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Papa Francisco compara políticos que atacam homossexuais e judeus a Hitler

16 de novembro de 2019, 09:08

Foto: Filippo Monteforte/AFP

O Papa Francisco comparou nesta sexta-feira, 15, políticos e líderes de governo que atacam homossexuais, ciganos e judeus a Adolf Hitler. Sem citar nomes ou países, o pontífice alertou advogados e participantes de uma conferência sobre lei criminal no Vaticano que discursos de ódio e perseguição contra esses grupos estão se tornando mais frequentes.

“Não é uma coincidência que, por vezes, ressurjam símbolos típicos do nazismo. Devo confessar a vocês que quando escuto um discurso de alguém responsável por uma ordem ou governo [contra homossexuais, judeus e ciganos], lembro dos discursos de Hitler em 1934 e 1936″, afirmou Francisco.

Durante o regime da Alemanha Nazista, que vigorou entre 1933 e 1945, milhões de judeus, homossexuais e ciganos morreram ou foram deportados para campos de extermínio.

 

Nas últimas semanas, o pontífice fez outras críticas ao que considera um ressurgimento de movimentos ultraconservadores e antissemitas na Europa. Na quarta-feira, durante sua audiência geral no Vaticano, Francisco voltou a citar suas preocupações com o retorno da perseguição contra o povo judeu, sem mencionar nomes.

Pecado ecológico

Nesta sexta, o papa afirmou que a Igreja Católica está pensando na introdução o “pecado ecológico” no catecismo, já que todas as ações contra o meio-ambiente também são contra a “casa comum” da humanidade.

“Um sentido elementar de justiça implicaria que certos comportamentos, pelos quais as empresas são geralmente responsáveis, não ficariam impunes. Em particular, todos aqueles que podem ser considerados como ‘ecocídio’”, afirmou o pontífice, durante o 20º Congresso Internacional da Associação de Direito Penal, em Roma.

“Estamos pensando em introduzir no catecismo da Igreja Católica o pecado ecológico, o pecado contra o habitat em comum”, completou.

Sobre o que chamou de “ecocídio”, disse que podem ser classificadas assim as ações como a poluição massiva do ar, a dos recursos de terra e água, a destruição em larga escala da flora e da fauna, qualquer uma que possa provocar um desastre ecológico.

Na opinião de Francisco, se tratam de “crimes contra a paz”, que deveriam ser reconhecidos assim pela comunidade internacional.

(Com EFE e Reuters)

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Procon-SP notifica a GM, que convoca recall do Chevrolet Onix Plus

15 de novembro de 2019, 09:11

Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press

O Procon de São Paulo, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, notificou a General Motors a informar, além da descrição do defeito e potenciais riscos que oferece aos consumidores, quando e como foi detectado o problema no novo Chevrolet Onix Plus. Uma unidade do modelo pegou fogo no pátio da fábrica de Gravataí (RS) e outra na cidade de Mirador, no Maranhão. A GM informou que são casos distintos, mas comunicou que a campanha de recall será iniciada no dia 18, para que os proprietários do modelo levem seus carros às concessionárias da marca para fazer a atualização do módulo de controle do motor gratuitamente.

Em sua notificação, o Procon-SP exigiu ainda que a GM revele quais são os procedimentos adotados para reparar o defeito; se há registros de acidente, com a respectiva informação da data e local, das vítimas, dos danos, das providências tomadas e se há processo judicial decorrente de eventual acidente. O órgão orienta os consumidores sobre seus direitos no que diz respeito ao recall, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os possíveis riscos.

O proprietário do sedã no Maranhão só teve tempo de retirar os pertences de dentro do carro e ver o fogo destruí-lo

São 19.050 unidades do Chevrolet Onix Plus modelo 2020 envolvidas no chamado, com número dos chassis de LG100091 a LG139164, e data inicial e final de fabricação de 29/4/2019 a 6/11/2019. De acordo com o Procon-SP, “a GM deverá ainda informar quais alternativas serão disponibilizadas aos consumidores que compraram o veículo e ainda não o receberam e se as revendas da marca Chevrolet continuam vendendo o modelo antes do reparo”. A empresa tem sete dias para responder.

RELEMBRANDO No primeiro caso, uma unidade do novo Chevrolet Onix Plus pegou fogo quando manobrava no pátio da fábrica da GM em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Ninguém ficou ferido. Alguns dias depois, outro Onix Plus foi totalmente destruído pelo fogo na cidade de Mirador, no Maranhão, sendo que o incêndio se iniciou no motor do carro. Lá também não houve feridos.

A GM informou que são casos totalmente distintos e que as causas dos incêndios são diferentes. De acordo com a montadora, no caso ocorrido em Gravataí, o fogo começou dentro do carro, provavelmente por um problema no sistema elétrico. Vale lembrar que proprietários do modelo já foram convocados para uma inspeção no chicote do painel de instrumentos.

As chamas tiveram início no compartimento do motor e destruíram o carro rapidamente

Em relação ao carro destruído pelo fogo no Maranhão, a GM informou que “foi identificado um defeito na calibração do módulo de controle do motor dos veículos, que pode fazer com que ocorra um aumento de pressão e temperatura na câmara de combustão, causando danos no pistão. Tal condição pode levar à quebra do bloco do motor. E, caso ocorra vazamento de óleo no compartimento do motor e contato com partes quentes, há possibilidade de incêndio com risco de lesões físicas graves e fatais aos ocupantes e terceiros”.

