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Equipamentos antisseca pagos com emendas definham em depósitos do governo

08 de dezembro de 2021, 10:08

Vários equipamentos são mantidos amontoados em depósitos da Codevasf em Petrolina (PE) (Foto: Reprodução)

O governo de Jair Bolsonaro mantém em estoque dezenas de cisternas, caixas-d'água, tratores, implementos agrícolas e tubos de irrigação comprados com recursos de emendas parlamentares, centro da política do chamado tomá lá dá cá, alvo de críticas do presidente na campanha de 2018, mas depois consolidado ao longo de seu governo na relação com o Congresso. Vários equipamentos são mantidos amontoados em depósitos da Codevasf em Petrolina (PE), a 713 km do Recife, e já dão sinais de desgaste com o tempo. Alguns deles, como canos e reservatórios de água, estão lá há mais de um ano, segundo relato de moradores da região. Eles suspeitam que os produtos estejam sendo guardados para distribuição no ano eleitoral de 2022. O maior número de bens está em um depósito da Codevasf dedicado a um projeto de irrigação chamado Pontal Sul, que fica a cerca de 70 km do centro de Petrolina. A Codesvasf é a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, um dos eixos de distribuição de recursos das emendas usadas como moeda de troca política. Com o auxílio de um drone, a reportagem da Folha verificou no local dezenas de cisternas de polietileno (que os agricultores chamam de cisternas de plástico) com capacidade para 15 mil litros, além de tubos, tratores, retroescavadeiras e implementos agrícolas, como arados. Os materiais que mais apresentam sinais de deterioração pelo tempo são centenas de canos que já mostram uma cor amarronzada. Pedro Ronilton Alencar de Sousa, 42, é um dos agricultores que passa com frequência pelo local e lamenta que os materiais estejam estocados. "Tem muita coisa parada aí, muita coisa que era para estar nas comunidades, nas associações", diz. O lavrador destaca a situação dos tubos armazenados no depósito. "Pela cor do material, isso aí já está exposto há mais de um ano. Há lugares como represas, açudes, se isso fosse para as comunidades, dava para fazer uma adutora para suprir um vilarejo ou as casas mais próximas", diz. O outro depósito da Codevasf visitado pela reportagem fica no setor C-3 da área conhecida como perímetro irrigado senador Nilo Coelho. No local, o que mais chama a atenção são dezenas de caixas-d'água com capacidade para 5.000 litros que estão destampadas e acumulando água. Em um terreno na frente do depósito, também estão armazenados equipamentos agrícolas adquiridos pela Codevasf. Segundo líderes rurais da região, a saída de equipamentos dos depósitos ocorre de forma pontual, com a distribuição feita para pessoas e associações escolhidas a dedo pelos congressistas "padrinhos" das emendas parlamentares que financiaram a compra dos bens. Nos anos de 2019 e 2020 a superintendência regional da Codevasf com sede em Petrolina gastou cerca de R$ 490 milhões oriundos de emendas parlamentares. Elas foram apresentadas por 26 congressistas da bancada pernambucana, de vários partidos de situação e oposição, de acordo com relatório fornecido pelo órgão federal à Câmara Municipal de Petrolina, por solicitação do vereador Gilmar dos Santos Pereira (PT). Porém quase 70% das verbas foram destinadas pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Do total, pelo menos R$ 125 milhões foram endereçados pelo senador por meio das chamadas emendas do relator, de acordo com documentos do Ministério do Desenvolvimento Regional. Atualmente, a emenda de relator é peça-chave no jogo político em Brasília, pois é distribuída por governistas em votações importantes no Congresso. O dinheiro disponível neste ano é de R$ 16,8 bilhões. Segundo o relatório da Codevasf de Petrolina, no biênio 2019/2020 a regional do órgão federal usou 28% dos recursos provenientes de emendas para compra de máquinas e equipamentos, 9% para perfuração e instalação de poços e 7% para recuperação e implantação de reservatórios hídricos, o que corresponde a um total de cerca de R$ 215 milhões. Como a Folha de S.Paulo mostrou na segunda-feira, a indicação pessoal e sem critérios objetivos por meio de emendas ocorre ao mesmo tempo em que é realizado um desmonte do programa federal de entrega de cisternas, intitulado Programa Cisternas, que possui regras gerais e fiscalização social por conselhos municipais, associações e ONGs. A gestão Bolsonaro caminha para fechar o pior ano de implantação de cisternas para populações de regiões que convivem com a seca desde 2003, quando foi lançado o programa federal sob Lula (PT). O projeto instalou mais de 100 mil reservatórios em um único ano e se aproximava da marca geral de 1 milhão de unidades, mas agora deve ter apenas 3.000 reservatórios entregues em 2021, segundo projeção informada à Folha pelo Ministério da Cidadania. No caso de Petrolina, a entrega de cisternas compradas com verba federal tem sido condicionada ao apoio político ao grupo do filho do senador Fernando Bezerra Coelho, o prefeito do município Miguel Coelho (DEM), como