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Caso fabricantes quisessem, celulares poderiam durar até 15 anos

16 de novembro de 2018, 11:25

Foto: Reprodução

Todos os fabricantes de celulares fazem isto neste momento

A obsolescê Cia programada afeta produtos de vários setores, sejam têxteis, eletrodomésticos ou smartphones, que poucos anos depois de serem adquiridos começam a estragar.

Segundo Benito Muros, presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável sem Obsolescência Programada “absolutamente todos os fabricantes de celulares fazem isto neste momento”. Em declarações ao El País, o especialista explica ainda que a vida de um telefone hoje em dia é de dois anos, depois disso será certo que vai começar a dar problemas e as reparações custam, normalmente, até 40% do que custaria um novo.

“Caso a obsolescência programada não existisse, um celular teria uma vida útil de 12 a 15 anos”, afirma.

A Autoridade Italiana de Concorrência e Garantia de Mercado impôs, há cerca de duas semanas, uma multa de cinco milhões de euros à Samsung e outra de 10 milhões à Apple por obrigarem os clientes a fazer atualizações de software que deixam os aparelhos mais lentos. As empresas são acusadas de realizar “práticas comerciais desleais” e que causam “disfunções sérias” nos dispositivos.

As pessoas hoje em dia trocam os celulares em média uma vez por ano, mas os primeiros aparelhos tinham uma vida útil de até seis anos. “Vivemos na era da obsolescência programada. Não apenas em celulares, mas também em móveis, calçados ou eletrodomésticos. As máquinas de lavar roupa que nossos pais tinham duravam 20 ou 30 anos e agora duram pouco mais de sete”, afirma Alodia Pérez, responsável pela organização Recursos Naturais e Resíduos da organização Amigos da Terra, referindo ainda de que se trata de uma estratégia de mercado para poder continuar a vender.

Enquanto em países como Itália e França, as leis já estão em andamento para proibir esse tipo de prática, nos restantes, não existe uma lei que penalize a obsolescência programada

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Encontrada nova ‘superterra’ próxima ao nosso planeta

16 de novembro de 2018, 11:07

Uma nova “superterra” foi descoberta na órbita de uma estrela vizinha do sistema solar: um mundo “frio e escuro”, não adequado à vida como a conhecemos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.

Este planeta, batizado provisoriamente “Estrela de Barnard b”, foi detectado na constelação de Ofiúco, em volta da estrela de Barnard, que fica a apenas seis anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9,46 trilhões de km).

“É nossa vizinha”, declarou à AFP o coautor do estudo Ignasi Ribas, do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha e do Instituto Espanhol de Ciências do Espaço.

Esta proximidade poderia permitir estudá-la com a chegada próxima de instrumentos de observação mais modernos.

O planeta, que completa uma volta em sua estrela em 233 dias, foi detectado graças aos espectrômetros HARPS e UVES, caçadores de planetas do Observatório Europeu Austral (ESO), instalado no Chile.

Segundo os pesquisadores, a Estrela de Barnard b tem uma massa 3,2 vezes superior à da Terra e portanto é chamada de “superterra”.

Para os astrônomos, trata-se de um “mundo frio e escuro”, iluminado apenas por sua estrela, uma anã vermelha provavelmente duas vezes mais antiga que o sol.

Mesmo sendo próxima a sua estrela (0,4 vezes a distância que separa a Terra do Sol), os cientistas acreditam que só recebe 2% da energia que a Terra recebe de sua estrela.

Sua temperatura de superfície não superaria -170ºC, o que exclui a existência de água em estado líquido e portanto, a vida como a conhecemos.

Os pesquisadores conseguiram detectar este novo mundo utilizando “mais de 20 anos de dados” e sete instrumentos de observação que permitem determinar as variações de velocidade da estrela gerados pela presença de um exoplaneta.

A Estrela de Barnard b é o exoplaneta mais próximo à Terra depois de Proxima b, cuja descoberta foi amplamente noticiada em 2016. Este se encontra na órbita da estrela Proxima Centauri, a 4,2 anos-luz.

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Bebê é atacado dentro de casa por macaco, em Araucária

15 de novembro de 2018, 12:43

Foto: © Ed Dimas da Cunha / Acervo Pessoal

Menina assistia à televisão na sala de casa quando foi atacada pelo animal

Uma menina de um ano e nove meses foi atacada por um macaco bugio dentro de casa nesta quarta-feira (14), enquanto assistia televisão, na cidade de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (PR).

Segundo o G1, o animal invadiu a sala pela sacada do prédio e atacou o bebê na cabeça, segundo o pai da criança, Fernando Henrique Balardim. “Ele fez dois ferimentos, um no topo da cabeça, expondo o crânio, e outro profundo na testa” contou Fernando. Segundo o pai, a menina passou por uma cirurgia para reconstituição do couro cabeludo e apresenta quadro estável.

Segundo o síndico do condomínio, Ed Dimas da Cunha, o macaco tem aparecido com frequência nas redondezas há dois meses. “Procuramos os órgãos ambientais para saber quais as providências deveriam ser tomadas e nunca tivemos resposta”, disse.

Órgãos ambientais afirmam que os animais aparecem no perímetro urbano em decorrência do desmatamento ocorrido em seu território.

