CULTURA

O ‘Bloco Visita as Viúvas’ passa a ser Patrimônio Público Cultural de Caém

24 de agosto de 2023, 14:01

Foto: Ascom/CMVC

O Bloco Visita as Viúvas, um dos principais movimentos coletivos de Caém passa a ser Patrimônio Público Cultural de do município de Caém. A Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade na Sessão Ordinária desta quinta-feira (24), o projeto apresentado pelos vereadores Pablo Diego Piauhy e Gildo Jesus dos Santos (Lolinha).

O Bloco Visita as Viúvas”, um dos principais eventos que acontece durante as comemorações da Festa do São Pedro da cidade faz parte do calendário oficial da cidade.

Na justificativa os autores da preposição destacam que na programação do São Pedro, sempre aos domingos, como forma de reverenciar o santo protetor das viúvas, milhares de foliões vão às ruas, acompanhando um mini trio e charangas, com camisas padronizadas, doadas pela prefeitura, formando um grande, democrático e animado bloco, cujos seus participantes são recepcionados em residências durante o percurso com comidas típicas, oferecidas por viúvas.

“O São Pedro de Caém já virou a maior e mais tradicional festa do município, proporcionando alegria e lazer, além de gerar emprego e renda para a população. É uma das festas mais esperadas pelos caenenses e visitantes de toda região. O Bloco Visita as Viúvas já faz parte da cultura caenense, espaço aonde os cidadãos extravasam a sua devoção a São Pedro, assim como a sua alegria, e receptividade, de forma ordeira e animada, por tanto, o reconhecimento deste acontecimento como Patrimônio Público Cultural e Imaterial do nosso município irá valorizar ainda mais uma das nossas principais tradições”, ressaltam os vereadores Pablo Piauhy e Lolinha.

Entre outras determinações, o Projeto destaca ainda que o planejamento e a organização da apresentação do Bloco Visita as Viúvas será da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Assistência Social e da Diretoria de Cultura e Turismo, sendo as mesmas encarregadas pelas despesas, que deverão sair do orçamento municipal ou de capacitações de recursos privados, convênios com órgãos estadual e Federal, emendas parlamentares.

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Limão com Mel e Forró dos Plays são algumas das atrações desta sexta-feira do São Pedro de Caém

30 de junho de 2023, 15:48

Foto: Ascom/PMC

O prefeito de Caém, Arnaldo Oliveira (Arnaldinho), esteve concedendo entrevistas nos últimos dias nas emissoras de rádio da região para divulgar o maior evento do seu município, o tradicional festejo do São Pedro, que inicia nesta sexta-feira (30) e vai até domingo (2), com o tema: ‘Uma viagem a Caém’.

Ontem (29), pela manhã, o chefe do Executivo de Caém esteve com o radialista João Batista, na Rádio Jaraguar FM e ao meio dia conversou com Nilson Miranda. As visitas aos meios de comunicação encerraram nesta sexta-feira (30), com a participação no programa jornalístico da Rádio Clube Líder FM de Jacobina, comandado por Maurício Dias e Marcílio Alves.

Arnaldinho destacou a grade da festa que este ano contará com artistas e bandas de renome nacional como as bandas Limão com Mel, Mala 100 Alça, Brega e Vinho, forró dos Plays e o cantor Luan Estilizado. Segundo o prefeito, os visitantes e caenense irão ‘viajar’ com a decoração deste ano, já que a homenagem remete ao tempo em que o então ‘Sítio Papagaio’ foi povoado, com a construção da estação e da linha férrea.

O gestor destacou ainda o apoio do Governo da Bahia, através da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur). “Trabalhamos muito para proporcionar aos caenenses e visitantes uma festa bonita, de paz e com boas atrações, dentro das nossas possibilidades e com o apoio do Governo do Estado. Nossa cidade está linda e pronta para receber todos durante os três dias de festa”, ressaltou Arnaldinho, fazendo questão de agradecer e elogiar o trabalho de toda a equipe envolvida na organização do festejo.