a Folha revelou no domingo (5). A distribuição desses reservatórios de água com verba federal está contaminada pela "politicagem", segundo relato de moradores da zona rural do município. A entrega das caixas-d'água não atende necessariamente a quem mais precisa, e sim a quem a aceita como moeda de troca ou é mais próximo dos políticos. O resultado disso é uma situação insólita em meio a uma região atingida pela estiagem: excesso de cisternas para aliados e escassez para quem não adere ao toma lá dá cá. Em Afrânio, município que fica a 778 km do Recife e é vizinho de Petrolina, um processo de investigação eleitoral no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Pernambuco apura eventuais ilegalidades na distribuição de reservatórios comprados com recursos de emenda apresentada pelo político Adalberto Cavalcanti (PTB-PE) em 2018, quando ele era deputado federal. Adversários políticos acusam Cavalcanti de supostamente orientar distribuição feita pela Codevasf entre 2019 e 2020 para beneficiar seus aliados, o que ele nega em juízo. Aquisição e doação são contínuos, diz governo. A Folha de S.Paulo procurou a Codevasf para que o órgão respondesse principalmente sobre os equipamentos armazenados há mais de um ano em seus depósitos em Petrolina. A manifestação da Codevasf, porém, relata apenas de forma genérica procedimentos quanto ao manejo de seus depósitos e à distribuição dos produtos. Em resposta via nota de sua assessoria de imprensa, o órgão afirma que "aquisições e doações de bens pela Codevasf ocorrem continuamente. Por essa razão, é esperado que sempre haja grande quantidade de equipamentos nos espaços de armazenamento da companhia, em transição entre a entrega por fornecedores e a transferência para beneficiários. O estoque é dinâmico e renova-se constantemente". "A transferência de bens para beneficiários requer processo administrativo associado a elaboração de relatórios, avaliação de conveniência socioeconômica, visitas técnicas, emissão de pareceres e publicação de informações no Diário Oficial da União. Até que sejam finalizados, os procedimentos demandam a permanência momentânea dos equipamentos em áreas de armazenamento", de acordo com a Codevasf. Segundo a nota, "a dilatação de prazos de transferência de bens ocorre pontualmente em razão da necessidade de que o ente beneficiário apresente documentos exigidos por lei". "Após a verificação de aptidão, os termos de doação são assinados e os equipamentos são entregues. A Codevasf tem interesse em que os bens proporcionem benefícios à sociedade com a máxima brevidade, com observância de ritos legais e administrativos". O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM AS EMENDAS PARLAMENTARES A cada ano, o governo tem que enviar ao Congresso até o fim de agosto um projeto de lei com a proposta do Orçamento Federal para o ano seguinte. Ao receber o projeto, congressistas têm o direito de direcionar parte da verba para obras e investimentos de seu interesse. Isso se dá por meio das emendas parlamentares. As emendas parlamentares se dividem em: - Emendas individuais: apresentadas por cada um dos 594 congressistas. Cada um deles pode apresentar até 25 emendas no valor de R$ 16,3 milhões por parlamentar (valor referente ao Orçamento de 2021). Pelo menos metade desse dinheiro tem que ir para a Saúde - Emendas coletivas: subdivididas em emendas de bancadas estaduais e emendas de comissões permanentes (da Câmara, do Senado e mistas, do Congresso), sem teto de valor definido - Emendas do relator-geral do Orçamento: as emendas sob seu comando, de código RP9, são divididas politicamente entre parlamentares alinhados ao comando do Congresso e ao governo CRONOLOGIA Antes de 2015 A execução das emendas era uma decisão política do governo, que poderia ignorar a destinação apresentada pelos parlamentares 2015 Por meio da emenda constitucional 86, estabeleceu-se a execução obrigatória das emendas individuais, o chamado orçamento impositivo, com algumas regras: execução obrigatória até o limite de 1,2% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior metade do valor das emendas destinado obrigatoriamente para a Saúde contingenciamento das emendas na mesma proporção do contingenciamento geral do Orçamento. As emendas coletivas continuaram com execução não obrigatória 2019 O Congresso amplia o orçamento impositivo ao aprovar a emenda constitucional 100, que torna obrigatória também, além das individuais, as emendas de bancadas estaduais (um dos modelos das emendas coletivas) Metade desse valor tem que ser destinado a obras O Congresso emplaca ainda um valor expressivo para as emendas feitas pelo relator-geral do Orçamento: R$ 30 bilhões Jair Bolsonaro veta a medida e o Congresso só não derruba o veto mediante acordo que manteve R$ 20 bilhões nas mãos do relator-geral 2021 Valores totais reservados para cada tipo de emenda parlamentar: emendas individuais (obrigatórias): R$ 9,7 bilhões emendas de bancadas (obrigatórias): R$ 7,3 bilhões emendas de comissão permanente: R$ 0 emendas do relator-geral do Orçamento (código RP9): R$ 16,8 bilhões. Folhapress

