Municípios

Jacobina ganha a sua mais nova médica veterinária

18 de outubro de 2019, 10:53

Foto: Álbum da família

Jacobina acaba de ganhar mais uma médica, desta vez na área da Medicina Veterinária. Trata-se de Pamela Raieli Pinheiro Moreira, filha do casal Maria Edinaide e Raimundo Jorge Moreira (Raimundo da Lojita), que colou grau pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), no último dia 11. A tradicional cerimônia para a entrega do diploma certificando oficialmente as competências e os conhecimentos adquiridos no curso foi marcada de felicidade e muita emoção. O sentimento de dever cumprindo era facilmente visível no rosto angelical de Pamela, a primeira médica da família dos seus pais.

“Um curso pouco comum, mas sempre tive afinidade com animais. Não foi fácil, mas graças a Deus, ao apoio de minha família e dos meus amigos e amigas, conseguimos conquistar mais esta importante etapa de vida. Uma luta gratificante que no final das contas valeu muito apena, pelos conhecimentos adquiridos, pelas pessoas que conhecemos e por saber que estou apta a cuidar de vidas, mesmo sendo de animais”, comemorou a nova veterinária jacobinense, que ressalta ainda que é necessário muito mais do que apenas o cuidado com os bichos para obter sucesso na área, é preciso bastante empenho e dedicação na profissão, o que para ela não será problema por ter concluído o curso que realmente gostava.

Pamela compartilha a alegria com suas irmãs Leidiane e Geisiane Moreira

O curso de Medicina Veterinária é uma graduação voltada para atuar no segmento do cuidado, prevenção e tratamento clínico e cirúrgico de patologias em animais domésticos e silvestres.

Os professores Durval Baraúnas e Ana Catarina fizeram questão de prestigiar o momento

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Jacobina: Um clube de e para ‘artistas’

17 de outubro de 2019, 09:55

Foto: Notícia Limpa

*Por Gervásio Lima –

Fundado em 1933, por um grupo de ‘artistas’, como eram chamados os profissionais liberais como os alfaiates, sapateiros, pedreiros, carpinteiros e outros, a agremiação Sociedade União dos Artistas Jacobinenses, tinha como objetivo não somente servir como um local para a realização de festas e bailes de micareta, mas de ser um local de inclusão para os associados e suas famílias. Em seu primeiro estatuto e, acredita-se, que tenha sido o único, entre outras atribuições, funcionaria integralmente no local uma escola de ensino primário e uma biblioteca com acesso para toda a comunidade.

Os considerados ‘excluídos’ da época não podiam frequentar os dois clubes existentes naquele momento na cidade que eram o Clube 2 de Janeiro, fundado em 1878 e a Sociedade Filarmônica Aurora Jacobinense, fundada em 1879. Apenas os integrantes das famílias mais abastadas e as elites econômicas tinham acesso a esses espaços. Daí se deu a necessidade de se fundar um clube organizado por trabalhadores, uma espécie de ‘sociedade popular recreativa dançante’.

Estatuto – O artigo 1º do Estatuto da União dos Artistas Jacobinenses, aprovado em 1933, diz: “Sob a denominação de Sociedade União dos Artistas Jacobinenses, com sede nesta cidade de Jacobina do Estado da Bahia, fica constituída pelos presentes estatutos, por tempo indeterminado, uma Sociedade Operária, cuja finalidade é socorrer aos seus associados que por moléstia ou outras circunstâncias, se acharem impossibilitados de promover os meios de melhorar a sua situação”.

Após passar um período inativo, o octogenário e histórico Clube dos Artistas, local onde no passado se realizavam reuniões de caráter recreativo, cultural, artístico, político e social, passa a abrigar atualmente a sede de uma associação de lojistas.

Semelhança histórica – Em um dos trechos do livro “A invenção do cotidiano na metrópole”, a professora doutora em História da Unicamp/SP, Luzia Margareth Rago, fala da vida social e do lazer na cidade de São Paulo entre os anos de 1900 e 1950: “A vida boêmia passava a exercer enorme fascínio como lugar da evasão, do diletantismo, dos prazeres, da possibilidade de escapar à normatividade da vida cotidiana que progressivamente se instaurava. Vida boêmia, espaço da imaginação e da criatividade, pensavam os intelectuais; espaço da promiscuidade e do desregramento, denunciavam os médicos”.

