‘É preciso proteger indígenas contra empresas’, diz Papa
01 de setembro de 2020, 08:57
A declaração está em uma mensagem do líder católico pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado pela Igreja no dia 1º de setembro (Foto: Reprodução)
O papa Francisco fez nesta terça-feira (1º) mais um apelo em defesa do meio ambiente e afirmou que é preciso proteger as comunidades indígenas das empresas, “particularmente as multinacionais”.
A declaração está em uma mensagem do líder católico pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado pela Igreja no dia 1º de setembro.
“É preciso proteger as comunidades indígenas de empresas, particularmente multinacionais, que, com a extração perniciosa de combustíveis fósseis, minerais, madeira e produtos agroindustriais, fazem nos países menos desenvolvidos aquilo que não podem fazer nos países que lhes dão o capital”, escreveu Francisco.
De acordo com o Papa, essa “má conduta” das companhias representa um “novo tipo de colonialismo, que explora vergonhosamente comunidades e países mais pobres a braços com uma busca desesperada de desenvolvimento econômico”.
“É necessário consolidar as legislações nacionais e internacionais, para que regulamentem as atividades das empresas extrativas e garantam o acesso à justiça aos prejudicados”, disse.
Na mensagem, o Pontífice também cobrou respeito ao Acordo de Paris sobre o clima, que busca limitar o crescimento da temperatura média global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. De acordo com o líder católico, ir além disso se revelaria “catastrófico, sobretudo para as comunidades mais pobres em todo o mundo”.
“Convido cada país a adotar metas nacionais mais ambiciosas para reduzir as emissões [de poluentes]”, afirmou. Além disso, o Papa ressaltou que a “desintegração da biodiversidade, o aumento vertiginoso de catástrofes climáticas e o impacto desproporcionado que tem a pandemia atual sobre os mais pobres e frágeis são sinais de alarme perante a avidez desenfreada do consumo”.
“Nossos estilos de vida forçam o planeta para além dos seus limites. A procura contínua de crescimento e o ciclo incessante da produção e do consumo estão a extenuar o ambiente”, disse. (ANSA)
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