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Crivella nega apoio a Barco de Iemanjá e revolta umbandistas

04 de dezembro de 2018, 14:22

Foto: © Alexandre Macieira/ Riotur

‘Sinto-me profundamente decepcionada com o trato desrespeitoso’, diz presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Mãe Fátima Damas

Assim como no ano passado, a Prefeitura do Rio, comandada por Marcelo Crivella, decidiu não apoiar o Barco de Iemanjá. A procissão que vai do Estácio, no Centro da cidade, à Praia de Copacabana, na Zona Sul, já virou tradição, chegando à sua 14ª edição em 2018.

Conforme apurado pelo jornalista Ancelmo Gois, do ‘Globo’, o evento será realizado no dia 29 de dezembro. A Congregação Espírita Umbandista do Brasil está fazendo uma vaquinha para custeá-lo.

“Sinto-me profundamente decepcionada com o trato desrespeitoso, por mais um ano, com o patrimônio imaterial de nossa cidade”, disse a presidente da congregação, Mãe Fátima Damas.

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Brasil sobe dez posições em ranking de países com maior risco climático

04 de dezembro de 2018, 14:15

O país passou de 89º para 79º em 2017, na comparação com 2016

Eventos extremos como secas e chuvas intensas, com deslizamentos de terra, têm sido cada vez mais frequentes no Brasil e já deixam o País numa situação mais vulnerável em termos de perdas. É o que mostra a nova edição do Índice Global de Risco Climático, elaborado pela organização Germanwatch e lançado nesta terça-feira (4) na Conferência do Clima da ONU que ocorre em Katowice (Polônia).

O Brasil subiu dez posições no ranking de países mais impactados por eventos climáticos extremos, passando de 89º para 79º em 2017, na comparação com 2016.

O ano passado, de acordo com o levantamento, foi o campeão em perdas relacionadas ao clima. Pelo menos 11.500 pessoas morreram em decorrência de eventos climáticos extremos, que levaram a prejuízos de cerca de US$ 375 bilhões.

O principal vetor das perdas e danos foi a temporada de furacões particularmente forte que atingiu o Mar do Caribe. Tanto que Porto Rico e Dominica foram os países que, respectivamente, ocupam o primeiro e o terceiro lugar no ranking. Ambos foram fortemente atingidos pelo furacão Maria, um dos furacões que mais causou mortes e prejuízos já registrados.

“Tempestades recentes com níveis de intensidade nunca antes vistos tiveram impactos desastrosos”, afirmou David Eckstein, da Germanwatch, principal autor do índice, em comunicado distribuído à imprensa.

O segundo país no ranking foi o Sri Lanka. Lá, chuvas excepcionalmente fortes causaram inundações que mataram 200 pessoas e deixaram centenas de milhares de pessoas desabrigadas. Esse tipo de evento – tempestades e suas diretas implicações, como inundações e deslizamentos de terras – foi a principal causa de dano em 2017. Entre os dez países mais afetados, quatro foram atingidos por ciclones tropicais.

Apesar de os países em desenvolvimento estarem entre os mais afetados e também serem os que mais têm dificuldade para se recuperar (oito dos dez mais afetados são nações com baixa renda), o aumento do risco também se observa em países ricos. Portugal, por exemplo, passou da 21ª posição no ranking em 2016 para a 11ª na edição deste ano, por causa dos incêndios florestais. No caso dos Estados Unidos, a mudança foi ainda maior: saltaram da 28ª posição para a 12ª, também como reflexo dos furacões.

De 1998 a 2017, Porto Rico, Honduras e Mianmar foram as nações mais afetadas, de acordo com o índice de longo prazo. Neste período, globalmente mais de 526.000 mortes foram diretamente ligadas a mais de 11.500 eventos climáticos extremos. Os danos econômicos foram de aproximadamente US$ 3,47 trilhões.

Para o futuro, a tendência é que esses eventos piorem no mundo inteiro com a intensificação das mudanças climáticas, alerta o relatório. Com informações do Estadão Conteúdo.