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Amigo é coisa para se guardar

07 de dezembro de 2021, 18:50

*Por Gervásio Lima - A amizade é sem dúvida uma das principais relações afetivas entre os humanos; um sentimento de apreço, afeição, respeito e consideração mútua. Ser amigo é ser parceiro de verdade, é ser aquele que mesmo longe está sempre presente, que comunga tristeza e prega constantemente a alegria. Amigo se quer bem, cuida, se preocupa e compartilha felicidade, estando próximo durante a tempestade e na bonança. Ledo engano achar que ‘não se faz mais amigos como antigamente’. Em um mundo conturbado em que se vive atualmente, onde as pessoas não confiam e vivem em intensa disputa por espaços, fica realmente difícil acreditar, mas maior que as desconfianças e as disputas está a sensibilidade de um amigo. O ditado popular ‘mas vale um amigo na praça do que dinheiro no bolso” é talvez o mais verdadeiro que exista. Um abraço, um aperto de mão e uma palavra amiga não se encontram para `comprar. A amizade é um bem inestimável e tem o poder até mesmo de cura, ela é vida. Quem nunca precisou de um ombro amigo ‘suspenda as mãos’. Saber que pode contar com alguém quando mais precisa é uma espécie de conforto para a alma, ‘um elixir’ que impulsiona ternura e gratidão e que faz toda a diferença na vida. Assim como se colocar à disposição quando o semelhante mais precisa é um ato sublime, uma clara demonstração de que a humanidade existe e só depende de como é vista e tratada pelos humanos. Amizade é reciprocidade sem a existência de vaidade, ciúme, inveja e avareza. É uma conquista de confiança e consideração, uma construção erguida com a mais pura e sincera base de cuidado e respeito. “Amigo é coisa para se guardar No lado esquerdo do peito Mesmo que o tempo e a distância digam "não" Mesmo esquecendo a canção O que importa é ouvir A voz que vem do coração”  -  Canção da América (Milton Nascimento) Ofereço este texto a todos os meus amigos de verdade.

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Homem é detido com cem seringas de ‘maconha líquida’

07 de dezembro de 2021, 10:27

Droga estava dentro carro que foi interceptado na Rodovia Presidente Dutra; veículo levava também 8 mil pinos de cocaína, em Volta Redonda, RJ (Foto: Reprodução)

Na última segunda-feira (06), policiais da 93ª DP (Volta Redonda) apreenderam quase oito mil pinos de cocaína e cerca de cem seringas com “maconha líquida”, conhecida como óleo de butano. Os entorpecentes foram localizados em um carro que foi interceptado na Rodovia Presidente Dutra, na entrada de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. “É uma situação bastante nova aqui na cidade. Nós temos informações, após trabalho de investigação, que esse indivíduo abasteceria comunidades da região, principalmente no bairro da Conquista, com essas drogas que vieram do Complexo da Maré e da Nova Holanda, na zona norte do Rio”, disse o delegado Edézio Ramos, titular da 93ª DP. Segundo Edézio, as seringas com o óleo não tinham agulhas, já que a droga é aquecida e inalada com a ajuda de um vaporizador, como um cachimbo ou cigarro eletrônico, por exemplo, e não injetada. Aos policiais, o homem que transportava o carro com as drogas confessou ser responsável pelo abastecimento de entorpecentes a traficantes da cidade do interior do Rio de Janeiro.

