Deputado bolsonarista defende colocar professora em ‘paredão’ de fuzilamento

02 de junho de 2022, 14:04

Éder Mauro (PL-PA) ofendeu professora por usar a imagem de Jesus Cristo em uma prova escolar, com a frase "Bandido bom é bandido morto" (Foto: Reprodução)

O deputado federal bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) sugeriu nesta quarta-feira, 1, durante uma sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, na Câmara dos Deputados, que uma professora fosse colocada em um “paredão” de fuzilamento por usar a imagem de Jesus Cristo em uma prova escolar.

Durante a fala, Mauro apontou que o ator Mário Gomes teria denunciado uma professora por usar meme em uma prova feito com a obra “Cristo Crucificado”, do artista espanhol Diego Velásquez, no qual foi escrito sobre a imagem: “Bandido bom é bandido morto”.

O ator, que teria um filho na turma da professora, abriu um boletim de ocorrência contra a docente por intolerância religiosa. Na comissão de Direitos Humanos, o parlamentar sugeriu colocar a docente em um “paredão de fuzilamento”, forma de execução usada durante a guerra, proferiu ofensas contra a docente e defendeu que os direitos da maioria fossem prevalecidos.

“Esta jumenta empoderada e comunista deveria ter sido colocada em um tribunal, num paredão, para que ela não levasse esse seu entendimento para a nossa juventude, que está em formação de caráter. Por isso, eu quero dizer aqui nesta Comissão de Direitos Humanos e Minoria que nós parássemos de ver o direito de minoria. Que nós nunca deixemos de ver o direito da maioria dos brasileiros que não quer esses valores errados”, disse o deputado na sessão.

O deputado bolsonarista chegou a dizer que a professora, que não teve sua identidade revelada, “envergonha a classe dos professores”. Ao compartilhar o vídeo em suas redes sociais, o deputado cortou a parte em que fala sobre o paredão de fuzilamento.

No mesmo texto, o parlamentar chamou as vítimas da chacina que deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, de “bandidos” e defendeu o armamento da população, defendendo que “a maioria brasileira é a favor”, sem trazer dados estatísticos sobre a afirmação.

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