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iPhone X explode após atualização do iOS e surpreende até mesmo a Apple

15 de novembro de 2018, 12:32

“Definitivamente este não é um comportamento esperado” do iPhone X, disse a Apple a um usuário cujo smartphone simplesmente superaqueceu a ponto de explodir, depois de ter sido atualizado para o iOS 12.1. O dono do aparelho publicou imagens do iPhone X danificado em seu Twitter, com essa resposta sendo dada pelo perfil oficial de suporte da Maçã.

De acordo com o dono do aparelho, seu iPhone X, com apenas 10 meses de uso, começou a soltar fumaça até que, de repente, explodiu depois do update. Ele contou: “Neste ano, no começo de janeiro, comprei o iPhone e o usei normalmente”, até que ele decidiu atualizar o sistema para o iOS 12.1. Durante o processo de instalação, o aparelho estava sendo carregado na tomada, quando “uma fumaça cinza escura começou a sair do aparelho; a atualização foi concluída e assim que o telefone ligou, começou a pegar fogo”.

Segundo o usuário, tanto o cabo quanto o carregador usados no momento do incidente eram originais, ainda que a explosão tenha acontecido depois de o aparelho ter sido tirado da tomada. Nesse momento, ele segurou seu iPhone e observou que ele estava muito quente pouco antes de a fumaça começar a sair.

A Apple, então, pediu para que o usuário enviasse o dispositivo à sua central de suporte para que a empresa possa investigar a causa do problema.

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Comerciante fica milionária por erro de banco e decide devolver dinheiro

15 de novembro de 2018, 12:26

Foto: Manoel Neto/TV Gazeta/Reprodução

O que você faria ao checar sua conta corrente e encontrasse nada menos que R$ 2 milhões subitamente? Uma comerciante do Espírito Santo, ao se descobrir milionária da noite para o dia, não pensou duas vezes: ligou para o banco e comunicou que alguma coisa havia acontecido de errado!

O caso ocorreu na última terça-feira (13). Vanilda Bruni de Souza ficou perplexa ao abrir seu extrato bancário e descobrir um saldo de mais de R$ 2 milhões em sua conta. Quem descobriu o engano foi a sobrinha da comerciante, Paula Beatriz de Souza.

“Eu falei ‘tia, tem dinheiro demais na conta, é muito dinheiro e eu nem sei de onde veio, tem alguma coisa errada’”, comentou a menina, que trabalha como operadora de caixa para a Vanilda, em entrevista à TV Gazeta. Antes do engano do banco, a conta contava com aproximadamente R$ 1.500 de saldo.

Assim que percebeu que havia ocorrido um engano por parte do banco, Vanilda ligou para a gerência e contou o que tinha acontecido. Segundo ela, o próprio gerente se espantou. “Quando ele abriu, ele se assustou e falou que a minha conta estava milionária”, contou a comerciante.

“Ele falou que teve um problema, que realmente estava na minha conta e que ele não era meu”, continuou Vanilda. Segundo ela, horas depois o dinheiro já havia sido removido de sua conta corrente. O banco afirmou horas depois que o erro, causado por uma modificação específica nos sistemas de saldos, atingiu outras contas, mas todas já foram arrumadas.

A comerciante possui um restaurante em Vitória e já trabalhou como lavadeira, doméstica e vendedora de lanches por cinco anos em uma barraca de rua. Mesmo cheia de dívidas, ela sequer cogitou ficar com o dinheiro que surgiu na sua conta. “Eu tenho certeza que o que Deus tem para me dar é mais de R$ 2 milhões”, encerrou. Que exemplo de honestidade, não?

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Como as ‘fake news’ de WhatsApp levaram um povoado a linchar e queimar dois homens inocentes

15 de novembro de 2018, 12:10

Foto: © Enfoque

Boatos sobre sequestros de crianças se espalharam pelo WhatsApp em uma pequena cidade no México. A notícia era falsa, mas uma multidão espancou e queimou vivos dois homens antes de alguém checar sua veracidade.

Em 29 de agosto, pouco depois do meio-dia, Maura Cordero, dona de uma loja de artesanato na pequena cidade de Acatlán, no estado de Puebla, no México, reparou que havia uma aglomeração incomum em frente à delegacia, próxima a seu estabelecimento.

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Por que nem sempre adianta apresentar fatos contra notícias falsas
Cordero, de 75 anos, foi até a porta da loja para espiar. Dezenas de pessoas estavam do lado de fora da delegacia na rua Reforma, principal via da cidade, e não parava de chegar gente. Logo, haveria mais de cem pessoas. Cordero não se lembrava de ter visto uma aglomeração assim em Acatlán, a não ser em ocasiões festivas.

Enquanto observava, um carro da polícia passou pela loja levando dois homens. Alguns moradores seguiam o veículo, enquanto gritos ecoavam da multidão acusando os dois de serem sequestradores de crianças.

De trás do estreito portão de metal na entrada da delegacia, a polícia respondeu que eles não eram sequestradores, mas delinquentes. “Eles são pequenos infratores”, repetiam os policiais, à medida que a multidão aumentava.