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Novo currículo do ensino médio é aprovado e aguarda homologação

04 de dezembro de 2018, 13:55

O prazo de implementação da base será de dois anos

Mesmo considerada ainda limitada, a versão final da Base Nacional Comum Curricular do ensino médio foi aprovada nesta terça-feira (4) pelo CNE (Conselho Nacional de Educação). O Ministério da Educação precisa homologar o texto, que nem foi divulgado.

A homologação deve ocorrer dia 14. O prazo de implementação da base será de dois anos. Isso depende também das redes estaduais e escolas privadas.

A base é um documento que vai nortear o que alunos do ensino médio, de escolas públicas e privadas, devem aprender. A etapa é considerada um dos maiores gargalos da educação básica.

O governo Michel Temer buscava terminar este mandato com a base aprovada, a despeito da avaliação de especialistas e de vários conselheiros de que o documento ainda tem falhas.

Além de encerrar um processo de discussão curricular iniciado em 2014, ainda no governo Dilma Roussef (PT), a aprovação desta terça representa um passo crucial para a implementação da reforma do ensino médio, outra bandeira do governo Temer.

A reforma do ensino do médio aprovada pelo governo de forma acelerada em 2016, por meio de medida provisória, flexibiliza a etapa e o prazo de implantação se inicia dois anos após a homologação da base. Havia o temor de que, sem a base aprovada, a implementação da reforma pudesse perder força.

Ainda não há detalhes sobre como a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), vai lidar com o tema. No programa de governo apresentado nas eleições, Bolsonaro promete mudar o texto.

“Não foi tentativa de aprovar antes do governo que virá, é uma politica de Estado que vem desde o PNE [Plano Nacional de Educação, aprovado em 2012]”, diz a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole. “O que virá depois é de responsabilidade de quem virá depois.”

A base referente à educação infantil e ensino fundamental foi aprovada em dezembro de 2017 e já está em implementação em estados e municípios.

O texto final do ensino médio foi aprovado à revelia de um dos relatores, professor Chico Soares, que se retirou da função e se absteve da votação por discordar do resultado final. Entre as críticas, está a omissão das menções às disciplinas, uma vez que a base do ensino médio só fala em áreas de conhecimento.

Para ele, a ausência de referências de transição do esquema atual de disciplinas para um sistema por áreas vai ser um entrave para implementação.

“O CNE recebeu a manifestação de vários grupos da sociedade brasileira sobre a necessidade de contemplar as disciplinas no projeto de reforma do ensino médio. Há razões epistemológicas que as sociedades científicas estão evidenciando, há as limitações da formação dos atuais professores, que os gestores anunciam. Há os argumentos sindicais e jurídicos sobre os contratos de trabalho dos professores”, declarou. “Desconsiderar todas estas manifestações e apagar as disciplinas do projeto não me parece adequado nem prudente.”

Soares não assinou o relatório, ficando apenas como relator o conselheiro Joaquim Neto. Soares ainda criticou a ausência de referências teóricas para embasar as decisões.

O ex-membro do CNE César Callegari também havia se retirado da relatoria por discordar dos trabalhos. Audiências públicas para discutir a base foram suspensas por manifestações de professores e alunos.

Durante a reunião desta terça, vários conselheiros falaram que o texto aprovado era a “a base possível de ser aprovada”. Sem divulgação, a reunião ocorreu em auditório praticamente esvaziado.

A versão final da base do ensino médio, ainda não publicada oficialmente, só traz detalhamento de habilidades em português e matemática. As áreas de ciências da natureza e ciências humanas só são contempladas com a descrição de competências gerais. Essa disposição já havia sido criticada.

Com a reforma do ensino médio, a etapa passou a ser dividida em dois blocos. Uma parte comum, em que os conteúdos são vinculados à base, e outra em que os alunos escolhem entre cinco áreas (caso haja oferta nas escolas): linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico.

Segundo Kátia Smole, haverá um documento separado com referências sobre essas áreas para apoiar os estados a construírem os currículos.

“Os próximos passos são de muito trabalho e entra uma série de ações para aproximar e ajudar os sistemas e redes”, diz. O MEC vai apresentar um programa de apoio à implementação.

Para Alice Ribeiro, do Movimento pela Base, a versão aprovada trouxe avanços com relação ao texto que chegou ao CNE. “Há avanços importantes como uma maior conexão entre as duas bases e nova redação das habilidades para torná-las mais claras”.

