Geoglifos milenares são encontrados na fronteira entre Acre e Bolívia
01 de julho de 2022, 13:50
Geoglifos são estruturas ou construções feitas por povos ancestrais que viveram na região (Foto: Diego Gurgel/Divulgação/Setul)
O Centro Integrado de Operações Aéreas do Acre (Ciopaer) identificou novos grupos de desenhos milenares, conhecidos como geoglifos, na região perto da fronteira com a Bolívia. Na missão, realizada pela Polícia Militar do estado, à qual a entidade é ligada, foram registrados três conjuntos das figuras próximas umas das outras, com formas circulares e quadradas.
Segundo o fotógrafo Diego Gurgel, que acompanhou a expedição, “só foi possível enxergá-los graças à angulação acentuada dos raios solares da manhã, caso contrário, seria praticamente impossível, pois seus barrancos não produziriam uma sombra”.
“Os geoglifos são muito difíceis de serem visualizados em outra hora do dia, pois a falta de sombras apaga as formas, sendo eles ignorados por muitos que sobrevoam a Amazônia”, disse, à agência de notícias do governo do estado.
Geoglifos são estruturas ou construções feitas por povos ancestrais que viveram na região que atualmente é o estado do Acre. Vistos do alto, são desenhos no solo com formatos em círculos, quadrados, retângulos, pentágonos, octógonos, entre outras formas, feitas em conjunto ou isoladas entre si.
No final do século passado e no início dos anos 2000, as primeiras fotos das construções foram registradas e, hoje, fazem parte do acervo fotográfico da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Acre. A partir de 2005, foi organizado e consolidado o Grupo de Pesquisas dos Geoglifos da Amazônia Ocidental, que organizou escavações, fotos aéreas, medições em campo e o uso do Lidar (Light Detection and Ranging), sensor de medição e topografia a laser por radares.
Segundo o governo do estado, as novas imagens são “importantes registros históricos, pois afirmam a presença de geoglifos na região entre a margem direita do Igarapé Miterrã, e a margem esquerda do Rio Rapirrã, próximos à Bolívia, mais precisamente entre os municípios de Capixaba e Plácido de castro”.
As datações de outros geoglifos no estado do Acre indicam uma idade entre 1500 a 2000 anos. Eles deixaram de ser construídos ou abandonados por volta do ano de 1200, ou seja, 300 anos antes da chegada de Cabral ao Brasil.
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