Os proprietários dos veículos envolvidos deverão agendar junto a uma concessionária da marca, a partir do dia 18, a atualização da calibração do módulo de controle do motor. Para mais informações, a empresa disponibiliza o telefone 0800 702 4200 e o site www.chevrolet.com.br/servicos/recall. Para localizar a concessionária, a empresa sugere consultar o site www.chevrolet.com.br/localizar-concessionária.

O Procon-SP informa ainda que os consumidores que sofreram algum tipo de acidente, pela manipulação do produto, poderão solicitar, por meio do Judiciário, a reparação dos danos eventualmente sofridos. O Procon-SP mantém, desde 2002, um banco de dados com informações sobre todas as campanhas de recalls realizadas no Brasil: sistemas.procon.sp.gov.br/recall/.

O lançamento do Onix hatch fica comprometido com o problema registrado no motor

As vendas do Chevrolet Onix Plus continuam suspensas até que a GM emita um laudo definitivo sobre o problema ocorrido. Além de prejudicar as vendas do sedã, o fato deve adiar o lançamento do Onix hatch, que estava previsto para a segunda quinzena do mês. O compacto tem o mesmo motor e também deve ter herdado o problema. 

 

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Herdeiro de d. Pedro II busca princesa para manter a dinastia brasileira

15 de novembro de 2019, 08:34

Foto: Rose Brasil/Especial para o CB

Monarquia terminou no país há 130 anos, mas os descendentes de d. Pedro II seguem cumprindo os costumes da alta nobreza europeia. Trineto da princesa Isabel, d. Rafael Antonio Maria José Francisco Gabriel Gonzaga de Orleans e Bragança, de 32 anos, busca uma princesa para se casar e, assim, seguir na linha sucessória da família imperial brasileira.

“A tradição pede que seja um casamento dinasta (entre membros de dinastias e que tenham o mesmo status)”, afirma d. Rafael, que detém o título de príncipe de Orleans e Bragança. Seus pais, avós e bisavós eram todos príncipes e princesas. Ele está em 4.º lugar na linha sucessória e, considerando apenas os parentes de sua geração, ele é o primeiro da fila. D. Rafael se tornou o primeiro em 2009, após o irmão mais velho, Pedro Luiz, morrer no acidente do voo 447 da Air France, que ia do Rio para Paris e caiu no Oceano Atlântico. 

Dos 11 tios e tias de Rafael, cinco renunciaram às suas posições na ordem sucessória a menos de 30 dias das respectivas uniões com pessoas que, embora fossem membros da aristocracia brasileira ou estrangeira, não pertenciam a famílias reais. “As pessoas têm afinidade natural quando compartilham os mesmos valores, então o que eu espero é encontrar uma pessoa que me complete e me faça feliz”, diz Rafael, ao falar da escolha que tem de fazer. “Se acontecer, ótimo.” Rafael mora em Londres em função do trabalho como engenheiro de produção da Ambev. 

O casamento com membros da nobreza de posição inferior é o motivo pelo qual a família imperial se divide hoje entre dois ramos – o de Petrópolis e o de Vassouras. Já na República, em 1908, o primeiro filho da princesa Isabel, d. Pedro de Alcântara (1875-1940), escolheu se casar com a condessa checa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz, de posição social inferior. A decisão do então herdeiro da Casa Imperial, tomada à revelia da mãe, o forçou a renunciar. E a linhagem de seu irmão, d. Luiz (1878-1920), passou à frente da sua – reviravolta que gera, até hoje, contestação de alguns de seus descendentes diretos.

Os filhos de Pedro de Alcântara formam o ramo de Petrópolis, onde ficava a casa de verão de D. Pedro II, e os descendentes de Luiz – Rafael incluído – formam o de Vassouras, onde esse braço da família se instalou alguns anos após voltar ao Brasil do exílio. Os direitos dinásticos desse segundo ramo são reconhecidos pela maior parte de monarquistas brasileiros e pelas casas reais estrangeiras. Por isso, é dele que vem o atual chefe da Casa Imperial do Brasil, d. Luiz Gastão, 81 anos.

TFP

No entanto, sua filiação ao grupo católico ultraconservador Tradição, Família e Propriedade (TFP), que se identifica com ideais da direita no campo político, acirrou os ânimos de primos do ramo de Petrópolis. Eles o acusam de romper a tradição pela qual um monarca nunca deve mostrar preferência política ou ideológica. Se o Brasil fosse uma Monarquia, ele seria o imperador. 

Na linha de sucessão, o primeiro depois de Luiz Gastão é seu irmão d. Bertrand que, como ele, também é celibatário e defensor da família tradicional. Ele é responsável pela campanha Paz no Campo, do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, continuador da TFP. “Todas as campanhas do instituto se resumem a três pontos: a defesa da tradição e dos valores culturais e históricos da Nação, a defesa da família tradicional, pois sem ela a sociedade se desfaz, e a defesa da propriedade.” Rafael defende o apartidarismo como uma das grandes forças da Monarquia. “Por ser imparcial, o monarca garante harmonia e uma estabilidade muito maior no País. Vira chefe de Estado, vira referência, tem o poder de ser conciliador, ser um ponto de equilíbrio e manter a unidade.”

Apesar de não poder manifestar sua preferência sobre candidaturas ou disputas partidárias, o príncipe não se furta a responder o que acha do governo de Jair Bolsonaro: “Ele se cercou de uma equipe de ministros técnica e muito capacitada e que está trabalhando para fazer o País melhor”. O problema, segundo d. Rafael, é que todas as propostas dependem da governabilidade. 