Não muito diferente, conforme diversos depoimentos de remanescentes, a visão que a sociedade jacobinense tinha sobre os ‘clubes’ da cidade, seu papel social e seus frequentadores era praticamente a mesma. A vida boêmia era bastante concorrida. Jacobina naquele momento era um dos principais municípios da Bahia, com uma economia pujante. Além da agropecuária e garimpagem, era um grande entreposto de diversos produtos fornecidos para inúmeras cidades através da rede ferroviária. Na própria estação do trem, desativada em 1976, havia um bar, o Bar da Leste, que funcionava anexo ao prédio, onde regularmente acontecia música ao vivo. Quem partia ou quem chegava de viagem era recepcionado com ‘festa’.

Saudade – Um dos frequentadores ‘Dos Artistas’, como o clube era chamado, Cosme Pereira Nascimento, o ‘Cosminho da Dires’, relembra das inesquecíveis micaretas e dos bate-papos nos inícios das noites entre amigos. “Peço que não deixem este clube morrer, mudar de nome. Esta história de 1933 não pode se acabar, ninguém é dono desse salão, ele pertence a todos os cidadãos jacobinense”, apela Cosminho.

O Clube dos Artistas fica localizado entre as ruas da Conceição e São Salvador, ao lado da Igreja da Conceição.

*Jornalista e historiador

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Jacobina: Descobriu o dom em profissão em extinção depois dos 40 e abre seu primeiro negócio aos 63 anos de idade

16 de outubro de 2019, 15:03

Foto: Notícia Limpa

Filho de pecuarista, trabalhou ajudando o pai na comercialização de leite, atuou na área pública e somente após os 40 anos de idade descobriu um dom que não sabia que possuía, o de sapateiro. Esta é a história do saudense e naturalizado jacobinense Edson Teixeira Pereira Sobrinho, que trocou a correria da região metropolitana de Salvador onde morou por mais de vinte anos pelo sossego da sua cidade natal, de onde saiu como servidor público e retornou para atuar em uma das profissões consideradas em extinção no país.

Mesmo diante de uma situação difícil como é o desemprego, algumas pessoas conseguem inovar, identificando novas oportunidades de trabalho, que muitas vezes acabam por se transformar em nova fonte de renda. Situação parecida com o que viveu Edson, conforme contou durante a entrevista para esta reportagem. Segundo ele, inicialmente os trabalhos de reparação e pequenos consertos de calçados era apenas para se manter ativo, enquanto não achava uma outra ocupação. Em pouco tempo sua fama de bom ‘sapateiro’ se espalhou e ele começou a perceber que tinha descoberto uma nova profissão, e em fevereiro deste ano, realizou o sonho de abrir sua primeira sapataria e oficializar a profissão que exercia como ‘bico’.

“Devido à facilidade que eu tinha em trabalhar com as mãos, fui incentivado a abraçar a profissão. Comecei a pintar os sapatos da família, depois passei a realizar pequenos consertos e hoje a sapataria é minha principal fonte de renda”, comemora.

Conforme Edson, por conta da facilidade dos crediários das lojas de sapatos e os preços convidativos a procura por sapateiros havia caído, mas com a crise econômica que atinge o país, em todas as classes sociais, a procura pelos serviços desses profissionais voltou a crescer, daí “consertar e reformar passaram a ser o verbo da vez quando o assunto é economizar”. Por isso decidiu explorar esse nicho. “Mesmo que compre sapatos e bolsas baratos, acabam precisando da gente para consertá-los”, frisa.

Muitas profissões caminham para a extinção, conseqüência dos processos de globalização e revolução tecnológica e entre as profissões tradicionais com elevado risco de extinção, está a de sapateiro. Perguntado se essa informação não lhe incomodava, Edson foi enfático, “sapatos, sandálias e bolsas não entrarão em extinção”.