Dentro da delegacia, estavam Ricardo Flores, de 21 anos, que havia sido criado nos arredores de Acatlán, mas se mudou para Xalapa, a 250 quilômetros a nordeste, para estudar direito, e seu tio Alberto Flores, agricultor de 43 anos que viveu por décadas em uma pequena comunidade nas cercanias de Acatlán.

Início da tragédia
Ricardo havia retornado recentemente à cidade para visitar a família. Os parentes contam que ele e o tio foram ao centro naquele dia comprar material de construção para concluir uma obra em um poço. E a polícia diz que não há provas de que eles tenham cometido qualquer crime e que foram levados para a delegacia por “perturbar a paz” após terem sido abordados por moradores locais.

Mas a multidão do lado de fora da delegacia estava sob efeito de uma versão diferente dos fatos, uma história suscitada em algum lugar desconhecido e propagada pelo WhatsApp.

“Por favor, estejam todos atentos porque uma praga de sequestradores de crianças entrou no país”, dizia a mensagem compartilhada.

“Parece que esses criminosos estão envolvidos com o tráfico de órgãos. Nos últimos dias, crianças de quatro, oito e 14 anos desapareceram e algumas foram encontradas mortas com sinais de que seus órgãos foram removidos.”

Avistados perto de uma escola primária em uma comunidade próxima chamada San Vicente Boqueron, Ricardo e Alberto foram rotulados como sequestradores de crianças pelo medo coletivo, e a notícia da prisão deles se espalhou exatamente da mesma forma que os boatos das crianças sequestradas.

A multidão que estava na porta da delegacia foi instigada em parte por Francisco Martinez, um antigo morador de Acatlán, conhecido como “El Tecuanito”. Segundo a polícia, Martinez estava entre aqueles que compartilharam mensagens no Facebook e no Whatsapp acusando Ricardo e Alberto. Fora da delegacia, ele usou o celular para fazer uma transmissão ao vivo pelo Facebook.

“Povo de Acatlán de Osorio, Puebla, por favor, venha dar seu apoio, mostre seu apoio”, dizia ele para a câmera. “Acreditem em mim, os sequestradores estão aqui agora.”

Enquanto Martinez tentava mobilizar a cidade, outro homem, identificado pela polícia apenas como Manuel, subiu no telhado do prédio da prefeitura, ao lado da delegacia, e tocou os sinos para alertar os moradores de que a polícia planejava libertar Ricardo e Alberto.

Um terceiro homem, Petronilo Castelan, “El Paisa”, usou um alto-falante para pedir aos moradores uma contribuição para comprar gasolina com o objetivo de atear fogo nos dois homens, e caminhou no meio da multidão para coletar o dinheiro.

Linchamento filmado por celulares
De dentro da loja, Maura Cordero observava assustada, até que ouviu alguém dizer que deveria correr porque a multidão incendiaria os homens. “Meu Deus”, ela pensou, “isso não é possível”.

Momentos depois, o grupo se uniu em torno de um único objetivo. O estreito portão da entrada da delegacia se abriu, e Ricardo e Alberto foram arrastados para fora. Enquanto as pessoas levantavam seus telefones para filmar, os dois foram jogados nos degraus de pedra e espancados violentamente. Em seguida, a gasolina comprada mais cedo foi derramada sobre eles.

Testemunhas acreditam que Ricardo já estava morto por causa da agressão, mas seu tio Alberto ainda estava vivo quando o fogo foi aceso. Imagens de vídeo mostram seus membros se movendo lentamente enquanto as labaredas subiam ao seu redor.

Os corpos carbonizados permaneceram no local por duas horas após serem queimados, enquanto os promotores públicos se dirigiram para Acatlán, e o cheiro de gasolina continuou no ar. Petra Elia Garcia, avó de Ricardo, foi chamada para identificar os corpos. “Olhem o que vocês fizeram com eles!”, gritou para o resto da multidão, que começara a se dispersar.

“Foi uma das coisas mais terríveis que já aconteceram em Acatlán”, disse Carlos Fuentes, motorista que trabalha em um ponto de táxi perto da delegacia. “As colunas de fumaça podiam ser vistas de todos os pontos da cidade.”

A maioria das famílias em Acatlán depende do dinheiro enviado por parentes que migraram para os Estados Unidos. Como em muitas outras cidades no México, milhares de cidadãos seguem para o norte em busca de melhores oportunidades.

Entre os emigrantes no início dos anos 2000, estavam Maria del Rosario Rodriguez e Jose Guadalupe Flores, que se mudaram para os EUA na esperança de proporcionar melhores condições de vida para seus dois filhos, José Guadalupe Jr. e seu irmão mais novo, Ricardo, que permaneceram no México.

Os dois meninos, com sete e três anos na época, ficaram com a avó, Petra Elia Garcia, em Xalapa, no Estado de Veracruz. Maria e Jose Guadalupe se mudaram diversas vezes pelo território americano antes de fixarem moradia na cidade de Baltimore, na costa leste.

Maria virou trabalhadora doméstica e Jose, operário da construção civil. Eles tiveram mais uma filha, chamada Kimberley. E mantinham contato constante com os outros dois filhos pelo Facebook.