O Arraiá do Papagaio começa oficialmente às 21 horas desta sexta-feira e encerra com o famoso Bloco das Viúvas, que sairá pela ruas da cidade ao som de uma charanga e do Trio da Pitú com a bandas Chora Moringueira, Xote Bom da Chapada e Paulo dos Teclados.

Rádio Jaraguar FM
Rádio Clube Líder FM
Rádio Paiaiá FM
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Devolva o meu São João

19 de junho de 2023, 14:57

Foto: Reprodução

Há muitos anos os festejos juninos do interior do nordeste vêm se descaracterizando, perdendo sua real essência em detrimento à invasão de ritmos que, de longe, se quer imitam o verdadeiro forró, a chamada música de raiz nordestina. Numa espécie de ‘mea culpa’, muitos artistas se auto intitulam como cantores de ‘forró sertanejo’, ’forró universitário’ e até mesmo ‘forró eletrônico’.

Outros estilos musicais têm o ano todo para se apresentar, enquanto o forró se limita praticamente em apenas trinta dias, no mês de junho, quando o sanfoneiro é mais requisitado. Uma concorrência desleal a disputa por espaço entre a sanfona e o teclado, sem contar os expressivos valores recebidos pelos artistas ou bandas da moda do momento.

Até sexta-feira (23), o Notícia Limpa estará repostando três textos de autoria do jornalista Gervásio Lima que aborda esta temática. O primeiro é o ‘Era uma vez o forrobodó’, postado no dia 4 de julho de 2018. Os próximos textos (dias 21 e 23) serão: “Antônio, João e Pedro agora são Luan, Gustavo e Safadão” e “O forró agora é pop”.

Era uma vez o forrobodó

O período das festas juninas encerrou oficialmente no dia 30 de junho, após as comemorações do dia do último santo do mês, o São Pedro, o primeiro papa da Igreja Católica, (não confunda com São Pedro de Alcântara, santo padroeiro do Brasil, cuja comemoração acontece no dia 19 de outubro). Mas por ter uma população ‘festeira de nascimento’, muitas cidades do nordeste, mas especificamente na Bahia, as festas se prorrogam por praticamente todo o mês de julho.

Os ‘arraiás’ ainda arrastam pé e arrastam muita gente. O forró de raiz, mesmo que a cada ano esteja sendo ameaçado de extinção, sobrevive nostalgicamente. O ‘dois pra lá, dois pra cá’ da dança vem sendo trocado por coreografias que mais parecem passos de balizas de fanfarras (uma mistura de ginástica artística, rítmica, teatro e arte circense). Já o gênero musical oriundo basicamente do conjunto de instrumentos como o triângulo, a sanfona e a zabumba está cada vez mais desconfigurado, sendo substituído por estilos denominados de ‘urbanos e modernos’. A guitarra, o teclado e a bateria são os responsáveis em produzir os sons do novo ‘forró universitário’ e de uma espécie de pop chamado de ‘forró eletrônico’. Triste realidade.

Existe espaço para todos os estilos e gostos musicais, mas apelar e insistir em usar e descaracterizar o forró pé de serra é uma forma ingrata de contribuir com o desaparecimento de uma das principais tradições nordestina. As novas gerações precisam conhecer a verdadeira história vivida por seus pais, avós e bisavós, de maneira, a saber, preservá-la. Copiar uma identidade não seria tão salutar quanto construir e conquistar seus próprios valores.

Qualquer nordestino, desde os mais novos (graças às comemorações realizadas nas escolas), sabe reconhecer uma típica festa junina. As vestimentas, a culinária e as ornamentações são únicas; totalmente diferente dos shows espetaculares com extravagâncias de som e luz e músicos e bailarinas com roupas coloridas e cheias de brilho.

Em 2017, um evento particular denominado ‘Forro Sertão’, realizado durante os festejos do São João da cidade de Irecê, no norte da Bahia, as principais atrações foram as cantoras Anitta e Ivete Sangalo, os cantores Gustavo Lima e Léo Santana e a dupla Henrique e Juliano. Uma clara demonstração da descaracterização musical do termo ‘forró’. Neste ano (2018), Senhor do Bonfim, cidade localizada também no norte da Bahia, conhecida como a ‘Capital Baiana do Forró’, antes referência na preservação do tradicional festejo junino se rendeu ao modismo e teve entre as atrações contratadas pelo executivo municipal os cantores Tayrone, Gabriel Diniz, Wallas Arrais e a sul-mato-grossense Paula Mattos. Como já dizia o maior forrozeiro do Brasil, Luiz Gonzaga, ‘aqui tudo mudou, tudo tá mudado’.