A Sapataria Tok Retok Serviços, realiza consertos, reformas e transformações em sapatos, bolsas, cintos e malas. O novo sapateiro jacobinense não perde a oportunidade para anunciar o seu negócio: “Na Tok Retok pequenos milagres’ acontecem e objetos que parecem destinados ao lixo voltam a ser artigos de luxo. Com uma recauchutagem completa deixam sapatos e sandálias com jeito de recém-saído da loja”.

Com o aumento da procura pelos serviços Edson anuncia que em breve estará adquirindo uma máquina de remendo, equipamento que não precisa desmanchar o produto a ser consertado para costurar e que facilita inclusive a troca de fecho-éclair.

A Sapataria Tok Retok fica localizada na Rua Deraldo Dias, 55, Matriz – Próximo ao Clube Aurora Jacobinense.

 

Alguns dos trabalhos realizados pelo sapateiro Edson Teixeira (antes e depois):

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Itaberaba: I Oscar da Chapada homenageará atletas e personalidades do esporte da Bahia

12 de outubro de 2019, 10:47

A cidade de Itaberaba, na Bahia, sediará no dia 22 de novembro, deste ano, o I Cerimonial Oscar da Chapada, onde serão homenageados os melhores do esporte, em diversas modalidades, da Chapada Diamantina. A solenidade acontecerá a partir das 19:30h, no Espaço Buffet Algo Mais e contará com a apresentação do jornalista esportivo e narrador de futebol, Thiago Mastroianni.

Aguardo com grande expectativa, o Oscar da Chapada já é considerado como um dos mais importantes eventos esportivos da Bahia. Serão homenageadas, além de atletas, personalidades que contribuíram e ainda contribuem com o esporte no Estado. Entre os destaque está o mestre de capoeira Lourival Souza, figura bastante conhecida na região de Jacobina (Piemonte da Chapada). Professor Lourival, como era chamado pelos seus alunos, foi o responsável em descobrir o talento de inúmeros atletas de capoeira que atualmente atuam em diversas partes do planeta, principalmente na Europa, como o mestre Pitbull (Marcos Paulo), do Grupo Jacobina Arte, que possui academias na Grécia, França, Croácia, Áustria, Alemanha, Indonésia, Itália e África do Sul.

Diversas celebridades do esporte brasileiro, principalmente baiano já confirmaram presença na cerimônia. Desportistas, artistas e jornalistas têm gravado vídeos em apoio ao evento, como o coordenador médico do Esporte Clube Bahia, Luiz Sapucaia, o jornalista esportivo Tiago Mastroianni, o técnico de futebol Quintino Barbosa (Barbosinha), o músico e mestre Tonho Matéria e Caipora integrante do Jacobina Arte da Croácia.

O idealizador e coordenador do Oscar da Chapada Diamantina é o desportista César Augusto Vaz Sampaio, popular César Pisquila, ex-presidente da Liga Desportiva de Itaberaba (LDI).

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Caém: Moradores da região do Bom Jardim reclamam de fechamento de creche

11 de outubro de 2019, 11:17

Foto: Notícia Limpa

Instalações físicas em perfeito estado, pintura nova e com mobiliário novo, assim se encontra a Creche Mãe Bebé, da localidade de Monteiro, comunidade rural pertencente ao município de Caém, próximo ao Bom Jardim. Rodeada por mato, abandonada, sem cuidadores e principalmente sem crianças, essa também é a Creche Mãe Bebé, que funcionou, de acordo informações de moradores do local, até o final de 2016.

É inacreditável, mas é verdade. O Notícia Limpa esteve visitando o estabelecimento educativo no final da manhã de terça-feira (8), e constatou o total abandono do que poderia ser um importante instrumento social para os moradores de Monteiro e adjacências, já que muitos pais utilizam os serviços da creche por não ter tempo integral disponível para os cuidados das suas crianças.