Após os dois anos de implantação, há prazo de três anos para a base ser revista. O texto já deve servir de fundamento para próximo ciclo do programa de livros didáticos do governo. Com informações da Folhapress.

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Papa Francisco preocupado que ‘moda’ da homossexualidade invada a Igreja

02 de dezembro de 2018, 11:43

O papa Francisco está “preocupado” com o número de sacerdotes e religiosos homossexuais, estimando que a Igreja Católica poderia se ver invadida pela “moda” da homossexualidade, segundo revelou um livro de entrevistas publicado na Itália neste sábado (1).

“A homossexualidade é um assunto muito sério que deve ser discernido adequadamente pelos candidatos” ao sacerdócio e à vida religiosa, declarou o pontífice argentino no livro intitulado “A força de uma vocação”, que será publicado em 10 idiomas.

“Em nossas sociedades, inclusive, parece que a homossexualidade está na moda e esta mentalidade, de certo modo, também afeta a vida da Igreja”, acrescentou. “É algo que me preocupa”.

Após a sua escolha em 2013, o papa Francisco adotou um tom mais acolhedor com os homossexuais, lançando sua agora famosa frase “Quem sou eu para julgar?” e recebendo casais homossexuais. Mas a sua postura sobre a homossexualidade continua sendo a da Igreja.

Um documento oficial de 2005 proíbe o acesso ao sacerdócio de qualquer homem com tendências homossexuais, apesar de muitos bispos optarem por fazer vista grossa, especialmente devido à drástica queda das vocações, em grande parte no mundo ocidental.

No livro de entrevistas, Francisco pede aos responsáveis dos seminários e noviciados que mantenham os olhos abertos e, inclusive, detectem candidatos que poderiam desenvolver “mais tarde” essas “tendências”.

“Na vida consagrada e no sacerdócio, não há lugar para este tipo de afeto, por isso a Igreja recomenda que as pessoas com este tipo de tendência profundamente arraigada não sejam aceitas no ministério ou na vida religiosa”, explicou o pontífice argentino.

Os homossexuais que já são sacerdotes ou religiosos “devem ser estimulados a viver plenamente o celibato e, sobretudo, serem totalmente responsáveis, sem buscar criar escândalos em sua comunidade ou entre os fiéis que vivem uma vida dupla”, acrescenta o papa.

“É melhor que renunciem ao sacerdócio ou à vida consagrada do que vivam uma vida dupla”, insistiu.

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Preguiça baiana dá doutorado a uma paulista!!!

26 de novembro de 2018, 07:52

Por Girimias Dourado  –  

“Preguiça baiana” é faceta do racismo. A famosa “malemolência” ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos.

A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de “festa eterna”.

Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. “Quem se diverte é o turista”, diz a antropóloga.

O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.

O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista.

A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que consideravam os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão????).

Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando- os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de “proteção” dos seus empregos.

Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. “Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil”, diz Elisete. Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: “A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo”.

Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente “Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.”

O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na américa latina.

Para tirar as conclusões acerca da origem do termo “preguiça baiana”, a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnavaal na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também.

A única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia).

Em fevereiro (Carnaval), uma empresa, com sede no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil).

Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados “desocupados” (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.

Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflado a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).

Faça o favor de encaminhar este artigo ao maior número possível de pessoas. Para que, desta forma, possamos acabar com este estereótipo de que o baiano é preguiçoso. Muito pelo contrário, somos dinâmicos e criativos. A diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontramos animação para sair, depois do expediente ou da aula, para nos divertir com os amigos.

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Pesquisa: negros são maioria nos pequenos negócios do Brasil

25 de novembro de 2018, 08:56

Levantamento da pesquisa GEM indica que o número de empreendedores afrodescendentes equivale a 38% das micro e pequenas empresas no país, número superior ao dos brancos

Atualmente, os negros formam o maior contingente de empreendedores no Brasil, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo Sebrae em 2017. O grupo representa 38,8% dos pequenos negócios no país, contra 32,9% dos brancos e lidera também, tanto no ranking dos empresários já estabelecidos, como iniciantes. A pesquisa revelou ainda que os empreendedores negros têm maior proporção de jovens (43% têm até 34 anos, contra 39% entre brancos). Porém, na comparação salarial, os negros continuam ganhando menos e têm escolaridade inferior aos brancos.

