Investigação mostra que sargento com 39 kg de cocaína não passou por segurança, diz TV

02 de setembro de 2019, 09:32

(Foto: Reprodução/Rede Social)

Uma investigação da Aeronáutica identificou que o sargento Manoel Silva Rodrigues da Força Aérea Brasileira (FAB), que chegou a ser preso na Espanha em junho por suspeita de envolvimento em transporte de drogas, não submeteu suas bagagens aos processos de segurança, segundo informações reveladas neste domingo, 1º, pelo Fantástico, da TV Globo.

Rodrigues fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanhava a viagem do presidente Jair Bolsonaro a Tóquio, no Japão, onde participaria da reunião do G-20. A reportagem mostrou, ainda, que ele teria feito pelo menos 30 viagens nacionais e internacionais pela FAB nos últimos cinco anos, e que ele guardava em seu armário um mapa das câmeras da Base Aérea de Brasília, onde ficam os aviões presidenciais.

Segundo a reportagem, Rodrigues teria entrado no avião enquanto ele ainda estava desligado, horas antes da decolagem. É neste momento que ele teria colocado as drogas na aeronave. O relatório diz, ainda, que apenas alguns dos militares tiveram de passar por procedimentos de revista ou de raio-x. Ele não teria sido um deles, aponta o documento. Na Espanha, Silva Rodrigues disse a uma testemunha que levava em sua mala apenas “doce e queijo” para uma prima.

Na época, a Guarda Civil espanhola informou que foram encontrados 39 kg de cocaína com o sargento, escondidos numa maleta e divididos em pacotes. O inquérito revelou que havia drogas também em seu porta-terno e na sua mochila. O avião em que estava o militar era usado como reserva da aeronave presidencial e, portanto, a comitiva da qual o sargento fazia parte não estava no mesmo avião que transportou Bolsonaro de Brasília para para o país asiático.

Outro investigado

O tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan, que antes era testemunha, também passou a ser investigado. Após quebra de sigilo telefônico da ex-mulher de Silva Rodrigues, foi identificado que eles mantinham contato frequente e que o colega trazia “coisas” do exterior.

As buscas encontraram equipamentos importados no apartamento de Piovesan, que admitiu ter emprestado dinheiro e ter comprado produtos para o sargento Silva Rodrigues. O inquérito, no entanto, não indica que Piovesan participou do crime de tráfico de drogas.

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