Jacobina registra mais um tremor de terra, desta vez de 1.8 mR

04 de novembro de 2021, 07:35

Mais de uma dezena de abalos sísmicos aconteceram este ano no município (Foto: Notícia Limpa)

De acordo com o Laboratório Sismológico (LabSis), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no início da madrugada desta quarta-feira (3), um tremor de terra, de magnitude preliminar de 1.8 na escala Richter (mR), foi registrado pelas estações sismográficas do LabSis na região de Jacobina.

O crescente número de ocorrências sísmicas no município tem deixado moradores preocupados e indignados com a falta de informações sobre o assunto por parte da Defesa Civil local. Já foram registrados mais de uma dezena de abalos só este ano e nenhum posicionamento oficial das autoridades.

Por Jacobina possuir uma barragem de rejeito, de uma mineradora que explora ouro a apreensão é redobrada, principalmente de pessoas que residem próximas dos chamados ‘epicentros’, nas regiões das comunidades de Canavieiras e Itapicuru, onde os abalos são sentidos com mais intensidades. “Sem saber o que está fazendo a terra tremer e o local exato dos tremores o medo de quem mora próximo da mineradora é maior”, ressalta preocupado um morador que pediu para não ser identificado.

Enquanto ações efetivas com relação aos tremores não são tomadas pelas autoridades locais, o geofísico Eduardo Menezes, do LabSis, tranquiliza a população sobre a gravidade dos tremores. De acordo com ele, a probabilidade de danos físicos e materiais é muito pequena, apesar de, dependendo da frequência dos acontecimentos e da aproximação da zona urbana, rachaduras poderem ocorrer em paredes e muros de construções civis. Eduardo esclarece que para isso se faz necessária a instalação de estações sismográficas no município para se fazer o monitoramento local e a partir daí realizar estudos e mapeamentos mais detalhados para identificar inclusive a origem dos eventos, já que a estação que mede os abalos sísmicos está instalada na cidade de Ponto Novo, a mais de 70 km distante de Jacobina.

Por vários dias o NOTÍCIA LIMPA tentou, sem êxito, marcar uma entrevista presencial com a diretoria da mineração Yamana Gold/JMC para tratar sobre os abalos sísmicos sentidos por moradores próximos da mineradora e os potenciais perigos para as barragens de rejeitos da empresa. Em nota encaminhada ao site no mês de maio deste ano, a JMC se limitou apenas em dizer que: “Contratou uma equipe de sismologia que está realizando os estudos e análises nas áreas de riscos sísmicos”. Informou que assim que tiverem os resultados dos estudos irão divulgar para a imprensa. “Nosso porta-voz está sem agenda no momento, mas estamos à disposição para atender os outros questionamentos por email, por meio de equipe técnica responsável”, justificou.

Barragem B2 da JMC – A Barragem B2 começou a ser implementada em 2008 e iniciou sua operação em 2010. Atualmente, encontra-se em obra da 1ª etapa da 5ª Fase de alteamento. A crista atual está na cota 605m e altura máxima de 92m.

Localização epicentral simbolizada pela estrela vermelha no mapa

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