Os cerca de mil moradores que habitam aquela região estão desprovidos de um local adequado para deixar seus filhos enquanto trabalham; situação que tem gerado muita reclamação e indignação em saber, inclusive, que dispõem de infraestutura mas não podem contar com o equipamento funcionando. Vários são os lamentos das famílias. “Na creche os nossos filhos tinham as refeições, tiravam um soninho, tomavam banho e brincavam com os cuidados das professoras”, conta uma mãe que pediu para não ser identificada.

Papel da creche – Muitos pais preferem deixar seus filhos na creche do que sob cuidados de uma babá, por entender que a criança se socializa melhor convivendo com outras crianças e por achar um risco deixá-los sob cuidado de uma só pessoa. Na creche se ministra apoio pedagógico e cuidados às crianças com idade até o fim dos seus três anos.

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Jacobina: Clientes da nova Barraca do Flávio cobram da Prefeitura a instalação de banheiros e água na Orla do Mercado Velho

07 de outubro de 2019, 22:22

Foto: Notícia Limpa

A demolição de um dos principais pontos de encontro e entretenimento de Jacobina – a cinquentária Banca 2 Lauras, que passou a se chamar ‘Banca do Flávio’ após o seu novo proprietário, um jovem de origem humilde que fazia o papel de jornaleiro do estabelecimento assumir o a sua administração – passa novamente a ser motivo de indignação.

Já se passaram dois meses da derrubada pela Prefeitura Municipal da ‘barraca’ original que funcionava próximo à cabeceira da Ponte Francisco Rocha Pires, na Avenida Orlando Oliveira Pires e, após ser construído em tempo recorde, o novo espaço do Flávio, nas imediações do Mercado Municipal (Mercado Velho), não tem conseguido oferecer aos seus frequentadores condições de permanência no local por falta, principalmente, de um sanitário público e água encanada.

Mercado Municipal de Jacobina (Mercado Velho)

Mesmo autorizando a construção do espaço para a comercialização de produtos como lanches e diversos tipos de bebidas, assim como todos os estabelecimentos que trabalham com os mesmos produtos na chamada ‘Orla do Mercado Velho’, a ‘nova Banca do Flávio’ não dispõe de um local para que seus clientes utilizem como banheiro, o que tem forçado os que precisam usar o cais que margeia o Rio Itapicuru e até mesmo a via pública; algo mais complicado quando quem precisa sé uma mulher.

A transferência da Barraca do Flávio para a Orla do Mercado Velho faz parte do anúncio da implantação da ‘Praça de Alimentação de Jacobina’, que estaria transferindo também todos os food trucks que exploram o espaço do chamado ‘Sambódromo da Matriz’, uma lage construída sobre o Rio do Ouro, nas imediações da Praça Castro Alves. Mas o que já se pode perceber  é que os estabelecimentos estão sendo construídos sem um padrão pré-definido, o que colocará a nova ‘praça de alimentação’ como mais um local sem projeto de ordenamento urbano na cidade.

“A população de Jacobina e Flávio merecem respeito. Como é que destroem um espaço que já fazia parte até mesmo do turismo regional e o mínimo que se ofereceu ao cara não é cumprido?, reclamou um cidadão que pediu para não ser identificado.

Já outro cliente reclama da falta de infraestrutura do local: “sem água encanada e sem banheiro e sem outras intervenções físicas por parte do Poder Público Municipal, o local para onde o estabelecimento foi deslocado não apresenta infraestrutura adequada para receber visitantes”.

Além da Barraca do Flávio, os boxes (bares) existentes há décadas na Orla do Itapicuru nunca tiveram atenção do Executivo Municipal. Não existem banheiros para atender os frequentadores. “A colocação de um banheiro químico como emergência já resolveria em parte o problema”, solicita Rafael Dias, cliente dos estabelecimentos da Orla.

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Mandacaru vai de encontro a simbolismo verbal e mostra que pode sim dá sombra e encosto

07 de outubro de 2019, 16:00

Foto: Gervásio Lima

*Por Gervásio Lima –

Um pé de mandacaru situado em uma pequena propriedade localizada no povoado de Quebra-Coco, próximo ao município de Caém, há anos vem chamando a atenção dos moradores e de visitantes e já está sendo considerado patrimônio cultural e atração turística da localidade. A robustez da árvore e sua altura vão de encontro à média das plantas da mesma espécie.

