O que fazer com as máscaras de tecido velhas?

02 de março de 2022, 15:08

Estima-se que, apenas em 2020, os moradores da cidade de São Paulo (SP) tenham utilizado tantos metros de tecido que seria possível cobrir 68 campos de futebol (Foto: Reprodução)

Já enfrentamos 2 anos de pandemia de covid-19, e se tem um assunto sobre o qual aparentemente entendemos bem são as máscaras. No início de 2020, as máscaras de tecido foram declaradas pelos órgãos de saúde como a prevenção mais fácil e eficaz contra o coronavírus — fora o isolamento. Mas, com o avançar das pesquisas, descobriu-se que elas não são tão seguras quanto algumas opções descartáveis — em alguns casos, elas poderiam filtrar apenas 5% dos aerossóis vindos de espirros.

Pesquisadores orientam que as melhores máscaras para garantir a proteção são as de modelo PFF2 e N95: ambas garantem a filtragem de até 95% das partículas suspensas no ar, além de vedarem muito bem a boca e o nariz. Então, se essas máscaras são mais eficientes, o que fazer com aquela grande quantidade de modelos de pano que foram comprados ou costurados no início da pandemia de covid-19?

A dificuldade na reciclagem de tecidos

Muita gente que se preocupa com o meio ambiente já se perguntou qual seria o melhor destino dessas máscaras, uma vez que a quantidade de tecido usada nelas é grande. Estima-se que, apenas em 2020, os moradores da cidade de São Paulo (SP) tenham utilizado tantos metros de tecido que seria possível cobrir 68 campos de futebol.

Uma solução plausível é a reciclagem, mas há uma questão importante aqui: os tecidos não contêm apenas um tipo de fibra. Há máscaras feitas de fibras naturais, como algodão e linho, e outras de fibras sintéticas, como poliéster e nylon.

Por isso, reciclar um tecido não é tão simples quanto reciclar vidro ou metal. Em teoria, é fácil reutilizar uma máscara de algodão ou de poliéster, mas esbarra-se em um problema, que é a falta de estrutura para fazer isso. “Não existem mecanismos reais sobre aonde levar essas máscaras. Você não pode simplesmente levá-las a um ponto de coleta ou colocá-las em lixeiras, como faz com garrafas de Coca-Cola”, explica Robert Speight, professor de Biotecnologia Microbiana na Universidade de Tecnologia de Queensland (Austrália).

Então, qual é a solução?

A solução ideal para as máscaras de tecido velhas seria encontrar um local de descarte apropriado desse material. Em São Paulo, a Renovar Têxtil coleta resíduos têxteis na região do Brás e do Bom Retiro e recebe máscaras que serão usadas para desfibramento, um processo que faz a fibra ser reutilizada.

No entanto, nem todas as cidades têm esses centros disponíveis — e um destino dado a essas máscaras é a incineração, que gera efeitos poluentes na atmosfera. Nesse sentido, talvez jogá-las no lixo seja até melhor que queimá-las.

Outra ideia é reaproveitar o tecido das máscaras, usando-as, por exemplo, para fazer colchas, panos de limpeza, fuxicos ou novas roupas, dependendo da criatividade. Caso decida dar nova vida às máscaras, não esqueça que elas precisam estar bem higienizadas. Um método fácil e seguro para fazer isso é mergulhá-las em uma solução de 1 litro de água e 10 mililitros de água sanitária por 40 minutos.

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