próximo oponente de Deivid Silva, que superou o francês Jeremy Flores por 13,43 a 11,70.

Filipinho avançou de fase ao passar pelo sul-africano Michael February, o convidado desta etapa, por 14,77 a 10,40 pontos. Agora, terá pela frete Willian Cardoso, que venceu o também brasileiro Michael Rodrigues. Peterson Crisanto encarou outro novato e passou por Seth Moniz, do Havaí. Nas oitavas, seu rival será o japonês Kanoa Igarashi.

Já Caio Ibelli perdeu para o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater, que será o adversário nas oitavas de final de Italo Ferreira, que derrotou o australiano Jack Freestone.

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Carteiro enterrou milhares de cartas em bosque na Holanda

14 de julho de 2019, 12:27

Foto: AFP

A polícia holandesa encontrou milhares de cartas enterradas em um bosque em buracos cavados por um carteiro do grupo postal Sand, identificado nesta sexta-feira.

A descoberta ocorreu na quarta-feira, depois que a polícia foi alertada por uma pessoa que caminhava pelo bosque perto de Laren (centro) e que percebeu um monte de terra e a ponta de uma pá.

Após escavar o local, a polícia encontrou uma “quantidade importante” de cartas em oito buracos de um metro de profundidade. Algumas cartas estavam enterradas há semana.

“A maior parte eram contas, revistas e propagandas”, disse à AFP a porta-voz da Sand, Margot van de Coterlet.

Dois dias depois dessa descoberta, o grupo postal indicou que havia identificado o culpado, um carteiro cuja identidade não será revelada para proteger sua integridade.

“Ele é alguém que infelizmente não respeitou a nossa ética de trabalho, tomaremos as medidas necessárias”, disse Van de Coterlet, sem especificar as motivações do carteiro.

As cartas que ainda estiverem em boas condições serão enviadas aos seus destinatários com várias semanas de atraso. Aquelas em más condições serão destruídas, de comum acordo com os remetentes.

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Milionário fundador da Wise Up critica Bolsonaro no caso Eduardo: “Lamentável”

14 de julho de 2019, 12:04

Foto: Flávio Augusto. Foto: Divulgação

Do empresário Flávio Augusto no Twitter:

Thread sobre indicação de Eduardo Bolsonaro para Embaixador do Brasil nos EUA

Tenho filho de 17 anos que fala Português, inglês, espanhol e francês. Ele jamais vai trabalhar na WiseUp. Vai achar seu caminho e digo mais, ele nem quer. Seria ultrajante meus executivos de carreira que trabalham comigo há décadas ficarem pra trás por causa do filho do dono.

Tenho outro filho de 19 que assinou contrato com o Benfica qdo tinha 16. Nunca fez um treino sequer no Orlando. Ele decidiu se dedicar a negócios. Jamais vai trabalhar no Orlando. Se for competente, vai achar seu próprio caminho sempre com meu apoio, mas sem misturar as coisas.

Importante frisar q tanto a WiseUp qto o Orlando são empresas privadas q me pertencem. Posso fazer o que quiser, Certo? Errado. Se lidero uma equipe e tenho dela sua confiança, tenho q ser coerente com meu discurso. Sempre disse q ñ existe politicagem em minhas empresas. Então…

Sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador por seu pai: Imagine o tapa na cara dos Diplomatas de carreira? O cargo está vago há meses. Pra assumi-lo, o candidato deve ter no mínimo 35. Eduardo completou 35 na semana passada e agora, “do nada” a indicação. Lamentável.