Conforme informações de vizinhos ao ‘Mandacaru Gigante do Quebra-Coco’, como é conhecida, a planta já atingiu mais de 10 metros de altura, antes de ser radicalmente podada para servir de alimento para animais (a altura máxima das plantas comuns chega a 6 metros). Somente suas ramas cortadas de uma única vez foram suficientes para encher a caçamba de dois caminhões. Os moradores lamentam a poda, mas se dizem aliviados ao perceberem que o caule da planta voltou a ramificar.

O terreno onde o mandacaru se encontra é do empresário Joilson Lima. Segundo ele seu primeiro contato com a árvore “foi como um amor à primeira vista”. Joilson prometeu conservar o famoso cacto e, principalmente, nunca mais podá-lo. “O mandacaru é o nosso xodó. Irei preservá-lo, assim como as demais árvores nativas que encontrei, para manter viva a história ambiental do local para as gerações futuras”, prometeu.

Este era o Mandacaru Gigante em foto tirada em outubro de 2013 (Foto: Gervásio Lima)

De acordo com a definição dos dicionários, mandacaru significa “cacto (Cereus jamacaru), da família das cactáceas. Nativo do Brasil, de porte arbóreo, ramificado, com flores grandes que se abrem à noite, típico da caatinga, onde serve de alimento ao gado, é também cultivado como ornamental e por propriedades terapêuticas”.

O Mandacaru nasce e cresce no campo sem qualquer trato cultural. A semente espalhada pelas aves ou pelo vento, não escolhe lugar para nascer. Até sobre telhados pode ser encontrado pé de mandacaru. A espécie, típica do Bioma Caatinga, pode atingir 5 até 6 metros de altura. Adaptada a viver em ambiente de clima seco, com quantidades de água reduzidas, suas folhas se transformaram em espinhos que são elementos de defesa frente aos animais herbívoros. Por ter espinhos no lugar das folhas, a maioria de suas espécies não faz sombra nem dá encosto para pessoas ou bichos, daí o simbolismo verbal: “mandacaru, nem dá sombra nem encosto”.

Alimento – Existe uma variedade sem espinhos, mas a variedade mais comum é altamente espinhenta e assim como as desespinhadas é usada também na alimentação de animais, quando seus espinhos são queimados ou cortados. Esta variedade tem sido a salvação dos animais que restam neste período mais seco dos últimos 50 anos, vivido atualmente na maioria do nordeste do Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Pernambuco, Piauí e Paraíba. Para alimentação do gado se corta e queima a parte espinhosa. O mandacaru resiste a secas, mesmo das mais fortes.

Suas flores são brancas e pode chegar a aproximadamente 30 centímetros de comprimento. Entre suas principais curiosidades estão o tempo de vida de suas flores. Os botões das flores geralmente aparecem no meio da primavera e cada flor dura apenas um período noturno, ou seja, desabrocham ao anoitecer e ao amanhecer já começam a murchar. Seu fruto tem uma cor violeta forte, a polpa é branca com sementes pretas minúsculas, e serve como alimento para diversas aves típicas da caatinga, como o Cancão e o Periquito. Algumas pessoas também fazem uso da fruta na culinária.

A identificação do mandacaru com o povo nordestino e sua cultura não está somente relacionada aos períodos de estiagem, mas também por apresentar características como durabilidade, adaptabilidade e beleza. O cacto se identifica ainda através do folclore popular por conta da sua resistência em áreas consideradas de difícil sobrevivência. O sertanejo associa à floração do mandacaru a chegada das chuvas.

