Heterocromia em cães: conheça as raças propensas a ter essa anomalia
10 de fevereiro de 2020, 13:52
A Heterocromia ou heterocromia ocular é uma anomalia genética na qual o cachorro (ou humano e felinos) possui um olho de cada cor (Foto: Notícia Limpa)
A heterocromia em cães é uma anomalia genética causada pelos baixos níveis de melanina no corpo. Essa substância é responsável pela pigmentação da pele, do pelo e dos olhos. É considerado um “defeito genético” pela ciência, mas não uma doença e, apesar de ocorrer mais comumente em animais mamíferos domésticos e selvagens, afeta também os seres humanos.
Portanto, não precisa se assustar caso seu filhote tenha olhos de cores diferentes, pois ele simplesmente nasceu assim. A heterocromia em cães é definida pela herança genética, por isso alguns animais têm e outros não. Além disso, essa condição também não causa graves problemas de visão para os pets.
Existe mais de um tipo dessa anomalia, afinal, dependendo da coloração e da quantidade de melanócitos da íris (células protetoras de melanina), podemos observar uma cor ou outra. Num geral, há dois tipos de heterocromia e duas causas que a provocam:
Heterocromia iridis ou parcial: uma única íris apresenta tonalidades distintas de uma mesma cor.
Heterocromia iridium ou completa: cada íris tem uma cor diferente.
Heterocromia congênita: a anomalia é fruto da origem genética.
Heterocromia adquirida: pode ser originada devido um traumatismo ou alguma doença, como o glaucoma ou a uveíte.
A título de curiosidade, a heterocromia completa é muito rara nos seres humanos, mas é observada normalmente em gatos e cachorros. Além disso, seja a anomalia completa ou parcial, nenhuma altera a visão do animal.
Raças de cães propensas a ter heterocromia completa
Não é difícil encontrar cães com os dois olhos de cores distintas e o caso mais conhecido é do Husky Siberiano. Acredita-se que a sua evolução nas temperaturas frias da Rússia esteja relacionado à predisposição da raça a essa anomalia que, mais tarde, se transmitiu de forma genética.
Além desse caso, outros cães que normalmente apresentam heterocromia são o Pastor Australiano e o Catahoula cur (American Leopard Hound). É importante ressaltar que no Husky Siberiano e Catahoula cur, o standard do AKC (American Kennel Club) e o standard da FCI (Federação Cinológica Internacional) aceitam a diferença completa na cor dos olhos, assim como a anomalia de forma parcial em uma das íris.
Diferente dos seus companheiros com heterocromia, os Pastor Australiano não apresenta um olho azul e outro castanho. Suas íris costumam ser totalmente pardas, azuis ou âmbares, embora possam existir variações e combinações dos mesmos.
O gene Merle é o responsável direto pela transição da cor azul na íris e a pigmentação “borboleta” no nariz dos cães. Ele também é culpado pela anomalia parcial, por exemplo quando um pet tem o olho castanho e o outro azul, mas dentro do azulado há pigmentação castanha.
Raças que normalmente portam o gene Merle são o Pastor Australiano e o Border Collie. Além disso, albinismos e manchas brancas ao redor dos olhos também são causados por esse gene.
Raças de cães propensas a ter heterocromia parcial
Como já foi dito, a heterocromia parcial é quando o animal tem um olho multicolor, ou seja, várias tonalidades diferentes na mesma íris. É frequentemente visto no Catahoula cur, Dogue Alemão, Corgi Galés de Pembroke, Pastor Australiano e Border Collie.
Também causada pelo gene Merle, é o resultado que se obtém quando a melanina se dilui ou se modifica por genes recessivos das séries D ou B, podendo resultar em sombras amarelo-esverdeadas ou cinzas-amareladas. Além disso, esse gene dilui pigmentos aleatórios nos olhos e nariz, por isso, os olhos azuis podem surgir como consequência da perda de pigmento.
Apesar de normalmente apresentar heterocromia completa, o Husky Siberiano também entra na lista de raças com anomalia parcial.
Outras raças também propensas
A maioria dos cães com tendência a heterocromia tem o pelo branco e marrom. Por exemplo, existem muitos casos entre Buldogue Francês e o Pitbull Terrier. O Cocker Spaniel Inglês, Dálmata e o Boston Terrier também têm a possibilidade de apresentar esse fenômeno ocular.
Percebe-se que há certa predisposição entre as linhagens a ter essa anomalia. Terriers, Buldogues, raças originárias de climas frios são exemplos de “famílias” com tendência. Outros animais que podem gerar filhotes com a característica são aqueles com pele tigrada.
Fique atento se a heterocromia aparecer de repente
Imagine uma situação hipotética: seu cão sempre teve olhos da mesma cor, mas de repente você começou a perceber algumas mudanças na tonalidade. O castanho escuro está clareando aos poucos, ficando semelhante a heterocromia parcial. Contudo, seu cachorro não passou por um traumatismo e nem teve doença.
Se você reparar mudanças na cor dos olhos com o passar do tempo, leve seu companheiro imediatamente ao veterinário. A alteração repentina da pigmentação pode ser um sintoma de glaucoma, uma doença degenerativa que provoca cegueira parcial ou completa.
No entanto, existe a chance do seu canino ter heterocromia hereditária, mas que se manifestou de forma retardada. No geral, é importante realizar uma consulta médica para verificar o estado de saúde do pet e descartar a presença de doenças.
Lembre-se sempre que a heterocromia em cães não é um problema de saúde, apenas uma anomalia genética inofensiva. Ter os olhos de cores distintas deve ser apreciado pelo tutor, pois essa característica torna seu companheiro único
Boas Festas!