Governador Rui Costa lamenta morte do “Rei do Forró Temperado”

12 de agosto de 2022, 10:56

O cantor Zelito Miranda morreu na madrugada desta sexta-feira (12), aos 68 anos, em Salvador (Foto: Reprodução)

“É com muita tristeza que recebo a notícia da morte de Zelito Miranda. Que Deus conforte seus familiares e amigos neste momento de profunda tristeza. A música baiana está de luto”, lamentou nas redes sociais o governador Rui Costa. O cantor de 66 anos de idade faleceu na madrugada desta sexta-feira (12), vítima de problemas no pulmão. O sepultamento acontece, às 16h30 de hoje, no cemitério Bosque da Paz, em Salvador.

Diferente, irreverente e autêntica, foi assim que começou e foi assim que seguiu a carreira do forrozeiro Zelito Miranda, “o Cabeludo”, como era conhecido e como gostava de chamar os amigos.

Nascido no município de Serrinha, a 175km de Salvador, foi um artista multifacetado. Embora sua intimidade com o triângulo tenha começado ainda na infância, aos oito anos de idade, Zelito trilhou por vários caminhos, das artes plásticas, ao teatro, ao cinema até chegar a música e ao forró.

Começou na música na música “um pouco depois”, aos 27 anos. Antes, fez parte da cultura alternativa de sua cidade, foi ator por 10 anos, é escritor e flertou com a MPB, o rock e tocou no Novos Bárbaros, grupo que fez sucesso nos trios elétricos na efervescente década de 80 na capital baiana.

Gravou o primeiro disco com um repertório daquilo que ele chama de MPN (Música Popular Nordestina) mas os pedidos de shows e gravações em forró foram, aos poucos, fazendo com que o artista assumisse a herança de Gonzagão como sua carreira.

Dessa influência do rock, da MPB e da experiência em trio elétrico, ficou conhecido como o “Rei do Forró Temperado”, um som que preserva a sonoridade do gênero, mas se permite a novos instrumentos, arranjos e melodias.

Pioneiro nos ensaios do gênero nordestino nas casas noturnas da capital baiana, há 26 anos, o “Rei do forró temperado” se dedicou a arte de misturar elementos do mais autêntico forró pé-de-serra a o que há de mais moderno e cosmopolita.

Com um DVD e 12 Cd’s gravados, Zelito Miranda foi o grande anfitrião do projeto que levou de janeiro a junho, milhares de pessoas ao Parque da Cidade.

O “Forró no Parque com Zelito Miranda e convidados”, tinha 12 anos e ocorria uma vez por mês, nas manhãs de domingo, com a participação de vários artistas da música brasileira. Seu último palco foi o Pelourinho.

Zelito faleceu com 40 anos de carreira e mais de 200 músicas no currículo, defendia cultura e a tradição do forró.

Ele deixa a esposa Telma, maior parceira de sua vida, e as filhas Clarice, que espera a sua primeira neta, e Luíza.

Secom/Ba

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