A designer gráfica Maíra Da Costa Pedro Luz decidiu retornar ao Brasil em 2015, depois de passar alguns anos na Itália. Sua intenção era se recolocar no mercado de trabalho, mas partiu para o empreendedorismo junto com a mãe Ivanete, abrindo um restaurante na zona norte de São Paulo.

Ela diz que a ideia foi uma forma de se autoafirmar como mulher em um segmento liderado por homens na capital paulista. Além disso, também era uma maneira de se fortalecer como negra, assim como Ivanete.

Decidi partir para o empreendedorismo por necessidade”, afirma Maíra. “Foi um caminho longo e de muito aprendizado. Em primeiro lugar, restaurante não era minha área de formação e depois eu sou uma mulher negra”, acrescenta a empresária, que é sócia da mãe no Free Soul Food, um estabelecimento de comidas naturais e veganas.

As duas empreendedoras não se intimidaram em função da cor da pele. Em lugar disso, decidiram que parte de seu quadro de funcionários seria formado por imigrantes. “Passamos a contratar pessoas de Angola, República Dominicana, Haiti, entre outros”, conta Maíra. E foi a partir disso que até seu cardápio mudou. “Hoje trabalhamos muito com raízes, uma especialidade dos imigrantes africanos”.

Outros números

• 33% dos brancos e 26% dos negros tem ao menos 1 empregado atualmente;

• 46% dos brancos e 36% dos negros esperam criar algum emprego nos próximos 5 anos;

• 47% dos brancos e 55% dos negros faturam até R$12 mil/ano. Além de que 9% dos brancos ainda não faturou, enquanto que 14% da cor negra ainda não faturou.

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Sem cubanos e violentas, favelas do Rio sofrem para atrair médicos

25 de novembro de 2018, 08:31

Sete dias foi quanto uma médica pernambucana aguentou na favela antes de desistir do emprego em 2017

Nas paredes e vidraças, 12 marcas de bala. Na entrada, uma sala de espera vazia, transferida para um auditório escondido da linha de tiro. Nos fundos, uma porta de emergência, construída para facilitar a fuga em caso de confrontos armados.

Pode parecer um bunker de guerra, mas é a clínica da família Ministro Adib Jatene. Ela fica no meio do complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, de frente para uma rua com conflitos recorrentes entre policiais e traficantes de drogas.

Sete dias foi quanto uma médica pernambucana aguentou ali antes de desistir do emprego em 2017. Desde o início do ano, há três vagas para brasileiros no programa Mais Médicos, de um total de 12, sem reposição por falta de interesse.

O risco de ser atingido por disparos que afugenta os médicos brasileiros das unidades de saúde em favelas do Rio é mais um desafio do governo federal desde a semana passada -quando os médicos cubanos começaram a deixar o Brasil após o fim do convênio entre os dois países.

Só eles que ocupavam de forma duradoura esses postos, que sofrem com a alta rotatividade de profissionais brasileiros assustados com os episódios de violência. Havia 224 cubanos do programa no estado e 41 na capital, a grande maioria em áreas periféricas.

Era o caso de Liliet Karin Cruz, que passou dois anos na unidade da Maré. Antes atuava na clínica da família Palmeiras, no alto do Complexo do Alemão (zona norte).

O motivo da transferência foi o fechamento definitivo da clínica do Alemão, que atendia quase 10 mil pessoas por mês, depois que policiais invadiram e usaram o local como base para disparar tiros durante um confronto com traficantes, em dezembro 2016.

Ela socorreu uma enfermeira que desmaiou e um colega que teve convulsões. Orientou equipe e pacientes a se deitarem no chão, onde se arrastou para checar se todos estavam bem. No dia seguinte, funcionários enchiam as mãos com cápsulas de balas recolhidas.

Na unidade em que atuou até a semana passada, na Maré, funcionários já sabem que o risco é iminente quando o caveirão blindado da polícia surge na via expressa mais próxima da clínica -que foi alvejada nove vezes nos últimos dois anos.