Foi justamente a política partidária que deu notoriedade ao empresário e cientista político d. Luiz Philippe de Orleans e Bragança, de 50 anos, quando ele foi cotado para ser o candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Eleito deputado federal, tornou-se o primeiro membro da família real brasileira a ocupar um cargo político na República. Atualmente, Luiz Philippe está entre os membros da bancada do PSL que mostraram descontentamento com o presidente do partido, Luciano Bivar.

Na linha de sucessão, Rafael é seguido pela sua irmã caçula, Maria Gabriela, de 30, pela tia, d. Eleonora, de 66, e pelos filhos desta com o príncipe Michel de Ligne. As gerações mais recentes da família Orleans e Bragança contam ainda com uma princesa com síndrome de Down: a escritora de livros infantis d ª Maria Cristina, de 30, do ramo de Petrópolis. Filha de d. João Henrique – o príncipe Joãozinho, famoso por incentivar agenda cultural de Paraty, sobretudo durante a Flip – com a arquiteta Stella Cristina Lutterbach, ela foi responsável por fazer com que os pais se tornaram ativistas de inclusão social. Entre os descendentes mais famosos da princesa Isabel está ainda a prima de 2.º grau de Maria Cristina, d. Paola, de 36, que fez carreira de modelo e foi apresentadora de TV.

Taxa

Apesar de a linha sucessória correr no ramo de Vassouras, só membros do ramo de Petrópolis recebem dinheiro oriundo de uma taxa chamada laudêmio. Ela é cobrada da venda de imóveis no centro de Petrópolis, no Rio. O valor de 2,5% sobre o preço de mercado é pago à vista para a Companhia Imobiliária de Petrópolis, entidade administrada por descendentes de d. Pedro II. O imperador, que possuía terras no centro de Petrópolis, em vez de vendê-las, optou por um tipo de arrendamento perpétuo, que gera o pagamento do laudêmio. O Código Civil brasileiro proíbe novos arrendamentos do tipo, mas manteve os que já existiam, incluindo o que beneficia alguns membros da família imperial. 

Atualmente, d. Pedro Carlos – neto de Pedro Alcântara – preside a Companhia Imobiliária de Petrópolis. Em 2014, um representante dos herdeiros disse à BBC Brasil que as receitas do laudêmio totalizaram, em 2013, R$ 4 milhões – valor dividido entre cerca de dez integrantes da família real.

Diferentemente do que acontece em Petrópolis, onde a propriedade de d. Pedro II sobre as terras foi reconhecida, o Palácio Guanabara, no Rio, é motivo de briga judicial até hoje. Em dezembro do ano passado, a quarta turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu não indenizar os Orleans e Bragança pela incorporação do antigo Palácio Isabel – atual sede do governo do Rio – ao patrimônio nacional. 

A decisão do STJ – passível de recurso no Supremo Tribunal Federal – frustrou 34 bisnetos da princesa Isabel, que esperam receber uma indenização de ao menos R$ 60 milhões. Na compra do terreno onde o palácio acabou sendo erguido, foram empregados tanto recursos pessoais do Conde d’Eu, marido de Isabel, quando verba do Estado brasileiro. A nação se comprometeu, no pacto pré-nupcial da princesa com o conde, a fornecer trezentos contos de réis para a aquisição de residência.

Trata-se do processo judicial mais antigo do País: até o veredito do STJ, foram 123 anos de espera. 

‘The Crown’

Perguntado se foi educado de maneira diferente por pertencer à linha de sucessão, d. Rafael garante que seus estudos não foram diferentes “de qualquer outro brasileiro”. “Afinal, a gente estudou trabalhou, trabalha, paga imposto, paga aluguel, paga a conta, como qualquer outro”, argumentou.

Admite, porém, que sua família lida com “uma certa tensão” em função dos nomes. “Eles carregam muita história de um período que foi super importante para o País. Eu tenho muito orgulho disso. Então, a gente foi criado sim para ser um exemplo porque esse papel continua para muitos pessoas”, concluiu.

Sobre a série da Netflix The Crown, que conta a história abnegada da Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, Rafael disse que começou a ver o programa, embora não tenha assistido a todos os episódios disponíveis.

“Acho que tem alguns aprendizados, (a série) entende que é um sacrifício o que o monarca tem”, afirmou, citando pontos da história em que a rainha teve que colocar interesses de Estado à frente dos de sua família. “Então a vida do monarca é muito dedicada à nação. O próprio d. Pedro II falava que, se ele pudesse, ele seria outra pessoa”.

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‘Doutor é quem tem doutorado’: os médicos e advogados que preferem não ser chamados de doutores

15 de novembro de 2019, 07:47

Foto: Arquivo pessoal

Melania Amorim é ginecologista e obstetra. Um fato que faz parte da rotina da profissão a incomoda: o termo doutora, utilizado pelos pacientes que são atendidos por ela em um hospital público de Campina Grande (PB).

“Doutor é quem tem doutorado”, diz ela — que tem doutorado —, à BBC News Brasil. Ela explica: “Ainda assim, é um título que deve ser usado somente no ambiente acadêmico”.

Para ela, a palavra doutor carrega uma hierarquia que afasta médico e paciente. “Parece que o médico é sempre o detentor do saber, o todo poderoso, enquanto o paciente não sabe nada e vai se submeter passivamente àquelas orientações. Penso que isso não se admite mais na atualidade, em que a gente acredita em uma medicina baseada na humanização do cuidado”, declara.

