Navio grego foi responsável por vazamento de óleo no litoral brasileiro, afirma PF

03 de dezembro de 2021, 06:30

Nesta foto de 21 de outubro de 2019, menino sai do mar coberto de óleo que vazou na praia de Itapuma, no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco (Foto: Reprodução)

A misteriosa mancha de óleo que causou um desastre ambiental ao longo de mais de 2.000 quilômetros da costa brasileira entre agosto de 2019 e março de 2020 foi causada por um navio de bandeira grega, informou a Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (2) após dois anos de investigação.

A polícia “concluiu que há evidências suficientes de que um petroleiro de bandeira grega foi responsável pelo derramamento da substância oleosa”, que afetou mais de 1.000 cidades em 11 estados costeiros, declarou a PF em um comunicado, sem especificar o nome da empresa proprietária o barco.

Em novembro de 2019, as autoridades brasileiras identificaram o petroleiro grego Bouboulina, da empresa Delta Tanker, do mesmo país, como “o principal suspeito” pela mancha de óleo.

Mas, na época, a Delta Tankers negou “qualquer responsabilidade” pela catástrofe ambiental, que ameaçou manguezais, santuários de baleias jubarte, recifes de coral e inúmeras praias em cidades costeiras do nordeste, uma região cuja economia é altamente dependente do turismo.

“Apenas os custos arcados pelos poderes públicos Federal, Estadual e Municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões”, disse a PF, que especificou que ainda realiza investigações para apurar o valor total dos danos ambientais causados.

Durante o desastre, o governo do presidente Jair Bolsonaro, muito criticado por sua política ambiental, mobilizou cerca de 5.000 soldados para operações de limpeza e mais de 4.500 toneladas de resíduos de petróleo foram coletadas.

Centenas de moradores voluntários também ajudaram a remover as substâncias.

A PF explicou que a investigação se concentrou em três aspectos: determinar o tipo e a origem do material derramado; a localização exata do “derramamento/despejo”; e o levantamento de fatos, por meio de “cooperação nacional e internacional, inclusive com o apoio da Interpol.”

A empresa proprietária do barco e seus representantes legais, bem como o comandante e o engenheiro-chefe do navio, “foram acusados dos crimes de poluição, não cumprimento de obrigações ambientais e danos às reservas naturais”, acrescentou a Polícia Federal.

Após o inquérito policial, caberá à Justiça e ao Ministério Público do Rio Grande do Norte a adoção das medidas cabíveis contra os responsáveis.

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