Ex-gari é eleito prefeito de cidade baiana

23 de novembro de 2020, 09:06

Roberto Venâncio, prefeito eleito de Tapiramutá (Foto: Divulgação)

A história de vida e de superação do prefeito eleito de Tapiramutá, Roberto Venâncio, é um exemplo de dignidade. Ele foi de gari a prefeito da cidade com 4.533 votos. Roberto foi achado literalmente no lixo pelas mãos caridosas de Dona Nair Venâncio que o criou, mas só até os dois anos. A vice-prefeita é Manuela de Almeida. Eles integram a coligação PCdoB/PSB e PSD.

Dona Nair era portadora de diabetes e teve que ser hospitalizada em Salvador e não resistiu. Roberto passou a ser criado pela irmã de dona Nair, que morreu quando ele tinha 18 anos.

Roberto ficou sem casa e comida. Dormiu no chão, comeu banana verde. Sem pai, nem mãe biológica ou adotiva, sem qualquer parente, a trajetória estava aberta para qualquer iniciativa.

Buscando o caminho da difícil superação, Roberto saiu da Volta Grande, comunidade rural de Tapiramutá, depois da morte da segunda mãe de criação, para enfrentar os obstáculos sem ter em quem se apoiar, só tendo na força da sua determinação obstinada, a razão de viver.

Até 2003 foi gari em Tapiramutá, depois foi cortador de cana em Goiás e trabalhar na colheita do café em Minas Gerais. Só então em 2003, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, foi admitido como agente arrecadador, onde construiu tantas pontes, fez tantos companheiros que, em 2010, se elegeu Presidente do STR.

Em 2012 foi eleito vereador com 267 votos. Em 2016 se candidatou ao cargo de prefeito, mas não venceu. Seguiu trabalhando pelas comunidades e, principalmente, pelo homem do campo e, em 15 de novembro, foi eleito prefeito com 54,52% dos votos válidos (4.533). Sempre foi filiado ao PCdoB, partido que escolheu pela história e dedicação à causa dos trabalhadores.

Roberto se formou Bacharel em História e hoje está no sexto semestre de Direito. Casado com Cristina Santos, é pai de dois filhos: Henry Venâncio e Phyetro Venâncio.

Fonte: Blog do Adenilton

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