Logo no início das consultas, ela costuma explicar brevemente aos pacientes que não precisa ser chamada de doutora e pede que a chamem somente de Melania. “Os pacientes ficam meio atônitos quando toco nesse assunto e nem sempre entendem. Por isso, a gente tem que explicar com muito carinho e cuidado.”

Nem sempre o pedido da profissional é atendido, pois, segundo ela, a tradição de utilizar o termo para denominar os médicos faz com que muitos pacientes não consigam.

“Eu não vou fazer uma confusão enorme com os pacientes, porque eles já vêm de determinada cultura, com determinados saberes populares. Se a pessoa continuar chamando de doutor, tudo bem. De todo modo, é importante fazer a defesa do fim do uso do doutor e explicar sobre o assunto para tentar construir uma nova cultura”, declara a médica.

Ela conta que poucos médicos pedem para não ser chamados de doutores. “Eu diria que a minoria aderiu a isso, porque a maioria não participa dessa discussão, apesar de ser um tema meio antigo”, afirma.

Melania admite que é um assunto polêmico e discutir sobre ele é arrumar problemas dentro da própria classe médica. Mas ela acredita que o número de profissionais que queiram deixar de ser “doutores” para os pacientes pode aumentar com o passar dos anos.

Outra área na qual é comum que os profissionais sejam chamados de doutores, mesmo sem doutorado, é o Direito. No segmento, também há profissionais que pedem para não ser chamados dessa forma, como a promotora de Justiça Maísa Oliveira, que atua na Defesa da Cidadania de Olinda (PE).

A promotora de Justiça Maísa Oliveira, que atua na Defesa da Cidadania de Olinda (PE): ‘Acho que o respeito pode ser expressado de outras formas, sem a utilização desse termo’

Maísa, cuja área de atuação tem contato direto com a população na busca por melhorias na prestação de serviços, afirma que tem uma relação conflitante com o fato de ser chamada de doutora. “Não sou doutora, porque não fiz doutorado. Mesmo que tivesse feito, não faria questão de ser chamada assim. Acho que o respeito pode ser expressado de outras formas, sem a utilização desse termo”, diz.

No Brasil, em áreas como a Saúde e o Direito, outros diversos profissionais também são chamados de doutores — alguns, por preferência, até ostentam o título em cartões de visita ou nas redes sociais — e outros por hábito da população.

O tema desperta discussões. Especialistas afirmam que devido à tradição, não é errado chamar médicos e advogados de doutores. Porém, frisam que não pode haver imposição para o uso do termo, pois na legislação brasileira não há nenhuma norma que determine que qualquer profissional sem título de doutorado seja chamado de doutor.

Um dos principais argumentos para que os advogados sejam chamados de doutores é uma lei promulgada no Brasil há quase 200 anos. Porém, estudiosos questionam a validade desse decreto (entenda abaixo).

Principais entidades relacionadas a advogados e a médicos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) não possuem posicionamento oficial sobre o tema polêmico.

A origem do termo

O título de doutor foi formalizado por meio das primeiras universidades criadas no mundo, no fim do século XI, na Europa. Na época, o termo era relacionado a doutores em Teologia ou Filosofia, que eram os professores que, após estudos, eram considerados aptos a ensinar.

“Mais tarde, a Universidade de Bolonha (Itália), passa a formar também estudiosos do Direito Romano, que eram os legistas e recebiam o título de Doutor em Leis, que também passaram a ser professores. Eles ainda se tornaram funcionários nas cortes europeias para estudar e redigir leis e outros documentos importantes”, explica a professora de História e pesquisadora Tania Bessone, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

A partir de então, o título de doutor passou a se popularizar em todo o mundo. No Brasil, se tornou muito comum por meio das primeiras escolas de Medicina, no início do século XIX. “Na época, os médicos defendiam uma tese ao fim do curso e recebiam o título de doutor. Esse hábito de chamar de doutor surgiu nesse período, inspirado nos modelos de faculdades de outros países”, comenta Melania.

Assim como no Brasil, o costume de chamar médicos de doutores permanece em outros países. Porém, Melania afirma que é importante frisar que há distinções nas formações acadêmicas. “Nos Estados Unidos, por exemplo, há um sistema diferente. Os estudantes fazem o college (iniciação ao ensino superior) antes do curso de Medicina. O médico, quando se forma, recebe o Medical Doctor (MD), que é um grau”, explica.

Já em relação aos advogados, Otávio Luiz Rodrigues, professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), afirma que é incomum que as pessoas usem termos equivalentes ao doutor em outros países para identificar tais profissionais. “Eles são chamados de conselheiros, licenciados (que seria algo como bacharel em português) ou diretamente de advogados”, detalha.

O decreto de Dom Pedro 1º

No centro da discussão de advogados brasileiros que afirmam que devem ser chamados de doutores está um decreto assinado por Dom Pedro 1º em 1827. No documento, o então imperador definiu que aqueles que concluíssem os cursos de ciências jurídicas ou sociais no Brasil poderiam ser considerados doutores. Assim, o uso do termo doutor se tornou cada vez mais popular.

A queda do império, as mudanças na legislação do país e todas as alterações no Brasil desde 1827 não são considerados argumentos válidos para muitos que defendem que advogados ainda são, oficialmente, doutores. Isso porque justificam que o decreto de Dom Pedro 1º nunca foi revogado.

Segundo Otávio Rodrigues, no entanto, o decreto não tem validade atualmente. “Não houve revogação expressa do decreto. Mas pelas legislações posteriores, que trataram de títulos acadêmicos, o título de doutor passou a ser concedido somente a pessoas que possuem doutorado.”