Deixe a ideologia de lado: Eduardo é inteligente e bem formado, mas ñ se pode ignorar 3 coisas

1. Ele é FILHO. Pra Bolsonaro liderar por exemplo, tem um preço

2. Bolsonaro foi eleito com a alcunha da moralidade

3. Eduardo não tem a formação para ser diplomata

Tiro no pé

Isso tudo, sem contar com o fato dele ter sido eleito como o deputado mais votado do Brasil. Recebeu a confiança de seus eleitores com mais de 1.8M de votos que estaria trocando por um cargo bacana. Pega muito mal…

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Snowden: Google e Facebook ficam ‘felizes’ em ceder os seus dados aos governos

14 de julho de 2019, 11:59

Foto: Reprodução

Gigantes da tecnologia, como Google ou Facebook, armazenam grandes quantidades de dados pessoais para seu próprio benefício, mas também estão “felizes em entregar” esses dados aos governos, alertou Edward Snowden.

Qualquer pessoa pode ter certeza de que “tudo que você fez, tudo que você digitou em sua caixa de pesquisa, tudo que você clicou, tudo que você gostou” está devidamente gravado e armazenado nos enormes bancos de dados da grande tecnologia das corporações, declarou Snowden, ex-funcionário da Agência de Inteligência dos EUA (NSA) durante a Conferência do Grupo de Direitos Abertos do Reino Unido (ORGCON19) em Londres, com o qual falou através de um link de vídeo de Moscou.

“Suas comunicações, como acontecem em grande parte hoje, não acontecem entre você e a pessoa com quem você está falando. Eles acontecem entre você e o Facebook, que então fornece uma cópia para a pessoa com quem você está falando, ou para você e o Gmail, que então envia uma cópia para a pessoa com quem você está conversando e toda vez que essas transações ocorrem prestadores de serviços, eles mantêm um registro disso”, revelou.

As corporações fazem isso principalmente para promover seus próprios interesses financeiros e econômicos, mas procuram não apenas “melhorar sua classe”, mas também “melhorar seu estado” e, portanto, estão mais do que felizes em compartilhar os dados obtidos com os governos, que, por sua vez, faz uso disso em seus programas de vigilância em massa, alertou Snowden.

“Vemos que os governos se preocupam cada vez menos com o cumprimento e se preocupam cada vez mais com o poder”, ponderou, acrescentando que as estruturas governamentais de segurança, supostamente criadas para proteger o povo contra a ameaça do terrorismo, são de fato usadas contra praticamente qualquer um, de jornalistas e dissidentes críticos a imigrantes e minorias.

As corporações, que agora controlam virtualmente a maior parte das comunicações pela Internet, há muito abusam de sua posição de poder, forçando as pessoas a se relacionarem, algo que nunca “consentiria de forma significativa”, embora permaneça em grande parte inexplicável, prosseguiu Snowden.

“A lei simplesmente não alcançou o fato de que uma corporação tecnológica agora pode firmar populações inteiras em servidão ao bem corporativo, ao invés de ao bem individual ou público”, explicou.

As advertências do ex-funcionário da NSA vieram logo depois que o Facebook concordou em fornecer dados às autoridades francesas sobre suspeitos de discurso de ódio. Anteriormente, o advogado da gigante de tecnologia declarou abertamente que os usuários da rede social não têm privacidade alguma quando se trata de seus dados pessoais.

No entanto, o denunciante acrescentou uma porção de otimismo ao seu discurso de outra forma sombrio, dizendo que as pessoas estão acordando para esta situação e “que as coisas vão melhorar” por causa dos esforços de pessoas que não são indiferentes a esta questão.

Snowden vive em um exílio auto-imposto na Rússia desde que expôs a vasta rede de vigilância da NSA em 2013, trazendo à luz informações sobre as atividades de vigilância em massa da agência de segurança americana que visam milhões de americanos e líderes estrangeiros. Ele foi acusado de espionagem por Washington e enfrenta a prisão se voltar para casa.

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China planeja ‘caçar extraterrestres’ com radiotelescópio gigante

14 de julho de 2019, 11:54

Foto: © AP Photo / Liu Xu

O principal objetivo dos pesquisadores chineses é detectar exoplanetas com campos magnéticos fora do nosso Sistema Solar.

Os cientistas chineses apresentaram seus planos de 10 anos para o maior telescópio esférico do mundo, conhecido como FAST, que incluem a busca de planetas habitáveis fora do nosso Sistema Solar, conforme um artigo publicado na revista Research in Astronomy and Astrophysics.

