“Fiz de tudo para salvar ele”, diz delegado sobre filho que morreu engasgado

12 de janeiro de 2022, 21:39

Carlos Alberto Gomes Pereira Filho se pronunciou por meio de carta enviada à imprensa nesta terça-feira (11) (Foto: Reprodução)

O pequeno Arthur Gomes Benjamim, de 2 anos, morreu na sexta-feira (7) em Macapá (AP) engasgado com uma tampa de garrafa pet. De acordo com o pai do menino, Carlos Alberto Gomes Pereira Filho, que trabalha como delegado da Polícia Civil do Amapá, ele fez de tudo para salvar a vida do filho. As informações são do G1.

Em uma carta aberta enviada para a imprensa, Carlos Alberto  se defendeu das críticas que vem sofrendo, principalmente nas redes sociais e da família materna da criança. Pai e filho estavam sozinhos na casa do delegado no momento do acidente.

“Eu fiz de tudo para salvar a vida do meu filho. Quando ele engoliu a tampinha, estava próximo de mim, e o fez no momento em que eu estava organizando as coisas pós almoço. Não houve falta de cuidado, ele estava sendo monitorado, foi uma tragédia que eu não desejo a nenhum pai ou mãe. Pergunto então, quem é que vai imaginar que o filho vai morrer por ter uma garrafa pet de água mineral em casa? Em qual contexto esse resultado é imaginável ou esperado? Qual pai pode ser apontado como negligente por isso? Na verdade, fossem as acusações só de negligência, seriam menos dolorosas. Estou diariamente sendo chamado de assassino”, contou.

Conforme Carlos Alberto, ele não viu o momento em que a criança teria engolido a tampa. Quando viu que o menino não estava se mexendo, ele o levou até a unidade de saúde mais próxima.

“A equipe médica optou por chamar o SAMU, que chegou após aproximadamente 30 minutos, o que aumentou ainda mais a minha angústia, já que não sabia o que estava acontecendo com o meu filho. Após a sua chegada a equipe do SAMU rapidamente identificou o problema e retirou uma tampinha de garrafa pet das vias aéreas do meu filho. Infelizmente, ele já não apresentava mais sinais vitais”, explicou o delegado.

O pai, que não compareceu ao enterro do filho, afirmou que vinha sofrendo ameaças por parte da família materna da criança e quis evitar o desconforto que a presença dele causaria. Ainda segundo Carlos Alberto, ele tem colaborado com as investigações.

“Quero na oportunidade me solidarizar verdadeiramente com a família. Mas, quero que não se esqueçam que eu também sou a FAMÍLIA. Todos estão sofrendo muito, jamais em minha vida gostaria que isso tivesse ocorrido. Não desejo isso a ninguém, eu era o maior interessado em ver meu filho bem. Mas não se esqueçam que sou um pai que assistiu o seu filho morrer. Não quero dizer que minha dor é maior que a de ninguém, mas também não é a menor”, declarou o delegado.

A Polícia Civil ouviu o depoimento do pai no sábado (8). O caso está sendo investigado.

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