Desespero no Facebook
Então, em 29 de agosto, Maria recebeu uma série de mensagens no Facebook que pareciam um pesadelo. Um amigo próximo em Acatlán contou que Ricardo tinha sido preso por suspeita de sequestrar crianças. Foi um mal entendido, ela pensou. Ricardo nunca estaria envolvido com algo assim. Mas as mensagens continuavam chegando. De repente, apareceu um link para uma transmissão ao vivo no Facebook, e quando ela clicou, se deparou com a aglomeração – e seu filho e cunhado sendo espancados.

Em vão, ela postou um comentário. “Por favor, não machuquem eles, não os matem, eles não são sequestradores de crianças”, recorda-se de ter escrito. Mas a mensagem não surtiu efeito, e ela observou horrorizada os dois serem encharcados de gasolina. A mesma tecnologia que permitiu a um homem em Acatlán mobilizar uma multidão para matar seu filho, permitiu que ela o visse morrer.

Naquele mesmo dia, Maria, Jose Guadalupe e Kimberley voltaram a Acatlán pela primeira vez em mais de uma década. Lá eles conheceram Jazmin Sanchez, viúva de Alberto, que também assistiu à tragédia pelo Facebook.

Durante décadas, Jazmin e Alberto viveram a apenas 14 quilômetros de Acatlán, em Xayacatlan de Bravo. Todos os dias, Alberto ia trabalhar nos campos de milho na terra que comprara na vizinha Tianguistengo.

Quando morreu, deixou para trás uma casa pequena em construção na propriedade, assim como a esposa e três filhas para quem estava construindo a moradia.

“Ele era um homem bom, não merecia morrer dessa forma”, disse Jazmin, segurando um boné, um cinto e uma carteira que pertenciam ao marido.

Maria e Jose Guadalupe voltaram, por sua vez, para outra casa pequena em Tianguistengo, que deixaram para os filhos quando foram para os EUA. De pé nos fundos da residência, Maria se recorda do filho. Ele gostava de borboletas e de correr pelos campos de milho. Saiu para estudar direito porque queria defender as pessoas de injustiças. “Eles o tiraram de nós, e ele nem chegou a deixar um filho para cuidar da gente”, disse ela.

Em Acatlán, a família foi recebida com silêncio. Com exceção de Maura Cordero, os lojistas da rua Reforma disseram que estavam fora da cidade quando a barbárie aconteceu, ou que fecharam suas lojas e fugiram, ou ainda que nem chegaram a abrir as portas naquele dia, que não era feriado.

“Ninguém quer falar sobre isso”, disse Fuentes, o taxista. “E as pessoas que estavam diretamente envolvidas já foram embora.”

De acordo com as autoridades, cinco pessoas foram acusadas de incitação ao crime e outras quatro de assassinato. Martinez, que transmitiu o evento ao vivo no Facebook, Castelan, que pediu dinheiro para gasolina, e o homem identificado como Manuel, que tocou os sinos, estavam entre os cinco. Mas os outros dois supostos incitadores e os quatro acusados ​​de assassinato estavam foragidos, segundo a polícia.

No dia seguinte à morte de Ricardo e Alberto, seus corpos foram velados em Acatlán. Maria acredita que havia testemunhas do crime entre os presentes na missa.

“Vejam como vocês mataram eles! Vocês todos têm filhos! Eu quero justiça para os meus entes queridos!”, gritou enquanto as lágrimas rolavam e as câmeras das redes de televisão locais e nacionais filmavam.

Agora, a família vive com medo em Acatlán, diz Maria. Eles têm receio até de ir ao mercado. “Perdi meu neto que era como meu filho”, disse a avó de Ricardo. “Eles os acusaram de serem criminosos, sem provas”.

Maria ainda não consegue entender por que a multidão foi levada por uma mentira. “Por que eles não checaram? Nenhuma criança foi sequestrada, ninguém apresentou uma queixa formal. Foi uma notícia falsa”, afirmou.

Onda de violência causada por boatos
As mortes de Ricardo e Alberto Flores no México não são casos isolados. Boatos e notícias falsas no Facebook e no WhatsApp fomentaram episódios de violência com morte na Índia, em Myanmar e no Sri Lanka, para citar apenas três. Na Índia, como no México, o WhatsApp ressuscitou rumores antigos sobre sequestros, permitindo que se espalhassem mais rápido – e com menos responsabilidade.

O WhatsApp, que foi comprado pelo Facebook por US$ 19 bilhões em 2014, tem sido associado a uma onda de linchamentos em toda a Índia, muitas vezes alimentada por histórias falsas de crianças sequestradas. No Estado de Assam, em junho, Abhijit Nath e Nilotpal Das foram espancados até a morte por um grupo de 200 pessoas, em um incidente assustadoramente semelhante ao de Acatlán.

Tanto o WhatsApp quanto o Facebook são amplamente utilizados para o consumo de notícias no México, segundo consta em um relatório de 2018 do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo. De acordo com o levantamento, 63% dos usuários de internet no México dizem que estão muito preocupados ou extremamente preocupados com a disseminação de notícias falsas.

“As plataformas digitais servem como veículos instantâneos para canalizar o melhor e o pior de nós, incluindo nossos medos e preconceitos”, disse Manuel Guerrero, diretor da Escola de Comunicação da Universidade Iberoamericana do México. “E isso fica mais evidente na ausência de autoridades efetivas que possam garantir nossa segurança”, completou.