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PF faz operação que mira desvios de R$ 130 milhões em contratos de gráficas do Enem

07 de dezembro de 2021, 09:56

Alvos são empresários, funcionários das gráficas e servidores públicos (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal faz operação nesta 3ª feira (7.dez.2021) para apurar suspeitas de corrupção em contratos de gráficas contratadas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos Educacionais) para a impressão de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). São 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, funcionários do Inep teriam favorecido gráficas e assinado contratos milionários para impressão das provas. Alguns dos contratos que estão na mira da PF são com a empresa R.R Donnelley. Eles prestaram serviços de 2010 e 2018. Outra companhia investigada é a Valid S.A. O contrato de R$ 153 milhões foi assinado nos primeiros meses de 2019. Em investigação com o apoio da CGU (Controladoria Geral do União), a PF estima que o superfaturamento do grupo ficou na casa dos R$ 130 milhões. O valor arrecadado teria sido repassado para empresários, funcionários das gráficas e servidores públicos. Os alvos são investigados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e crime contra lei de licitação.

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Famílias comem lagartos e restos de carne para enganar fome

07 de dezembro de 2021, 09:40

Famílias comem lagartos e restos de carne para enganar fome no RN (Foto: Reprodução)

"A última vez que comi carne já tem mais de um mês. Foi quando ajudei a tirar o couro de uma vaca". Em Senador Elói de Souza, município do Rio Grande do Norte em estado de calamidade pública pela seca, Adailton Oliveira lembra, emocionado, que o animal agonizava de fraqueza, faminto, e foi abatido pelo dono. Os pedaços foram repartidos onde caíram. Adailton, 52, conta que ficou com "a mão", uma das patas dianteiras. Com a mulher, Sebastiana, fez o pedaço render por 20 dias no fogão à lenha improvisado. Alimentos ali estão contados. Os R$ 170 do Bolsa Família "não dão para nada", afirma, e o auxílio emergencial da pandemia é passado. Francisco Horácio da Silva ao lado de animais que morreram por falta de água e comida; 3 das 11 cabeças de gado que perdeu ainda estão no chão - Allan Lira/Folhapress "Ao invés de deixar a vaca para urubu e cachorro, a gente tem que comer", diz o agricultor. "É isso porque não tem outro jeito. Sem chuva não se planta o que comer e se acabam os animais. Também não existe mais passarinho para desfrutar, e a gente não tem condição de pedir no mercado ‘bota 1 kg de carne com osso’. A gente tem que pegar os bichinhos para fazer a mistura." Os relatos sobre a fome na região potiguar se somam aos de outros brasileiros pelo país. Neste ano, ganharam notoriedade imagens de ossos de boi serem disputados por moradores no Rio de Janeiro Janeiro e vendidos como um produto a mais em açougue em Santa Catarina. Em Fortaleza, ossos de carne de primeira e de segunda também foram incluídos na lista de itens de alguns açougues, quando antes eram doados. Duas casas adiante, Deojem Emanuel Gomes da Silva, 57, conta não ter nada na geladeira. O alimento disponível na cozinha é meio quilo de feijão espalhado numa caixa. A renda "é menor que o gás". O botijão custa R$ 110. "Tudo subiu com a pandemia", diz com tom de lamento. No almoço, comeu o feijão puro. Ele conta que não é possível recorrer nem aos pequenos répteis, animais que por décadas fizeram parte da dieta dos mais pobres afligidos pela seca no Nordeste. "A mistura, às vezes, é ovo. Às vezes, não tem. Nem calango, nem lagarto tijuaçu tem mais aqui. Eles migram atrás de água." Há quem diga que os que ficam "são pequenos como lagartixas". No assentamento onde vive, parte das famílias está "no extremo do extremo", diz a presidente da associação de moradores, Áurea da Silva, 60. "Não têm nem o Bolsa Família e a renda é a agricultura, porém esse ano não teve nada, não teve chuva". Cestas básicas da igreja são o que ajuda a salvar. O desemprego acentuado com a pandemia