Trágico ou cômico? A escolha é sua

04 de novembro de 2020, 14:38

* Por Gervásio Lima  –  
Seria trágico se não fosse cômico, ou seria cômico se não fosse trágico? Para o momento que vive o mundo, em especial o Brasil, essas celebres frases se encaixam de trás para frente e de frente para trás; tão confusa e bagunçada a vida de boa parte da população. A forma da pronuncia não seria o fato relevante neste instante. Como na matemática, ‘a ordem dos fatores não altera o produto’, ou seja, na soma de dois diferentes números, não importa a ordem em que estejam, o resultado é sempre o mesmo.

Incerteza, atribulação, intolerância, medo e outros sentimentos ruins estão permeando cotidianamente as sociedades. A ansiedade e a angústia convivem lado a lado, provocando apreensões e sofrimentos coletivos. Incitação ao ódio, disputa de poder, perda de direitos, desemprego, fundamentalismo, intolerâncias religiosas, de raça e de gênero, violência desenfreada e a pandemia são os principais temas da atualidade, onde a falta de empatia é uma realidade e já está causando prejuízos nas relações humanas.

O cômico se transformou em sátiro e ao invés de engraçado e fazer rir (expressando alegria) passou a ser maledicente e sarcástico. Piadas de mau gosto, com significados dúbios são contadas irresponsavelmente até mesmo por aqueles que deveriam ser e dar exemplos, mas preferem pregar o conflito embasado em mentiras descabidas.

Como uma espécie de ‘tsunami cívico’, comportamentos indecorosos têm levado o Brasil a um desastre moral nunca visto na história, com perdas de credibilidade, identidade e de protagonismo em diversas áreas. De lugar de destaque no mundo, a ‘nação canarinho’ sucumbe ao fracasso.

Errar sem saber que está errando é inocência, enquanto que saber quer irá cometer um erro é um ato criminoso e desumano. Criar condições para que o semelhante sofra é ir de encontro a todos os princípios sociais e bíblicos, para os cristãos. Viver em comunidade é dividir o espaço de forma igualitária, agindo de forma que todos sejam beneficiados com os mesmos direitos. O individualismo tem tornado as pessoas cada vez mais egoístas e instaurando um inédito desequilíbrio social.

Está aí o tamanho da responsabilidade da escolha consciente daqueles que serão os representantes nas câmaras e prefeituras dos municípios brasileiros. Ao se encontrar com a urna eleitoral, na cabine de votação, é bom lembrar que a soberba é um dos piores defeitos do ser humano. Na Escritura Sagrada “a soberba precede a queda, comanda as intenções do mentiroso e dirige a vida do ladrão”, por tanto é sempre bom atentar para o que está escrito: ‘o orgulho leva à destruição, e o espírito arrogante, à ruína’.


* Jornalista e historiador

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