“Eles não possuem prerrogativa para serem chamados assim. É apenas uma questão de tradição, de um costume linguístico que não foi abandonado”, declara o professor de Direito.

O tema é polêmico até mesmo entre as instituições que representam as categorias. A OAB afirma que não há posicionamento do Conselho Federal da entidade sobre o tema.

Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) justifica que o “tratamento doutor com relação ao médico resulta de uma tradição cultural”. A entidade afirma que a decisão de chamar um médico de doutor depende do tipo de relação estabelecida entre o profissional e o paciente e “pode variar em função do grau de proximidade, do tempo de convívio e da diferença de idade” entre eles.

O CFM afirma que não há uma imposição para o uso do termo, mas também não há uma restrição. “Tudo deve acontecer dentro de um ambiente de respeito e cordialidade”, conclui nota encaminhada à BBC News Brasil, assinada pelo vice-presidente da entidade, Donizetti Giamberardino.

‘Não sou doutor’

Aviso serve também como uma forma de ‘quebrar o gelo’ no atendimento, diz o defensor público Renan Reis

Os profissionais que comumente são chamados de doutores e não querem ser definidos assim dizem que é complicado explicar a questão ao público.

“Prezados, o nome do defensor público é Renan. Não é doutor. Não é excelência. Não é senhor. É, simplesmente, Renan”, diz um papel colado na porta da sala do defensor público Renan Reis, que atua em Codó (MA). Segundo ele, foi uma medida tomada para demonstrar que não existe relação de hierarquia entre ele e as pessoas que atende.

“Esse aviso serve também como uma forma de ‘quebrar o gelo’ no atendimento, porque as pessoas já chegam perguntando por que não quero ser chamado de doutor. Explico que estamos ali para ajudar, que somos iguais. Percebo que isso deixa a pessoa mais à vontade para contar seu caso”, comenta o defensor público.

Para tentar humanizar o atendimento àqueles que o procuram, passou a usar roupas mais leves. Ele deixou de lado o terno, pois acredita que, assim como a retirada do “doutor”, a mudança da vestimenta também colabora para melhorar o diálogo com o público que o procura.

“Durante os atendimentos, utilizo roupas mais casuais, como calça jeans e camisa polo, ou mesmo camiseta da própria Defensoria. Isso gera maior conexão com as pessoas”, comenta.

Três anos atrás, Renan viu sua postura de inovar no atendimento ao público repercutir na internet. Isso porque uma fotografia com o aviso que consta na porta da sala dele viralizou nas redes sociais.

Para tentar humanizar o atendimento àqueles que o procuram, Renan deixou de lado o terno que usava, pois acredita que, assim como a retirada do ‘doutor’, diz Renan

“Recebi inúmeras mensagens de pessoas compartilhando o aviso. Ao mesmo tempo em que achei interessante a repercussão, gerou um bom debate”, conta. Ele revela que ficou surpreso ao notar que muitas pessoas defendem o uso do termo “doutor” no cotidiano.

“Fiquei um pouco desapontado de, em pleno século 21, ainda termos tantas formalidades que criam barreiras no relacionamento entre as pessoas.”

Diferente de Renan, a promotora Maísa Oliveira, apesar de não querer ser chamada de doutora, não costuma pedir para que não a chamem dessa forma. “Penso que corrigir as pessoas ou pedir que me chamem de outro modo pode gerar constrangimento. Então, não me importo em ser chamada assim. Mas sempre me apresento apenas com o meu nome. Em ambiente profissional, também cito o meu cargo, o que faz, em muitos casos, com que as pessoas logo me chamem de doutora.”

“Deixo a pessoa à vontade para me chamar como achar melhor. Já me chamaram de tantas formas… ‘dona promotora’, por exemplo, acho que foi o mais curioso de todos. Penso que o ambiente jurídico já gera tensão nas pessoas, porque elas buscam a Justiça quando precisam solucionar um problema, por isso já chegam angustiadas e preocupadas. Não acho que a maneira de tratar, desde que com respeito, seja uma grande questão. E eu também gosto muito do meu nome, então não há desrespeito algum em me chamar somente por ele”, completa Maísa.

A promotora, que conta ter seguido carreira no Ministério Público por se identificar com a atuação social do órgão, considera que muitos profissionais da área de Direito querem ser chamados de doutores por acreditarem que seja uma forma de “distinção social”.

“Acredito que (a função de advogado) é uma profissão historicamente valorizada como de um status superior, como Medicina ou Engenharia. Mas hoje em dia isso não faz mais sentido. Quando pensamos na importância do conjunto de saberes da humanidade, que precisam se comunicar e se complementar, acaba perdendo o sentido valorizar mais este ou aquele profissional”, diz Maísa.

‘Não existe certo ou errado’

O cirurgião Rodrigo Cabral acredita que não existe um modo correto ou errado de chamar um médico. “Não tenho problema em ser chamado de doutor, apesar de não ter doutorado. Mas, do fundo do meu coração, prefiro que me chamem pelo meu nome ou sobrenome. Nem todos que chamam de doutor sabem o seu nome. O respeito não está no termo doutor, mas no carinho do reconhecimento. Afinal, sou Rodrigo Cabral desde que nasci e me tornei médico há apenas 17 anos”, diz.

