Sistemas Agrícolas Resilientes instalados no Semiárido Baiano irão garantir a perpetuação de sementes livres de transgenia

13 de maio de 2025, 16:10

Comunidades rurais de Caém e Caldeirão Grande contam com espaços exclusivos para multiplicação e resgate de espécies vegetais nativas e adaptadas ao clima Semiárido: os chamados Sistemas Agrícolas Resilientes (Foto: Ascom/CAR)

O Governo do Estado instalou 11 Sistemas Agrícolas Resilientes (SAR) em comunidades dos territórios Piemonte da Diamantina, Piemonte Norte do Itapicuru e Sertão do São Francisco, espaços destinados ao resgate, multiplicação e conservação de sementes com risco elevado de desaparecimento.

O Sistema foi viabilizado por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), por meio do projeto Pró-Semiárido, em parceria com a assessoria técnica do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e o Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), a partir do projeto Sementes Crioulas.

A implantação do SAR tem função estratégica no trabalho que o Governo da Bahia tem desenvolvido para a preservação da Caatinga, ampliação e resiliência dos agroecossistemas e, principalmente, na produção de alimentos saudáveis e de forragem para a criação animal.

Os 11 Sistemas implantados somam uma área de seis hectares, onde foram plantadas 95.405 sementes e mudas no primeiro ciclo de produção avaliado. O cultivo das sementes nesses espaços é realizado de forma coletiva e tem diversos usos pelas famílias agricultoras, como o consumo, a troca, a doação e o comércio.

“O Sistema Agrícola Resiliente foi, para nós, bastante gratificante e com grandes aprendizados. Ele serve como banco de sementes, por que é importante para nós agricultores sabermos onde tem a semente atraído e adaptado para a nossa região. Esse projeto chegou para inovar na nossa comunidade”, comemora o agricultor e guardião de sementes, Erivaldo Lima, da Fazenda Micaela, município do Caém.

Casa de Sementes – As sementes cultivadas nos Sistemas Resilientes são armazenadas em 16 Casas de Sementes Crioulas, um exemplo da estrutura implantada na Fazenda Micaela, que contém todos os equipamentos necessários para organização e conservação das espécies.

“A Casa de Sementes é importante, pois temos um lugar para guardar, trocar e comercializar essas sementes. Tem agricultores que não tinham o costume de guardar as sementes, sendo esses os mais jovens. É um local onde a comunidade também realizou encontros e reuniões dos mantenedores”, explica o agricultor Edmilson Anunciação, um dos mantenedores do SAR/Micaela, referência pela manutenção dos Sistemas na comunidade.

Segundo o engenheiro agrônomo e técnico da CAR/Pró-Semiárido, João Nunes, a Casa de Sementes é uma ‘guardiã mãe’, pois abriga todo o material genético e faz a conexão com os sistemas das comunidades vizinhas. “A Casa de Sementes é um laboratório vivo, um espaço político social de troca de conhecimentos, sobretudo a respeito de práticas agroecológicas produtivas e tradicionais”.

Ascom/CAR

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