Por Gervásio Lima

Jornalista e Historiador

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Tradicional Arraiá do Itapicuru de Gonçalo de Caém foi um sucesso (Fotos)

18 de junho de 2023, 18:16

Foto: Ascom/PMC

A maior comunidade do interior de Caém, o distrito de Gonçalo, realizou neste sábado (17), mais uma edição do seu tradicional festejo junino, o ‘Arraiá do Itapicuru’. Milhares de pessoas prestigiaram a fesga que já é considerada um dos maiores e mais organizdos eventos já realizado na localidade.

‘Tudo de bom’, assim resumiu um morador que prestigiou as apresentações da banda Arriba Saia e dos cantores kelvin Diniz, Brankinho Pancadão e Eline Martins. O evento foi marcado não só pela qualidade musical dos contratados, mas pela peculiar receptividade e alegria da população gonçalense.

O prefeito de Caém, Arnaldo Oliveira (Arnaldinho), não escondia sua satisfação pelo sucesso da festa junina de Gonçalo. O chefe do Executivo completou a alegria da população local com o anúncio da obra de melhoria da infraestrutura da área da feira, onde serão construídos quiosques, cobertura e nova pavimentação, a partir de um convênio com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

“Estamos muito felizes em poder proporcionar à população de Gonçalo momentos de alegrias a partir da realização do tradicional e mais importante festejo que é o Arraiá do Itapicuru e por conseguir, também, ações quer mudarão para a melhor a vida dos gonçalenses como a pavimentação asfáltica que ligará o distrito a BR 324, o refeitório e o auditório que estão sendo construídos na área do complexo de escolas e agora a revitalização da praça onde funcionará a feira livre”, destacou o prefeito, garantindo que mais melhorias chegarão para a comunidade, “continuaremos trabalhando em busca de ações que contribuam para o desenvolvimento de Gonçalo”, concluiu.

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Luiz Schiavon, fundador do RPM, morre aos 64 anos (Relembre alguns sucessos da banda)

15 de junho de 2023, 11:17

Foto: Reprodução

O tecladista e fundador da banda RPM, Luiz Schiavon, morreu nesta quinta-feira, 15, aos 64 anos. Ele tratava uma doença autoimune há quatro anos. A informação foi confirmada pela família do músico. Segundo comunicado, Luiz Shiavon teve complicações durante uma cirurgia de tratamento e não resistiu.

“Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações”, disse a família, em trecho do texto

A cerimônia de despedida será reservada apenas para amigos e familiares. No informe, a família enfatiza isso: “Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele.”

Schiavon foi responsável por criar a sonoridade do RPM, banda que transformou o pop brasileiro com músicas como Olhar 43, Loura Gelada, Rotações Por Minuto Rádio Pirata, entre tantos outros sucessos que marcaram aos anos 1980.

Relembre alguns sucessos do RPM:

Terra

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Prefeitura de Caém apresenta a Lei Paulo Gustavo para fazedores de cultura do município

15 de junho de 2023, 10:45

Foto: Ascom/PMC

Durante reunião realizada na noite desta terça-feira (13), na Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Caém, por meio da Diretoria Municipal de Cultura e Turismo, apresentou a nova Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), que dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor cultural a serem adotadas em decorrência dos efeitos econômicos e sociais da pandemia da covid-19.

No encontro foram discutidos parâmetros de regulamentos, editais e outros temas relativos aos recursos de que trata Lei.

A Lei Paulo Gustavo representa o maior investimento no setor cultural da história do Brasil. Fazedores e fazedoras de cultura terão acesso aos valores por meio de editais, chamamentos públicos, prêmios, aquisição de bens e serviços ou outras formas de seleção pública simplificada executados pelos estados, municípios e Distrito Federal. O Governo Federal irá destinar, no exercício de 2023, o montante de 3 bilhões, 862 milhões de reais, para aplicação em ações que visem combater e mitigar os efeitos da pandemia sobre o setor cultural.