O procedimento padrão é fechar o portão, correr para as salas mais protegidas e esperar o tiroteio passar. A decisão de retomar o atendimento ou ir embora depende de uma consulta a uma rede de contatos locais, incluindo moradores, agentes comunitários e até traficantes.

No último ano, os tiroteios levaram a fechamentos temporários de clínicas no Alemão, Maré, Jacarezinho (zona norte) e Vila Kennedy (zona oeste). Para além dos conflitos armados, a violência impacta no dia a dia desses profissionais de outras formas.

Em uma cidade violenta da Baixada Fluminense, por exemplo, o medo de represálias de milicianos impediu uma equipe de médicos de denunciar uma adulteração de exames de sífilis pela prefeitura, segundo conta um supervisor do Mais Médicos que pede para não ser identificado.

A reportagem conversou com seis gerentes, colegas e supervisores de médicos cubanos em áreas de conflito no Rio, além de pacientes, que defenderam a sua atuação. A principal diferença, dizem, é que eles se aproximam mais dos pacientes e estão sempre presentes.

Segundo os relatos, os estrangeiros cumprem à risca as 40 horas semanais de trabalho, enquanto brasileiros às vezes faltam ou descumprem a carga horária -muitos veem o emprego como temporário e atuam em outros locais.

“Os médicos brasileiros não param no posto. Antes da cubana chegar, cada hora a gente era atendido por um”, conta a dona de casa Charla Muniz, 45, moradora da comunidade Manguariba (extremo oeste).

“Na relação interpessoal, os cubanos também têm mais facilidade”, diz Carlos Vasconcelos, médico de família na Maré. “O brasileiro vem de classe mais alta, então tem dificuldade de dialogar com aquela população, num lugar sem saneamento, com fuzil na porta.”

Se a língua é uma barreira transponível (às vezes com a ajuda de enfermeiros), as diferenças na formação e na estrutura do sistema de saúde dos dois países podem causar dificuldades para os cubanos.

“Às vezes eles usam uma medicação ou técnica diferente pelo fato de o sistema deles ser mais simples, mas não compromete”, diz um supervisor da região da Baixada. “Os que eu supervisionei não eram tecnicamente excelentes, mas oscilavam num nível aceitável.”

Garcia Vergara, também supervisor de médicos do programa e coordenador do curso de medicina da família na Universidade do Estado do Rio, avalia que “o cubano é mais focado na doença, e o brasileiro, no paciente”. “Não quer dizer que são ruins, a formação é boa, mas diferente.”

Além das 32 horas de trabalho e 8 horas de especialização e estudos semanais obrigatórias no programa, os estrangeiros recebem um mês de aulas de português e treinamentos com protocolos brasileiros. Eles não precisam revalidar seu diploma no Brasil.

Para a empregada doméstica Helena A., 56, porém, que sofre com problemas renais, a única preocupação é a falta de médicos. “Deus queira que consigam repor essas vagas. Não importa ser cubano ou brasileiro, desde que tragam mais gente para a Maré”, diz. Com informações da Folhapress.

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Língua-irmã do português, galego luta contra o preconceito

25 de novembro de 2018, 08:18

Idioma falado em região no noroeste da Espanha tenta manter sua identidade

No bar A Repichoca, em Corunha, noroeste da Espanha, um grupo de jovens se reúne para beber e tocar instrumentos como gaitas de fole. Eles falam galego entre si e com quem mais estiver perto, sem se importar se o interlocutor responde em espanhol ou em português. Quase sempre, todo mundo se entende.

A estudante Raquel Pérez, 25, faz parte do grupo. “Minhas avós sabiam galego, mas só aprendi no colégio”, conta. Desde a faculdade, ela decidiu usar só a língua local. “Percebi que não havia sentido em viver aqui e não falar galego.”

No entanto, o uso da língua entre os jovens tem diminuído. “Temos uma falta de uso nessa faixa etária. Eles sabem ler e escrever, mas não usam tanto quanto as pessoas mais velhas”, explica Valentín García, secretário de Política Linguística da Xunta de Galícia, o governo local.

