Igreja evangélica é acusada de trabalho escravo e maus tratos
09 de março de 2018, 10:43
(Foto: © Pixabay)
O Ministério Evangélico Comunidade Rhema e um colégio ligado à instituição são acusados de se utilizariam dos ‘pecados’ dos fiéis para não pagar salários.
Uma igreja evangélica em Franco da Rocha, na Região Metropolitana de São Paulo, está sendo processada por submeter fiéis a maus tratos e trabalho forçado. A ação contra o Ministério Evangélico Comunidade Rhema foi movida pelo Ministério Público do Trabalho. Além da instituição religiosa, estão sendo processados os pastores que fundaram a igreja — Juarez de Souza Oliveira e sua mulher, Solange da Silva Granieri Oliveira — e o colégio ligado à Rhema.
As investigações identificaram por meio de depoimentos que a igreja coagia os seus fiéis a realizar trabalho não remunerado usando pressão psicológica.
Alunos do colégio eram proibidos de frequentar aulas e recebiam castigados, como golpes de régua de madeira nos quadris, da pastora Solange. Os alunos capinavam a escola e trabalhavam em outros reparos fora do horário de aula, inclusive à noite.
Como apurado pela Folha de S. Paulo, a procuradora Andrea da Rocha Carvalho Gondim pede que a igreja e o colégio sejam suspensos preventivamente e depois dissolvidos definitivamente, por desvio de finalidade.
Procurados pelo jornal, os acusados ainda não se pronunciaram. Em depoimento, eles admitiram trabalho não remunerado no colégio, mas defendem ser voluntário. A procuradora, no entanto, rebate: “As ameaças de castigo e exclusão da comunidade são claras. Trabalho escravo não é só o acorrentado, mas o que tira a livre autodeterminação”.
Segundo a denúncia, o trabalho irregular se estendia para outras empresas de diretores da igreja, como uma serralheria, fábrica de moldura e salão de cabeleireiros.
De acordo com o jornal, os empresários “se utilizariam dos ‘pecados’ dos fiéis como desculpa para não pagamento ou atraso de direitos trabalhistas”.
A investigação afirma que o colégio Rhema tem 25 professores, mas apenas 3 são registrados.
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