e a queda no poder de compra em 2021 agravaram a insegurança alimentar e a fome. Mais da metade (52%) dos municípios potiguares estão em "seca grave". A área com esse diagnóstico aumentou, segundo a Ana (Agência Nacional de Águas), e o estado é, no Nordeste, o mais afetado pela estiagem. O governo lançou em outubro um plano estadual de convivência com o semiárido. Paralelo a isso, a Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social calcula que 370 mil famílias estejam na extrema pobreza, o maior patamar em uma década. O número de famílias em situação de pobreza também subiu e, frisa a secretaria, aumentou o número de pessoas que sofrem com a fome. São mais de 1 milhão de pessoas, quase 38% da população, na pobreza e na extrema pobreza. "Evidentemente a seca agrava o quadro", diz a titular da pasta, Iris Oliveira. "Mas tem vários fatores, como a fila de espera no Bolsa Família —várias famílias, desde 2019, 2020, aguardam para entrar no programa e isso dificulta o direito à renda". A eliminação de postos de trabalho na pandemia e o encarecimento da cesta básica pioram o cenário. "Vários municípios e comunidades tradicionais [quilombolas, indígenas] do estado estão com o mesmo problema da fome. O cenário é de privação de um direito humano essencial para a sobrevivência: o Direito Humano à Alimentação Adequada", diz a professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisadora na área de segurança alimentar e integrante do Conselho de Segurança Alimentar do estado, Nila Pequeno. "Essa aquisição de alimentos, da quantidade à qualidade nutricional inadequada, é socialmente inaceitável e rompe padrões de alimentação naturalmente estabelecidos", afirma a professora, se referindo à busca de alternativas como "pássaros, lagartos e pebas, incomuns para a maior parte da população brasileira, mas há muito retratados nos episódios de seca e fome no sertão nordestino". O Brasil, observa, saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, mas regride. "O cenário piora desde 2016 com o esvaziamento e desmonte de políticas públicas." Em um supermercado local, a crise é retratada pelo aumento na venda de salsicha, mortadela e ovos, mais baratos que a carne, e também pela crescente busca por carcaça de frango. Um funcionário, que pediu para não ser identificado, contou que muitos até brigam pelo "ossinho de sopa", que custa R$ 6 o quilo. A procura por xaxado ou pelanca, a gordura da carne de primeira, também subiu. A loja oferece de graça. A maioria pede alegando ser para o cachorro, mas fica claro que são as pessoas que vão comer essas partes, diz o funcionário. José Vicente, 46, é um dos clientes que busca alternativas. Safra para subsistência da família, ele conta, está zerada e depende de sacolões doados. Desempregado, ele aponta o botijão de gás vazio. Fogo, só à lenha. Francisco Horácio, 60, lamenta ainda a perda de seus animais. "Peço a Deus que melhore porque, se não melhorar, ninguém resiste", diz ele, se referindo à esperança de chuva, em meio à vegetação seca, onde 3 das 11 cabeças de gado que perdeu estão estendidas. O cheiro de uma delas, morta poucos dias antes, se espalha pelo ar, e a decomposição do bicho faz da carne um prato apenas para insetos, e outros animais. A família espera conseguir comprador para cinco animais que ainda resistem e levantar algum recurso para o sustento. Hoje, dependem de doações de parentes para comer. Sheila Silva, 37, e o marido, Carlos, contam que também travam lutas diárias para garantir comida. "Passo uma situação difícil", diz em prantos. "Já cheguei a pensar ‘meu Deus, o que vou fazer para janta’, ter só arroz em casa e a enganar meus filhos com qualquer coisa: açúcar com farinha, ou só farinha mesmo." Folhapress

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12ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária acontece entre os dias 15 e 19

07 de dezembro de 2021, 09:06

A Feira contará com espaços inéditos como licuriteria (produtos derivados do licuri), umbuteria (produtos derivados do umbu), cajuteria (produtos derivados do caju), cachaçaria e outros (Foto: Ascom/SDR)

