Governo da Bahia desmente que tenha recolhido hidroxicloroquina das farmácias

20 de julho de 2020, 09:11

Circula nas redes sociais um post afirmando que o governador da Bahia, Rui Costa , teria recolhido mais de 40 mil comprimidos de hidroxicloroquina das farmácias do estado (Foto: PT-BA)

Circula nas redes sociais um post afirmando que o governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), teria recolhido mais de 40 mil comprimidos de hidroxicloroquina das farmácias do estado. Além disso, teria sido proibido o uso do medicamento e muitos pacientes estariam morrendo devido a isso.

“Rui Costa, da Bahia, recolheu das farmácias mais de 40.000 comprimidos de hidroxicloroquina e proibiu seu uso, os pacientes morrem.” – Legenda de imagem que circula pelo Facebook. (Fonte: Reprodução/Facebook)

Essa informação é falsa. Não houve recolhimento do remédio em farmácias do estado da Bahia. O que aconteceu, de fato, foi a apreensão de medicamentos que estavam sendo distribuídos de forma irregular, sem prescrição médica, em uma igreja localizada no interior do estado. A hidroxicloroquina, medicamento cuja eficácia contra a Covid-19 não foi comprovada clinicamente, estava entre os medicamentos apreendidos.

A Vigilância Sanitária da Bahia realizou, na última quarta-feira (15), uma operação para recolher os medicamentos controlados que estavam sendo distribuídos em uma igreja, localizada no município de Teixeira de Freitas. De forma irregular, o local distribuía os medicamentos sem a presença de um farmacêutico e nem alvará sanitário. Cloroquina, ivermectina e hidroxicloroquina, apontados como possíveis formas de tratamento contra a Covid-19, estavam entre as substâncias apreendidas.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o fornecimento dos medicamentos a base de cloroquina deve ser feito apenas com a apresentação de receita médica de duas vias. Essa norma é recente e foi estabelecida em março, já que, na época, o fornecimento do medicamento para pacientes com lúpus, ou outras doenças que necessitem de tratamento contínuo com a substância, foi afetado após corridas às farmácias que causaram o desabastecimento.

Ao contrário do que diz o post que circula nas redes, não existe nenhuma restrição específica relacionada ao uso ou venda do medicamento na Bahia. Cabe à Anvisa autorizar ou vetar a comercialização de medicamentos, já que, autoridades estaduais ou municipais não tem competência para isso.

Fábio Villas-Boas, secretario da Saúde da Bahia, gravou um vídeo sobre o caso. Segundo Fábio, em diversas cidades do estado, algumas entidades estão distribuindo “kits Covid” que contém compostos de cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e outras drogas. O Secretario da Saúde lembra que entregar esses medicamentos sem prescrição é uma infração sanitária e que, sem comprovação de eficácia contra o coronavírus, esses medicamentos podem causar reações adversas e requerem o acompanhamento de um profissional da saúde.

Boas Festas!

VÍDEOS