Sucuri considerada uma das maiores já registradas foi encontrada morta
25 de março de 2024, 09:28
O animal pode ter sido vítima de violência, possivelmente de disparos de arma de fogo (Foto: Reprodução)
Neste domingo, 24 de março, uma sucuri com mais de cinco metros de comprimento foi encontrada sem vida nas águas do Rio Formoso, localizado no município de Bonito, no Mato Grosso do Sul. O caso trouxe à tona questões sobre a conservação da fauna local e a necessidade de proteção desses animais selvagens.
Segundo informações preliminares, o animal pode ter sido vítima de violência, possivelmente de disparos de arma de fogo, no entanto, ainda não há precisão sobre a causa da morte. Moradores encontraram a sucuri boiando nas águas durante uma descida de bote pelo rio.
A informação foi divulgada pelo fotógrafo Cristian Dimitruis, por meio de uma postagem em suas redes sociais. Ele disse que conhecia o animal há cerca de dez anos e que já fez diversas imagens para canais de TV internacionais, algumas ainda exclusivas.
Esta cobra ficou famosa após aparecer em um vídeo publicado no mês passado pelo apresentador de TV holandês Freek Vonk.
A sucuri é considerada uma das maiores já registradas no Brasil, o que torna sua perda ainda mais significativa para a biodiversidade da região. Ela é conhecida pelo apelido de “Ana Júlia”ou “Vozona”, conforme informado pela bióloga Juliana Terra, doutora em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de um projeto que visa estudos e ações sobre a conservação da espécie, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Juliana disse à reportagem da Agência Sertão que não está em Bonito, mas comparou as fotografias divulgadas e reconheceu o exemplar pelas manchas na cabeça. Durante a semana, ela irá até o município para ver de perto o animal morto e confirmar sua identificação e causa da morte. “As manchas são únicas, como uma impressão digital. A linha grossa atrás do olho, seguida de uma fina que formava um coraçãozinho, é a marca dela”.
O projeto conduzido por Juliana monitorava esta cobra há oito anos. “Acompanhei eventos reprodutivos, gestações, alguns filhotes e muito da vida dela nesse período, uma perda inestimável, muito triste”, disse a bióloga.
Ela disse ainda que não chegou a fazer a captura do animal para medição, entretanto, estima que ela meça mais de cinco metros.
Apesar de seu tamanho imponente e de muitos mitos, é importante ressaltar que as sucuris não representam um risco direto para as pessoas, desde que não se sintam ameaçadas, como ocorre com a maioria dos animais silvestres. Essas serpentes desempenham um papel crucial no ecossistema, ajudando a controlar populações de outras espécies e contribuindo para o equilíbrio ambiental.
Na ocasião da publicação, Freek Vonk falava sobre a descoberta de uma nova espécie de sucuri, encontrada no norte da região amazônica, no entanto, a imagem foi registrada em Bonito, como ele mesmo confirmou à reportagem da Agência Sertão. Depois da informação incorreta ter repercutido nos grandes veículos do Brasil e do mundo, ele editou a postagem, indicando a localização correta das imagens.
O estudo em questão propõe a divisão das sucuris-verdes de duas espécies devido à diferenças encontradas no DNA dos exemplares, classificando as do sul como Eunectes murinus, como já eram chamados todas as sucuris-verdes, e como Eunectes akayima, as do norte, na Bacia do Rio Orinoco.
Agência Sertão
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