Depois da tempestade, vem a bonança

14 de julho de 2022, 11:25

(Foto: Gervásio Lima)

*Por Gervásio Lima

O ditado mais utilizado para expressar a ideia de esperança e tranquilidade diz que “depois da tempestade, vem a bonança”; uma espécie de alento para quem acredita que ‘nada vai durar para sempre’, ou seja, o que está ruim hoje, amanhã pode melhorar.

A expectativa de melhoras após um período conturbado é um sentimento quase que unânime, mas quando o inverso acontece a dificuldade de resiliência é sem tamanho. O indivíduo não costuma trabalhar com a possibilidade de que “depois da bonança vem a tempestade”, talvez por acreditar que na vida só existe espaço para o que for positivo. Esquece que as agruras também fazem parte da existência humana e está presente inclusive nas consideradas “melhores famílias’.

Nem tudo acontece como se espera que aconteça, portanto é necessário aprender-se a lidar com os problemas e adaptar-se às mudanças para superar os obstáculos e resistir à pressão de situações adversas. Conformado desta realidade, a capacidade de aceitação e o aumento de forças para um possível enfrentamento das adversidades será bem mais fácil e natural.

O mundo vem lutando contra o coronavírus, uma das maiores pandemias de todos os tempos. No Brasil, especificamente, a demora na chegada das vacinas foi responsável pela morte de centenas de milhares de seres humanos. A postura anticiência contribuiu para que o país fosse um dos piores na resposta à doença.

Na ânsia de se permitir ser, e estar feliz, depois de um longo período de confinamento e medo, muitas pessoas, encorajadas pela diminuição de casos graves e pelos efeitos positivos das vacinas, se ‘aventuraram’ no primeiro teste do retorno das grandes aglomerações ao participar dos festejos juninos realizados em praças públicas de diversas cidades do nordeste brasileiro.

O agarradinho da dança de forró e os encontros em volta das fogueiras foram alguns dos exemplos de bonança que marcaram o mês de junho e início de julho deste ano. Mas como diz outro ditado, ‘o que é bom dura pouco’, o ajuntamento de pessoas nas confraternizações juninas está sendo responsabilizado pela ascensão da média móvel de Covid no período. Informação considerada uma verdadeira tempestade.

É como ficar triste depois de ficar feliz.

Mas todo bom brasileiro sabe que é uma questão de tempo a volta da felicidade e do sossego.

Forte é o povo.

*Jornalista e historiador

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