Rússia e China avaliam instalar usina nuclear na Lua, diz chefe de agência espacial
05 de março de 2024, 13:43
A estrutura permitiria a construção de assentamentos lunares no futuro. (Foto: Ads by Kiosked)
O chefe da agência espacial da Rússia disse que o país está avaliando com a China a possibilidade de instalar uma usina nuclear na Lua entre 2033 e 2035. A estrutura, segundo ele, permitiria a construção de assentamentos lunares no futuro.
“Hoje, estamos considerando seriamente esse projeto em algum momento entre 2033 e 2035 para entregar e instalar uma unidade de energia na superfície lunar junto com nossos colegas chineses “, disse Yury Borisov, diretor-geral da Roscosmos, durante palestra nesta terça-feira (5) para estudantes.
Borisov, ex-vice-ministro da Defesa, afirmou que os dois países trabalham em conjunto em um programa lunar e que Moscou pode contribuir com sua expertise em energia espacial nuclear.
Ainda segundo ele, painéis solares não seriam capazes de fornecer eletricidade suficiente para alimentar futuros assentamentos lunares, diferentemente da energia nuclear.
Ele afirmou que a usina precisaria ser construída por robôs. “Esse é um desafio muito sério… Deveria ser feito em modo automático, sem a presença de humanos”, afirmou.
Em 2021, Rússia e China apresentaram um plano para construir uma estação científica no satélite até o fim de 2035.
De acordo com um relatório do serviço de notícias Tass, o projeto inclui o uso de rovers para pesquisa, um robô saltador e vários minirovers inteligentes projetados para explorar a superfície lunar.
Borisov também disse que a Rússia se opõe ao uso de armas nucleares no espaço, reforçando o posicionamento de Vladimir Putin, que negou anteriormente as alegações dos EUA sobre os possíveis planos do Kremlin para ter esse tipo de arma.
“É claro que o espaço deve ser livre de armas nucleares”, disse Borisov, de acordo com a Interfax.
Outro ponto abordado pelo chefe da agência russa foi o plano de construir uma nave espacial movida a energia nuclear. De acordo com ele, todas as questões técnicas relacionadas ao projeto foram resolvidas, exceto encontrar uma solução sobre como resfriar o reator nuclear.
“Estamos de fato trabalhando em um rebocador espacial. Essa estrutura seria capaz, graças a um reator nuclear e turbinas de alta potência, de transportar grandes cargas de uma órbita para outra, de coletar detritos espaciais e de se envolver em muitas outras aplicações”, disse Borisov.
Autoridades russas já mencionaram planos ambiciosos de um dia minerar na Lua, mas o programa espacial russo sofreu uma série de contratempos nos últimos anos.
Sua primeira missão lunar em 47 anos falhou depois que a espaçonave Luna-25 perdeu o controle e caiu.
Moscou disse que lançará mais missões lunares e depois explorará a possibilidade de uma missão tripulada conjunta Rússia-China e até mesmo uma base lunar.
No mês passado, a China disse que pretende colocar o primeiro astronauta do país na Lua antes de 2030.
Folhapress
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