Igreja Universal orientou pastores a pedirem auxílio emergencial, dizem religiosos

20 de julho de 2021, 08:48

O presidente Jair Bolsonaro, de joelhos, é abençoado pelos bispos Edir Macedo (Foto: Reprodução)

Pastores da Igreja Universal do Reino de Deus são alvos de uma investigação interna na instituição por terem recebido o auxílio emergencial do governo de forma supostamente irregular. A reportagem do portal UOL teve acesso aos nomes de pelo menos 69 religiosos que tiveram acesso ao benefício.

Religiosos dizem ter sido orientados pela direção da igreja a pedir o benefício e comunicar à instituição para que o valor fosse descontado em seus salários. Os pastores da Universal – como em muitas outras denominações religiosas – não são registrados em carteira e não têm contrato de trabalho.

Se não declararem renda, o governo não tem como saber de seus vencimentos. Fornecer informações falsas para receber o auxílio configura a prática de crimes de falsidade ideológica e estelionato.

Um áudio que circula nas redes sociais, atribuído ao bispo Renato Cardoso, genro de Edir Macedo (é casado com a filha do líder da igreja, Cristiane) e hoje o segundo nome na hierarquia da instituição, aponta que a cúpula igreja sabia das ações irregulares. 

“Mais cinco pessoas saíram da obra…(…) Pessoas vão sair, distorcendo tudo, ao contrário do que ouviram. Pessoas como essas, graças a Deus, a igreja está limpando. A igreja está tomando as providências necessárias judiciais, inclusive em casos em que há indícios de crime contra a igreja, contra o povo da igreja. Estaremos denunciando, fazendo a denúncia-crime”, anunciou Cardoso, na gravação atribuída a ele.

A reportagem também teve acesso a uma lista de pastores de Brasília “aptos” – segundo os líderes da igreja – a receberem o auxílio, pois se enquadrariam nos requisitos exigidos pelo governo.

Num grupo de WhatsApp, coordenadores de regiões informavam os nomes de pastores que já haviam sido aprovados para receber o benefício.

Boas Festas!

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