Ele avalia que o fato de muitos médicos pedirem para ser chamados de doutores ou se definirem desta forma pode parecer egocentrismo. “Existe um status que acompanha cada formalização de tratamento. Isso não me incomoda, por isso não preciso ser chamado de doutor. Nascemos do pó e ao pó voltaremos”, afirma o médico, que atua em São Paulo (SP).

A endoscopista Giuliana Florenzano também não faz questão de ser chamada de doutora. Ela justifica que seu objetivo ao cursar medicina foi cuidar das pessoas e, por isso, considera fundamental estabelecer uma relação confiança com os pacientes. Para isso, pede para ser chamada de Giu.

“Não me incomodo em ser chamada de doutora no consultório, porque sei que é uma questão cultural. Mas prefiro que me chamem de Giu. Mesmo que tivesse feito doutorado não exigiria ser chamada de doutora”, diz a médica.

Giuliana se incomoda quando é chamada de doutora fora do consultório, em Taubaté

Giuliana comenta que o principal incômodo referente ao termo doutora surge quando é chamada assim fora do consultório. “Como moro em cidade pequena, me chamam assim mesmo fora do trabalho, como na farmácia ou na portaria da minha casa”, relata a médica, que mora em Taubaté (SP). Ela conta que precisa pedir várias vezes até que as pessoas se acostumem a chamá-la de Giu.

“Acredito que muitos médicos querem ser chamados de doutores porque se sentem respeitados assim. Para muitos, é uma forma de reconhecimento. Mas eu acredito que existem dois itens que podem dar respeito ao médico: conhecimento técnico e bom atendimento. Sendo assim, ser chamada de doutora não me soa importante”, declara Giuliana.

Lembrete em faixa na colação de grau

Para alguns profissionais, a crença de que não precisam ser chamados de doutores surgiu durante a universidade ou logo no início da carreira. Durante a colação de grau do advogado Davi de Sousa Oliveira, em janeiro de 2018, dois amigos levaram uma faixa com a mensagem: “Parabéns, Davi! Mas lembre-se: doutor é quem tem doutorado”.

“Eu vi essa faixa quando fui chamado ao palco para pegar o canudo e eles a levantaram. Achei engraçado, mas segurei o riso naquele momento. A intenção deles era me constranger. Mas eles sabem que nunca fiz questão de ser chamado de doutor, porque não acho necessário”, diz o advogado, que se formou em Palmas (TO), na Universidade Estadual do Tocantins, e hoje mora em Blumenau (SC).

Hoje, atua na área cível e trabalhista e costuma pedir para que os clientes o chamem diretamente pelo seu nome. “Quando o cliente tem que chamar o advogado de doutor, cria-se uma barreira. Alguns entendem como uma forma de respeito, mas eu vejo como um distanciamento”, declara.

“Os clientes mais jovens preferem chamar pelo nome diretamente. Já os mais velhos têm mais dificuldade e, mesmo que eu diga que não é necessário, continuam me chamando de doutor”, conta.

Discussão relevante

Melania acredita que a discussão sobre o uso do termo doutor é um tema importante. Ela revela que passou a se questionar sobre o tema ainda na faculdade, quando um professor falou sobre o distanciamento gerado ao chamar um médico desta forma.

“Esse meu professor dizia que nossa principal função era corresponder aos anseios da população tão pobre e oprimida”, diz.

“Não é uma batalha formal. O que me irrita, é quando a pessoa força isso de ser doutor para reproduzir essa hierarquia em uma relação que vem se mantendo há muito tempo, na qual o paciente está em uma posição submissa”, afirma.

Ela é professora na Universidade Federal de Campina Grande e costuma comentar sobre o assunto com os alunos. “Explico isso para meus alunos e para os meus residentes, porque acho que como formadora de opinião, posso mudar a mentalidade de vários. Mas a resistência dos ‘doutores’ já formados é bastante grande, porque sempre vêm com a história de que estudaram e sofreram muito e fazem questão de serem chamados assim.”

A médica cita que o termo também está presente nas ruas e é usado, principalmente, pelos mais pobres para definir os que consideram como superiores. “A população é muito subserviente por toda uma questão que remete à escravatura. São séculos e séculos de opressão que as elites vêm exercendo sobre a população. Por isso, as pessoas que estão em posições de servir nas ruas ou nas praças, como flanelinha, o frentista ou o garçom, vão chamar de doutor com a maior naturalidade do mundo”, declara Melania.

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Jacobina: Colégio Yolanda realiza caminhada para chamar atenção para a saúde emocional

14 de novembro de 2019, 16:17

Foto: Notícia Limpa

O mundo mudou, novas tecnologias, novas formas de aprendizagem, novas maneiras de se comunicar, novos horizontes profissionais.)

Trabalhar as competências cognitivas não é suficiente para este novo mundo. É preciso investir também nas competências mais desejadas do século 21: as ‘competências sócio emocionais’.

Pensando assim o Colégio Yolanda Dias Rocha juntou-se a Augusto Cury e trouxe para seus alunos a Escola da Inteligência (EI), disciplina que trabalha com as emoções, e na manhã so último dia 11, toda a sua equipe foi às ruas clamar por emoções saudáveis, pois cidadão saudável constrói uma sociedade emocionalmente saudável.

 

 

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Yamana Gold conquista o Selo de Boas Práticas da Aprendizagem Profissional

14 de novembro de 2019, 11:52

Foto: Ascom JMC

A empresa vem desenvolvendo um projeto de qualificação profissional e inserção do jovem no mercado de trabalho.