O telescópio tem como principal objetivo procurar exoplanetas em um raio de 100 anos-luz em relação a Terra em função de seus campos magnéticos que os protegeriam do vento solar e permitiriam abrigar vida, tal como no nosso planeta.

“Sem a proteção do campo magnético, a atmosfera da Terra seria levada pelo vento solar” e a maioria dos seres vivos “não sobreviveria”, pois “estaríamos expostos ao duro ambiente cósmico”, explicou Li Di, cientista chefe do FAST, à Xinhua.

O FAST, que está localizado em Da Wo Dand (Guizhou, China), é um radiotelescópio de quase 500 metros de largura que detectou duas estrelas giratórias, conhecidas como pulsares, em outubro de 2017.
Ele também tem como missão escutar os sinais de rádio interestelares para identificar possíveis extraterrestres. “Se houver civilização no espaço exterior, o sinal de rádio que envia será similar ao que podemos receber quando um pulsar se aproxima”, afirmou Qian Lei, membro da Academia Chinesa de Ciências.

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Vaza Jato: Deltan montou plano para lucrar com fama da Lava Jato

14 de julho de 2019, 11:25

Foto: © Marcelo Camargo

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato, montou 1 plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a visibilidade e contatos obtidos durante as investigações dos casos de corrupção, apontam mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil analisadas e divulgadas neste domingo (14.jul.2019) pela Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, em 1 grupo de mensagens no Telegram criado no fim de 2018, Deltan e o procurador da Lava Jato Roberson Pozzobon discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas.

“Antes de darmos passos para abrir empresa, teríamos que ter 1 plano de negócios e ter claras as expectativas em relação a cada 1. Para ter plano de negócios, seria bom ver os últimos eventos e preço”, afirmou Deltan no chat.

Pozzobon respondeu: “Temos que ver se o evento que vale mais a pena é: i) Mais gente, mais barato ii) Menos gente, mais caro. E 1 formato não exclui o outro”.

Pela Constituição, procuradores são proibidos de gerenciarem empresas, podem apenas ser sócios ou acionistas de companhias.

Pouco antes de criar o grupo com o procurador, Deltan falou do assunto com sua mulher, Fernanda Dallagnol, em dezembro de 2018. Segundo ele, “1 bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade” seria ter uma empresa de organização de congressos e eventos. “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É 1 bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”, disse o procurador.

A reportagem mostra ainda que Deltan ainda cogitou uma estratégia para obter elevados cachês. “Se fizéssemos algo sem fins lucrativos e pagássemos valores altos de palestras pra nós, escaparíamos das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”, comentou Deltan no grupo com o integrante da força-tarefa.

As mensagens mostram ainda que o coordenador da Lava Jato pediu a duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante. Deltan incentiva outras autoridades ligadas a operação a realizar palestras remuneradas, entre elas o ex-juiz e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro.

DESCONTENTAMENTO DE PROCURADORES

Segundo os diálogos, em fevereiro de 2015, pouco antes do 1º aniversário da Lava Jato, a iniciativa de Deltan de realizar cursos e viagens já resultava em descontentamento entre os colegas da Procuradoria em Curitiba.

O procurador buscou justificar suas atividades, dizendo que ela compensava 1 prejuízo financeiro decorrente da Lava Jato.

“Essas viagens são o que compensa a perda financeira do caso, pq fora eu fazia itinerancias [trabalho extraordinário em que, ao assumir tarefas de outro procurador, é possível engordar o contracheque] e agora faria substituições”, disse o procurador.

“Enfim, acho bem justo e se reclamar quero discutir isso porque acho errado reclamar disso. Acho que o crescimento é via de mão dupla. Não estamos em 100 metros livres. Esse caso já virou maratona. Devemos ter bom senso e respeitar o bom senso alheio“, completou Deltan.

