Feito um cão sem dono
25 de janeiro de 2018, 12:12
A galinha suja os pés no local onde dorme porque não sabe limpar o pau do galinheiro e se o porco tivesse o poder da escolha não vivia no chiqueiro.Tais situações referem-se a dois animais irracionais que, por não terem a capacidade de diferenciar o certo do errado e o bom do ruim, aproveitam os que lhe são oferecidos da melhor forma que se imagina. Já muitos políticos que, supunha, possui a capacidade de discernir, tem maculado o importante papel da política com comportamentos esdrúxulos e imorais.
Não bastasse as enxurradas de notícias tendenciosas, muitas delas falsas (fake news), uma cambada de maus políticos tem deturpado a arte de fazer política e, talvez o pior, colocando toda a classe na mesma vala. Hipócritas paladinos da moralidade. A sensação do ‘brasileiro do Brasil sonhado’ é a mesma de um cão sem dono, abandonado, sem perspectivas e com a esperança no ‘nível quase morto’; uma situação aparentemente sem saída e com ausência de uma representação legítima.
A passividade misturada com a inércia da população diante dos vários acontecimentos políticos ocorridos recentemente é preocupante. Direitos históricos conquistados com muitas lutas e labutas estão simplesmente sendo cerceados ou extintos de forma abrupta por verdadeiros tiranos descomprometidos com as causas populares e comprometidos com o favorecimento dos mais afortunados. E o pior, numa espécie de masoquismo muitas pessoas aplaudem e apoiam medidas que, se não a si próprio, prejudicam alguém do seu convívio. O apocalipse político financiado por grupos mediáticos que pregam o quanto pior melhor, capazes inclusive de entre outras aberrações provocar os pudores familiares e religiosos com exibições de cenas de sexo e incesto em suas tramas e realitys, proporcionará consequências inimagináveis na vida dos brasileiros. Essa sádica mídia tem conseguido fazer com que uma grande parcela da população acredite que tudo o que está sendo posto é realmente como deveria ser e nada pode ser feito para alterar.
Permitir que o tempo passe sem participar como agente de construção é um comportamento egoísta e covarde. O emponderamento é preciso e urgente. Os oprimidos e os que clamam por justiça social precisam externar para a opinião pública seus descontentamentos, suas revoltas e suas indignações. As grandes mudanças que ficaram conhecidas historicamente no mundo tiveram o povo protagonista, por conta do seu forte e indestrutível poder. Como diz o ditado, “se o boi soubesse a força que tem não deixaria ser dominado’.
Pobre da sociedade que é escravizada por sua própria omissão.
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador
Boas Festas!