Pedagógico – Em trabalho divulgado na internet, a pedagoga com pós graduação em psicopedagogia, Cristina Chabes, que atua na rede estadual de ensino na capital paulista, mesmo reconhecendo que nunca viu um mandacaru de perto, escolheu a música ‘Xote das Meninas’, do rei do baião, Luiz Gonzaga, para ensaiar uma festa junina com seus alunos. Segundo a professora Cristina, a partir da apresentação da música, onde a planta aparece como uma identificação do povo nordestino e sua cultura, surgiram diversas curiosidades e o interesse dos alunos em conhecer e pesquisar sobre a história, cultura, hábitos e músicas da região, principalmente da Caatinga.“Luiz Gonzaga consagrou o mandacaru com o xote das meninas em 1953, onde ele cantava que ‘mandacaru quando flora na seca é o sinal que a chuva chega no Sertão…’. O compositor menciona um pouco da história da sua região e das dificuldades vividas pelo povo nordestino”, justificou a escolha da música que tem o Mandacaru como símbolo principal da letra da música.

Medicinal – Conforme informações contidas em um dos maiores cadastros de ervas medicinais da internet brasileira (o site: http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/mandacaru.html#ixzz2iSwT0htK), o mandacaru é considerado também como uma planta medicinal. Tendo como princípios ativos, o ácido nucleico, lipídios, proteínas e resina, ele é diurético (atua no rim, aumentando o volume e o grau do fluxo urinário, que também promove a eliminação de eletrólitos como o sódio e o cloro; sendo usado no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardíaca ou cirrose hepática) e cardiotônico (com capacidade de aumentar a força de contração dos músculos cardíacos). É indicado no tratamento da afecção pulmonar, catarro da bexiga e retenção da urina; tem poder estimulante e tônica para o coração; a partir do consumo de suas flores ‘in natura’ ou secas, polpa dos frutos, caule batido em liquidificador com água e de pomada feita da tintura da seiva do caule.

*Jornalista e historiador.

 

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Jacobina: Implantação de dissipadores no centro da cidade divide a opinião pública

23 de setembro de 2019, 13:02

Foto: Notícia Limpa

A implantação de blocos dissipadores nas transversais das ruas Manoel Novaes e Dos Humildes, no centro de Jacobina tem dado o que falar. Por ser algo novo para a maioria da população, a obra que visa conter a velocidade da água em períodos de chuva, evitando alagamentos em sua jusante, virou até mesmo ‘meme’ nas redes sociais.

Os dissipadores são usados geralmente em locais fora da área central das cidades

O dissipador de energia (ou de velocidade) de água é um dispositivo que visa promover a redução da velocidade de escoamento de água nas saídas de bueiros, descidas d´água, sarjetas (elementos em forma de calha que captam água pluvial, localizadas nas vias publicas paralelas ao meio fio) e valetas. O objetivo de sua construção é o de reduzir riscos de erosão. Existem diversos tipos de dissipadores de energia, todos com o princípio básico de exercer uma força de obstrução e de atrito para desacelerar o escoamento, onde grande parte da energia danosa é perdida.

Muitos jacobinenses conhecem o custo da falta de um sistema de drenagem urbano de águas pluviais. Os diversos alagamentos ocorridos na cidade causaram prejuízos de bens materiais, destruição da pavimentação, erosões, deslizamentos e outros problemas. As últimas grandes intervenções na drenagem de águas pluviais na cidade de Jacobina aconteceram durante os dois governos do então prefeito Carlito Daltro (1983 – 1988 e 1993 – 1997), ou seja, há mais de 30 anos, desde o seu primeiro mandato.

Fazendo parte do conjunto de obras para ampliação do fechamento das rua Coronel Teixeira e da Afonso Costa, dando continuidade a mais uma grande obra de Carlito Daltro, o conhecido Calçadão, a Prefeitura de Jacobina decidiu optar por fechar definitivamente duas vias.

Por conta dos problemas causados pela grande quantidade de água que desce da serra do bairro da Caixa D´água em período chuvoso seria justificável a construção de ‘tranquilizadores’, mas a obra está sendo criticada por prejudicar a mobilidade urbana do centro do município. “A construção de uma galeria não resolveria o problema?”, questiona o auxiliar de serviços Gerais, Antonio Gomes. Já o técnico em informática, Gerson Souza, prefere ironizar para demonstrar sua insatisfação, “Está parecendo um mausoléu, uma tumba de cemitério. Não tinham alternativas para conter água da chuva?”.