Em 30 de agosto, no dia seguinte ao que Ricardo e Alberto foram mortos em Acatlán, moradores da cidade de San Martin Tilcajete, no sul de Oaxaca, tentaram linchar um grupo de sete pintores de casas, falsamente acusados ​​de serem sequestradores infantis. Naquele dia, os policiais conseguiram resgatar as vítimas.

Mas no mesmo dia, em Tula, no Estado de Hidalgo, a cena assustadora de Acatlán se repetiu, quando dois homens inocentes acusados ​​de raptar crianças foram espancados e queimados até a morte.

No Equador, em 16 de outubro, dois homens e uma mulher presos por suspeita de roubar 200 dólares foram mortos por uma multidão após serem falsamente acusados em boatos que circularam pelo Whatsapp de sequestrar crianças. E em 26 de outubro, em Bogotá, na Colômbia, um grupo matou um homem pelo mesmo motivo.

Como as mensagens do WhatsApp são criptografadas, é impossível rastrear a origem de qualquer conteúdo compartilhado no aplicativo. A empresa se recusou a atender aos pedidos do governo indiano em julho para quebrar a criptografia e permitir que as autoridades rastreassem as mensagens.

Jose Gil, vice-ministro de Informações e Inteligência Cibernética na Cidade do México, supervisiona sua equipe

Combate pouco eficaz

O WhatsApp anunciou medidas para tentar conter a disseminação de notícias falsas, identificando claramente as mensagens que são encaminhadas e limitando o número de destinatários para repassar mensagens a 20 grupos por vez – e a cinco na Índia.

“Acreditamos que o desafio da onda de violência exige uma ação das empresas de tecnologia, da sociedade civil e dos governos”, disse a empresa à BBC. “Nós intensificamos a educação do usuário sobre desinformação e fornecemos treinamento sobre como usar o WhatsApp como um recurso nas comunidades.”

Um porta-voz do Facebook disse à BBC que a plataforma “não queria que seus serviços fossem usados ​​para incitar a violência”.

“No início deste ano, identificamos e removemos vídeos mostrando violência em massa no Estado mexicano de Puebla, e atualizamos nossas políticas para remover conteúdos que poderiam levar a danos no mundo real”, disse o porta-voz. “Continuaremos a trabalhar com empresas de tecnologia, a sociedade civil e os governos para combater a disseminação de conteúdo com potencial para causar danos”.

Pelo menos 10 governos estaduais no México, incluindo o de Puebla, lançaram campanhas informativas alertando os cidadãos sobre a onda de mensagens falsas nas redes sociais sobre sequestros de crianças. Os policiais que investigam crimes cibernéticos criaram grupos de discussão no WhatsApp para permitir a comunicação direta com os moradores de 300 bairros em toda a capital.

Os cidadãos pedem à polícia, por meio dos grupos, que verifiquem histórias, enquanto os policiais coletam evidências contra aqueles que espalham notícias falsas. Também estão na mira da equipe outros crimes: falsidade ideológica, tentativas de extorsão e tráfico de seres humanos.

“Acreditamos que, de cada dez crimes, a tecnologia é usada em nove”, diz Jose Gil, vice-ministro de Informações e Inteligência Cibernética da Cidade do México.

“As redes sociais podem realmente afetar uma comunidade por meio da disseminação de informações falsas que muitos de nós percebem como verdadeiras, porque são enviadas por pessoas em quem confiamos”, completa. “A sociedade precisa realmente avaliar o que é verdadeiro e o que é falso, e decidir o que é confiável e o que não é.”

A falta de policiamento efetivo e a cultura de impunidade no México fizeram com que os rumores incitassem a violência como “dinamite”, afirma a deputada Tatiana Clouthier. Segundo ela, no caso do linchamento em Acatlána, a privacidade e a liberdade de expressão tiveram um custo terrível.

“Mas damos prioridade para quê? Temos que dar prioridade à liberdade de expressão, mas onde está o limite? Esse é um debate em que nenhum de nós quer entrar porque ninguém quer restringir a liberdade de expressão, mas não podemos permitir a desinformação. A situação que estamos enfrentando é muito perigosa.”

Na tarde do dia 24 de outubro, um grupo de cerca de 30 parentes de Ricardo e Alberto se reuniram na Igreja do Calvário em Acatlán para uma missa em sua memória. O padre rezou por ambas as famílias e abençoou duas cruzes de metal levadas por eles. A celebração durou uma hora e, em seguida, as famílias andaram meio quilômetro carregando as cruzes até o lugar que haviam evitado nos últimos dois meses.

O pai de Ricardo, Jose Guadalupe, colocou as cruzes nos degraus de pedra em que Ricardo e Alberto foram mortos, e o grupo permaneceu por um tempo em silêncio.

“Foi muito doloroso estar no mesmo lugar em que os corpos foram carbonizados”, afirmou Maria, mãe de Ricardo, mais tarde. “Tudo isso aconteceu por causa dos rumores e porque as pessoas foram levadas por esses rumores.”

Esses boatos ainda aparecem no telefone de Maria – e provavelmente no de outros moradores da cidade -, mas ela não suporta mais vê-los ou mostrá-los a quem quer que seja.