A intensa atividade de Deltan como palestrante fez com que os deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous (PT-RJ) pedissem a abertura de 1 procedimento disciplinar no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). No entanto, o requerimento foi arquivado.

O conselho entendeu à época que as palestras se enquadravam como atividade docente, o que é permitido por lei, e ressaltou que grande parte dos recursos era destinada a instituições filantrópicas.

O OUTRO LADO

Sempre quando questionado sobre a sua atividade como palestrante, Deltan diz que sua atuação neste campo tem como objetivo promover a cidadania e que grande parte dos recursos é destinada a instituições filantrópicas ou de combate à corrupção.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa da Procuradoria no Paraná à Folha, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato declaram que “não reconhecem as mensagens que têm sido atribuídas a eles” e que “esse material é oriundo de crime cibernético e não pôde ter seu contexto e veracidade comprovado”.

Quanto ao tema das palestras, a nota afirma que “é lícito a qualquer procurador, como já decidido pelas corregedorias do Ministério Público Federal e do Conselho Nacional do Ministério Público, aceitar convites para ministrar cursos e palestras gratuitos ou remunerados”.

“Palestras remuneradas são prática comum no meio jurídico por parte de autoridades públicas e em outras profissões”, completa a nota.

Sobre o fato de as mensagens do aplicativo Telegram mostrarem a utilização de duas funcionárias da Procuradoria em tarefas de organização das atividades de palestrante de Deltan, a nota diz que “a secretaria da força-tarefa cuida da agenda do procurador quando há eventos gratuitos relacionados a pautas de interesse institucional”.

“Convites para palestras com remuneração ao procurador, quando recebidos pela secretaria, são redirecionados para pessoa de fora dos quadros do Ministério Público, a qual se encarrega de fazer a interlocução com os organizadores do evento”, diz.

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Dois crânios ameaçam mudar a história da nossa espécie

11 de julho de 2019, 17:04

Foto: NUÑO DOMÍNGUEZ

Um polêmico estudo sugere que os ‘sapiens’ migraram para a Europa muito antes do que se acreditava e foram substituídos por neandertais

 

Um par de crânios encontrado há décadas em uma caverna no sul da Grécia fez surgir agora uma tese que obrigaria a jogar no lixo os livros didáticos sobre a evolução humana, embora muitos especialistas independentes alertem que ainda é cedo para fazer isso.

Os dois crânios foram encontrados nos anos setenta. Estavam a poucos centímetros um do outro, incrustados na rocha da gruta de Apidima, em um penhasco salpicado pelas ondas do Mediterrâneo. Um dos crânios conservava os ossos do rosto e o outro, apenas a parte de trás da cabeça. Inicialmente, foram atribuídos a neandertais, a espécie humana prima da nossa que ocupou a Europa durante centenas de milhares de anos antes de se extinguir misteriosamente há 40.000 anos, exatamente quando os sapiens chegaram ao continente.

Agora, uma equipe de paleoantropólogos voltou a datar os dois crânios e os reconstruiu em três dimensões para analisar em detalhes sua fisionomia. Os resultados, publicados nesta quarta-feira na Nature, apontam que o crânio mais antigo e incompleto tem 210.000 anos e é de um Homo sapiens, o que o transformaria no membro da nossa espécie mais antigo já encontrado na Europa.

Essa tese é um tremendo golpe na versão clássica − que ainda é a mais aceita − sobre a origem da nossa espécie. Segundo o relato clássico, os sapiens surgiram no leste da África. Dois dos fósseis mais antigos da nossa espécie datam de 196.000 e 160.000 anos atrás e foram encontrados na Etiópia. A análise de DNA de populações atuais fixa a origem da espécie em cerca de 200.000 anos atrás.

Em estudos anteriores, a análise de DNA também mostrou que 100.000 anos depois os sapiens saíram pela primeira vez de seu berço africano para explorar a Eurásia. Nessa aventura, encontraram-se com os neandertais e tiveram filhos com eles, mas aquela onda de humanos sábios não se estabeleceu completamente. Nenhuma das pessoas atuais descende delas, e sim de uma incursão posterior, há 70.000 anos. Esta foi a que triunfou e povoou todo o planeta, enquanto os neandertais desapareceram para sempre.

