Jerônimo Rodrigues dialoga com futuros gestores de agroindústrias familiares baianas durante curso de capacitação da SDR
20 de novembro de 2024, 15:50
Serão 408 horas de capacitação, divididas em cinco módulos, até abril de 2025
“Esse é um tema fundamental para fortalecer a economia do estado da Bahia, principalmente nos nossos territórios de identidade. Fizemos um mapeamento dos produtores que carecem de uma assistência técnica, de um equipamento para melhorar sua produção, com uma projeção de qualificar a alimentação nas escolas, nos hospitais, nos presídios e, claro, de ver nas grandes redes de supermercado os produtos da agricultura familiar sendo comercializados”, dividiu o governador.
O primeiro módulo do curso, que teve início na última segunda-feira (18) e se estende até o dia 23 de novembro, aborda temas como questão agrária, tecnologias sociais da agroecologia, histórico das políticas de segurança alimentar e nutricional no Brasil, orientações para o trabalho de campo e a participação das mulheres no segmento. A iniciativa, fruto de parceria entre a CAR, por meio da SDR, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e a Secretaria da Educação (SEC), terá os coordenadores como multiplicadores e líderes de 320 agentes de negócios, que vão atuar, diretamente, nas associações e agroindústrias familiares da Bahia.
Jeandro Ribeiro, diretor-presidente da Car, explicou que o projeto, do qual a capacitação faz parte, vai apoiar 400 agroindústrias no primeiro momento de implantação. Cerca de 500 profissionais, entre agentes de negócios e agentes de produção, serão contratados para auxiliar na gestão das agroindústrias.
“A gente está trazendo para eles uma série de ferramentas necessárias para uma boa gestão. O que a gente quer é produzir alimento com qualidade, dentro do conceito da agricultura familiar, mas em uma quantidade muito maior”, revelou o gestor.
Gabriela Navarro é uma das coordenadoras em formação e, para ela, o mais importante da capacitação está na melhoria da gestão dos pequenos negócios. “Nós já identificamos as agroindústrias familiares do estado e, agora, vamos atuar de forma incidente, junto com os agentes de negócio, para entender os pontos fracos de algumas associações, estudar melhorias para o seu funcionamento. Por exemplo, como melhorar um selo, uma embalagem, uma rotulagem, facilitar o acesso ao mercado”, pontuou.
Serão 408 horas de capacitação, divididas em cinco módulos, até abril de 2025. O conteúdo inclui, também, inovações tecnológicas para o setor, soberania alimentar, marketing e mercados, e gestão democrática.
Parceria com as universidades
Pró-reitora de extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Tatiana Ribeiro Velloso explica que a UFRB, em parceria com a Rede de Universidade Públicas e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), estará envolvida na formação dos coordenadores e dos agentes pelo período de dois anos. “Aqui é uma oportunidade de integração de saberes, entre as agroindústrias e as universidades, para oportunizar uma distribuição dessas riquezas [da agricultura familiar]. A agricultura familiar é responsável, segundo o censo agropecuário de 2017, do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], por maior parte do abastecimento interno. Então, queremos fortalecer, ainda mais, isso. E esse processo, da formação, será contínuo. Queremos estabelecer isso pelos próximos dois anos”, completou.
Milena Fahel/GOVBA
Boas Festas!