No dia da missa, ela prometeu junto a Jazmin, viúva de Alberto, visitar o local do linchamento uma vez por semana e repor as velas que deixaram ao lado das cruzes.

“As cruzes devem permanecer lá para sempre”, diz ela, “para que o povo de Acatlán possa ver e se lembrar do que fez”.

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Entenda como funciona o Mais Médicos e por que Cuba decidiu deixar o programa

15 de novembro de 2018, 11:36

Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (14), o governo de Cuba anunciou a saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. A decisão foi tomada em retaliação a exigências feitas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para a continuação do programa.

Abaixo, entenda como funciona o Mais Médicos e por que os cubanos são contratados em um regime diferente daquele aplicado aos profissionais brasileiros e de outras nacionalidades.

O que é o programa Mais Médicos?

O Mais Médicos foi criado em outubro de 2013, no governo Dilma Rousseff (PT). O principal eixo é a contratação de médicos para atuar em postos de saúde de municípios e localidades onde faltam profissionais. Além disso, o programa inclui ações de expansão do número de vagas de cursos de graduação, especialização e residência médica e melhoria de infraestrutura da saúde.

Que médicos podem participar?

Há uma ordem na escolha dos médicos. A prioridade é para aqueles com registro no país. Isso inclui médicos brasileiros formados no Brasil, mas também estrangeiros formados aqui e brasileiros ou estrangeiros formados fora do Brasil que tiveram seus diplomas revalidados pelo governo brasileiro. Se ainda restarem vagas, a oferta é liberada para médicos brasileiros formados no exterior que não tiveram o diploma revalidado. Não sendo preenchidas as vagas, podem ser chamados médicos estrangeiros formados no exterior e sem diploma revalidado no Brasil. Por fim, se todas essas categorias não completarem o número de vagas oferecidas, são chamados os médicos cubanos.

Quanto recebem os médicos do programa?

O valor pago, atualmente, é de R$ 11.865,60 (houve reajuste no início deste ano). Os cubanos, contudo, recebem cerca de R$ 3.000. O governo brasileiro arca com o valor total da bolsa, mas o governo de Cuba fica com a maior parte.

Como é o contrato e o pagamento a Cuba?

Diferentemente do que acontece com os médicos brasileiros e de outras nacionalidades, os cubanos recebem apenas parte do valor da bolsa paga pelo Mais Médicos. Isso porque, no caso de Cuba, o acordo que permite a vinda dos profissionais é firmado com a Opas (Organização Panamericana de Saúde). O contrato, portanto, não é firmado individualmente com cada médico, já que eles são funcionários do Ministério da Saúde Pública de Cuba. Pelo contrato, o governo brasileiro paga à Opas o valor integral do salário, que, por sua vez, repassa a quantia ao governo cubano. Havana paga uma parte ao médicos (cerca de um quarto), e retém o restante. Isso está previsto no acordo firmado com o governo brasileiro quando o Mais Médicos foi criado.

Quais as exigências feitas por Jair Bolsonaro (PSL)?

Segundo publicação do presidente eleito em sua conta no Twitter, a continuidade do acordo foi condicionada à “aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos” e à “liberdade para trazerem suas famílias”.

O que disse o governo cubano?

O Ministério da Saúde Pública de Cuba decidiu não mais participar do Mais Médicos.

Em nota, afirmou que Bolsonaro “com referências diretas, depreciativas e ameaçando a presença de nossos médicos, disse e reiterou que vai modificar os termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito para a Organização Panamericana da Saúde e o que foi acordado por ela com Cuba, ao questionar a preparação de nossos médicos e condicionar sua permanência no programa à revalidação do título e como única forma a contratação individual.” O texto também afirma que “as mudanças anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias acordadas desde o início do programa”.

Qual o tipo de atuação desses médicos cubanos?

Os cubanos são o último grupo na lista de prioridade para alocação de vagas. Ou seja, ficaram com as vagas que não foram preenchidas por brasileiros e por estrangeiros de outras nacionalidades. Assim, a maioria dos cubanos foi para locais que os outros profissionais não quiseram ir. Isso inclui periferias de cidades grandes, municípios menores e com menos estrutura e distritos indígenas.

Há restrição de nacionalidade para os médicos estrangeiros?

Sim, mas apenas no caso daqueles que não se formaram no Brasil. Eles não podem ser de países em que a proporção de médicos por mil habitantes seja inferior a 1,8. Essa é a proporção que o Brasil tinha em 2013, quando o Mais Médicos foi criado.

Há quantos médicos cubanos trabalhando pelo Mais Médicos?

Atualmente, o programa soma 18.240 vagas distribuídas em cerca de 4.000 municípios. Destas, cerca de 8.500 (aproximadamente 47%) são ocupadas por médicos cubanos. Eles trabalham em 2.885 cidades, sendo que 1.575 municípios só possuem cubanos no programa (80% desses locais têm menos de 20 mil habitantes). São 300 os médicos de Cuba que atuam em aldeias indígenas, o que corresponde a 75% do total que atende essa população.Outras 4.721 (25,8%) vagas são ocupadas por brasileiros formados no Brasil e 3.430 (18,8%) por intercambistas (médicos brasileiros formados no exterior ou de outras nacionalidades). Há ainda outras 1.533 vagas que não foram ocupadas.