Segundo a RAG (Real Academia Galega), há cerca de 2 milhões de falantes do idioma, para uma população local de 2,7 milhões de pessoas.

No entanto, a língua é pouco ouvida em grandes cidades da região, como Corunha e Vigo, e tem presença mais forte nos povoados do interior.

“Tem havido uma diminuição no número de pessoas que a usam como primeira língua, e um aumento das que a utilizam como segundo idioma”, avalia Henrique Monteagudo, secretário da RAG.

Uma das razões que afastam os jovens é que a maior parte do conteúdo que buscam nos meios digitais está em inglês ou em espanhol. Embora haja muitos perfis em galego nas redes sociais, é raro que as séries tenham dublagem na língua local, por exemplo.

Entre os motivos para a falta de protagonismo do idioma estão a censura no passado e o preconceito social. “O castelhano era a língua das elites, e o galego, dos camponeses e dos pescadores. Havia o estigma de ser uma língua das classes baixas”, explica García.

Parte dessa má imagem tem origem na ditadura de Francisco Franco, que comandou a Espanha entre 1936 e 1975. No período, o galego sofreu censura e foi banido das escolas. O governo buscava sufocar o uso de línguas locais por temer que pudessem estimular o separatismo.

Antes de Franco, o galego vivia um momento de renascimento. A língua surgiu no século 12, como galaico-português. Na Idade Média, a capital galega, Santiago de Compostela, se consolidou como destino de peregrinos, o que ajudou a impulsionar a língua.

Separados pelo rio Minho, os reinos da Galícia e de Portugal desenvolveram versões próprias do galaico-português nos séculos seguintes. Entre as diferenças, o galego usa o x em casos em que o português usa o j (como em “xustiza”) e mantém termos do espanhol, como “pero” em vez de “mas”.

O reino da Galícia foi incorporado ao império espanhol, que fez do castelhano o idioma oficial. Com isso, o galego entrou em declínio a partir do século 16. Houve um movimento de resgate a partir do século 19, interrompido com a ascensão de Franco.

Com a volta da democracia, a Galícia se tornou comunidade autônoma e decretou o galego como língua oficial. Em 1983, uma lei incluiu aulas do idioma nas escolas e traduziu os nomes oficiais dos lugares. Assim, La Coruña virou oficialmente A Coruña.

Em 1997, outra lei obrigou o uso do idioma em todos os documentos e ações oficiais. No verão, os avisos aos banhistas na praia são anunciados em dois idiomas.

A Xunta investe 8 milhões de euros (R$ 34,7 milhões) anuais em ações para estimular o galego, como a produção de livros e shows. O dinheiro também vai para TVs, rádios e jornais. No entanto, há críticas pelo fato de nenhum diário impresso atualmente ser escrito 100% em galego.

Nos últimos anos, houve reveses. Em 2009, o PP (Partido Popular), de direita, assumiu o comando da Xunta e aprovou medidas como a redução do ensino da língua nas escolas públicas.

“Antes, no mínimo 50% das aulas eram em galego. Com a mudança, o conteúdo mínimo passou a ser de 33%”, aponta Monteagudo. “Aprender o galego faz com que os jovens possam se comunicar mais facilmente em outros idiomas, inclusive em português”, diz. Com informações da Folhapress.

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Eduardo Ribeiro lança candidatura à presidência da Câmara de Vereadores de Jacobina

