Tudo na vida passa

11 de março de 2021, 08:31

(Foto: Notícia Limpa)

*Por Gervásio Lima – 

“Tudo na vida passa, tudo no mundo cresce. Nada é igual a nada não. Tudo que sobe desce, tudo que vem, tem volta. Nada que vive, vive em vão. Nem todo dia é festa, nem todo choro é triste. Nenhuma dor sempre
 
Em 1982 a banda The Fevers, uma das mais queridas e tocadas no Brasil fazia sucesso com a música ‘Elas por Elas’ (trecho acima). Neste mesmo ano a seleção brasileira foi considerada a melhor seleção da Copa do Mundo, mesmo não levando a taça. No início daquele ano, no dia 19 de janeiro, morre uma das melhores interpretes da música brasileira, a cantora Elis Regina. Bem mais para frente, no dia 13 de dezembro, o saudoso Leonel Brizola é eleito governador do Rio de Janeiro. Brizola foi único político eleito pelo voto para governar dois estados diferentes em toda a história do Brasil, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. 
 
Já se passaram 39 anos, mas incrivelmente a estrofe da música ‘Elas pro Elas’ continua atual, uma verdadeira mensagem de otimismo para uns e um recado para outros. Didaticamente falando, ‘quem avisa amigo é’ ou ‘os ‘os humilhados serão exaltados’. 
 
A arrogância e a prepotência são passageiras, e o resultado na vida para quem insiste em se comportar como tal é inevitavelmente catastrófico. Pior que caminhar se livrando dos espinhos é tropeçar em pedras no caminho. O bem pode em certos momentos ser apenas uma trilha, mas sempre levará a um destino seguro, onde as lágrimas causadas por tribulações durante o percurso serão transformadas em sentimentos de alegria, em comemoração às conquistas e às curas das dores.
 
O ato de cantar ajuda a exercitar o coração, fazendo com que as pessoas se sintam bem, passando quase sempre uma mensagem sobre o olhar para o que realmente importa na vida. A música também influencia diretamente no desempenho da memória, um exemplo disto é a canção ‘Pra não dizer que não falei da Flores’ (1968), de Geraldo Vandré:
 
“Caminhando e cantando, e seguindo a canção, Somos todos iguais, braços dados ou não. Nas escolas, nas ruas, campos, construções. Caminhando e cantando, e seguindo a canção…” 
 
A letra que transmitia, e ainda transmite, esperança, acabou se tornando um hino de resistência no Brasil,  sendo, na época, censurada e proibida de tocar pelos militares. 
 
Como diz Flávio José, “Se avexe não, amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada”. 
 
*Jornalista e historiador 
 

Boas Festas!

VÍDEOS