 

No último dia 05 de novembro aconteceu em Salvador a III edição da Feira de Aprendizagem Profissional da Bahia. No evento, a Yamana Gold conquistou o selo Boas Práticas na Aprendizagem Profissional. A premiação foi entregue ao supervisor de Recursos Humanos da Yamana, Paulo Vitor Biulchi. Empregados e jovens aprendizes de diferentes empresas prestigiaram o Prêmio, concedido, ao todo, a 50 empresas baianas.

Com o tema “Aprendizagem Profissional: Um caminho construído por todos”, o evento é uma iniciativa do Fórum Baiano de Aprendizagem Profissional – FOBAP, da Superintendência Regional do Trabalho na Bahia (SRT/BA) e da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia – SETRE e tem como objetivo sensibilizar e conscientizar os empresários sobre a importância da contratação de jovens e adolescentes na condição de aprendizes e fomentar o estudo e a formação profissional.

A Yamana foi premiada por atender os critérios exigidos pela Auditoria Fiscal do Trabalho e pela promoção de experiências de destaque na área de aprendizagem profissional. “A preocupação da Yamana na formação profissional dos jovens vai além das exigências legais. Proporcionamos a eles experiência diferenciada de aprendizagem. Receber o selo de boas práticas só vem a coroar todo o cuidado e profissionalismo da equipe envolvida”, afirmou Paulo.

O programa, criado em 2007, hoje conta com 60 jovens aprendizes do curso de Assistente Administrativo. “É importante salientar que grande parte desses jovens são aproveitados na empresa ao final do processo de aprendizado. É um ganho para todos”, completa o supervisor.

Durante o evento aconteceu o talk show ‘Aprendizagem profissional – Um caminho construído por todos’ formado por representantes do poder público Estadual e Federal, entidades formadoras, empresariado, aprendizes e familiares. Na oportunidade foi abordada a importância da articulação entre todos os atores civil para discorrer sobre a inclusão dos jovens no mundo do trabalho com a garantia de todos os direitos trabalhistas, da frequência escolar e qualificação profissional.

Em um segundo momento do evento, 50 (cinquenta) empresas, previamente indicadas pelas Entidades Formadoras de Aprendizes e membros do FOBAP, receberam o Certificado de Reconhecimento das Boas Práticas da Aprendizagem Profissional.

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Facebook desativou 3,2 bilhões de contas falsas

14 de novembro de 2019, 07:43

Foto: Reprodução

Aempresa liderada por Mark Zuckerberg publicou a quarta edição do seu relatório sobre o cumprimento das regras comunitárias, que explica os progressos realizados pela rede social na luta contra contas e informações falsas, atividades ilegais e conteúdos que considera inadequados.

Os 3,2 bilhões de contas falsas desativadas no segundo e terceiro trimestres do ano são mais do dobro dos 1,5 bilhões de contas desativadas no mesmo período em 2018.

A rede social destaca ainda que eliminou 11,4 milhões de conteúdos que incitavam ao ódio, 18,5 milhões de mensagens removidas por conter nudez ou exploração sexual infantil, 4,5 milhões relacionadas com suicídios ou danos pessoais e 5,7 milhões relacionadas com assédio de outros utilizadores.

Pela primeira vez, o Facebook forneceu dados sobre o Instagram, outra rede social da qual também é proprietário, tendo removido 1,2 milhões de conteúdos por nudez infantil, 1,7 milhões por conteúdos de suicídio e automutilação, e três milhões em anúncios de venda de droga e armas.

“O investimento que fizemos em inteligência artificial nos últimos cinco anos continua sendo um fator-chave para resolver estes problemas. De fato, avanços recentes nesta tecnologia ajudaram a detectar e eliminar conteúdos que violam as nossas políticas”, disse Guy Rosen, vice-presidente do Facebook.

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Bruno Henrique provoca Vasco: ‘Estamos brigando por título, já eles…’

14 de novembro de 2019, 07:29

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Bruno Henrique resolveu provocar o Vasco após o empate por 4 a 4, na noite desta quarta-feira, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Autor de dois gols do Flamengo no clássico, o atacante enalteceu a sua equipe e ironizou a campanha do rival, que chegou a brigar pelo rebaixamento, mas hoje está na zona intermediária da classificação, com chances remotas de obter uma vaga na Copa Libertadores de 2020, enquanto o time rubro-negro está perto de garantir a taça.

“Discussão de jogo. Para ganhar da gente tem que ser assim. A equipe está de parabéns pelo desempenho, pela atitude. Mas vou aproveitar para mandar um recado: ‘Nós estamos brigando pelo título, eles não sei pelo que estão brigando'”, falou Bruno Henrique.

Os ânimos estavam à flor da pele no final da partida. Após uma discussão entre Pablo Mari e Ribamar, houve um tumulto generalizado, rapidamente contido pelos treinadores de ambas as equipes. No entanto, o clima acabou ficando quente.

“Temos que ter a cabeça no lugar. Isso é o que eles queriam. Ficaram fazendo gracinha o tempo inteiro. O Henríquez provocou o jogo todo. Nós perdemos a cabeça um pouco. Perdemos o foco do jogo, mas não da batalha. Vamos descansar, porque a gente tem grandes coisas pela frente”, concluiu o atacante.

Bruno Henrique citou o duelo contra o Grêmio, no próximo domingo, em Porto Alegre, jogo que poderia dar o título brasileiro para a equipe rubro-negro se não fosse o tropeço diante de seu arquirrival. No dia 23, o time carioca faz a final da Libertadores frente o River Plate, em Lima, no Peru.