23 de novembro de 2018, 13:20

O vereador Eduardo Ribeiro, o ‘Dudu do Paraíso’, lançou seu nome como pré-candidato para concorrer à eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Jacobina, para o biênio 2019/2020. O anúncio foi feito durante a sessão da Câmara Municipal, na noite desta quinta-feira (22).
Em um discurso rápido e objetivo, Eduardo justificou a decisão como “uma necessidade de mudança na condução dos trabalhos do Legislativo local, sentida pelo clamor da população e até mesmo dos seus pares”. Segundo o vereador, a chapa denominada Renovação é um marco de um novo tempo em que prevalecerá a abertura política e o diálogo com a sociedade. “Vamos dar mais publicidade aos atos dos vereadores e convidar todos os segmentos da sociedade jacobinense para usar a tribuna livre e participar ativamente da vida política do município”, promete.
O edil que é considerado o parlamentar mais próximo do prefeito Luciano Pinheiro compromete, caso seja o escolhido, por em prática uma agenda positiva pra cidade, mantendo uma boa harmonia com o Executivo e primar pela independência e a participação mais efetiva da sociedade nos debates com o objetivo de alcançar os benefícios coletivos.
A pesar de ser jovem na idade e na legislatura, Eduardo é considerado como uma surpresa pela experiência demonstrada na condução do seu mandato. Boa Praça e com um vínculo muito próximo do prefeito, acredita-se que ele seria o único irá dar suporte efetivamente à administração municipal, no sentido de se conseguir a implantar os projetos para o desenvolvimento da cidade.
Eduardo revelou que foi convidado por outros colegas de bancada que já passaram pela presidência da Casa, mas ao agradecer os convites comunicou que seguirá a vontade popular que é o desejo de mudança. “Chegou a hora da mudança, de renovação”, enfatizou, informado que não estão definidos os nomes que comporão a chapa. De acordo o pré-candidato, serão convidados os vereadores que nunca participaram da mesa. A eleição para presidência da Mesa Diretora do Legislativo municipal acontece no próximo dia 20 de dezembro.
O vereador Eduardo Ribeiro que tem 34 anos de idade, é filho da ex-vereadora Nilda do Paraíso e exerce pela primeira vez um mandato eletivo, depois de ter concorrido duas vezes ao pleito; sendo que na primeira candidatura obteve mais de 700 votos e na segunda tentativa, mil e 20 votos, ficando com a quarta melhor votação. Filiado ao DEM, apoia o deputado federal reeleito, Elmar Nascimento.
Logo após o anúncio da pré-candidatura, o atual presidente da Mesa Diretora da Câmara de Jacobina, o vereador Noelson Oliveira declarou o voto no nome de Eduardo Ribeiro, caso a chapa venha a ser concretizada.

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Padre faz desfile em Porsche e coloca 50 crianças para puxar veículo

22 de novembro de 2018, 14:10

Foto: © Reprodução / YouTube

Episódio ocorreu na cidade de Zebbug, arquipélago de Malta, e gerou uma série de críticas ao religioso

Recém-chegado à cidade de Zebbug, na ilha de Gozo, uma das 21 que constituem o arquipélago de Malta, o padre John Sultana resolveu sair em um desfile em carro aberto, pelas ruas locais, com o propósito de se aproximar da população.

Nada de anormal, não fosse a maneira como tudo aconteceu. O religioso escolheu um Porsche Boxster conversível para fazer o percurso. Mais: colocou 50 crianças para puxar o veículo, que lentamente seguia pelas vias da cidade, enquanto o padre acenava para os moradores.

O episódio causou controvérsia e foi bastante criticado. Para muitos, a proposta é contrária ao que prega o líder máximo da Igreja Católica, o papa Francisco, que pauta o seu trabalho baseado na simplicidade. Tanto que, ao ser presenteado com uma Lamborghini, vendeu o veículo e destinou os recursos para instituições de caridade.

Desaprovação

Embora alguns tenham tentado entender a ideia do padre, imaginando que cerca de 2 km, percorridos a uma velocidade de cortejo, exigiriam muito da embreagem do carro, a maioria desaprovou a cena.

O Porsche, aliás, conforme sites de notícia internacionais, foi emprestado por um primo de Sultana, apontado como sendo dono de uma concessionária na ilha. Esta última informação, no entanto, não foi confirmada.

Para René Camilleri, professor de teologia na Universidade de Malta, o episódio pode ser considerado “uma porcaria”. Em entrevista à rádio One Breakfast, ele disse que “a igreja revela um grau de leviandade que torna difícil atrair novos crentes, realizando ações estúpidas como esta”.

Já Sandra Grech, prefeita de Zebbug, tentou explicar a ação e disse que o pároco “não pretendeu ser ofensivo”.

O padre, ao ser questionado pelos jornalistas, preferiu não comentar. “Para mim, não é um assunto”, respondeu, acrescentando ainda que “algumas das críticas” que lhe foram dirigidas “não são corretas”.

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