Como fica o programa? Haverá alguma mudança imediata?

Ainda não se sabe. À Folha o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse que a pasta ainda não foi comunicada oficialmente da decisão do governo de Cuba. “Estamos avaliando ainda. Precisamos ser comunicados oficialmente para saber como será a transição”, disse. Questionada, a Opas disse ter comunicado o Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (14), após saber da decisão de Cuba. Ainda não há informações de como deve ocorrer a saída dos profissionais cubanos, mas a previsão é que os médicos deixem o país até no máximo 31 de dezembro -antes, assim, da posse de Bolsonaro.

Há médicos brasileiros suficientes para reposição?

Em tese sim, mas a reposição levaria tempo. Hoje, há 1.533 vagas não preenchidas entre as 18 mil disponíveis. Os últimos três editais abertos no programa tiveram vagas preenchidas apenas com brasileiros. Ainda assim, a saída dos cubanos deixaria um buraco de 8.000 profissionais, e boa parte da vaga está em locais mais pobres e com menos estrutura, onde os médicos brasileiros nem sempre querem ir. Seria preciso, portanto, criar novos incentivos para atrair profissionais a essas localidades. Mauro Junqueira, presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), acredita que é possível suprir as baixas, mas isso não acontecerá de forma imediata. (Folhapress)

 

Relembre alguns exemplos marcantes:
1Mortalidade infantil chega a zero após Mais Médicos no Piauí
2. Cubanos trazem ao Brasil uma nova forma de exercer medicina
3Médica cubana utiliza ‘método diferente’ em 1º dia de trabalho
4Mãe implora por retorno de médico cubano a comunidade
5Por que o povo brasileiro passou a amar os médicos cubanos?
6Pacientes do agreste agradecem ‘de joelhos’ chegada de médicos cubanos
7Como um médico cubano está reduzindo o uso de antibióticos em aldeias indígenas
8. Globo é obrigada a reconhecer qualidade dos médicos cubanos
9. Os médicos cubanos na visão de um inglês que vive no Brasil
10. Por que os brasileiros preferem os médicos de Cuba?

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Sinal analógico será desligado em maio em cidades do Norte e Nordeste

29 de abril de 2018, 19:36

Até o momento, o sinal analógico já foi desligado em 13 capitais

O sinal analógico de TV vai ser desligado em três capitais do Nordeste e duas da Região Norte no final de maio. A previsão é que o desligamento ocorra no dia 30. Terão o sinal desligado no Nordeste Natal (RN), Maceió (AL) e Teresina (PI). Já no Norte, o desligamento ocorrerá em Belém (PA) e Manaus (AM).

Até o momento, o sinal analógico já foi desligado em 13 capitais. A previsão era de que Aracaju e João Pessoa também tivessem o sinal desligado nessa data, mas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não divulgou se ele ocorrerá ou se haverá mudança no cronograma.

No Rio Grande do Norte, além de Natal, terão o sinal analógico desligado os municípios de Arês, Brejinho, Ceará-Mirim, Extremoz, Ielmo Marinho, Lagoa de Pedras, Lagoa Salgada, Macaíba, Maxaranguape, Monte Alegre, Natal, Nísia Floresta, Parnamirim, Poço Branco, Riachuelo, Rio do Fogo, Santa Maria, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, São Pedro, Senador Georgino Avelino, Serra de São Bento, Taipu, Tibau do Sul, Vera Cruz, Vila Flor.

Em Alagoas, também terão o sinal desligado os municípios de Atalaia, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Maceió, Marechal Deodoro, Messias, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte, São Miguel dos Campos, Satuba.

Já no Piauí, o desligamento também ocorrerá em Demerval Lobão, Lagoa do Piauí, Nazária, Teresina. A cidade de Timon, no Maranhão, vizinha da capital do Piauí, também terá o sinal analógico desligado.

Na Região Norte, no estado do Pará, também ocorrerá o desligamento em Ananindeua, Barcarena, Benevides, Bujaru, Cachoeira do Arari, Colares, Marituba, Ponta de Pedras, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará, Santo Antônio do Tauá. No Amazonas, o desligamento atingirá também as cidades de Careiro da Várzea e Iranduba.

Kits

A agência reguladora está entregando kits, compostos por conversores e antenas, para as famílias atendidas por programas sociais do governo federal (como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Tarifa Social de Energia Elétrica) que não possuem aparelhos de TV que captam o sinal digital. Até o momento, já foram distribuídos em todo o país 9 milhões de kits.

O próximo desligamento está previsto para acontecer em agosto. De acordo com a Anatel, com o desligamento do sinal analógico, haverá a liberação da faixa de 700 MHz, atualmente ocupada por canais de TV aberta. Essa radiofrequência será utilizada para ampliar a disponibilidade do serviço de telefonia móvel e Internet 4G no Brasil. Com informações da Agência Brasil.

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Não confunda jornalista com jornalismo

12 de abril de 2018, 14:29

O Dia do Jornalista foi comemorado no dia 7 de abril. Instituída em 1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830, a data que quase sempre passa despercebida este ano foi marcada por um período onde esses profissionais foram bastante demandados.