PROVOCAÇÃO – As provocações não aconteceram apenas no final da partida. Bruno Henrique fez gestos provocativos nas suas comemorações de gol. Além do atacante, Rafinha também deu uma alfinetada através de gestos.

No segundo gol do Flamengo, o lateral imitou uma histórica comemoração de Edmundo. Em 1997, o “Animal” saiu rebolando e agitando os braços ao fazer o terceiro gol da vitória por 4 a 1 do Vasco na fase semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano.

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Universidade faz curso de canabidiol para médicos

13 de novembro de 2019, 17:47

Foto: Reprodução

As aulas serão dadas por profissionais que, além do conhecimento teórico, têm experiência de prescrição

 

Ouso de canabinoides será tema de curso de aperfeiçoamento em Medicina. Isso ocorre cinco anos depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar a importação da substância – um componente da maconha – para uso em pacientes com doenças específicas e após mais de 800 profissionais passarem a prescrever o tratamento no País.

A Universidade Estácio promoverá um curso voltado para profissionais interessados em saber mais sobre o componente, quando e como prescrevê-lo. As poucas vagas foram esgotadas rapidamente e uma fila de espera já se formou para mais módulos. “O curso trará reflexão sobre algo que é novo, mas que já vem mostrando benefícios”, afirma o gestor nacional de Medicina da universidade, Sílvio Pessanha Neto.

As aulas serão dadas por profissionais que, além do conhecimento teórico, têm experiência de prescrição. Embora pesquisas científicas sobre o uso de canabinoides não sejam fartas, e haja ainda resistência de muitos profissionais, Pessanha Neto avalia que o curso vem em boa hora. “A gente não pode deixar como antigamente. Primeiro ir para o livro para depois chegar às mãos dos alunos.”

Entre os que avaliam que o produto deva ter o uso limitado está o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Durante a discussão na Anvisa para facilitar o registro de novas drogas que levam em sua composição a substância e para liberar o plantio de maconha para fins de pesquisa e para a fabricação de medicamentos, o ministro afirmou que o canabidiol não era uma “panaceia” e o uso era restrito.

O curso terá como ponto de partida a discussão de casos de pacientes tratados com o canabidiol para controle de problemas ligados a ortopedia, oncologia e neurologia. “Há uma carência de informações sobre o assunto”, avalia Pessanha Neto. “O objetivo não é prescrever ou não prescrever. A ideia é trazer para a universidade discussões para que colegas possam interagir e, a partir daí, avaliar a prática clínica.”

Interesse

A neurologista Christina Funatsu, de São Paulo, foi uma das que se inscreveram no curso, com carga horária de oito horas. Com 25 anos de experiência profissional, Christina passou a indicar o uso de canabidiol há pouco mais de um ano, para um pequeno número de pacientes que não apresentavam respostas ao tratamento tradicional. No início, as tentativas eram tímidas: dosagens baixas, com avaliação constante.

A neurologista diz indicar o canabidiol para pessoas que já não respondem à medicação para dores crônicas ou para pacientes com crises convulsivas de difícil controle. Ao longo de um ano, ela calcula ter prescrito canabidiol para quase uma centena de pessoas. “É um divisor de águas”, diz, considerando que, em termos gerais, há uma melhora importante nos pacientes. Em alguns casos, a evolução foi prejudicada pela falta de acesso. “Não são todos que conseguem arcar com os custos por um longo período.”

Rio

A expectativa é de que o curso seja dado também para profissionais do Rio. O aperfeiçoamento foi feito com a consultoria da GreenCare, especializada em medicamentos com base de canabinoides. Martim Mattos, presidente da empresa, avalia que um eventual aumento de profissionais prescrevendo o canabidiol em nada interferiria na discussão que ocorre na Anvisa. “Esse é um aprofundamento científico, não tem nada de político.”

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Polícia Militar prende homem que furtava calcinhas em Minas Gerais

13 de novembro de 2019, 14:43

Foto: Polícia Militar de Minas Gerais/Divulgação

A Polícia Militar de Minas Gerais prendeu na última segunda-feira, 11, um homem que furtava peças íntimas femininas na cidade de Turmalina, interior do Estado. Ao E+, a corporação explicou que a detenção, porém, foi em decorrência de um mandado de prisão relacionado ao furto de um revólver.

Com a informação do mandado em aberto, os policiais foram até a casa de José Geraldo Barbosa de Carvalho, de 41 anos, a fim de cumprir a ordem de prisão. O homem autorizou a entrada dos policiais para uma busca pela arma de fogo, que não foi encontrada.

Porém, no quarto de Carvalho, havia mil calcinhas e 45 sutiãs escondidos embaixo da cama, dentro do colchão e do guarda-roupas. Segundo ele, as peças foram furtadas de várias residências de Turmalina.

A PM informou que o homem era “contumaz”, ou seja, persistente, na prática de furto de peças íntimas “há muito tempo”. O tenente André Dale disse à reportagem que Carvalho já tinha sido preso anteriormente pela mesma ocorrência.

 As peças íntimas foram encaminhadas para a delegacia da cidade

“Ele é um cara que tem um transtorno. Ele mesmo informou que não estava mais fazendo tratamento. Acredito que seja um dos motivos que tenha praticado essas condutas”, afirmou o policial.

A polícia já tinha recebido informações de que mulheres reclamavam de furtos, mas não registravam a ocorrência “por medo, vergonha e receio”. Os sutiãs, as calcinhas e Carvalho foram encaminhados para a delegacia de Turmalina.

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