Vivo, Tim e Claro discutem fim do WhatsApp ilimitado

17 de julho de 2023, 16:26

Planos foram importantes para aumentar acesso à internet no Brasil, mas restringem navegação (Foto: Reprodução)

Executivos das três principais operadoras do Brasil, Tim, Vivo e Claro, indicaram que as empresas estão discutindo a possibilidade de encerrar a oferta de acesso ilimitado a aplicativos pré-determinados no contrato. Atualmente, as três gigantes da telefonia fornecem acesso ilimitado ao WhatsApp. 

Esse serviço impulsionou significativamente as vendas de planos de telefonia móvel no país, uma vez que 62% dos usuários acessam a internet exclusivamente por meio de seus celulares. Conforme a pesquisa TIC Domicílios, conduzida pelo NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), o principal uso dos dispositivos móveis no Brasil é a troca de mensagens via WhatsApp.

Em geral, as operadoras oferecem pacotes de dados com limites de consumo e, por meio de acordos com empresas de tecnologia, alguns aplicativos são excluídos do cálculo de dados consumidos. Durante um evento de inovação em telecomunicações realizado em junho, o presidente do grupo Claro Brasil, José Felix, criticou essa estratégia, referindo-se a ela como um erro. Ele mencionou que a empresa tem custos significativos, na casa dos milhões, para manter o consumo de dados em plataformas de grandes empresas de tecnologia. 

Normalmente, as operadoras vendem pacotes de dados com limites de consumo e estabelecem acordos com empresas de tecnologia para isentar determinados aplicativos da contagem de dados utilizados. Durante um evento de inovação em telecomunicações realizado em junho, o presidente do grupo Claro Brasil, José Felix, criticou essa estratégia, considerando-a um equívoco. Ele destacou que sua empresa tem despesas na faixa de milhões de reais para sustentar o consumo de dados em plataformas de grandes empresas de tecnologia. 

Para manter esses planos, as operadoras arcam com os custos de fornecer dados para atrair clientes ou cobram das empresas provedoras dos aplicativos. Um relatório do InternetLab revela que essa estratégia resulta em um aumento no preço médio dos planos e promove o que os pesquisadores denominam de dependência tecnológica, já que incentiva o uso de aplicativos específicos. 

Felix afirmou que o princípio da neutralidade da rede, determinado pelo Marco Civil da Internet, precisa ser revisto, para que novos acordos considerem o tamanho díspar das principais empresas de tecnologia, como Meta, Google e Apple. Especialistas, contudo, afirmam que os

planos “zero rating” são uma violação a neutralidade da rede ao confinar usuários a determinados nichos da internet. Procurada pela Folha, a Claro afirma que não comenta esse tema ou a fala de seu executivo.

A operadora oferece planos com acesso ilimitado a WhatsApp, Waze, Instagram, TikTok e Facebook. A Tim garante acesso livre a WhatsApp e Deezer nos planos pré e pós-pagos, que também incluem Instagram, Facebook e Twitter ilimitados. Questionada pela reportagem sobre a intenção de encerrar os planos zero rating, a Tim preferiu não comentar o assunto.

O diretor de receitas da TIM, Fábio Avellar, disse ao Broadcast, do Estadão, que ter um tráfego não remunerado sempre gera prejuízo. A empresa precisa avaliar se a estratégia atrai clientes o suficiente para bancar o custo, segundo ele. A operadora foi a empresa que mais instalou antenas para o sinal 5G até o momento e procura maneiras de compensar esse investimento, disse Avellar na ocasião. A Vivo é a operadora que menos oferece acesso ilimitado a aplicativos. Os clientes da empresa acessam apenas WhatsApp de maneira ilimitada. Alguns planos pós-pagos incluem Waze.

Folhapress

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