Existem também os que aprovam a intervenção. Um empresário que não quis que seu nome fosse revelado parabenizou o prefeito pelas mudanças anunciadas no centro da cidade, se referindo ao chamado ‘Novo Calçadão’ e a obra para contenção de águas pluviais. “Vai melhorar o movimento das lojas próximas das obras e poderemos dormir tranqüilo em noites de chuvas”, comemorou.

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Governo do Estado publica aviso de licitação da Ponte Salvador – Itaparica

18 de setembro de 2019, 08:22

Foto: Ascom Gov/Ba

Está publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (18) o aviso de licitação da Ponte Salvador – Itaparica, conforme foi antecipado pelo governador Rui Costa durante o #PapoCorreria, realizado na noite de terça-feira (17). De acordo com a publicação – disponível na área do DOE destinada exclusivamente a licitações – as obras e os serviços de operação e manutenção deste novo sistema rodoviário vão ser executados por meio de Parceria Público-Privada (PPP), na modalidade de concessão patrocinada.

O edital da concorrência pública e seus anexos poderão ser obtidos, a partir do próximo dia 23, no site da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), pelo endereço www.infraestrutura.ba.gov.br, no menu Editais. Os interessados poderão obter informações através do e-mail pontesalvadoritaparica@infra.ba.gov.br e do telefone (71) 3115-2174. “Até o final de novembro, nós faremos o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo”, disse o governador durante a live nas redes sociais na noite de ontem.

O governador Rui Costa deu a notícia durante o #PapoCorreria, realizado na noite de terça-feira (17).

A ponte Salvador-Itaparica terá 12,4 km de extensão e integrará o Sistema Viário do Oeste (SVO), que beneficiará 10 milhões de pessoas, que vivem em cerca de 250 municípios da Bahia. Com a construção da ponte e demais intervenções viárias do projeto, a Ilha de Itaparica, o sul do Recôncavo e o território do Baixo Sul terão o crescimento socioeconômico estimulado, como ocorreu no Litoral Norte após a construção da Estrada do Coco e da Linha Verde.

O plano de desenvolvimento prevê o estímulo a nove setores: educação, saúde, segurança pública, logística, indústria naval, turismo, agricultura, comércio e construção civil. Em 30 anos, a expectativa é que o crescimento dessas atividades crie 100 mil novos postos de trabalho. A ponte Salvador-Ilha de Itaparica será a segunda maior da América Latina e ocupará a 23ª posição no ranking mundial de pontes.

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Disputa por terras ameaça mil famílias no sertão da Bahia

16 de setembro de 2019, 20:58

Foto: Reprodução

Um vento frio cortante corre no povoado de Ladeira Grande, zona rural de Casa Nova (BA), em uma manhã do início de agosto. Homens vestem os seus raros agasalhos, mulheres enrolam lenços na cabeça e famílias inteiras sobem na carroceria de um caminhão. Juntos, os camponeses vão ao cemitério do povoado, onde rezam uma novena para uma vizinha que havia morrido sete dias antes. É assim desde o tempo dos seus pais, avós e bisavós dos moradores locais, que há gerações ocupam a mesma porção da terra arenosa e formam comunidades de fundo e fecho de pasto.

Este sentimento de comunidade, contudo, corre o risco de se dissolver frente à possibilidade de despejo de cerca de mil famílias que vivem na zona rural do município baiano, a cerca de 570 km de Salvador. A valorização das terras da região, com a chegada de usinas eólicas e a perspectiva de novos empreendimentos, provocou uma disputa pela posse de uma área que pode chegar a 600 mil hectares, o equivalente a cerca de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Uma das maiores áreas é reivindicada pela empresa mineira Bioma Terra Nova Participações, que desde o ano passado iniciou uma ofensiva para cercar terrenos e tomar posse de terras na região.

Certidões e contratos aos quais a reportagem teve acesso apontam que terras foram incorporadas ao patrimônio da Cia Agropecuária Amorim Passos, empresa com sede em Casa Nova, antes de serem vendidas para a Bioma Terra Nova. A reportagem não conseguiu contato com as duas empresas.