“Temos consciência da importância de passarmos informações e orientar os fazedores de cultura da cidade para a adesão à Lei e a possibilidade de acesso ao recurso, que é direito de todos e todas. Para tanto, estamos colocando a Diretoria de Cultura à disposição para dirimir dúvidas e apoiar a apresentação de projetos”, afirma a diretora de Cultura de Caém, Mabel Mota.

Mabel destaca que os editais que serão aplicados em Caém estão em fase de elaboração por isto é importante a participação de todos, não só a classe artística, como a sociedade em geral. “Participe deste processo comparecendo às reuniões de mobilização conforme calendário que será divulgado em breve”, convoca a diretora.

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Axé ainda é visto com desdém pelos brasileiros, diz Daniela Mercury

05 de junho de 2023, 11:59

Foto: Reprodução

O primeiro e um dos principais álbuns de Daniela Mercury, “O Canto da Cidade” está completando 30 anos. A cantora, sem falsa modéstia, cita o trabalho como um pontapé inicial para que o axé music ganhasse maior repercussão e virasse um gênero musical nacional, indo além da Bahia e outros estados do Nordeste.

Daniela, no entanto, sente que ainda há um certo preconceito com o ritmo em premiações nacionais, como se ele fosse uma coisa menor. Além de poucos indicados, no geral, não existe uma categoria específica como acontece com o samba, o pop/rock ou música urbana, por exemplo.

Na 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizado recentemente no Rio de Janeiro, em 31 categorias, o axé só teve dois representantes. Psirico venceu como Grupo de Canção Popular e Olodum perdeu para Boi Bumbá Garantido no Grupo Regional. “Infelizmente ainda existe falta de reconhecimento. E também falta de conhecimento sobre o que é feito artisticamente em outros lugares do Brasil, fora do eixo Rio-São Paulo”, lamenta a cantora.

O que fazer para reverter (ou atenuar) este quadro? Daniela sugere um movimento de valorização do folclore e da música popular (“com mediadores culturais, pesquisas, documentações”) e a criação de grandes premiações regionais. “Nosso ritmo ainda está relacionado ao Carnaval, que ainda é visto como algo menor no Brasil, e isso não é verdade”.

A cantora também mencionou o funk como outro ritmo que ainda sofre preconceito dentro da própria MPB. “Anitta e Ludmilla têm trabalhos lindos, estão aí no mundo e, raramente, são indicadas nessas premiações da música. Vejo sim que assim como o axé, o funk também sofre essa discriminação. É triste. Acredito que prêmios são feitos para quebrar tabus e nós vamos quebrando um por um”, destaca.

Folhapress

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Prefeitura de Caém fará o lançamento oficial do São Pedro de 2023 nesta sexta-feira (26)

23 de maio de 2023, 11:56

Foto: Divulgação

A cidade de Caém confirmou para os dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, o seu tradicional festejo junino, a festa de São Pedro. Considerado um dos principais eventos do interior da Bahia, o ‘Arraiá do Papagaio’1, como é chamado, irá contar com diversas atrações musicais.

A Prefeitura de Caém,  através da Diretoria Municipal de Cultura e Turismo, estará realizando na próxima sexta-feira, às 19 horas, o lançamento oficial do São Pedro, com as presenças de convidados de toda a região e da comunidade local.

O prefeito Arnaldo Oliveira (Arnaldinho) e a comissão da festa irão anunciará as contratações deste ano e outros detalhes do Arraiá. O chefe do executivo antecipou alguns nome que irão se apresentar no palco principal, entre eles estão as bandas Limão com Mel, Moleca 100 Vergonha, Forró dos Plays e os cantores Davi Luca e Luan Estilizado.

E no domingo, dia 2, o Bloco das Viúvas, um dos maiores símbolos culturais do município, quando mais de dois mil participantes saem visitando residências em diversos locais da cidade, a Banda Chora Morangueira e o Trio Pitú animarão os foliões.

O prefeito irá anunciará também as atrações para os festejos juninos das comunidades de Piabas (dia 3 de junho) e de Gonçalo (dia 17)..

