Tocam sinos, tocam sinos …

20 de dezembro de 2017, 14:05

Jingle Bells, Jingle Bells, acabou papel. Não faz mal, não faz mal, limpa com jornal. Essa paródia “abrasileirada” e por incrível que pareça cantada nos quatro cantos do país no período que antecede o Natal, é um dos mais antigos plágios que se tem notícias na ‘Terra Tupiniquim’, mas se mantém atual quando o assunto é política e crise econômica, onde o papel a que remete a música vale literalmente mais que determinados jornais, do ponto de vista a conteúdo e compromisso com a verdade.
Assim como as instituições públicas, os meios de comunicação tinham respaldo e eram considerados exemplos de moralidade e decência. A onda de escândalos envolvendo os mais diversos tipos de ‘autoridades’ e as complacências explicitas têm levado os poderes e os poderosos para a mesma indecorosa vala. A desconfiança tem substituído o respeito. Interesses espúrios e escusos sobrepõem a verdade. Não é democraticamente correto fazer com que o outro veja apenas o que lhe convém; isto é uma forma inadmissível de persuasão. Com o advento da Rede Mundial de Computadores atualmente é preciso saber que nem tudo que se diz encontrar no globo é real.
O jornalismo sempre foi o canal que disseminou as notícias e conteúdos às pessoas, seja a respeito da sua própria comunidade ou sobre o mundo. Hoje existe um ruído na relação entre os meios de comunicação e o público que não quer mais ser informado por apenas o que uma emissora de TV, de rádio ou jornal impresso insiste em veicular. Boa notícia, quiçá não corrobore para a “monogamia informativa”, ou seja, que ao invés de se procurar o acesso aos mais diversos meios oferecidos da informação se atenha apenas a um, ou na pior das vezes a nenhum.
A partir da chegada das redes sociais há quem se informe somente através das mensagens que recebe por meio digital (celular, computador …). Ao não checar as informações corre-se o risco de disseminar informações inexatas e exageradas, as chamadas fake news, ou seja, espalhar notícias que aparentam ser verdadeiras, que em algum grau poderiam ser verdade ou que remontam situações para tentar se mostrar confiáveis.
Em um enigma criado por Alex Bellos, da produtora de TV BBC, de Londres, ele desafia a descobrir quem está mentindo ao apresentar a ‘advinha’ (charada): . João diz que Alfredo é mentiroso. Alfredo diz que José é mentiroso. José diz que Alfredo e João são mentirosos. Presumindo que cada pessoa envolvida ou sempre diz a verdade ou sempre mente, qual deles está dizendo a verdade? Solução: Alfredo está dizendo a verdade. Se José está dizendo a verdade sobre João, então João está dizendo que Alfredo é honesto, o que faz de José um mentiroso. Se, por outro lado, João é honesto, então Alfredo está na verdade dizendo que José é honesto, o que mostramos ser falso. Portanto, só Alfredo está dizendo a verdade.
Que o sentimento natalino perpetue, para que o amor, a paz, o perdão, o afeto, a amizade, o carinho, a cumplicidade e a verdade estejam sempre presentes na vida dos seres racionais. Feliz todas as festas do bem para todos. Ho, ho, ho, ho, ho …

Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador

Boas Festas!

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