Fake news, influência religiosa e isolamento atrapalham avanço da vacinação

24 de janeiro de 2022, 11:11

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o norte de Minas Gerais e o sul da Bahia são as áreas de maior concentração de não vacinados (Foto: Reprodução)

A vacinação contra a Covid-19 no Brasil tem avançado de forma desigual pelo país. Enquanto há cidades que já estão aplicando a dose de reforço em adultos e a primeira dose em crianças, outros municípios só conseguiram completar o esquema vacinal de cerca de 20% de sua população. As informações são do jornal O Globo.

Secretários de saúde e especialistas apontam a desinformação, a influência de líderes religiosos contra a vacinação e o difícil acesso a regiões isoladas como alguns dos motivos para a estagnação da imunização em algumas cidades do país.

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o norte de Minas Gerais e o sul da Bahia são as áreas de maior concentração de não vacinados, segundo o último levantamento do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz).

Em São Félix do Xingu (PA), por exemplo, a prefeitura chegou a sortear celulares para os jovens se vacinarem e ofereceu prêmios para as equipes de saúde que conseguiram imunizar mais pessoas. Mesmo assim, a cidade, que tem 91 mil habitantes, só imunizou cerca de 20% da população.

“A população não acredita na imunidade da vacinação. Há muita fake news sobre os efeitos colaterais. Todas as ações foram tomadas, não tem o que fazer”, disse ao O Globo o secretário de Saúde Raphael Antônio Souza.

Já em Borba (AM), funcionários da prefeitura dizem que parte dos 35 mil habitantes da cidade que não quer se vacinar é influenciada por líderes religiosos antivacina. “(Líderes) dizem que a vacina não é de Deus, foi uma invenção de laboratório e que já estão sob a proteção divina”, afirmou a secretária de Saúde Ângela Barba.

Além disso, o município precisa lidar ainda com os 44 mil km² de extensão. A visita a uma das comunidades ribeirinhas leva seis dias de viagem e custa quase R$ 30 mil. “É pouco recurso para chegar nesses locais”, contou Ângela.

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