A Prefeitura de Casa Nova alega que o setor de tributos identificou uma quantidade fora do comum de transferências de terras na região. A troca da posse, diz o prefeito, seria uma forma de “esquentar” documentos falsos.

“Quando fomos pesquisar que áreas eram essas, percebemos que eram regiões já ocupadas por famílias. São terras que passaram de pai para filho. Não temos dúvida de que se trata de uma ação de grileiros”, afirma o prefeito Wilker Torres (PSB).

Um mapeamento das terras reivindicadas pelas empresas foi feito pela Comissão Pastoral da Terra com base em dados do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

O caso é investigado pelo Ministério Público do Estado da Bahia, que instaurou procedimento para apurar possíveis crimes de falsificação ideológica e formação de quadrilha (ver aqui). A apuração corre em sigilo.

A Coordenação de Desenvolvimento Agrário, órgão do Governo da Bahia, informou que está fazendo avaliações técnicas e cartográficas para apurar se há inconsistências ou irregularidades no histórico das propriedades.

O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, afirma que o governo intensificou a regularização fundiária nas regiões com potencial eólico e que fará uma varredura completa na documentação das terras na zona rural de Casa Nova. “Temos certeza de que vamos encontrar muitas situações de terras devolutas. São áreas pouco propícias para a agricultura.”

Nas comunidades de fundo de pasto, o clima é de apreensão entre os agricultores. Desde o fim de 2018, empresas começaram a mapear terrenos com o uso de drones e enviar trabalhadores para desmatar e cercar terras dentro do município.

Foi o que aconteceu no povoado de Ladeira Grande, a cerca de 50 km da zona urbana de Casa Nova, onde centenas de famílias vivem da criação de caprinos e ovinos, além da produção de mel.

O agricultor Alonso Dias Braga, 68, que nasceu em Ladeira Grande, afirma que sua família vive nas mesmas terras há mais de cem anos.

Ele diz que forasteiros começaram a desmatar e marcar terrenos próximos a sua casa no início deste ano, mas a comunidade se uniu para arrancar os piquetes instalados na região.

“Por enquanto, a gente está aqui resistindo. Mas só Deus sabe o dia de amanhã”, contou Braga, que vive no povoado com a mulher e seis filhos.

Avelar Oliveira da Silva, 43, que também cria cabras e ovelhas no povoado, corre o risco de ver se repetir a mesma história que sua família viveu na década de 1980, quando foi desalojada de suas terras por causa da inundação causada pela construção do reservatório de Sobradinho.

“Eu já nasci aqui. Mas meus pais e meus irmãos foram tirados lá do [povoado] Riacho Grande por causa da barragem. E, agora, isso de novo. A gente vai para onde?”, questiona o agricultor.

Nascido no povoado de Melancia, Silva mudou-se para Ladeira Grande após o casamento, quando passou a viver nas terras dos sogros, que nasceram e se criaram naquela localidade. Apontando para o retrato dos sogros pendurado na parede, diz que a família de sua mulher vive nas mesmas terras há décadas.

Além dos desalojados com a construção da barragem de Sobradinho, a zona rural de Casa Nova possui histórico de décadas de disputas territoriais.

Em 2008, centenas de famílias do povoado Areia Grande ficaram na iminência de serem desalojadas depois de a Justiça dar ganho de causa pela posse das terras para uma empresa da região.

Na época, prepostos entraram nas comunidades e destruíram casas, chiqueiros, currais e roçados. Um ano depois, um dos líderes da comunidade, Zé de Antero, foi assassinado em um crime que ficou sem solução.

Coordenadora da Comissão Pastoral da Terra na região, Marina Rocha classifica o cenário de disputas por terras como um problema histórico e grave em Casa Nova. E diz esperar que o poder público regularize as propriedades para garantir a segurança e estabilidade para os agricultores.

“São famílias que vivem secularmente na região, criando e produzido. Mesmo que não tenham documentos, eles têm a posse da terra. Retirá-las de suas casas é um crime e uma ameaça ao jeito de viver destas populações”, afirma.

Bahia Notícias *João Pedro Pitombo 
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