Médico jacobinense lembra os momentos que conviveu com a agora Santa Dulce dos Pobres

13 de outubro de 2019, 12:25

*Por Airton Vieira Costa –

Morei no hospital de Irmã Dulce por 2 anos e meio como interno, na época eu tinha 21 anos de idade. Tive a honra de estar com a Irmã Dulce em muitos momentos. Fizemos uma viagem longa para o Rio de Janeiro, de carro porque ela tinha receio de avião. Tive que levar um balão de oxigênio porque ela precisava fazer uso constante de oxigênio e nebulizações. Foram dois dias de viagem sem intercorrências, com o grande motorista e segurança pessoal chamado Cabeça (um policial aposentado). Fomos escolhidos para esta viagem por nos considerar “experientes e confiáveis”. Viajou conosco a esposa do administrador e proprietário do carro, uma Caravan da Chevrolet. 

O objetivo da viagem era a formatura de sua sobrinha Maria Rita, em Jornalismo e Comunicação e a participação de Irmã  Dulce no programa de televisão de Flávio  Cavalcanti. Foi a primeira vez que as Obras Sociais seriam divulgadas nacionalmente. Eu estava no sexto ano do curso de Medicina. Éramos chamados os “filhos de Irmã Dulce”, ela nos tratava assim. Sempre atenta aos nossos quartos, em nossa alimentação, mesada…  Tinha até leite em pó da Suíça.

Sempre achei muito interessante a forma delicada para conosco. Em um dos momentos com a agora Santa Dulce dos Pobres, ela me contou sobre uma aliança que perdeu, e milagrosamente a encontrou na capela. Tinha fala mansa e firme. Era incansável, mesmo com febre ou doente. Fazia tudo. Ajudava a todos, até varrer e lavar o hospital junto com os funcionários. Se preocupava muito para honrar os compromissos financeiros, principalmente com pessoal, como o décimo terceiro nos finais de ano.

Fico agradecido a Deus pela oportunidade única de ter estado com Irmã Dulce. Carrego o seu testemunho humanitário, de fé, de humildade e reverência a Deus. Tenho muitas outras histórias guardadas no meu coração.

*Jacobinense e médico há 40 anos.

Boas Festas!

VÍDEOS