(Da Assessoria) - A 12ª edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que acontecerá no período de 15 a 19 de dezembro, no Parque Costa Azul, em Salvador, está ainda mais especial. Além do novo local, a Feira aumenta as possibilidades de os visitantes conhecerem toda a variedade de produtos da agricultura familiar baiana. Durante cinco dias, quem visitar a Feira poderá degustar e adquirir os melhores produtos saudáveis e inovadores, produzidos por famílias de agricultores de todas as regiões do Estado. Terá pasta de castanha de caju, doce de buriti, cervejas de cacau, licuri, umbu e maracujá da Caatinga, umbuzada, iogurtes de umbu, café e licuri, espetinho de bode, doces, geleias, derivados de mandioca, óleo de licuri, chocolates de origem, mel com pedaços de favo, flocão de milho não transgênico e muito mais. A Feira contará com espaços inéditos como licuriteria (produtos derivados do licuri), umbuteria (produtos derivados do umbu), cajuteria (produtos derivados do caju), cachaçaria, cafeteria, chocolateria e sorveteria, com picolés produzidos com frutas do Cerrado, a exemplo de pequi e cagaita. Na 12ª Feira o público poderá conhecer e adquirir os produtos das tendas Indígena, Quilombola e de Artesanatos da Bahia. Haverá também a Vila Gastronômica, que servirá comidas rápidas e petiscos, utilizando ingredientes da agricultura familiar. Outras atrações são a área para lazer infantil; o espaço para adoção de animais; a Cozinha Show com chefs de cozinha renomados como Lili Almeida, Fabrício Lemos, Solange Borges e Matheus Almeida, e, ainda, uma programação cultural, com muita diversidade de ritmos para todos os gostos. O Parque Costa Azul está localizado em uma área central de Salvador, ao ar livre e próximo à praia. A estrutura conta com 300 vagas de estacionamento, área verde e arejada. A Feira seguirá os protocolos de segurança, respeitando sempre os cuidados com a saúde dos expositores e visitantes. Vendas Delivery A comercialização também acontecerá por meio de sistema delivery no portal   mercaf.com.br, o mercado virtual da agricultura familiar, que será lançado durante a feira. Nesta opção, o consumidor de Salvador e Região e Metropolitana receberá os produtos no conforto de sua casa, com entrega gratuita. Serviço O quê: 12ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária Onde: Parque Costa Azul, em Salvador Data: 15 a 19 de dezembro Horário: das 16h às 22h (Quarta à Sexta) e de 10h às 22h (Fim de Semana) Entrada gratuita. É só chegar! Ascom SDR

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Casal tem mais de 400 árvores de Natal em casa (e não há duas iguais)

07 de dezembro de 2021, 08:53

Árvores contam mais de 10 mil efeitos e 300 luzes decorativas (Foto: Reprodução)

Dez mil bolas de Natal, 300 fios de luzes e mais de 400 árvores. Há dez anos que é assim na casa de Thomas e Susanne Jeromin, onde não há duas árvores natalinas iguais. O casal alemão começa a preparar as decorações com meses de antecedência, de modo a que esteja tudo pronto no primeiro dia do advento. Ao todo, são 444 árvores decoradas, o que lhes vale o recorde mundial do maior número de árvores de Natal numa casa só. Uma tradição que esta família quer continuar a manter no futuro.

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Juros do consignado do INSS vão subir para 2,14%

06 de dezembro de 2021, 15:19

A nova taxa será de 2,14% para o empréstimo pessoal consignado e de 3,06% para o cartão de crédito (Foto: Reprodução)