Há dois anos, uma equipe de paleoantropólogos desfechou um duro golpe nesse relato clássico ao apresentar os mais antigos fósseis conhecidos do Homo sapiens, de 315.000 anos atrás. Foram encontrados no Marrocos, muito longe do suposto berço da nossa espécie. Aquela descoberta revolucionária abriu caminho para o que propõe agora o novo estudo dos restos gregos, cujos autores oferecem um assombroso relato de um capítulo até agora desconhecido de nossa história como espécie.

Nesse relato há outra peça-chave: o segundo crânio encontrado em Apidima, aquele que tem rosto. Segundo a nova análise, ele data de 170.000 anos atrás e pertence a um neandertal. Isso significa que houve um grupo de sapiens que saiu da África muito antes do que sabíamos, chegou até o sul da Europa e se instalou por lá, embora tenha finalmente perdido a batalha, porque foi substituído por neandertais.


“Que dois crânios achados a poucos centímetros um do outro sejam de duas espécies diferentes separadas por mais de 40.000 anos é coisa de romance de ficção”, espeta Arsuaga.

150.000 anos antes do que pensávamos, o que levanta muitas possibilidades sobre a origem da nossa espécie e sobre o que acontecem com eles”, assinala Chris Stringer, pesquisador do Museu de História Natural de Londres e coautor do estudo. Ele reconhece que quando enviaram seu estudo para a Nature, uma das revistas científicas de maior prestígio, “os revisores se mostraram muito céticos de que um fóssil de humano moderno tivesse sido encontrado ao lado de um fóssil de neandertal”. Os responsáveis pela publicação os obrigaram a fazer mais análises comparativas e datações de urânio, que finalmente os convenceram.

Esse estudo, juntamente com outras evidências anteriores, “demonstra que em mais de uma ocasião os humanos modernos se aventuraram para o norte e o oeste do planeta, da África até o Oriente Médio e a Europa”, escreve o paleoantropólogo Eric Delson, do Museu Nacional de História Natural dos EUA, em uma análise sobre o estudo da equipe de Stringer publicado pela Nature. O trabalho revela as “migrações faltadas” do Homo sapiens, afirma Delson.

“Faltam evidências”

No entanto, nenhum dos especialistas consultados pelo EL PAÍS aceita as conclusões do estudo. “Trata-se de uma afirmação extraordinária, mas faltam evidências para sustentá-la”, opina Juan Luis Arsuaga, codiretor da Fundação Atapuerca. Em 2017, esse paleoantropólogo participou da datação de isótopos de urânio do crânio 2, o mais completo, que mostrou uma antiguidade de pelo menos 160.000 anos. O pesquisador diz que a morfologia do crânio 1 é totalmente compatível, na verdade, com a de um neandertal primitivo que ainda não tinha desenvolvido suas características típicas na parte posterior do crânio. “Que dois crânios encontrados a poucos centímetros um do outro sejam de duas espécies diferentes separadas por mais de 40.000 anos é coisa de romance de ficção. Não acredito nos novos dados e vamos contestar esse estudo”, alfineta o paleoantropólogo.

Warren Sharp, do Centro de Geocronologia de Berkeley (EUA), assinala que a datação do crânio 1 “não se sustenta”. “As diferentes datações individuais obtidas para esse fóssil divergem de 335.000 anos atrás a 142.000 anos atrás, o que sugere que o fóssil perdeu parte do urânio que tinha originalmente. Isto implica que a idade atribuída a ele é muito antiga”, explica.

Amélie Vialet, pesquisadora do Museu Nacional de História Natural da França, opina que “a explicação mais plausível é que os dois crânios tenham ficado presos aos sedimentos da caverna na mesma época e que ambos sejam neandertais”.

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