O papel do jornalista de formar opiniões, conscientizar a população, oferecer à sociedade conhecimento e informações úteis em benefício das pessoas, além de contribuir para o crescimento individual, profissional e social do cidadão, tem sido cerceado a cada dia. O compromisso com a verdade tem sido agora ‘o compromisso dos patrões da comunicação com seus interesses’. A pressão dos anunciantes tem colocado em xeque a credibilidade da imprensa, indo de encontro a obrigação principal do jornalismo que é a ética profissional.

Conforme os jornalistas norte-americanos Bill Kovach e Tom Rosenstiel, autores do O livro “Os Elementos do Jornalismo: o que os jornalistas devem saber e o público deve exigir”, o importante é servir o indivíduo com informações relevantes para a melhoria da sociedade, tendo como princípio a lealdade.“O que significa ser leal com o público? “Para ser leal à sociedade é preciso ser dedicado e honesto. O jornalista não pode nem deve acrescentar nada além dos fatos. É preciso manter a qualidade, coerência, exatidão e veracidade na apuração e na elaboração das matérias. É o que a sociedade espera de um jornalista”, enfatizam.

Outro fato que marcou a semana foi a manifestação da Rede Globo em relação à opinião dos seus profissionais. Após o vazamento do áudio atribuído ao apresentador do jornal Bom dia Brasil, Chico Pinheiro, em que faz críticas e um desabafo sobre a ação do juiz Sérgio Moro ao decretar a prisão do ex-presidente Lula, o diretor-geral de Jornalismo da emissora, Ali Kamel, enviou um e-mail aos jornalistas para alertar sobre o uso de redes sociais. Em um dos trechos da gravação Chico diz: “Os coxinhas estão perdidos. Precisam de outro caminho agora”. A reação quase que imediata de um dos representantes da ‘família Marinho’ é uma demonstração de que mesmo tendo um lado, seus colaboradores, principalmente jornalistas, não pode externar em público ou para o público.

A nova forma de se fazer jornalismo divide opiniões e acende a discussão sobre a regulação da mídia. É inaceitável a manipulação barata e covarde imposta pela grande mídia á incautos telespectadores. No momento em se faz necessário usar os meios mais acessíveis de comunicação para discutir de forma responsável e prudente a situação que vive o Brasil e os brasileiros, programas de televisão se não incitam o caos, exibem aquilo que não contribui para a formação de uma sociedade cidadã e consciente. Exemplos do mau jornalismo atrelado ao mau-caratismo são encontrados facilmente nas mais diversas programações do rádio e da televisão brasileira. No final da tarde desta quarta-feira, dia 11 de abril, um programa que se intitula como ‘o maior exibidor de violência, crimes e utilidade pública do país‘, teve por quase uma hora toda a sua programação voltada para o resgate de um cachorro que caiu em um córrego em São Paulo. Helicóptero sobrevoava o local, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e outros profissionais estiveram envolvidos no socorro do pet. Todo o Brasil ficou na expectativa acompanhando cada momento deste importante fato que roubou literalmente a cena. Uma clara demonstração da falta de senso para um país repleto de boas pautas.

O 7 de abril passará a ser marcado também, a partir deste ano, como o dia em que prenderam o maior líder político do Brasil, o ex-presidente da república, por dois mandatos consecutivos, Luís Inácio Lula da Silva. Acusado, de ter recebido de presente um apartamento no litoral paulista, Lula é inimigo declarado por empresas e empresários responsáveis pelo emprego de jornalistas.

Aos verdadeiros jornalistas, um desejo por melhores dias.

 

Por Gervásio Lima

Jornalista e historiador

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Médico é preso após ser flagrado batendo ponto e deixando hospital

12 de abril de 2018, 10:22

Trata-se da primeira vez em que uma denúncia do gênero, envolvendo a ausência de um servidor público na Grande São Paulo, acaba em detenção.

Oito minutos. Este foi o tempo que um médico passou em um hospital público de São Paulo, após bater o cartão de ponto eletrônico, na noite desta quarta-feira (11). Enquanto deveria estar trabalhando na Policlínica Dona Luiza, em Guarulhos, o médico Pierre Simon estava em Barra Funda, na capital.

Conforme a Controladoria Geral de Guarulhos, depois de quatro horas, o médico voltou ao hospital, por onde ficou por duas horas. Segundo a Polícia Civil, o profissional foi preso em flagrante. Trata-se da primeira vez em que uma denúncia do gênero, envolvendo a ausência de um servidor público na Grande São Paulo, acaba em detenção.

No momento da prisão, flagrado pelo G1, o médico alega que cumpriu todo o horário, das 19h às 8h. Segundo a Controladoria, o médico foi investigado durante 30 dias. O material, registrado em foto e vídeo, mostra que houve dias em que ele permaneceu cerca de 10 minutos no Dona Luzia.

De acordo com a polícia, ele responderá por falsidade ideológica e será afastado do cargo até o fim da investigação. E, se condenado, pode ser demitido. Advogado do médico, Leandro Gomes disse que o cliente se “ausentava do plantão para fazer refeição, para procurar comida”. Gomes disse ainda que o médico assinou 19 prontuários na noite da terça-feira (10), o que comprovaria permanência no hospital.

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