Os juros do crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Instituto Nacional do Seguro Social) vão subir a partir de janeiro de 2022. A nova taxa será de 2,14% para o empréstimo pessoal consignado e de 3,06% para o cartão de crédito. Atualmente, os juros são de 1,80% e de 2,7%, respectivamente. A alta de 18,9% no empréstimo e de 13,3% na taxa do cartão de crédito foi um pedido dos bancos, após queda nos juros durante a pandemia e um período longo de "congelamento". Desde março de 2020, quando a pandemia de Covid chegou ao país, a taxas do consignado caíram e permanecem no mesmo patamar. O aumento dos juros deste tipo de crédito foi um pedido dos bancos. Na ocasião, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) justificou que a alta era necessária após elevação de custo para as instituições captarem recursos para o consignado e queda na concessão desta modalidade de empréstimo. Os novos juros foram autorizados pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) após reunião na manhã desta segunda-feira (6). O reajuste foi atrelado a políticas de educação financeira para os aposentados e pensionistas do INSS, que deverão ser custeadas pelas instituições bancárias, mas cujos pontos principais serão debatidos e definidos pelo conselho. O consignado do INSS é controlado pelo CNPS e tem regras próprias. Atualmente, segundo o INSS, 37,8 milhões de empréstimos do tipo ativos no país. Dentre as regras controladas estão os juros máximos decididos pelo conselho, além da quantidade meses para pagar e do limite que pode ser emprestado pelo aposentado. Até o final de 2021, esse limite de empréstimo está em 40% do benefício: são 35% para o empréstimo e 5% para o cartão de crédito. A partir 2022, as regras devem voltar ao que valiam antes da pandemia e o aposentado ou pensionista poderá comprometer até 35% de sua renda mensal com essas dívidas: 30% para o empréstimo e 5% para o cartão de crédito consignado. Até dezembro de 2021, o número máximo de parcelas mensais para pagar a dívida segue ampliado de 72 para 84 meses (de seis para sete anos de pagamento). A partir de 2022, voltam a ser de 72 meses. Neste ano, desde março, o Banco Central voltou a subir a taxa de juros Selic, o que reflete nos juros cobrados de empresas e pessoas físicas. Nesta quarta (8), a previsão é que haja aumento de 1,5 ponto percentual na Selic, fazendo com que os juros básicos passem de 7,75% para 9,25%. A Febraban informou, em nota do dia 19 de novembro, que os custos para captação pressionam as instituições de forma tamanha, que podem atrapalhar a oferta do crédito aos aposentados. "Os bancos entendem ser importante evitar que o custo de captação e das despesas inviabilizem a concessão de benefícios a uma parcela significativa destes aposentados e pensionistas, particularmente neste período de final e início de ano", afirma o texto. "Manter as taxas atuais de juros do consignado, diante da piora considerável desses custos -com a inflação superior a 10%, atual nível da Selic e com tendência de alta, e, ainda, com o DI 5 anos em quase 13%- pressiona fortemente os custos para ofertar o produto e impacta diretamente na capacidade dos bancos para concessão dessa importante linha", diz ainda a federação. Segundo pesquisa da instituição, o consignado é usado principalmente para aposentados e pensionistas pagarem dívidas e despesas essenciais. Com base em dados fornecidos pelo Banco Central, a Febraban afirma que a concessão desse tipo de empréstimo caiu de R$ 9,37 bilhões em abril para R$ 7,18 bilhões em outubro. "Sem crédito consignado, os aposentados são obrigados a recorrer a linhas de crédito mais caras, inclusive com risco de procurar agiotas", afirma. PRINCIPAIS USOS DO CONSIGNADO Pesquisa da Febraban sobre a destinação do empréstimo obtido por aposentados e pensionistas do INSS (dados do primeiro semestre de 2020): Pagar dívidas: 65% Pagar remédios e/ou exames : 21% Reformar imóvel: 19% Pagar contas do dia a dia: 17% Comprar alimentos: 12% MARGEM MAIOR PARA O CONSIGNADO Em março de 2021, o governo autorizou aumento da margem do consignado para 40% para beneficiários do INSS e servidores públicos até o final deste ano Em janeiro de 2022, as medidas especiais aplicadas no consignado do INSS perdem a validade e voltam a valer as regras antigas. A ampliação já havia sido adotada em 2020 para tentar diminuir os impactos econômicos gerados pela pandemia de Covid-19 CONSULTE SEU EXTRATO O segurado pode consultar pelo Meu INSS os empréstimos vinculados ao seu benefício Acesse o Meu INSS com o login Clique na opção "Extrato de empréstimo" Se recebe mais de um benefício previdenciário, consulte um por vez A tela vai mostrar as informações do benefício e a margem consignável Se preferir imprimir, clique em "Baixar PDF"Fique de olho Descontos de empréstimos e outros débitos só podem ser feitos na aposentadoria se autorizados pelo beneficiário O aposentado vítima de assédio ou abuso de financeiras pode pedir a devolução dos valores descontados. Folhapress

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Não vacinados respondem a 79,7% dos óbitos por Covid-19

06 de dezembro de 2021, 10:40

Quantidade de óbitos e hospitalizações entre os não vacinados é muito maior que entre os totalmente imunizados (Foto: Reprodução)