Em Piabas, onde se comemora o Santo Antônio , estão entre as atrações as bandas Capitão do Reino e Brega e Vinho e o cantor Maciel Novais.

Para o ‘Arraiá do Itapicuru’, no distrito de Gonçalo, foram anunciadas as presenças de Eline Martins, artista  de renome nacional e o cantor Kelvin Diniz, além de atrações regionais como Brankinho Pankadão e Weliton Campos. Segundo Arnaldinho, uma atração surpresa completará a grade de de Gonçalo.

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Golden City era muito engraçada

18 de abril de 2023, 14:28

Era uma vez uma cidade muito engraçada com o nome americanizado de Golden City. Cercada de morros e muitas serras, possuía também muitos rios, lagos, cachoeiras e lagoas. Um local bastante aprazível . Terra de um povo acolhedor e de muitos tementes a Deus, e também ao pároco (existe uma lenda que tinha um sacerdote que empurrava as beatas da escadaria da igreja caso não estivessem com as vestimentas apropriadas).

Golden City era uma aglomeração politizada. A política estava no sangue dos moradores, assim como o ouro estava para o seu rico e monopolizado subsolo. Em cada esquina tinha um gestor em potencial, igual torcedor de futebol que se sente técnico, achando-se no direito de escalar o time do seu coração.

Os anos corriam e as mesmas figuras emblemáticas, nem sempre carismáticas, mas muito divertidas, colocavam-se como opção para comandar os rumos do conglomerado de Golden (apelido carinhoso da cidade).

Os mais conhecidos políticos de Golden eram o organizado e mais abastardo ‘Zé Come Cobra’ (dizem que ele perdeu um torneio de peteca porque não abria a mão); o famoso ‘Alô Bahia’ (aquele que usava a origem pobre para sensibilizar os eleitores, mas na verdade era um sujeito considerado frio e dissimulado), e ‘Seu Pinha’, aquele que em todas as eleições cortavam suas pernas mas  ele nunca desistia.

Existiam também as mulheres, que comiam pelas beiradas enquanto Zé Come Cobra, Alô Bahia e Seu Pinha se digladiavam. Eram Fifia e Maria Pitu. A primeira, mais catedrática, contava sempre com o apoio das famílias de sobrenome. Já Dona Pitu insistia em focar num público mais diversificado.

Golden City era diferenciada. Sua população não adoecia, não padecia, não exaltava, não clamava, não sorria; chorava…

O mais porreta de tudo é que lá todos eram loucos, um pelo outro.

Obs: A história não traduz necessariamente a realidade. Qualquer semelhança com os nomes dos personagens do texto é mera coincidência.

Autor Desconhecido

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Dia do livro infantil: especialistas defendem obras inclusivas

18 de abril de 2023, 12:08

Foto: Reprodução

Nem todas as histórias começam com o “era uma vez”. Cada história é única e, assim, cabe o plural. De plural, entende bem a professora Joanna de Paoli, de 37 anos, docente de química em Brasília, e que se transformou também em pesquisadora do tema da inclusão e educação especial. A maior aula da vida dela veio da própria casa, depois que o filho foi diagnosticado nessa condição. Professora, pesquisadora, mãe, ela ensinou ao menino, hoje com 15 anos de idade, que a leitura e o livro poderiam ser bons companheiros.

“Ele segue sempre agarrado todos os dias aos livros que de que gosta”, testemunha a mãe. Na história da família, tal como os livros, a vida real fez com que a pesquisadora mergulhasse em outras paisagens. “Meu filho me deu uma oportunidade de conhecer outro mundo. O autismo do meu filho me evidenciou que a dificuldade de comunicação e socialização não é só do autismo. Pelo contrário, é da sociedade em se comunicar com ele, e de todos se comunicarem entre si”.

A pesquisadora defende que a inclusão de pessoas com deficiência, com autismo ou qualquer outra necessidade específica, tenha a perspectiva de ter acesso à cultura na sua forma mais plena. E isso inclui a literatura. “A literatura precisa ser feita também por pessoas com deficiência, sobre pessoas com deficiência e estar acessível a essas pessoas”.

