Surgimento de novas manchas de óleo na Bahia não deve gerar pânico

18 de fevereiro de 2022, 09:03

Biólogo ressalta que material continua sendo tóxico para o meio ambiente, mas quantidade encontrada é muito menor que em 2019 (Foto: Reprodução)

O surgimento de novas  manchas de óleo em praias da Bahia já preocupa a população, mas até então não há motivo para pânico. A substância foi encontrada no último domingo (13) no litoral de Coqueiro Verde, em Candeias, município que fica na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Segundo o biólogo e diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Francisco Kelmo, o momento demanda cautela, investigação e esforço dos órgãos e entidades competentes para garantir a rápida remoção de todo o material.

“Até agora a quantidade que a gente viu é pequena se comparada àquele desastre que percorreu todo o litoral do Nordeste. Então, não é necessário você alarmar a população”, frisa Kelmo em entrevista ao iG .

Além da menor proporção, ele explica que o material é diferente do encontrado em 2019, quando praias de toda a região foram atingidas pelo  vazamento de um navio petroleiro de bandeira grega. Kelmo conta que a substância anterior apresentava alta densidade, por isso não flutuava na água, e já havia passado por transformações dentro do ambiente marinho. Já os novos resíduos são pastosos, com forte cheiro de óleo e ainda não transformados.

“O óleo de 2019 não tem mais aquele cheiro forte porque todos os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, os HPAs, que são aqueles gases com cheiro forte de combustível já evaporaram. Aquele material de 2019, quando a gente encontra na praia, já está todo misturado com sedimento, então já está endurecido, é o que a gente chama de poção recalcitrante. (…) Então, pode até ser da mesma fonte, ter a mesma assinatura — o pessoal da Química vai dizer depois —, mas não é o óleo derramado naquela época, esse foi recentemente derramado no mar”, ressalta.

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