Um levantamento feito pelo Info Tracker, plataforma da USP e da Unesp que coleta dados sobre a pandemia de Covid-19, a pedido do UOL indica que 79,7% das pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil não estavam vacinadas. A partir do início da vacinação em março as mortes pela doença caíram 94%. O público de pessoas totalmente vacinadas (duas doses ou dose única) registrou 10,7% das mortes desde março deste ano. Entre os parcialmente imunizados foram 9,7% de óbitos. O número de óbitos registrados no último mês de outubro entre os vacinados superou pela primeira vez os não vacinados: 3.293 contra 2 mil. No entanto, de acordo com Wallace Casaca, professor da Unesp, esse fenômeno ocorreu apenas devido à proporção de pessoas que foram vacinadas no Brasil, que é bem maior que os não vacinados. As hospitalizações por Covid seguem proporções parecidas: 81,7% não haviam sido vacinados, enquanto apenas 9,6% estavam totalmente imunizados, número que cai para 8,7% entre os parcialmente imunizados.

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Contra o mau colesterol, beba este poderoso suco caseiro

06 de dezembro de 2021, 09:55

Tome nota da receita, bastante fácil de concretizar (Foto: Reprodução)

Se é fã de acerola, vai ficar feliz por saber que o seu suco é uma poderosa ajuda para combater o colesterol elevado, um perigoso fator para o aparecimento de doenças coronárias. Tome nota desta receita caseira, bastante fácil de colocar em prática. O suco deve ser ingerido até duas vezes por dia após o almoço e o jantar. Ingredientes:3 dentes de alho100 g de polpa de acerola½ abacate2 copos de água Modo de preparação:1- Junte todos os ingredientes no liquidificador e bata até obter uma mistura homogênea.

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Técnico sofre infarto e morre após ver time empatar no último lance

03 de dezembro de 2021, 15:16

A situação aconteceu em um fim de jogo emocionante, em que os comandados de Al-Selehdar empataram aos 48 minutos do segundo tempo (Foto: Reprodução)

O treinador Adham Al-Selehdar, do Al-Majd Al-Iskandari, que disputa a segunda divisão do Egito, sofreu um infarto durante a partida de sua equipe contra o Al-Zarqa e morreu antes de chegar ao hospital, nesta quinta-feira (2). A situação aconteceu em um fim de jogo emocionante, em que os comandados de Al-Selehdar empataram o jogo em 1 a 1 aos 48 minutos do segundo tempo. O técnico foi socorrido ainda dentro de campo, mas, de acordo com a diretoria do clube egípcio, morreu antes mesmo de chegar ao hospital. Antes de ser treinador no atual clube, Al-Selehdar havia trabalhado na comissão técnica do Ismaily SC, clube da primeira divisão. Lá, ele chegou a ser treinador interino da equipe principal. Pelo Ismaily, Al-Selehdar fez parte das conquistas do Campeonato Egípcio em 1990 e a Copa do Egito, em 1997. O clube fez questão de homenagear o treinador em suas redes sociais. "Rezamos ao Todo-Poderoso que abençoe o falecido com sua misericórdia e traga a sua família paciência e consolo", disse, em nota.

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Homem contrário à vacina tenta receber dose contra Covid-19 em braço falso

03 de dezembro de 2021, 14:12

O episódio bizarro aconteceu uma semana após a Itália adotar medidas mais duras para pessoas não vacinadas (Foto: Reprodução)

Um homem italiano apareceu em um centro de vacinação usando um braço de silicone falso, na esperança de enganar uma enfermeira para que lhe fosse aplicada a dose para obter o certificado de saúde da Covid-19, disseram as autoridades locais nesta sexta-feira. O homem, que tem cerca de 50 anos, foi denunciado à polícia da cidade de Biella, no norte do país, disse o governador regional Alberto Cirio, acrescentando que o silicone da prótese no braço parecia "muito semelhante" à pele real. "(Porém) a cor e o toque levantaram a desconfiança da profissional de saúde, que pediu que mostrasse o braço inteiro", disse Cirio. "O incidente seria quase ridículo, não fosse o fato de estarmos falando de um ato extremamente sério", disse Cirio em uma publicação no Facebook. A agência de notícias Ansa informou que o homem, que não foi identificado, trabalhava na área da saúde e havia sido suspenso do trabalho por se recusar a se vacinar contra a Covid-19. A dose é obrigatória a todos os profissionais da saúde na Itália. Reuters

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