Afinal, a literatura é feita da imaginação. Por isso, conforme a pesquisadora, melhor será que o quanto antes as crianças tenham acesso às páginas de um livro. “Onde o seu horizonte se expanda, o quanto antes antes você começa lendo para criança e ela busque novos significados sobre o mundo (seja ela com deficiência ou não) maiores oportunidades essa pessoa terá de ampliar as experiências de vida”. Isso inclui criar vínculos afetivos, organizar as emoções, pensar e respeitar as diferenças que existem entre cada um de nós.

O menino via a mãe também agarrada aos livros e logo se apaixonou pela leitura de obras de autoras como, por exemplo, as escritoras brasileiras Ana Maria Machado (com Menina bonita com laço de fita) e de Ruth Rocha (Bom dia, todas as cores). Ela argumenta que a inclusão real se faz com a não exclusão. Todos devem estar em um mesmo ambiente, e não isolados. “A inclusão envolve a diversidade. Por isso, as pessoas devem estar em conjunto porque a sociedade é diversa. As pessoas com deficiência precisam participar de todos os espaços com todas as outras pessoas, com ou sem deficiência”. 

Sob essa ótica, um projeto de inclusão no Distrito Federal denominado Letrinhas da Paz tem buscado integrar crianças com alguma deficiência com os outros pequenos. A idealizadora do projeto social, Lyara Apostólico, diz que a meta é sensibilizar e formar público leitor da primeira infância com deficiência auditiva, visual, motora e mental.

“Somente na última Bienal Internacional do Livro de Brasília (em outubro do ano passado), 350 crianças participaram de ações de sensibilização e encontros lúdicos. Atualmente, o projeto tem tratado de capacitar profissionais da educação e assistência social no DF em metodologias inovadoras para leitura com crianças com deficiência”, diz a coordenadora das atividades.

A iniciativa fez sucesso e foi contemplada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC), na categoria Primeira Infância, tendo recebido recursos de R$ 194,7 mil.

Lyara Apostólico defende que todo livro pode ser acessível. “Mas, para isso, é necessária uma mediação amorosa que trabalhe com um conjunto de estímulos criativos. Mais do que mediadores de leitura, a literatura infantil inclusiva requer a atuação de recontadores de histórias”, aponta a idealizadora do Letrinhas da Paz, especialista em projetos sociais.

Um dos livros utilizados pelo projeto foi o Bola Vermelha, de Vanina Starkoff. “Como contar a história de uma bola vermelha para uma criança com deficiência visual?”. A partir desse desafio, criamos um jogo com bolas texturizadas, que faziam as crianças vivenciarem, de forma lúdica e afetiva, a mesma lógica apresentada no livro”.

Para ela, o livro infantil deve ser inclusivo não apenas em relação às deficiências, mas também em relação à diversidade social e humana. “A infância é dominada por princesas brancas, frágeis e indefesas, por padrões estéticos únicos, pela difusão de comportamentos de gênero e, muitas vezes, de estereótipos que se perpetuam há gerações”, pondera.

Para romper com os estigmas, a ex-promotora de vendas Edna Rocha Lima, de 39 anos, moradora de Montes Claros (MG), foi para a faculdade de pedagogia ao descobrir que o filho recebeu o diagnóstico do autismo. O garoto, hoje com 12 anos, foi estimulado desde os tempos de banheira de bebê a manusear livros de plástico. 

As histórias de patinhos e de outros bichinhos fizeram com que o garoto se tornasse, hoje, um “leitor voraz”, que o ajuda a codificar o mundo, nem sempre tão compreensível. A mãe foi chamada para constituir equipe de apoio pedagógico na cidade. “Posso ajudar outras pessoas também com o que estudo e com o que aprendi”.

O garoto conta com a parceria do irmão mais novo, de 8 anos, companheiro das leituras e da vida. “Prefiro as histórias de ação”, diz por telefone à Agência Brasil. Mas a adolescência já o estimulou a ler toda a série Diário de um banana (de Jeff Kinney) e livros que deixam o final em aberto. Afinal, nem tudo se explica com o “era uma vez”.

Agência Brasil

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